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5.9 O SISTEMA DE MEDIÇÃO E MONITORAMENTO

5 ESTUDO DE CASO

5.9 O SISTEMA DE MEDIÇÃO E MONITORAMENTO

Como parte da pesquisa de Mestrado supracitada, foram instalados e avaliados em tempos distintos no complexo da Faculdade de Tecnologia dois sistemas de medição e monitoramento. Em função das avaliações positivas que um terceiro sistema implantado em outras unidades havia obtido, o mesmo foi eleito como padrão a ser adotado em todo o campus, sendo então posteriormente implantado na FT, estando atualmente em operação. Dessa asserção, os dados de medição compreendem dois momentos, os quais são descritos na seqüência.

Período I

A instalação do sistema ocorreu em julho de 2002, sendo substituído em setembro do ano seguinte.

=> Ponto de Medição

A medição de energia nesse complexo de edificações foi instalada em cada um dos quatro pontos supridores, conforme citado anteriormente.

As grandezas amostradas nesses pontos foram as seguintes:

- Tensão (Volts - V). Obtida diretamente do secundário dos transformadores (barramento de baixa tensão). Devido ao fato de o nível de tensão no barramento ser compatível com a faixa do

equipamento medidor, não se fez necessária a presença de transdutores (transformadores de tensão - TPs);

- Corrente elétrica (Ampére - A). Em face da ordem de grandeza, fez- se necessária à instalação de transdutores específicos, ou seja, transformadores de corrente (TCs), tipo janela, com relação de transformação de 600/5A.

O sistema de monitoração é da Analo Sistemas de Informação de Energia. Já a medição ocorreu a partir do medidor digital trifásico do tipo concessionária, de fabricação Nansen.

De acordo com as medições realizadas neste sistema, a seguir apresenta-se a curva de carga típica do complexo da FT para um dia útil. Pode-se observar que o alimentador onde se encontra instalado a medição FT-Geral, é o principal supridor de energia deste complexo, sendo o perfil diário praticamente ditado pelas cargas alimentadas pelo mesmo.

Gráfico 5.5: Curva de carga típica da FT - dia útil. Período II

Em setembro de 2003, se instalou um novo sistema, o qual em relação à configuração anterior teve como alteração apenas a troca do sistema de medição e de monitoramento. Os pontos de medição foram mantidos em relação ao sistema da Analo.

Figura 5.7: Medição FT_Geral - Medidor CCK.

5 .1 0 -CO NCLUSÕ ES

Dentro do projeto da UnB de promover eficientização energética em seu campus universitário e, nesse contexto promover pesquisa acadêmica, foram implementadas várias ações, as quais estão em consonância com as necessidades preconizadas para a implementação de um plano de M&V. Dessa asserção foram implementados, dentre outros: auditoria energética, levantamento de cargas e, medição e monitoramento.

A auditoria energética considerou como elementos passíveis de sofrer modernização, os sistemas de iluminação de ambientes e os sistemas de aquecimento de água (chuveiros elétricos), o que equivale atualmente a uma carga total instalada da ordem de 2.845,0 MW.

Em se implementando a modernização em todas as edificações alvo, a estimativa da nova carga instalada para os sistemas em questão é de aproximadamente

1.378,2 MW, o que corresponde a uma economia de 1.466,8 MW, ou seja, 51,56%.

Com respeito ao projeto piloto de eficientização do sistema de iluminação no complexo da Faculdade de Tecnologia, os números obtidos para a economia que sua implantação tem a proporcionar, segundo as premissas e metodologias

consideradas, sao os seguintes: redução da potência instalada em iluminação da ordem de 39,0% (39,23 kW), e a redução do consumo anual em 39,12% (56,87 MWh).

A metodologia adotada para sua avaliação econômica, a qual é a mesma que as distribuidoras fazem uso para que seus projetos sejam analisados pela Aneel, utiliza o critério da Relação custo-benefício (RCB), na qual o índice dos projetos no âmbito do que se apresentou deve ser menor ou igual a 0,85.

A RCB obtida no projeto, em se considerando a demanda média retirada da ponta, foi de 1,39. Os valores finais anualizados de R$ 16.907,41 e R$ 12.206,62, relativos ao custo e benefício, respectivamente.

Para o entendimento de que a demanda a ser retirada da ponta é o valor máximo e não o médio, a RCB obtida foi de 0,76, com R$ 16.907,41 e R$ 22.206,70,

respectivamente, para o custo e benefício anualizados.

Verifica-se para instalações, tais como o complexo da Faculdade de Tecnologia, normalmente em função do perfil de funcionamento diário ocorre redução da carga na ponta, obtendo-se por conseqüência menor benefício econômico gerado neste período. Uma vez que o montante de carga a retirar é menor, de certo modo, mesmo em pequena proporção, reflete no índice de RCB.

Deste modo, segundo os critérios da metodologia, o projeto não seria viável em se considerando a retirada de potência pela média de uso na ponta. Já se for considerada a retirada da demanda máxima neste período tarifário, a sinalização seria da viabilidade do mesmo.

Este resultado possibilita o entendimento de que a metodologia incentiva a apresentação de projetos que possibilitem retiradas expressivas de carga no horário de ponta.

Vislumbra-se que as distribuidoras ao terem condições de adquirir os equipamentos e materiais utilizados em seus projetos a preços mais atrativos, face à escala de compra, seja questão a corroborar na consecução da meta.

Verifica-se também que esta metodologia não considera a retirada da demanda nos períodos fora de ponta, o que resulta em benefícios econômicos apurados um pouco inferiores.

Avaliou também o período em que o investimento proporciona o retorno do capital, utilizando-se para tal, o fluxo de caixa acumulativo. Para as situações verificadas, aquela em que se considera a demanda máxima retirada da ponta e a incidência da alíquota de ICMS, que maximizam as receitas, se mostrou como a mais atrativa, ou seja, com menor tempo de retorno.

Dentro das limitações desta pesquisa, avalia-se como positiva a consecução deste estudo de caso, pois além de possibilitar a aplicação de preceitos do Protocolo de M&V, possibilitou ainda, a formação de senso crítico acerca de uma metodologia que vem sendo utilizada na aprovação de projetos de eficientização.