• Nenhum resultado encontrado

EDUCATIONAL POLICY

QUINTA ETAPA: PÓS-2015 – EDUCADOR PARA UMA VIDA SUSTENTÁVEL

Nesta etapa, dois fatores determinantes irão contribuir para as novas medidas de políticas na Educação de Adultos:

a. O II Fórum Nacional de Transformação de Cabo Verde (2014) que preconiza, no horizonte 2030, transformar Cabo Verde num país “moderno, competitivo com coesão social, qualidade de vida para os cidadãos e qualidade ambiental”.

b. As Agendas da Educação pós-2015 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, com realce para o 4º Objetivo de Desenvolvimento Sustentável que visa “assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, e promover oportunidades de aprendizagem ao longo da vida para todos”.

De igual modo, esses fatores influenciam a formação de Educadores de adultos e promovem alguma mudança na política educativa, ao longo desse período, a saber:

a. A nível central, ao abrigo do Decreto-Lei nº 55/2016, de 10 de outubro, que aprova a nova orgânica do Ministério de Educação (BO nº 57 de 10 de outubro de 2016), é criado o Serviço de Alfabetização e Educação de Adultos integrado na Direção Nacional de Educação.

b. A nível da formação dos Educadores de Adultos, destaca-se a oportunidade de frequência de cursos de Complementação de Licenciatura em Educação Básica, presencial ou blearning, em distintas áreas de especialização, ao abrigo do artigo 2º da Portaria nº 11/2015, de 10 de março. O Decreto-Legislativo nº 69/2015 de 12 de dezembro (BO número 80, I série, de 12 de dezembro) aprova o novo Estatuto da Carreira do Pessoal Docente. De acordo com o artigo 29º, “o pessoal docente constituiu um corpo de funcionários especializados da Função Pública e integra o grupo de professores profissionalizados, com formação específica no âmbito do ensino e com carreira própria”.

Destaca-se ainda o curso de Pós-Graduação lato sensu para Educadores de Adultos (2012- -2014), no âmbito da Rede de Cooperação Sul – Sul da CPLP no campo da Educação de Adultos.

140

CONCLUSÃO

Em jeito de conclusão sobre a trajetória aqui descrita, vale realçar que os grandes marcos da Formação de Educadores de Adultos em Cabo Verde estão em consonância com a opção política do país no campo da educação, as recomendações internacionais, em especial as seis Conferências Internacionais da UNESCO sobre Educação de Adultos e algumas experiências relevantes.

Pode-se compreender que a trajetória da formação de educadores de Adultos passa, sucessivamente, da formação de alfabetizadores voluntários nos anos 70, da formação de alfabetizadores contratados nos anos 80 e da formação de educadores profissionalizados nos anos 90 para a formação de educadores especializados, a partir da dácada de 2000. Um aspeto relevante na trajetória da Educação de Adultos é o interesse, cada vez maior, pelos estudos e produção científica nas instituições de ensino superior sobre temáticas e problemáticas relacionadas com a educação e formação de adultos, em consonância com o Marco de Ação de Belém, que orienta ser necessário desenvolver materiais de aprendizagens e metodologias de ensino em programas de Educação de Adultos com qualidade, renovando os seus conteúdos e reconhecendo e diversidade e a pluralidade de interesses dos aprendentes (Brennand, et al. 2012).

Segundo Varela (2018, p. 224), “pode-se destacar, de entre outros ganhos evidenciados pelos inqueridos: 1) a democratização do acesso à Educação de Adultos; 2) a valorização da carreira profissional do Educador de Adultos; 3) o fortalecimento do sistema educativo nacional”. Portanto, a formação de educadores de adultos teve repercussões positivas, nomeadamente: no desenvolvimento de conhecimentos para o exercício da profissão; na democratização do acesso à Educação; na valorização da carreira profissional do Educador de Adultos; no fortalecimento do sistema educativo nacional.

REFERÊNCIAS

Arroyo, M. (2006). Formar educadoras e educadores de adultos. In L. Soares (Org.). Formação de

educadores de adultos. Belo Horizonte: Autêntica/SECAD-MEC/UNESCO

Brennand, E. et al. (Orgs.). (2012). Comunidades de Aprendizagem e Educação ao Longo da Vida. Paraíba: Editora da Universidade Federal de Paraíba

Decreto-Legislativo nº 69/2015 de 12 de dezembro. Boletim Oficial de Cabo Verde, I Série, n.º 80. Retirado de: www.minedu.gov.cvbo_12-12-2015_80.pdf

Decreto-Legislativo nº 2/2010, de 7 de maio. Suplemento ao Boletim Oficial de Cabo Verde, I Série, n.º 17. Retirado de: http://aulp.org/sites/default/files/Anexos/AULP_EnsinoSuperior_CV_Bases_Sistema_ Educativo.PDF

Decreto-Lei nº 65/94 de 28 de novembro. Boletim Oficial de Cabo Verde, I Série, nº 39,de 28 de novembro de 1994

Cabral, A. (1974). Guiné-Bissau: nação africana forjada na luta. Lisboa: Nova Aurora

141 Freire, P. (1078). Cartas à Guiné Bissau. Registros de uma experiência em processo. 2ª edição, Rio de

Janeiro: Paz e Terra

Popkewitz, T. (1997). Reforma educacional: uma política sociológica: poder e conhecimento. Porto Alegre: Artes Médicas

Portaria nº 34/2012 de 19 de julho. Boletim Oficial nº 41 – I série. Ministério do Ensino Superior, Ciência e Cultura de Cabo Verde. Retirado de: https://kiosk.incv.cv/1.1.41.1563/

Romão, J. E. & Gadotti, M. (2012). Paulo Freire e Amílcar Cabral. A descolonização das mentes. São Paulo: Editora e Livraria Instituto Paulo Freire

Tavares, M. R. (2014). Formação de professores e trabalho docente em Cabo Verde. Tese Doutoramento em Educação: Currículo. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica

Teixeira, O. (2006). O ensino-aprendizagem da escrita na educação básica de adultos em Cabo Verde –

Concepções e métodos. Dissertação Mestrado em Educação: Currículo. São Paulo: Pontifícia Universidade

Católica

UNESCO (2014). Relatório Global sobre Aprendizagem e Educação de Adultos. Repensando a Alfabetização. Brasília: UNESCO

Varela, F. (2018). Concepções, trajetórias e práxis educativa: um estudo sobre o programa de formação

de educadores de adultos em Cabo Verde. Tese Doutoramento em Educação: Liderança Educacional.

142

LA EVALUACIÓN PARA EL DESARROLLO DE COMPETENCIAS EN LA EDUCACIÓN