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2.4 Gerenciamento de Projetos (GP)

2.4.4 Metodologias de Projetos

De acordo com Müller Neto (2009), existem duas principais abordagens de metodologias de Gestão de Projetos: tradicionais e ágeis. Estas possuem os mesmos objetivos e metas, porém trabalham de maneiras distintas.

Metodologia tradicional: É o método mais utilizado; permite a comparação e repetição com dados obtidos do passado (devido à padronização proporcionada pelo processo e guiado pela sensibilidade que indica que variações durante a execução do processo, podem ser identificadas e solucionadas, através do refinamento e mensuração do mesmo); obtém a melhoria da capacidade do processo, através da padronização, medição e controle do projeto; recebe o nome de pesado, pois possui um grande tamanho e traz consigo uma grande dificuldade de implementação; permite a seleção entre vários tipos

de ciclos de desenvolvimento (cascata, espiral ou iterativo); arquitetura focada na reutilização, reduzindo a quantidade de retrabalho, com isso, incentiva o crescimento da produtividade; pode ser utilizado em vários projetos, desde que os requisitos do mesmo não sejam muito voláteis (MÜLLER NETO, 2009). Dentre as metodologias de gerência de projetos tradicionais, têm-se o Guia PMBOK® e Rational Unified Process (RUP). O PMBOK® é um conjunto de processos e áreas de conhecimento, que são aceitos como as melhores práticas no âmbito da disciplina de Gerenciamento de Projetos. Os processos estruturam em cinco grupos básicos conhecidos como grupos de processos: iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle, e encerramento. Estes grupos de processos compreendem os processos de gestão de 42 atividades ao longo do ciclo de vida de um projeto. Estes processos de gestão incluem as ferramentas e técnicas utilizadas para a aplicação de conhecimentos e competências descritas nas dez áreas de conhecimento, ou seja, gerenciamento de integração, escopo, tempo, custos, qualidade, recursos humanos, comunicação, risco, aquisições e partes interessadas.

O Rational Unified Process (RUP) é um processo de engenharia de software, destinado a orientar as organizações de desenvolvimento de software em seus esforços, para criar um

software consistente. De acordo com o RUP, o tempo de vida de um sistema é descrito

como um número finito de ciclos de desenvolvimento. Cada ciclo de desenvolvimento é dividido em quatro fases do projeto: Iniciação, Elaboração, Construção e Transição. As fases, por sua vez, são divididas em tarefas e subtarefas, dependendo das necessidades e tamanho do projeto (KRUCHTEN, 2004).

Metodologia Ágil: surgiram em oposição às chamadas metodologias pesadas (metodologias tradicionais), como uma alternativa para se adaptar ao contexto do mercado atual, que exige resultados cada vez mais rápidos, para atender às necessidades dos clientes, sob condições de constantes mudanças e incertezas (MÜLLER NETO, 2009). A natureza do método ágil de Gestão de Projetos está em responder de forma mais rápida e menos custosa às mudanças de requisitos ocasionadas pelos clientes ou ambientes, no aumento da confiança na equipe de desenvolvimento e na entrega de versões ao cliente. Os métodos ágeis se adaptam aos novos fatores que surgem durante o desenvolvimento do projeto. O diferencial desta metodologia está focado na forma em como recebem, avaliam e respondem às mudanças (COCKBURN e HIGHSMITH,

2001). Existem várias metodologias ágeis na literatura, tais como Agile Project

Management(APM), Extreme Programming (XP) e Scrum.

Agile Project Management é um conjunto de valores, princípios e práticas que auxiliam a

equipe do projeto a entregar produtos ou serviços em um ambiente complexo, instável e desafiante. No APM, constrói-se produtos de modo ágil e adaptável, a partir da criação de equipes de desenvolvimento com as mesmas características (HIGHSMITH, 2004). Para Cockburn e Highsmith (2001), o APM tem como principais objetivos: favorecer a exploração e a cultura adaptativa; permitir a exploração e a autodisciplina; promover a confiabilidade e a consistência possíveis; ser flexível e facilmente adaptável; permitir visibilidade ao longo do processo; incorporar o aprendizado; englobar as práticas específicas de cada fase; prover pontos de verificação. Ainda para estes autores, esta metodologia é composta pelas seguintes fases: Visão; Especulação; Exploração; Adaptação; Encerramento.

Outra metodologia ágil é o Extreme Programming (XP). Para Kent Beck (2000), criador da metodologia, Extreme Programming usa times integrados de programadores, clientes, e gerentes para desenvolver softwares de alta qualidade em alta velocidade. Para Müller Neto (2009), O XP é uma disciplina de desenvolvimento de software baseada nos seguintes valores: comunicação, simplicidade, feedback e coragem. Segundo Jefries, Anderson e Hendrickson (2001), esta metodologia reúne um conjunto de práticas de desenvolvimento de software já testadas, que quando estimuladas as sinergias entre elas, gerarão grandes melhorias em produtividade global e satisfação do cliente. De acordo com Bahrudin et al. (2014) há quatro atividades básicas em XP para o processo de desenvolvimento de software: Codificação, Testes, Escuta e Concepção. Essas quatro atividades básicas são implementadas usando práticas tradicionais de engenharia de

software, no entanto, incorpora e incentiva valores da XP.

Por fim, tem o Scrum. A utilização do Scrum permite desenvolver projetos bem mais adaptados à nova realidade das organizações de forma rápida. Geralmente, os projetos que utilizam o Scrum são complexos e imprevisíveis. Seu foco está voltado em descobrir uma forma que os membros da equipe trabalhem para produzir um software flexível em um ambiente de constantes mudanças. Tem-se como características do Scrum:

Aplicabilidade; Flexibilidade dos resultados e prazos; Times pequenos; Revisões frequentes; Colaboração; Orientação a objetos (SCHWABER, 2004).

Adicionalmente, Patah e Carvalho (2012) afirmam a existência de vários conjuntos de modelos de métodos de Gerenciamento de Projetos, para utilização por profissionais e organizações, a fim de melhor gerenciar seus projetos, tais como mostra o Quadro 2.4.

Quadro 2.4 - Principais associações de gerenciamento de projetos, conjuntos de métodos e características Instituto Conjunto de Métodos País de Origem Características International Project Management Association (IPMA) ICB – IPMA Competence Baseline União Europeia

Estruturado por competências que o projeto necessita desenvolver, divididas em: contextuais, comportamentais e técnicas Australian Institute of Project Management (AIPM) AIPM – Professional Competency

Standards for Project Management

Austrália

Este documento, publicado pelo instituto australiano de projetos, é bastante similar em sua estrutura ao PMBOK®, dividido por áreas de conhecimento

Association for Project Management (APM)

APM Body of

Knowledge Reino Unido

Um dos mais completos conjuntos de métodos, este documento apresenta conteúdos relacionados a projetos, valor, escritório de projetos e aspectos estratégicos da gestão de projetos Office of Government Commerce (OGC) Projects In Controlled Environments (PRINCE2) Reino Unido

Conjunto de métodos estruturado por etapas de um projeto e nas atividades a serem conduzidas pela equipe de gestão do mesmo

Japan Project Management Forum (JPMF)

ENAA Model Form- International Contract for Process Plant Construction

Japão

O documento tem um enfoque muito grande nos aspectos contratuais de um projeto International Organization for Standardization (ISO) ISO 10006:2003 Quality management systems Suíça

Reúne diretrizes que devem ser usadas para manter a qualidade em projetos Fonte: Adaptado de Patah e Carvalho (2012)