• Nenhum resultado encontrado

46

Capítulo 2. Metodologia da Investiagação

Este capítulo tem como finalidade descrever a metodologia de investigação. Apresentar-se-á os objetivos do estudo, o contexto em que decorreu a experiência, a caracterização dos participantes, fases da experiência e procedimentos de análise e recolha de informação.

1. Âmbito e objetivos do estudo

O presente estudo de investigação-ação inscreve-se no paradigma interpretativo tendo-se realizado numa turma do 8º ano, na condição de professora-investigadora. Apesar da nossa experiência profissional e de conclusões a que, por via desse facto íamos chegando, quisemos nesta investigação, que decorre de uma especialização em supervisão pedagógica e ensino das línguas estrangeiras, aprofundar conceitos desenvolvendo uma experiência que entrecruza a autonomia do aluno com a do professor. As práticas pedagógicas são o ponto comum de duas vertentes da investigação, para a qual delineámos os seguintes objetivos:

- De natureza pedagógica:

1. Desenvolver e avaliar o impacto de um projeto de intervenção pedagógica na aula de Francês LE experimentando e avaliando estratégias de aprendizagem metacognitivas, cognitivas e socio afetivas relativamente à expressão oral e à expressão escrita.

- De natureza supervisiva colaborativa:

2. Indagar o contributo da amiga crítica como fator potenciador do desenvolvimento pessoal e profissional do professor através da experiência das participantes.

Apresenta-se seguidamente o esquema sucinto do estudo relativamente aos seus objetivos, dimensões e papel da amiga crítica. (Ver fig.9).

47

Figura 9 - Esquema geral do estudo

AAa

A amiga crítica estabelece a ponte entre as duas dimensões do estudo, fornecendo dados que iremos combinar com os obtidos por nós e pelos alunos, numa triangulação de vozes que procurarão conferir maior credibilidade ao estudo.

Indagar o contributo da amiga crítica como fator potenciador do desenvolvimento pessoal e profissional do professor através da experiência das participantes

Dimensão pessoal e profissional Dimensão pedagógica

Desenvolver e avaliar o impacto de um projeto de intervenção pedagógica na aula de Francês L.E., experimentando e avaliando estratégias de aprendizagem metacognitivas, cognitivas e socio afetivas na aula de Francês.

Oralidade Escrita Intervenção pedagógica Supervisão colaborativa entre pares

48

2. Plano de estudo

Pretendemos neste item apresentar uma visão global sobre o desenvolvimento deste estudo e que enunciamos do modo que a seguir se indica.

1. Articulação do trabalho de investigação em duas vertentes: De intervenção pedagógica, numa turma, através da implementação de duas unidades didáticas, com o trabalho colaborativo de supervisão interpares na modalidade de amiga crítica.

2. Planificação e implementação de duas atividades didáticas: “La Mode” e “L’Argent de Poche”.

3. Diversificação na organização das tarefas:

a) Em grupo-classe - destinadas a uma sensibilização e aprofundamento da utilização da língua como instrumento de comunicação oral e escrita a partir de tarefas especialmente orientadas pela professora.

b) Em grupos de 4/5 alunos- organização em grupos, destinada a estimular a autonomia dos alunos, a sua motivação e a criação de oportunidades à interação verbal em francês e a produção de texto escrito em grupo.

c) Em pares – tendo em vista um trabalho mais autónomo e mais responsável de cada aluno, em trabalho colaborativo, nas vertentes oral e escrita.

d) Individual – tarefa escrita de caráter individual, para um confronto de cada aluno com a produção escrita e com a sua eventual progressão ao longo da experiência.

4. Recurso à leitura como estratégia para o desenvolvimento da expressão oral e escrita. 5. Recurso a estratégias e suportes diversificados: dicionários, computadores, projeção de texto, utilização do site do Voki, Jeux de rôle.

6. Criação de oportunidades para o desenvolvimento da autonomia do aluno.

O estudo desenvolveu-se em cinco fases, que apresentaremos detalhadamente, bem como os momentos correspondentes a cada uma delas. Destinámos uma primeira fase, a fase A, à preparação da intervenção pedagógica. A fase B correspondeu à implementação da unidade temática “La Mode”. Na fase C fizemos o balanço intermédio da investigação com enfoque nas práticas à luz

49

de uma pedagogia para a autonomia. À fase D correspondeu a implementação da unidade temática “ L’Argent de poche”. A última fase, fase E foi consignada ao balanço da experiência.

Fases da experiência

Fase A - Preparação para a intervenção pedagógica

- Aplicação de um questionário de diagnóstico (cf. Anexo1) aos alunos relativamente às suas dificuldades e relação com a língua (uma aula de noventa minutos, no mês de Novembro de 2011).

Nesta fase ocorreu o 1º encontro supervisivo com a amiga crítica do qual se elaborou um registo escrito onde ficou definido o seu papel no processo de investigação e se preparou a próxima aula a observar.

Fase B - Implementação da unidade temática “La Mode”

Direcionada para o desenvolvimento da expressão oral e da escrita, através da utilização desta, como suporte para a oralidade. A implementação desta unidade desenvolveu-se em dois momentos:

- 1º Momento: Abordagem temática dirigida para a sensibilização e treino das competências de oralidade e escrita. Este momento foi orientado pela professora e teve suporte no manual adotado: “Les Mots Croisés” – nível 2, da Porto Editora. Teve a duração de duas aulas, uma de noventa minutos e uma outra de quarenta e cinco minutos durante o mês de novembro de 2011.

- 2º Momento: Exploração temática perspetivada para um trabalho autónomo do aluno para um desenvolvimento integrado das competências da oralidade e escrita. Teve a duração de cinco aulas, três de noventa minutos e duas de quarenta e cinco minutos, durante o mês de dezembro de 2011.

No âmbito do tratamento do tema «La Mode» teve lugar a primeira aula observada pela amiga crítica com a duração de noventa minutos. Nesta fase foram aplicadas as seguintes fichas:

50

- Ficha de Heteroavaliação (cf. anexo 7) - a utilizar por todos os participantes: professora- investigadora, amiga crítica e alunos.

- Ficha Parler (cf. Anexo 8) a utilizar pelos alunos.

- Ficha de Autoavaliação do trabalho de Grupo (cf. Anexo 6) a utilizar pelos alunos

Nesta fase teve lugar o 2º Encontro supervisivo de pós-observação da aula de noventa minutos e de pré-observação da segunda aula a observar. Este encontro foi sujeito a um registo escrito.

Fase C - Balanço intermédio do estudo

Uma entrevista audiogravada entre a professora- investigadora e a amiga crítica constituiu um suporte para o balanço intermédio do estudo.

Fase D - Implementação da unidade temática: «L’ Argent de Poche »

A intervenção pedagógica nesta unidade constituiu-se em duas fases, ambas observadas pela amiga crítica:

1ª Fase - Exploração temática perspetivada para um trabalho autónomo do aluno para um desenvolvimento integrado das competências da oralidade e escrita.

- Teve a duração de cinco aulas: duas de noventa minutos e três de quarenta e cinco minutos. Decorreu durante o mês de janeiro de 2011.

Nesta fase ocorreu a 2ª Aula observada pela amiga crítica (noventa minutos).

Para esta unidade foi aplicada pela primeira vez a ficha Écrire e utilizada também a mesma instrumentação da unidade anterior. Posteriormente, teve lugar o 3º Encontro supervisivo do qual foi efetuado o registo de pós-observação correspondente às apresentações orais feitas pelos alunos no âmbito desta unidade.

51

A 2ª Fase do tratamento desta unidade «Que lugar ocupou a escrita?», foi desenvolvida logo após a anterior e destinou-se exclusivamente à escrita e à produção individual de um texto. Procurou-se percecionar que estratégias, no domínio da escrita, tinham os alunos utilizado para desenvolver a sua autonomia neste domínio. Ocupou uma aula de quarenta e cinco minutos durante o mês de março.

Fase E - Balanço final da experiência (mês de março)

Para efeitos de balanço da experiência administrámos um questionário de avaliação da intervenção pedagógica durante uma aula de quarenta e cinco minutos, efetuámos, durante um intervalo, uma pequena entrevista audiogravada junto de seis alunos e realizámos uma entrevista audiogravada entre a professora-investigadora e a amiga crítica.

O estudo que efetuámos abrangeu duas unidades temáticas «La Mode» e «L’ Argent de poche», enquadradas nos domínios de referência do programa de Francês do 8º ano, e propostas pelo manual adotado. Visámos, através da vertente pedagógica deste estudo, percecionar quais as estratégias de aprendizagem utilizadas pelos alunos, para a oralidade e para a escrita, à luz de uma pedagogia integrada de competências e promotora da sua autonomia.

Vamos proceder à apresentação detalhada do estudo, começando por fazer a sua contextualização e apresentando depois a metodologia utilizada.

3. Contexto de intervenção 3.1. A Escola

O estudo que realizámos efetuou-se numa escola Básica e Secundária do Porto. Antigo liceu feminino, de fachada robusta, característica dos antigos liceus, a Escola foi recentemente alvo de intervenção pela Parque Escolar. A sua história remonta a 1948, altura em que foi criada no âmbito da Reforma que pretendia dar a prioridade ao ensino técnico, o qual visava dar resposta à crescente industrialização e à necessidade de mão-de-obra qualificada. Era inicialmente uma Escola Industrial feminina vocacionada para as especializações de Bordadeira. O Decreto-lei nº80/1985/86 põe, contudo, termo à sua tradição Industrial e transforma-a numa Escola Secundária. Em 1985/86, a

52

criação de um curso de técnico de Moda, que terminará em 1994/1995 devido, em parte, à criação dos cursos tecnológicos, está na origem de uma mais-valia que a Escola ainda hoje mantém - o gabinete de psicologia. No âmbito da requalificação do Parque Escolar, a Escola sofre alterações profundas num compromisso de harmonia do antigo com o moderno e, do ponto de vista físico e humano, a Escola oferece aos alunos espaços e apoios que os alunos frequentam com prazer, consoante a necessidade que têm ou a orientação que é dada pelo conselho de turma como o caminho mais adequado a cada caso em particular. Existem assim vários serviços ao dispor do aluno: - O Gabinete de Psicologia, para acompanhamento de casos especiais e de Orientação escolar, vocacionado para os alunos do 9º ano;

- Salas de estudo, onde os alunos poderão contar com a colaboração dos professores presentes para os orientar e estimular no seu estudo, prestar apoio individual ou a um grupo de alunos;

- Uma espaçosa e dinâmica biblioteca com espaços próprios orientados para a leitura e estudo individual, para trabalhos de grupo e para a utilização dos computadores. A equipa que nela trabalha promove e tem colaboração ativa nas mais diversas atividades, sobretudo no domínio do Português e da Matemática.

- Uma bolsa de professores tutores, pessoal e profissionalmente empenhados em levar a bom termo um trabalho com os alunos que apresentam insucesso escolar (nomeadamente casos de retenção repetida).

Para além destes espaços mais diretamente vocacionados para as aprendizagens, os alunos podem inscrever-se nos seguintes clubes: teatro, jornalismo, fotografia e dança. Existe ainda um núcleo dinamizado por professores e alunos da área da Saúde, o NIBES.

É uma escola frequentada por aproximadamente 1200 alunos distribuídos por 44 turmas. De realçar o funcionamento equitativo, no ano letivo 2012/2013 de Francês e Espanhol, com três turmas cada.

3.2. O corpo docente

Os dados fornecidos pela Escola no seu Projeto Educativo de 2009/2013 salientam um corpo docente estável, qualificado e com muitos anos de experiência, constituído por aproximadamente cento e nove professores, noventa e cinco dos quais pertencentes ao Quadro da Escola, três ao quadro da zona pedagógica e onze docentes contratados. A maioria dos professores

53

tem muita experiência de ensino Oitenta e cinco têm mais de dezanove anos, dezasseis têm mais de

dezanove anos e apenas oito professores com cinco ou menos anos de serviço.

3.2.1. Os alunos

O estudo efetuou-se numa das duas turmas do oitavo ano de Francês que lecionamos no ano letivo 2012/2013 e da qual já tínhamos sido professora no ano letivo anterior. Desde muito cedo se começou a manifestar a heterogeneidade existente nesta turma e a dificuldade de muitos em acompanhar o ritmo de aprendizagem que lhes era proposto. Preocupava-nos o risco desses alunos se distanciarem cada vez mais da possibilidade de atingirem as metas de aprendizagem definidas para o seu nível de ensino, o que inevitavelmente se agravaria no oitavo ano. Preocupava-nos ainda o risco de a desmotivação aumentar. Esta turma caracteriza-se por alguma dificuldade de respeito pelo próximo e pelas regras de trabalho conjunto. Isto fez com que os professores da turma evitassem dar- lhes voz, pedir-lhes opinião ou trabalhar em grupo.

Era grande o nosso desejo de fazer algo novo com esta turma, um terreno algo inexplorado, a fervilhar de potencialidades…um desafio. Era nossa intenção inverter a situação, pois queríamos alunos mais confiantes e que aprendessem a encontrar formas de ultrapassar as suas dificuldades.

A turma envolvida neste estudo era constituída por vinte e sete alunos, dos quais uma aluna repetente. Nalguns momentos do estudo apenas figuram vinte e seis alunos devido ao facto de uma aluna, por motivos de saúde, ter faltado muito durante o ano.

Trata-se de uma turma relativamente equilibrada quanto ao número de rapazes e raparigas que a constituem (14 raparigas e 13 rapazes) e quanto à média de idades, que é de 12,6 idade adequada ao ano em que se encontram. Dezasseis alunos dedicam-se a atividades de natureza extracurricular. Nove alunos praticam atividades desportivas na condição de federados, quatro alunas praticam ballet/dança, sete alunas estudam música e três alunos frequentam Institutos de Línguas.

Nesta turma existe um aluno inserido no Ensino Especial, apresentando muitas dificuldades de aprendizagem e de concentração.

Quanto a hábitos de estudo, no inquérito efetuado pela diretora de turma, no início do ano letivo e constante do projeto curricular de turma, dezanove alunos dizem estudar diariamente e os restantes, duas ou três vezes por semana. O quadro 1 apresenta os dados relativos ao

aproveitamento da turma, no terceiro período, com a indicação do número de alunos por nível.

54

Quadro 1: Aproveitamento da turma no 3º período do ano letivo 2011/2012

Como se pode verificar, a turma tem um bom nível de desempenho, embora aquém das expectativas dos professores que já os acompanhavam desde o 7º ano. Tal facto fica a dever-se, no entender do Conselho de Turma, à falta de concentração dos alunos, de hábitos de trabalho e de disciplina na participação das tarefas propostas, comportamentos que vão evoluindo positivamente ao longo do ano letivo, registando-se, a nível global uma boa evolução do desempenho dos alunos.

Quase todos os alunos têm aspirações a vir a exercer profissões de nível superior: vários desejam vir a ser médicos, advogados e engenheiros. Outras profissões como biólogo marinho, farmacêutica, criminologista, professor, cientista, escritor, jornalista, bailarina, fazem parte também dos sonhos de alguns alunos.

As expectativas dos alunos são geralmente elevadas, diríamos de acordo com o nível socioeconómico a que pertencem (cf. Quadro 2, habilitações literárias dos pais).

As disciplinas de Matemática, Inglês e Francês são, contudo, as que mais se ressentem pela percentagem de níveis negativos que apresentam. Queremos ajustar procedimentos, indagar e evoluir para contrariar esta “predisposição”. Por isso nos desafiámos e à turma, a esta experiência, respeitando os princípios normativos e de uma pedagogia para a autonomia.

DISCIPLINAS Nível 1 Nível 2 Nível 3 Nível 4 Nível 5 3º Período Língua Portuguesa 0 1 11 11 3 Inglês 0 6 6 7 7 Francês 0 5 11 5 5 História 0 1 8 15 2 Geografia 0 2 7 14 3 Matemática 1 10 8 6 1 Ciências Naturais 0 0 6 15 5 Fisico-Química 0 1 7 13 5 Educação Visual 0 1 17 5 3 Educação Tecnológica 0 0 0 14 12 Educação Artística 0 0 1 16 9 Educação Física 0 0 4 14 8

55

3.2.2. Os Pais

Neste item traçaremos o perfil dos pais quanto às suas habilitações académicas (cf. Quadro 2) e a sua situação face à profissão (Quadro 3).

Quadro 2: Habilitaçõs literárias dos Encarregados de educação

Poder-se-á constatar através da leitura do Quadro 2, que a maioria de pais e mães possui habilitações académicas superiores ao ensino básico, havendo um grupo considerável de pais e mães detentores de habilitações de grau superior. Não se regista discrepância entre as habilitações literárias de pais e mães. Verifica-se também que apenas um pai é analfabeto. Estes dados permitem percecionar um contexto de turma pertencente a uma classe média-alta.

Quanto à situação dos pais face à profissão, conclui-se, a partir da leitura do quadro 3, que a maioria dos pais e mães apresenta uma situação aparentemente estável face à profissão. Considerados de forma conjunta, desempregados e contratados a prazo, encontram-se em situação precária cinco pais e seis mães, o que não é, apesar de tudo, um valor muito significativo.

Habilitações literárias Pais Mães

Não sabe ler nem escrever 0 0

Sabe ler e escrever, mas não

concluiu o E.B. 1 0 4º Ano de escolaridade 1 2 6º Ano de escolaridade 1 1 9º Ano de escolaridade 2 2 Ensino Secundário 8 10 Ensino Médio 2 0 Ensino Superior 11 12 Total 26 27

56

Quadro 3: Situação dos pais face à profissão

Nota: Informação recolhida a partir dos dados fornecidos pela diretora de turma

3.3. A professora-investigadora

Em termos académicos, possuo o grau de licenciatura em Filologia Românica, obtido em 1979 pela Faculdade de Letras de Lisboa. O meu percurso profissional seria completado no biénio 1985/87 pelo modelo de estágio de profissionalização em exercício, e após onze anos de prática letiva. Embora durante grande parte da minha carreira, me tivesse dedicado ao ensino do Português e do Francês, nestes últimos anos, porém, uma relação afetiva cada vez mais forte se iria estabelecendo entre mim e a língua francesa. Era a circunstância de sentir a ameaça crescente de a língua francesa perder cada vez mais a sua voz, o que, embora me entristecendo um pouco, fez com que encarasse tal facto como um desafio, uma missão, que agarrei defender numa luta psicológica incansável, contra os augúrios da sua morte anunciada. Foi encarando o Francês nesta perspetiva, que me tornei, na minha Escola, a única professora a lecionar apenas Francês e de cujo grupo sou coordenadora há já vários anos.

Vem de longe, de facto, o meu gosto pela língua francesa. Sempre que pude, investi na prática da língua e na formação profissional para o ensino da mesma. Este percurso seria marcado pela primeira ida à França, aos vinte anos, para a frequência de um curso de verão de um mês, em Cap d’Ail, no sul de França; mais tarde, como professora e aproveitando as oportunidades de formação no âmbito do programa Comenius, promovidos pela Comunidade Europeia, frequentaria dois cursos com um intervalo de quatro anos - em Menton e em Montpellier. Para além destas situações, que contribuíram de forma muito significativa para o meu projeto pessoal de formação,

Situação dos pais face à profissão Nº Pais Nº Mães

Efetivos 15 19 Contratados a prazo 2 1 Desempregados 3 5 Reformados 1 0 Outros 3 2 Falecidos 2 ____ Total 26 27

57

consegui dinamizar, com sucesso, duas visitas de estudo a França para alunos do 9º ano o que constituiu mais uma oportunidade para mim, e para dar a conhecer aos alunos um pouco do país cuja língua estudaram. Para além destas oportunidades mais projetadas para um caráter formativo, muitas outras oportunidades tive, do ponto de vista pessoal, de conhecer a França e o seu património e de conhecer de uma forma próxima, durante dois anos, alguns detalhes de algumas estruturas do seu sistema de Saúde.

Atualmente, o estudo que faço para o mestrado em Supervisão Pedagógica e Ensino das Línguas Estrangeiras está a constituir, para mim, uma experiência de inegável valor pelo trabalho reflexivo a que obrigou, pelo trabalho colaborativo que promoveu, pelo novo olhar que permitiu sobre as práticas pedagógicas, pelo desenvolvimento pessoal e profissional que me proporcionou.

3.4. A amiga crítica

A amiga crítica pertence ao quadro da Escola onde se realiza este estudo, do grupo de recrutamento 330/430. Tem 47 anos e perfez 25 anos de serviço, quatro dos quais, ligada aos órgãos de direção de uma Escola Secundária de grandes dimensões.

É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, variante de Inglês e Alemão e mestre em Ciências da Educação, tendo concluído o mestrado em Supervisão em Ensino das Línguas Estrangeiras na Universidade do Minho. Ao longo dos anos fui observando que procura ser uma profissional responsável e competente, mobilizando esforços para se manter informada e atualizada em termos científicos e pedagógicos, no sentido de melhorar a sua prática docente e concretizar os seus objetivos individuais, definidos tendo em conta os documentos orientadores da escola, bem como a planificação delineada pelo Departamento de Línguas. Agindo em consonância com as metas definidas no Projeto Educativo da escola e com o intuito de melhorar e diversificar as metodologias de ensino/aprendizagem e tornar as aulas mais dinâmicas, usa novos recursos (escola virtual, manual virtual e outras tecnologias) e participa em iniciativas que lhe permitam conhecer novas abordagens dos conteúdos programáticos e validar a adoção de novas estratégias de trabalho.

Adequa as práticas à idade dos alunos, mobilizando e expandindo aprendizagens anteriores e favorecendo uma aprendizagem significativa (gradual, relevante e transferível). Procura identificar fatores de (in)sucesso e delinear abordagens promotoras do progresso de todos os alunos, recorrendo à diferenciação pedagógica sempre que possível e necessário. Utiliza materiais didáticos (relativos

Documentos relacionados