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METODOLOGIA

No documento CIDADES INTELIGENTES: (páginas 181-187)

2  CAPÍTULO – CIDADE INTELIGENTE: UMA ORIENTAÇÃO À

3.1  SEÇÃO A – O SURGIMENTO DA PESQUISA

3.1.3  METODOLOGIA

A partir da temática abordada, “Cidades Inteligentes:  Planejamento  e  Gestão para a Mobilidade Urbana”,  esta  pesquisa  foi  realizada  conforme  o  método hipotético­dedutivo, recorrendo a procedimentos quali­quantitativos, em  que  se  defende  a  identificação  do  problema  e  sua  conjuntura,  os  quais  serão  explorados pela observação e experimentação.  

Segundo Popper (2001), uma pesquisa dessa natureza parte da ideia de  um  problema  para  a  observação  cuidadosa,  com  hábil  antecipação  e  intuição  científica,  chegando  à  dedução  de  consequências  na  forma  de  proposições  passíveis  de  teste  e  que  podem  ser  confirmadas  ou  revelar  elementos  falseadores da hipótese.  

Esse método se inicia pela percepção de uma lacuna nos conhecimentos,  acerca da qual se formulam hipóteses e, pelo processo de inferências dedutivas,  testa­se  a  predição  da  ocorrência  de  fenômenos  abrangidos  pela  hipótese  (MARCONI; LAKATOS, 2013).  

para cidades inteligentes ainda é inexpressiva quando comparada às pesquisas  exploradas  pelas  áreas  de  Administração,  Ciências  das  Tecnologias  e  Informação,  Engenharias,  entre  outras.  Existe,  portanto,  uma  lacuna  na  compreensão da temática que demanda a contribuição das ciências humanas e  sociais aplicadas. 

A  metodologia  da  pesquisa  foi  estruturada  em  etapas  sucessivas  e  conexas, e cada fase apresenta finalidade e método próprios, visando a melhor  aplicação  das  técnicas,  o  que  possibilitou  um  trabalho  coordenado,  conforme  ilustra a Figura 62:                                 Etapa 1  Conhecimento Prévio  Definição do Tema  Etapa 2  Problema e Conjuntura    Definição do Problema e  Objeto de Estudo  Revisão Teórico­Conceitual e  Documental   Formulação da Hipótese  

                            Figura 62: Fluxograma de Etapas dos Caminhos Metodológicos.  Fonte: COOPER E SCHINDLER, 2003. Org.: SILVA, 2021. 

Detalhar  os  procedimentos  utilizados  é  de  suma  importância,  visto  que  são  as  etapas  concretas  da  investigação  e  com  finalidade  mais  estreita  em  termos de explicação geral. Assim, os caminhos metodológicos consistiram em: 

Etapa 1: Conhecimento Prévio     Definição do Tema   

O tema é o conteúdo da sua área de interesse em pesquisar, desenvolver  ou  provar.  Escolhê­lo  é  eleger  uma  parcela  do  assunto,  restringindo­o  e  limitando­o para o desenvolvimento dos seus objetivos. Nesta pesquisa o tema  escolhido foi a mobilidade urbana nas cidades inteligentes.  

Etapa 2: Problema e Conjuntura 

  Revisão Teórico­Conceitual e Documental  

A  revisão  é  essencial  para  compreender  e  aprofundar  o  tema  definido.  Neste item, o problema é contextualizado teoricamente e somado a referências  documentais.  Apesar  de  a  cidade  inteligente  ser  abordada  em  diferentes 

Etapa 3  Procedimentos  Metodológicos    Definição de Dimensões, Variáveis e Indicadores    Geração do Índice de Mobilidade Urbana Inteligente (IM!)  Etapa 4  Resultados    Análise dos Resultados  Considerações  Processos Estatísticos 

Informação  e  Comunicação,  Administração,  Arquitetura,  Geografia,  entre  outros), não é possível adotar simultaneamente todos os pontos de vista. Ainda  assim,  para  esta  pesquisa  foram  realizados  levantamentos  bibliográficos  e  documentais sobre o tema, com recortes da área supracitada.  

Visto  que  a  mobilidade  é  pouco  explorada  na  cidade  inteligente,  houve  dificuldade de encontrar teóricos que trabalham nesta perspectiva. No entanto,  recorreu­se  a  autores  reconhecidos  que  tratam  da  cidade,  dentre  eles:  Ballou  (1993); Castells (2003); Castillo (2011); Corrêa (1997); Haesbaert (2002); Harvey  (1992);  Marx  (2011);  Moraes  (1985);  Novaes  (2007);  Perroux  (1967);  Pons  e  Reynés  (2004);  Raffestin  (1993).  A  leitura  deu  suporte  à  empiria  e  permitiu  compreender diferentes ângulos do tema, possibilitando a mediação entre suas  perspectivas, numa visão holística.  

Em seguida foi feita a revisão documental, que se caracteriza pela busca  de  documentos  que  possam  ser  usados  como  fonte  de  conhecimento.  Esta  revisão  se  assemelha  à  pesquisa  teórico­conceitual,  diferenciando­se  apenas  pela  natureza  das  fontes  consultadas:  anuários  estatísticos  e  censos,  legislações, atas de reunião, jornais, relatórios, arquivos e pareceres técnicos. 

Utilizaram­se  leis,  decretos  e  emendas  constitucionais,  tais  como:  (1)  Constituição da República Federativa do Brasil de 1988; (2) a Lei nº 10.257, de  10  de  julho  de  2001,  que  regulamenta  os  artigos  182  e  183  da  Constituição  Federal,  estabelecendo  diretrizes  gerais  da  política  urbana  e  outras  providências; (3) A Lei Federal Nº 12.587, de 3 de janeiro de 2012, que institui  as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana.  

  Definição do Problema e Objeto de Estudo 

Esta pesquisa situa o problema em que as cidades se colocam, perante a  globalização  da  tecnologia  e  da  informação,  ao  tentarem  solucionar  os  seus  problemas de saneamento básico, habitação, mobilidade, entre outros. Na busca  incessante  de  vantagens  socioespaciais,  requeridas  na  nova  economia,  as  cidades utilizam a legenda smart city sem ao menos entender o conceito ou ter  essa  vocação,  e  aperfeiçoam  ajustes  fiscais  e  espaciais  para  um  modelo  de 

problema  não  está  na  cidade  inteligente,  mas  no  direcionamento  que  o  planejamento e a gestão urbana tomam nessa perspectiva de desenvolvimento  urbano.  

Assim  que  as  características  plausíveis  do  problema  estiverem  esclarecidas  e  o  objeto  da  pesquisa  definido,  é  possível  deduzir  algumas  indagações,  tais  como:  o  que  é  uma  cidade  inteligente?  Quais  são  as  características da mobilidade nela? Esta cidade é capaz de fornecer qualidade  de  vida  às  pessoas?  A  discussão  teórica  demonstrou  se  tratar  de  um  tema  importante e até mesmo estratégico, que ao longo das últimas duas décadas tem  sido pauta no planejamento e na gestão de algumas cidades.  

Com  o  intenso  processo  de  globalização,  acrescido  dos  problemas  urbanos, várias cidades de países desenvolvidos iniciaram discussões sobre as  possíveis  alternativas  para  a  mobilidade  urbana,  resultando  em  políticas  de  transportes  e  circulação  que  visam  proporcionar  o  acesso  amplo,  eficaz  e  democrático ao espaço urbano.     Se essa é uma perspectiva recente até mesmo em países desenvolvidos,  de que forma a cidade inteligente está estruturada no que se refere à mobilidade  urbana?    Formulação da Hipótese  A hipótese diz respeito ao que se espera descobrir quando forem feitas  as análises propriamente organizadas da realidade.  É a sentença que declara  as relações entre os fenômenos e os conceitos. 

O  surgimento  das  cidades  inteligentes  ocorreu  com  a  globalização  da  economia.  Para  obterem  uma  vantagem  socioespacial  requerida  na  nova  economia,  as  cidades  necessitaram  recorrer  a  outros  tipos  de  capital.  Foi  difundida a importância da produção científica que, junto com o apoio do Estado,  propagou  a  tecnologia  da  informação  e  comunicação  no  mundo.  Os  espaços  potenciais se estabeleceram e cresceram na produtividade de recursos humanos  e tecnológicos, proporcionando  o desenvolvimento local. Estes espaços foram 

incessante de melhorias contínuas no seu processo de planejamento e gestão,  tornando­se um foco de observação e modelo para as cidades que procuram a  competitividade da nova economia.  

Nesse sentido, a hipótese é que no Brasil não há uma cidade inteligente  em  mobilidade  urbana,  mas  sim  cidades  que possuem  infraestrutura,  ações e  intervenções pontuais, ou seja, potencial para se aproximarem deste cenário que  considera de forma prioritária os modos não motorizados (pedestres e ciclistas)  e o transporte público coletivo.  

Etapa 3: Procedimentos Metodológicos 

  Definição de Dimensões, Variáveis e Indicadores 

  Elabora­se  uma  matriz  de  indicadores  sob  determinada  hierarquia,  que  caracterizam  a  mobilidade  urbana  a  partir  das  dimensões  e  variáveis,  apresentados adiante, na Seção B.  

  Processos Estatísticos  

Uma  vez  definida  a  hierarquia,  os  processos  estatísticos  compreendem  as  análises  de  proporção,  relação,  distribuição  e  normatização  dos  dados  e  classes de análise, apresentados na Seção C. 

  Geração do Índice de Mobilidade Urbana Inteligente – IM! 

É a somatória dos resultados de cada uma das dimensões, portanto, se  dá pela composição final do índice. Os resultados são organizados em planilhas  eletrônicas,  de  modo  a  permitir  o  registro  e  a  manipulação.  A  opção  por  implementar o método neste ambiente se deu por facilitar o acompanhamento  do  processo  por  técnicos  e  gestores,  permitindo  que  eles  reproduzam  os  procedimentos em situações posteriores. Assim é desnecessária a aquisição de  softwares especializados para o desenvolvimento das atividades que constituem  a metodologia utilizada.  

Uma  vez  estruturado  o  IM!,  conforme  os  critérios  definidos,  com  os  indicadores  normatizados  e  agregados,  os  processos  de  cálculo  e  o 

estabelecimento  das  classes  de  análise,  esta  etapa  consiste  na  geração  da  ferramenta como instrumento de planejamento e gestão em mobilidade urbana  para aquelas cidades brasileiras orientadas à cidade inteligente.   Etapa 4: Resultados    Análise dos Resultados  A análise dos resultados tem dois objetivos: o  primeiro é averiguar, por  meio do IM!, de que forma a mobilidade urbana se estrutura no que se refere à  cidade  inteligente,  e  o  segundo  é  elaborar  uma  síntese  das  suas  principais  fragilidades e potencialidades nas cidades brasileiras.  

Finalmente,  com  esta  análise  é  possível  validar  ou  não  a  hipótese  colocada e tecer as considerações finais, bem como as estratégias aplicadas no  Brasil e no mundo.  

3.2  SEÇÃO  B  –  DETERMINAÇÃO  DE  DIMENSÕES,  VARIÁVEIS  E 

No documento CIDADES INTELIGENTES: (páginas 181-187)