2 CAPÍTULO – CIDADE INTELIGENTE: UMA ORIENTAÇÃO À
3.1 SEÇÃO A – O SURGIMENTO DA PESQUISA
3.1.3 METODOLOGIA
A partir da temática abordada, “Cidades Inteligentes: Planejamento e Gestão para a Mobilidade Urbana”, esta pesquisa foi realizada conforme o método hipotéticodedutivo, recorrendo a procedimentos qualiquantitativos, em que se defende a identificação do problema e sua conjuntura, os quais serão explorados pela observação e experimentação.
Segundo Popper (2001), uma pesquisa dessa natureza parte da ideia de um problema para a observação cuidadosa, com hábil antecipação e intuição científica, chegando à dedução de consequências na forma de proposições passíveis de teste e que podem ser confirmadas ou revelar elementos falseadores da hipótese.
Esse método se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos, acerca da qual se formulam hipóteses e, pelo processo de inferências dedutivas, testase a predição da ocorrência de fenômenos abrangidos pela hipótese (MARCONI; LAKATOS, 2013).
para cidades inteligentes ainda é inexpressiva quando comparada às pesquisas exploradas pelas áreas de Administração, Ciências das Tecnologias e Informação, Engenharias, entre outras. Existe, portanto, uma lacuna na compreensão da temática que demanda a contribuição das ciências humanas e sociais aplicadas.
A metodologia da pesquisa foi estruturada em etapas sucessivas e conexas, e cada fase apresenta finalidade e método próprios, visando a melhor aplicação das técnicas, o que possibilitou um trabalho coordenado, conforme ilustra a Figura 62: Etapa 1 Conhecimento Prévio Definição do Tema Etapa 2 Problema e Conjuntura Definição do Problema e Objeto de Estudo Revisão TeóricoConceitual e Documental Formulação da Hipótese
Figura 62: Fluxograma de Etapas dos Caminhos Metodológicos. Fonte: COOPER E SCHINDLER, 2003. Org.: SILVA, 2021.
Detalhar os procedimentos utilizados é de suma importância, visto que são as etapas concretas da investigação e com finalidade mais estreita em termos de explicação geral. Assim, os caminhos metodológicos consistiram em:
Etapa 1: Conhecimento Prévio Definição do Tema
O tema é o conteúdo da sua área de interesse em pesquisar, desenvolver ou provar. Escolhêlo é eleger uma parcela do assunto, restringindoo e limitandoo para o desenvolvimento dos seus objetivos. Nesta pesquisa o tema escolhido foi a mobilidade urbana nas cidades inteligentes.
Etapa 2: Problema e Conjuntura
Revisão TeóricoConceitual e Documental
A revisão é essencial para compreender e aprofundar o tema definido. Neste item, o problema é contextualizado teoricamente e somado a referências documentais. Apesar de a cidade inteligente ser abordada em diferentes
Etapa 3 Procedimentos Metodológicos Definição de Dimensões, Variáveis e Indicadores Geração do Índice de Mobilidade Urbana Inteligente (IM!) Etapa 4 Resultados Análise dos Resultados Considerações Processos Estatísticos
Informação e Comunicação, Administração, Arquitetura, Geografia, entre outros), não é possível adotar simultaneamente todos os pontos de vista. Ainda assim, para esta pesquisa foram realizados levantamentos bibliográficos e documentais sobre o tema, com recortes da área supracitada.
Visto que a mobilidade é pouco explorada na cidade inteligente, houve dificuldade de encontrar teóricos que trabalham nesta perspectiva. No entanto, recorreuse a autores reconhecidos que tratam da cidade, dentre eles: Ballou (1993); Castells (2003); Castillo (2011); Corrêa (1997); Haesbaert (2002); Harvey (1992); Marx (2011); Moraes (1985); Novaes (2007); Perroux (1967); Pons e Reynés (2004); Raffestin (1993). A leitura deu suporte à empiria e permitiu compreender diferentes ângulos do tema, possibilitando a mediação entre suas perspectivas, numa visão holística.
Em seguida foi feita a revisão documental, que se caracteriza pela busca de documentos que possam ser usados como fonte de conhecimento. Esta revisão se assemelha à pesquisa teóricoconceitual, diferenciandose apenas pela natureza das fontes consultadas: anuários estatísticos e censos, legislações, atas de reunião, jornais, relatórios, arquivos e pareceres técnicos.
Utilizaramse leis, decretos e emendas constitucionais, tais como: (1) Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; (2) a Lei nº 10.257, de 10 de julho de 2001, que regulamenta os artigos 182 e 183 da Constituição Federal, estabelecendo diretrizes gerais da política urbana e outras providências; (3) A Lei Federal Nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012, que institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana.
Definição do Problema e Objeto de Estudo
Esta pesquisa situa o problema em que as cidades se colocam, perante a globalização da tecnologia e da informação, ao tentarem solucionar os seus problemas de saneamento básico, habitação, mobilidade, entre outros. Na busca incessante de vantagens socioespaciais, requeridas na nova economia, as cidades utilizam a legenda smart city sem ao menos entender o conceito ou ter essa vocação, e aperfeiçoam ajustes fiscais e espaciais para um modelo de
problema não está na cidade inteligente, mas no direcionamento que o planejamento e a gestão urbana tomam nessa perspectiva de desenvolvimento urbano.
Assim que as características plausíveis do problema estiverem esclarecidas e o objeto da pesquisa definido, é possível deduzir algumas indagações, tais como: o que é uma cidade inteligente? Quais são as características da mobilidade nela? Esta cidade é capaz de fornecer qualidade de vida às pessoas? A discussão teórica demonstrou se tratar de um tema importante e até mesmo estratégico, que ao longo das últimas duas décadas tem sido pauta no planejamento e na gestão de algumas cidades.
Com o intenso processo de globalização, acrescido dos problemas urbanos, várias cidades de países desenvolvidos iniciaram discussões sobre as possíveis alternativas para a mobilidade urbana, resultando em políticas de transportes e circulação que visam proporcionar o acesso amplo, eficaz e democrático ao espaço urbano. Se essa é uma perspectiva recente até mesmo em países desenvolvidos, de que forma a cidade inteligente está estruturada no que se refere à mobilidade urbana? Formulação da Hipótese A hipótese diz respeito ao que se espera descobrir quando forem feitas as análises propriamente organizadas da realidade. É a sentença que declara as relações entre os fenômenos e os conceitos.
O surgimento das cidades inteligentes ocorreu com a globalização da economia. Para obterem uma vantagem socioespacial requerida na nova economia, as cidades necessitaram recorrer a outros tipos de capital. Foi difundida a importância da produção científica que, junto com o apoio do Estado, propagou a tecnologia da informação e comunicação no mundo. Os espaços potenciais se estabeleceram e cresceram na produtividade de recursos humanos e tecnológicos, proporcionando o desenvolvimento local. Estes espaços foram
incessante de melhorias contínuas no seu processo de planejamento e gestão, tornandose um foco de observação e modelo para as cidades que procuram a competitividade da nova economia.
Nesse sentido, a hipótese é que no Brasil não há uma cidade inteligente em mobilidade urbana, mas sim cidades que possuem infraestrutura, ações e intervenções pontuais, ou seja, potencial para se aproximarem deste cenário que considera de forma prioritária os modos não motorizados (pedestres e ciclistas) e o transporte público coletivo.
Etapa 3: Procedimentos Metodológicos
Definição de Dimensões, Variáveis e Indicadores
Elaborase uma matriz de indicadores sob determinada hierarquia, que caracterizam a mobilidade urbana a partir das dimensões e variáveis, apresentados adiante, na Seção B.
Processos Estatísticos
Uma vez definida a hierarquia, os processos estatísticos compreendem as análises de proporção, relação, distribuição e normatização dos dados e classes de análise, apresentados na Seção C.
Geração do Índice de Mobilidade Urbana Inteligente – IM!
É a somatória dos resultados de cada uma das dimensões, portanto, se dá pela composição final do índice. Os resultados são organizados em planilhas eletrônicas, de modo a permitir o registro e a manipulação. A opção por implementar o método neste ambiente se deu por facilitar o acompanhamento do processo por técnicos e gestores, permitindo que eles reproduzam os procedimentos em situações posteriores. Assim é desnecessária a aquisição de softwares especializados para o desenvolvimento das atividades que constituem a metodologia utilizada.
Uma vez estruturado o IM!, conforme os critérios definidos, com os indicadores normatizados e agregados, os processos de cálculo e o
estabelecimento das classes de análise, esta etapa consiste na geração da ferramenta como instrumento de planejamento e gestão em mobilidade urbana para aquelas cidades brasileiras orientadas à cidade inteligente. Etapa 4: Resultados Análise dos Resultados A análise dos resultados tem dois objetivos: o primeiro é averiguar, por meio do IM!, de que forma a mobilidade urbana se estrutura no que se refere à cidade inteligente, e o segundo é elaborar uma síntese das suas principais fragilidades e potencialidades nas cidades brasileiras.
Finalmente, com esta análise é possível validar ou não a hipótese colocada e tecer as considerações finais, bem como as estratégias aplicadas no Brasil e no mundo.
3.2 SEÇÃO B – DETERMINAÇÃO DE DIMENSÕES, VARIÁVEIS E