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Modelagem de equações estruturais (PLS): Modelo 1

No documento FATORES DETERMINANTES DA INOVAÇÃO DISRUPTIVA (páginas 140-148)

3 METODOLOGIA

3.5 Modelo teórico-analítico e hipóteses

3.5.1 Modelagem de equações estruturais (PLS): Modelo 1

Na análise do modelo de mensuração são verificadas a validade convergente, a validade discriminante e a confiabilidade dos construtos. A validade convergente garante que os indicadores de um construto estão correlacionados o suficiente para medir o conceito latente. A validade discriminante verifica se os construtos medem efetivamente diferentes aspectos do fenômeno de interesse. A confiabilidade revela a consistência das medidas em mensurar o conceito que pretendem medir.

No intuito de testar a validade convergente dos construtos, foram utilizados o critério e os percentuais citados na Seção 4.2. Também se encontram ali as medidas utilizadas para mensurar a confiabilidade e a dimensionalidade dos construtos.

Para a validade discriminante foi utilizado novamente o critério de Fornell et al. (1981, apud da Costa, 2012), que garante a validade discriminante quando a variância extraída (AVE) de um construto não for menor que a variância compartilhada desse construto com os demais.

O método Bootstrap é utilizado para calcular os intervalos de confiança para os pesos do modelo de mensuração, fornecendo informações sobre a variabilidade dos parâmetros estimados, provendo assim uma importante validação dos resultados (DA COSTA, 2012, p. 7).

A TAB. 7 apresenta os pesos, as cargas fatoriais e as comunalidades do modelo de mensuração inicial. Dessa forma, pode-se destacar que os indicadores Políticas Públicas e Concentrações Inovativas e os itens ME_4 (“Fator de

contribuição para inovação: Tamanho do mercado”) e AP_1 (“Sua empresa lucrou mais com os produtos/serviços inovadores do que as empresas concorrentes”) apresentaram pesos não significativos e por esse motivo foram excluídos do modelo. Porém, devido à sua importância teórica, as Políticas Públicas são resgatadas depois nos Modelos Estruturais. Após a exclusão desses indicadores e itens, foi ajustado o modelo de mensuração final, apresentado na TAB. 8, mais adiante. Dessa forma, pode-se ressaltar, com base no modelo final de mensuração, que:

 todos os itens apresentaram cargas fatoriais acima de 0,50;

 avaliando os intervalos de confiança (I.C. – 95%), nota-se que todos os pesos são significativos, o que confirma a importância de todos os itens para refletirem o indicador que representará o construto.

Tabela 7 - Modelo de mensuração inicial - Primeiro Modelo

(Continua)

CONSTRUCTO ITENS PESO (α) IC - 95% ¹ VALOR-P C.F.² COM.³

Fatores Externos Sistema de Ensino 0,83 [0,34; 1,04] 0,000 *** 0,95 0,90 Políticas Públicas 0,34 [-0,23; 0,84] 0,183 - 0,62 0,39 Fatores Internos Organização 0,31 [0,17; 0,42] 0,000 *** 0,75 0,57 Cultura 0,32 [0,18; 0,45] 0,000 *** 0,78 0,60 Patentes 0,34 [0,19; 0,49] 0,000 *** 0,65 0,42 Empreendedorismo 0,23 [0,02; 0,42] 0,030 ** 0,50 0,25 Recursos 0,29 [0,12; 0,43] 0,000 *** 0,65 0,43 Mercado ME_1 0,65 [0,37; 0,84] 0,000 *** 0,86 0,73 ME_2 0,47 [-0,03; 0,67] 0,007 ** 0,67 0,45 ME_4 0,26 [-0,22; 0,69] 0,248 - 0,49 0,24 Atuação em Rede Concentrações Inovativas 0,20 [-0,16; 0,55] 0,242 - 0,31 0,09 Rede Vertical 0,39 [0,2; 0,56] 0,000 *** 0,77 0,59 Aliança Horizontal 0,71 [0,43; 0,88] 0,000 *** 0,90 0,80 Estratégia Tecnológica e de Negócio ETN_1 0,23 [0,09; 0,36] 0,000 *** 0,54 0,29 ETN_2 0,24 [0,08; 0,41] 0,002 *** 0,62 0,38 ETN_3 0,39 [0,24; 0,55] 0,000 *** 0,77 0,59 ETN_4 0,34 [0,19; 0,46] 0,000 *** 0,75 0,57 ETN_5 0,26 [0,07; 0,39] 0,001 *** 0,70 0,49 Inovação Disruptiva ID_1 0,21 [0,14; 0,3] 0,000 *** 0,82 0,67 ID_2 0,22 [0,15; 0,31] 0,000 *** 0,81 0,65 ID_3 0,18 [0,09; 0,26] 0,000 *** 0,80 0,64 ID_4 0,24 [0,16; 0,31] 0,000 *** 0,81 0,65 ID_5 0,21 [0,14; 0,28] 0,000 *** 0,85 0,73 ID_6 0,21 [0,12; 0,31] 0,000 *** 0,62 0,39

Tabela 7 - Modelo de mensuração inicial - Primeiro Modelo

(Conclusão)

CONSTRUCTO ITENS PESO (α) IC - 95% ¹ VALOR-P C.F.² COM.³

Apropriabilidade

AP_1 0,29 [-0,09; 0,56] 0,061 * 0,51 0,26

AP_2 0,45 [0,24; 0,61] 0,000 *** 0,81 0,66

AP_3 0,57 [0,41; 0,75] 0,000 *** 0,85 0,72

¹ Validação bootstrap; ² Carga Fatorial; ³ Comunalidade; (***) Significativo ao nível de 1%; (**) Significativo ao nível de 5%; (*) Significativo ao nível de 10%.

Fonte: Dados da pesquisa.

Tabela 8 - Modelo de mensuração final – Primeiro Modelo

CONSTRUCTO ITENS PESO (α) IC - 95% ¹ VALOR-P C.F.² COM.³

Fatores Externos Sistema de Ensino 1,00 - 0,000 *** 1,00 1,00

Políticas Públicas4 - - - - - - Fatores Internos Organização 0,32 [0,17; 0,44] 0,000 *** 0,75 0,57 Cultura 0,31 [0,16; 0,46] 0,000 *** 0,77 0,60 Patentes 0,33 [0,18; 0,49] 0,000 *** 0,65 0,42 Empreendedorismo 0,26 [0,04; 0,48] 0,019 ** 0,52 0,27 Recursos 0,27 [0,11; 0,43] 0,000 *** 0,64 0,41 Mercado ME_1 0,73 [0,5; 0,97] 0,000 *** 0,87 0,75 ME_2 0,52 [0,09; 0,75] 0,001 *** 0,72 0,51 ME_4 - - - - Atuação em Rede Concentrações Inovativas - - - - Rede Vertical 0,41 [0,2; 0,57] 0,000 *** 0,76 0,58 Aliança Horizontal 0,74 [0,59; 0,91] 0,000 *** 0,93 0,87 Estratégia Tecnológica e de Negócio ETN_1 0,23 [0,1; 0,36] 0,002 *** 0,54 0,29 ETN_2 0,24 [0,07; 0,39] 0,003 *** 0,62 0,38 ETN_3 0,38 [0,24; 0,51] 0,000 *** 0,76 0,58 ETN_4 0,34 [0,2; 0,47] 0,000 *** 0,76 0,57 ETN_5 0,27 [0,12; 0,39] 0,000 *** 0,71 0,50 Inovação Disruptiva ID_1 0,22 [0,14; 0,31] 0,000 *** 0,82 0,67 ID_2 0,22 [0,14; 0,3] 0,000 *** 0,80 0,65 ID_3 0,18 [0,09; 0,26] 0,000 *** 0,80 0,64 ID_4 0,24 [0,17; 0,32] 0,000 *** 0,81 0,66 ID_5 0,22 [0,14; 0,28] 0,000 *** 0,86 0,73 ID_6 0,20 [0,1; 0,3] 0,000 *** 0,61 0,38 Apropriabilidade AP_1 - - - - AP_2 0,50 [0,23; 0,67] 0,000 *** 0,82 0,68 AP_3 0,66 [0,49; 0,9] 0,000 *** 0,90 0,82

¹ Validação bootstrap; ² Carga Fatorial; ³ Comunalidade; 4 Resgatado depois no modelo de

equações estruturais; (***) Significativo ao nível de 1%; (**) Significativo ao nível de 5%; (*) Significativo ao nível de 10%.

A TAB. 9 apresenta a análise da validade convergente, validade discriminante, dimensionalidade e a confiabilidade dos construtos do modelo de mensuração final. Portanto pode-se destacar que nem todos os construtos apresentaram os índices de confiabilidade A.C. acima de 0,70, porém todos apresentaram os índices de confiabilidade C.C. acima de 0,70, evidenciando assim a confiabilidade dos construtos.

Além disso, observa-se que todos os construtos foram unidimensionais e apresentaram AVE superior a 0,40, indicando validação convergente. De acordo com o critério proposto por Fornell et al. (1981, apud da Costa, 2012), houve validação discriminante para os construtos analisados, uma vez que as variâncias compartilhadas foram menores que as AVEs.

Tabela 9 - Validação do modelo de mensuração - Primeiro Modelo

CONSTRUTOS ITENS A.C.¹ C.C.² DIM³ AVE4 VARIÂNCIA COMPARTILHADA

1 2 3 4 5 6 1-Fatores Externos 1 1,00 1,00 1 1,00 1 2- Fatores Internos 5 0,69 0,80 1 0,45 0,09 1 3-Mercado 2 0,43 0,78 1 0,63 0,02 0,05 1 4-Atuação em Rede 2 0,64 0,85 1 0,72 0,19 0,09 0,05 1 5-Estratégia Tecnológica e de Negócio 5 0,71 0,81 1 0,47 0,00 0,18 0,13 0,07 1 6-Inovação Disruptiva 6 0,88 0,91 1 0,62 0,02 0,19 0,10 0,06 0,22 1 7-Apropriabilidade 2 0,67 0,86 1 0,75 0,02 0,05 0,09 0,13 0,11 0,12

¹ Alfa de Cronbach, ² Confiabilidade Composta, ³ Dimensionalidade, 4 Variância Extraída Fonte: Dados da pesquisa.

A SEM (Structural Equations Modeling), Modelagem de Equações Estruturais, constitui “uma extensão de diversas técnicas multivariadas” (HAIR et al., 2005, p. 465), em especial da regressão múltipla e da análise fatorial. Uma vez que examina várias relações de dependência de forma simultânea, essa modelagem tem utilidade quando uma variável dependente passa a ser independente em relações seguintes.

A aplicação do modelo ocorreu conforme expõe da Costa (2012, p. 8, com base em Monecke et al., 2012):

O modelo de mensuração e o modelo de regressão são realizados utilizando o método PLS (Partial Least Square). Modelos de Equações Estruturais (SEM) são muito populares em muitas disciplinas, sendo a abordagem PLS (Partial Least Square) uma alternativa à abordagem tradicional baseada na covariância. A abordagem PLS tem sido referida como uma técnica de modelagem suave, com o mínimo de demanda, ao se considerar as escalas de medidas, o tamanho amostral e distribuições residuais.

Os R2 foram calculados para a verificação da qualidade dos ajustes. “Os R2 avaliam a porção da variância das variáveis endógenas, que é explicada pelo modelo estrutural. Indica a qualidade do modelo ajustado” (RINGLE et al., 2014, p. 67).

De acordo com os resultados apresentados na TAB. 10 e na FIG. 2, pode-se ressaltar que:

Em relação aos Fatores Internos

• Observa-se influência significativa (p-valor=0,005) e positiva (β=0,297 [0,14; 0,48]) dos Fatores Externos sobre os Fatores Internos.

Em relação à Atuação em Rede

• Observa-se influência significativa (valor-p=0,005) e positiva (β=0,300 [0,14; 0,50]) dos Fatores Internos sobre a Atuação em Rede.

Em relação à Estratégia Tecnológica e de Negócio

• Observa-se influência significativa (valor-p=0,000) e positiva (β=0,360 [0,19; 0,52]) dos Fatores Internos sobre a Estratégia Tecnológica e de Negócio.

• Observa-se influência significativa (valor-p=0,004) e positiva (β=0,282 [0,16; 0,44]) do Mercado sobre a Estratégia Tecnológica e de Negócio.

Em relação à Inovação Disruptiva

• Observa-se influência significativa (valor-p=0,000) e positiva (β=0,470 [0,31; 0,67]) da Estratégia Tecnológica e de Negócio sobre a Inovação Disruptiva.

• Observa-se influência significativa (valor-p=0,004) e positiva (β=0,296 [0,08; 0,50]) da Atuação em Rede sobre a Apropriabilidade.

• Observa-se influência significativa (valor-p=0,006) e positiva (β=0,278 [0,10; 0,49]) da Inovação Disruptiva sobre a Apropriabilidade.

Tem-se ainda que

• os intervalos de confiança via Bootstrap estão de acordo com os resultados encontrados via valor-p, evidenciando a validade dos resultados apresentados.

Tabela 10 - Modelo Estrutural (Primeiro Modelo)

Exógena Endógena β I.C. -

95%¹ E.P.(β)² Valor-p R

2

Fatores Externos Fatores Internos 0,297 [0,14;

0,48] 0,10 0,005 *** 8,85% Fatores Internos Atuação em Rede 0,300 [0,14;

0,50] 0,10 0,005 *** 8,77% Fatores Internos Estratégia Tecnológica e de Negócio 0,360 [0,19; 0,52] 0,10 0,000 *** 25,78% Mercado 0,282 [0,16; 0,44] 0,10 0,004 *** Estratégia Tecnológica e de

Negócio Inovação Disruptiva 0,470

[0,31; 0,67] 0,10 0,000 *** 22,05% Atuação em Rede Apropriabilidade 0,296 [0,08; 0,50] 0,10 0,004 *** 20,31% Inovação Disruptiva 0,278 [0,10; 0,49] 0,10 0,006 ***

¹ Validação bootstrap; ² Erro Padrão; (***) significativo ao nível de 1%; (**) significativo ao nível de 5%;

(*) significativo ao nível de 10%. Fonte: Dados da pesquisa.

Equações do Primeiro Modelo Estrutural – Relações Significativas: • E (Fatores Internos) = 0,297 x Fatores Externos;

• E (Atuação em Rede) = 0,300 x Fatores Internos;

• E (Estratégia Tecnológica e de Negócio) = 0,360 x Fatores Internos + 0,282 x Mercado;

• E (Apropriabilidade) = 0,296 x Atuação em Rede + 0,278 x Inovação Disruptiva.

Figura 2 - Ilustração do Primeiro Modelo Estrutural

(***) Significativo ao nível de 1%; (**) Significativo ao nível de 5%; (*) Significativo ao nível de 10%.

Fonte: Dados da pesquisa.

De acordo com o primeiro modelo estrutural, os fatores externos interferem nos condicionantes internos e no mercado, ambos influenciando as escolhas estratégicas. Também o nível dos fatores internos seria prerrogativa para a empresa atuar ou não em rede. Essa atuação e as estratégias adotadas levariam à ID. Desse modo, a firma deve se apropriar dos ganhos disruptivos, conforme for o seu desenvolvimento desse tipo de inovação e sua atuação junto às redes empresariais.

Além das relações observadas entre os indicadores independentes (exógenos) sobre os dependentes (endógenos), podem-se verificar ainda os efeitos indiretos das relações entre esses indicadores, do que podem-se destacar:

• Um efeito indireto positivo significativo (0,09 [0,03; 0,20]) dos Fatores Externos sobre a Atuação em Rede.

• Um efeito indireto positivo significativo (0,11 [0,05; 0,20]) dos Fatores Externos sobre a Estratégia Tecnológica e de Negócio.

• Um efeito indireto positivo significativo (0,05 [0,02; 0,11]) dos Fatores Externos sobre a Inovação Disruptiva.

• Um efeito indireto positivo significativo (0,04 [0,01; 0,10]) dos Fatores Externos sobre a Apropriabilidade.

• Um efeito indireto positivo significativo (0,17 [0,08; 0,30]) dos Fatores Internos sobre a Inovação Disruptiva.

• Um efeito indireto positivo significativo (0,13 [0,06; 0,25]) dos Fatores Internos sobre a Apropriabilidade.

• Um efeito indireto positivo significativo (0,13 [0,06; 0,25]) do Mercado sobre a Inovação Disruptiva.

• Um efeito indireto positivo significativo (0,04 [0,01; 0,09]) do Mercado sobre a Apropriabilidade

• Um efeito indireto positivo e significativo (0,13 [0,05; 0,27]) da Estratégia Tecnológica e de Negócio sobre a Apropriabilidade.

Tabela 11 - Efeitos diretos, indiretos e totais (Primeiro Modelo)

Relações Direto Indireto Total I.C. - 95%*

Fatores Externos -> Fatores Internos 0,30 - 0,30 [0,14; 0,48]

Fatores Externos -> Atuação em Rede - 0,09 0,09 [0,03; 0,20]

Fatores Externos -> Estratégia Tecnológica e de Negócio - 0,11 0,11 [0,05; 0,20]

Fatores Externos -> Inovação Disruptiva - 0,05 0,05 [0,02; 0,11]

Fatores Externos -> Apropriabilidade - 0,04 0,04 [0,01; 0,10]

Fatores Internos -> Atuação em Rede 0,30 - 0,30 [0,14; 0,50]

Fatores Internos -> Estratégia Tecnológica e de Negócio 0,36 - 0,36 [0,19; 0,52]

Fatores Internos -> Inovação Disruptiva - 0,17 0,17 [0,08; 0,30]

Fatores Internos -> Apropriabilidade - 0,13 0,13 [0,06; 0,25]

Mercado -> Estratégia Tecnológica e de Negócio 0,28 - 0,28 [0,16; 0,44]

Mercado -> Inovação Disruptiva - 0,13 0,13 [0,06; 0,25]

Mercado -> Apropriabilidade - 0,04 0,04 [0,01; 0,09]

Atuação em Rede -> Apropriabilidade 0,30 - 0,30 [0,08; 0,50]

Estratégia Tecnológica e de Negócio -> Inovação Disruptiva 0,47 - 0,47 [0,31; 0,67]

Estratégia Tecnológica e de Negócio -> Apropriabilidade - 0,13 0,13 [0,05; 0,27]

Inovação Disruptiva -> Apropriabilidade 0,28 - 0,28 [0,10; 0,49]

* Intervalo de Confiança Bootstrap. Fonte: Dados da pesquisa.

No documento FATORES DETERMINANTES DA INOVAÇÃO DISRUPTIVA (páginas 140-148)