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6 Plano de trabalho

6.1 Metodologia

A metodologia adoptada na presente dissertação, teve como base a validação das coordenadas dos pontos de descarga nas linhas de água e/ou solo recorrendo ao software Quantum Gis ou Qgis 1.0.2, bem como a correcção das mesmas aquando da sua invalidação.

Para que fosse possível aplicar o software Qgis de modo a alcançar os objectivos da presente dissertação, o primeiro passo foi a construção de uma base de dados através da recolha de informação em formato papel, nomeadamente de processos disponíveis na ARH-Tejo e aos Títulos de Utilização dos Recursos Hídricos (TURH) através das licenças de descarga de águas residuais (emitidos desde 2005 a Junho de 2010), a qual compila informação da ARH Centro, ARH Alentejo e da ARH Tejo inclusive, ao Regime Económico e Financeiro, onde destacamos os dados de autocontrolo (dados a partir de Julho a Dezembro de 2008 e 2009), assim como informação disponível em formato digital, nomeadamente as Licenças Ambientais disponíveis no site da APA (APA, 2010) das explorações suinícolas localizadas na RH do Tejo e BH das ribeiras do Oeste.

Posteriormente foi necessário transformar e corrigir algumas coordenadas que não se encontravam no sistema nacional de coordenadas baseado na projecção de Gauss-Kruger, associado ao data Datum Lisboa (Dt Lx), embora o sistema de coordenadas nacional mais recente esteja associado ao Datum 73. Sendo assim, neste trabalho, recorremos a projecção do elipsóide de Hayford, posicionado pelo Dt Lx, conhecido pelo Sistema de Hayford-Gauss do Datum de Lisboa (HGLx) ou Hayford-Gauss Antigo.

É importante salientar que os erros mais comuns associados às coordenadas dividem-se em dois grupos: erros introduzidos pelo operador quando passa a informação da licença para a lista de dados e erros presentes na licença e produzidos pelo requerente (que inclui omissão de dados).

Os problemas detectados no primeiro ponto, prendem-se com o desconhecimento de qual o sistema de coordenadas da informação apresentada (na maior parte das vezes existia na licença informação sobre o sistema de coordenadas); transformação de coordenadas; não prestar atenção às unidades com que representam as coordenadas; não prestar atenção a qual

o separador decimal que está a ser usado na lista criada; trocar coordenadas X com Y; haver apenas disponível na licença a informação do parcelário. No segundo caso, o certo seria contactar o requerente para obter a localização correcta.

Desta forma, após a recolha de todos os dados relevantes para caracterizar as explorações de suinicultura na presente área de estudo, assim como a correcção das respectivas coordenadas, é possível então começar com a validação das mesmas através da aplicação do software Qgis.

O Qgis é um software Sig, e um dos seus objectivos é fornecer um visualizador de dados SIG. A primeira etapa a seguir consiste em criar uma pasta no C:\ e copiar para lá o ficheiro de projecto com os “layers” que pretendemos utilizar para atingir os objectivos da presente dissertação, assim como um ficheiro gravado em formato csv, com a informação que desejamos abordar e coordenadas, recorrendo à nossa base de dados.

Na Figura 6.2, está apresentado um esquema onde se torna mais clara a base de concepção de um projecto em Qgis:

De modo a excluir as coordenadas correctas e facilitar o nosso trabalho, a segunda etapa consiste em fazer uma interpolação (Plugins > Interpolation > Interpolation), entre os concelhos e coordenadas de descarga das explorações em estudo, sendo logo dada a informação se existem pontos de descarga que se encontram fora da área de estudo.

A terceira etapa é referente à possibilidade das coordenadas recolhidas não serem viáveis, mesmo após efectuada a correcção de possíveis erros. Sendo assim, é possível determinar as coordenadas correctas recorrendo à informação disponibilizada nos processos (nomeadamente a Freguesia ou localidade da exploração, ou ainda, o nome do meio receptor onde é efectuada a rejeição de efluentes) em conjunto com os respectivos cartogramas, onde seleccionamos o número da carta militar ou ortofotomapa que pretendemos visualizar (Figura 6.3).

Figura 6.3 - Carta militar 268

Ainda nesta fase, a solução para estes problemas passa também por recorrer à ferramenta Coordinate Capture (1. Plugins > Manage Plugins > Coordinate Capture; 2. View > Panels > Coordinate Capture; 3. Settings > Project Properties > CRS > escolher o sistema de coordenadas) onde vamos obter a coordenada do ponto de descarga das respectivas explorações em estudo.

A última etapa compreende a impressão dos mapas com a devida legenda, desta forma recorremos à ferramenta “Print Composer” que permite a personalização e ajuste de inúmeras propriedades de forma a optimizar o “layout” e a impressão, possibilita a adição de elementos tais como mapas, legendas, barras de escala, entre outros. Permite ainda modificar o tamanho da imagem, organizar elementos em grupos, posicionar cada elemento e ajustar várias propriedades para criar o nosso “layout” (Figura 6.4):

Figura 6.4 - Ferramenta "print composer"

O software utilizado na presente dissertação, revela-se bastante pertinente uma vez que é possível visualizar os resultados das coordenadas dos pontos de descarga, e aquando a sua inviabilização prosseguir com a correcção destas através de ferramentas do respectivo software, a fim de identificar as massas de água das várias categorias, destacando os rios, lagos, costeiras, transição e subterrâneas, afectadas pelas descargas provenientes das explorações da região hidrográfica e bacia hidrográfica em estudo.

Ao longo do desenvolvimento da presente dissertação, deparamo-nos com a existência de lacunas devido à falta de informação disponibilizada pelas ARH do Centro e Alentejo referente às áreas que passaram para jurisdição da ARH do Tejo, comprometendo desta forma o nosso objectivo principal de

caracterização das explorações suinícolas em toda a área da RH Tejo e BH das ribeiras do Oeste. Neste contexto, a nossa área de estudo incidiu principalmente sobre o NAP 10. Importa ainda referir que para alguns dos NAP inseridos na nossa região de estudo, verifica-se que já existem Protocolos de Cooperação no Âmbito da Despoluição de Bacias Hidrográficas, celebrados entre os Ministérios do Ambiente e do Ordenamento do Território e da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas e as Associações do sector da suinicultura, designadamente para as bacias hidrográficas do rio Lis, e dos rios Tornada, Real e Arnóia, abrangidos pelos NAP 8 e 9. Recentemente, surgiu uma dinâmica liderada pela Associação Livre de Suinicultores (ALIS) para a Península de Setúbal, inserida no NAP 11.

Assim sendo, e uma vez que os NAP 7 e 12 não possuem informação suficiente para analisar e caracterizar o sector suinícola, elegemos o NAP 10, que apresenta uma representatividade sectorial significativa, permitindo assim caracterizar detalhadamente as explorações suinícolas inseridas nesta área, tendo como base todos os dados recolhidos nos processos da ARH Tejo e na ENEAPAI e medidas de acção de modo a mitigar o impacte das pressões nas respectivas massas de água.