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4.2 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

4 METODOLOGIAS PROPOSTAS

4.2 METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE INVESTIMENTOS

Esta seção aborda de modo sucinto, alguns dos métodos principais de avaliação financeira para projetos de substituição de equipamentos. As metodologias a serem propostas para a avaliação do estudo de caso incorporam alguns destes métodos.

Para se proceder a quantificação dos benefícios econômicos gerados a partir de um sistema de iluminação energeticamente eficiente considera-se o custo inicial (basicamente: equipamentos, instalação e comissão) e de manutenção (custo de energia, manutenção e reposição dos equipamentos - lâmpadas, reatores, entre outros - e limpeza). O custo inicial compreende os aspectos necessários para produzir o sistema de iluminação. Já os custos de manutenção são aqueles que mantêm o sistema operando de maneira adequada. Do ponto de vista econômico, o objetivo maior é possibilitar a minimização dos custos de manutenção, viabilizando então o custeio do investimento realizado ao término de um determinado período de tempo (período de retorno).

Diversos são os métodos de avaliação de um investimento, sendo os principais: o método da Relação Custo-Benefício, do Valor Presente, do Valor Anual Uniforme

Equivalente, da Taxa Interna de Retorno e do Período de Retorno do Investimento. A seguir, cita-se a filosofia básica de cada um destes.

• Relação Custo-Benefício (RCB)

Este método apresenta o objetivo principal de qualquer investimento, ou seja, verificar se os custos são menores do que os benefícios. Por conseguinte, o investimento é viável para relações custo-benefício menores que 1.

• Método do Valor Anual Uniforme Equivalente (Vaue)

Basicamente, consiste em se determinar a série uniforme anual equivalente ao fluxo de caixa dos investimentos à Taxa Mínima de Atratividade (TMA), ou seja, achar a série uniforme equivalente a todos os custos e receitas para cada projeto fazendo uso da TMA.

• Método do Valor Presente (VP)

Este método tem como conceituação básica a equivalência monetária na data presente dos fluxos de caixa ocorrentes em datas diversas. A alternativa de investimento que apresentar o maior Valor Presente deve ser a escolhida. A TMA é a taxa para se trazer ao Valor Presente, ou seja, descontar o fluxo. Quando se promove a soma algébrica de todos os fluxos de caixa descontados para o instante t = 0, a uma taxa de juros /, tem-se o Valor Presente Líquido (VPL) descontado.

No Apêndice E (item II.3.5.2), incorpora algumas informações mais, a respeito deste método.

• Método da Taxa Interna de Retorno (TIR)

O objetivo deste método é calcular um valor de taxa que possibilite zerar o valor presente dos fluxos de caixa das alternativas. Investimentos com TIR maiores que a taxa mínima de atratividade (TMA) são considerados rentáveis, e portanto,

passíveis de análise. Pode-se entender a TMA como sendo um valor mínimo de taxa a partir da qual se considera a ocorrência de lucros.

• Período de Retorno do Investimento

Aqui se verifica o período a partir do qual o investimento começa a proporcionar lucros, possibilitando assim, a recuperação do capital aportado. Este período de tempo (t) é determinado quando no fluxo de caixa descontado, o valor presente descontado é igual a zero.

4.2.1 - Metodologias propostas

Devido a ser uma ferramenta amplamente disseminada no mercado, a avaliação técnico-econômica a ser adotada baseia-se no formato, premissas e metodologia definidas no “MANUAL para elaboração do programa de eficiência energética” S4, citado anteriormente na subseção 2.2.4 - Programas de fomento à eficiência energética nos diversos setores e segmentos do mercado -. Neste contexto, observa-se que o item: “Critérios para avaliação econômica dos projetos”, localizado à página 21 do Manual, se encontra reproduzido no APÊNDICE E. Desse modo, para a avaliação econômica do projeto de estudo de caso, dentre os diversos métodos anteriormente abordados, aplica-se neste trabalho o da

Relação Custo-Benefício, por ser a metodologia adotada no referido manual. Já para se determinar o período de recuperação do investimento, adota-se o método de Período de Retorno do Investimento conjugado com o do Valor Presente Líquido

Outro ponto importante a destacar do manual, é que este relaciona e conceitua os tipos de projetos passíveis de serem adotados pelas distribuidoras, a saber:

Comercial/Serviços;

64 Conforme já citado a Resolução Aneel n° 492, de 3 de setembro de 2002, estabelece os critérios para aplicação de recursos em Programas de Eficiência Energética - PEE, por parte das empresas concessionárias e permissionárias do serviço público de distribuição. Nesse âmbito, o manual em tela foi aprovado no Artigo 8o, devendo ser adotado por essas empresas para a elaboração de seus programas. Ressalta-se que, inicialmente concebidos para o ciclo 2002/2003 - resolução e manual - , foram validados também para o ciclo seguinte (2003/2004).

- Educação;

- Gestão Energética Municipal; - Iluminação Pública; - Industrial; - Poderes Públicos; - Residencial; - Rural; - Serviços Públicos; e

- Aquecimento Solar para substituição do Chuveiro Elétrico (ANEEL,

2 0 0 2a, p. 16).

A abordagem específica do item f) Poderes Públicos, define-o como

[...] projeto em instalações de grande, médio e pequeno porte, de responsabilidade de pessoa jurídica de direito público, com ações de combate ao desperdício e eficientização de equipamentos (ANEEU, 2002,

P 17).

É a partir dessa definição, que se verifica o enquadramento de projetos de eficientização energética em instituições de ensino público, inserindo-se neste contexto instalações como as da Universidade de Brasília.

Importante enfatizar que o manual informa que somente são aceitos como projetos, envolvendo eficientização aqueles acompanhados da avaliação preliminar (pré-diagnóstico).

Projetos no âmbito dessas instituições têm sido atualmente contemplados nos programas (PEEs) das distribuidoras de energia elétrica. Observa-se à luz de um enfoque meramente financeiro, que este tipo de projeto deveria receber melhor atenção por parte das distribuidoras. Consoante Costa (2004), historicamente os órgãos da administração pública (e neste contexto estão as instituições de ensino), geralmente têm dificuldades orçamentárias, o que resulta em inadimplência, inclusive para com o pagamento de suas faturas de energia. Assim, a distribuidora ao reduzir o consumo nesses locais, tem retorno direto pela minimização dos custos dessa inadimplência.

A apresentação do projeto de eficientização no capítulo de estudo de caso, orienta-se, basicamente pelo que o manual estabelece à sua seção: “Roteiros básicos para elaboração de projetos”, mais especificamente o que está preconizado para projetos do tipo “Poderes Públicos”. O APÊNDICE E apresenta esse roteiro (ANEEL, 2002a, p. 59).

Fica, então, a expectativa da sinalização, segundo esta metodologia, para o projeto tratado no capítulo seguinte.

4.2.2 - Considerações

Face às considerações elencadas, vislumbra-se que se tenha justificado a adoção neste trabalho do que está preconizado no referido manual. Desse modo, almeja- se que o resultado a ser obtido na avaliação do projeto, sirva de algum modo, como sinalização para a atratividade de se implementar projetos semelhantes.