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Modelo Burocrático (1930 – 1995)

1. Noções de Administração

1.2 Evolução da Administração Pública no Brasil após 1930

1.2.1 Modelo Burocrático (1930 – 1995)

A teoria da burocracia teve como expoente Max Weber e começou a fazer parte da administração empresarial e pública mundial em torno da década de

1930. O Modelo Burocrático surgiu para coibir o nepotismo e clientelismo patrimonialista. Apesar de hoje o termo burocracia ser utilizado como

sinônimo de muitos papéis, formulários, normas excessivas e exaustivas, no seu surgimento o objetivo era de melhorar a eficiência das organizações.

A organização na burocracia segue o modelo racional-legal, ou seja, deve funcionar com base em normas, leis e regulamentos, independentemente das vontades pessoais dos agentes. Esse modelo possui as seguintes características: formalização, divisão do trabalho, princípio da

hierarquia, impessoalidade, competência técnica, separação entre propriedade pública e privada, profissionalização do funcionário.

As principais características do modelo burocrático são o profissionalismo, a impessoalidade e o formalismo.

O profissionalismo está ligado com a meritocracia e a instituição de planos de carreira. A impessoalidade significa que o agente não pode utilizar seu entendimento pessoal para exercer suas funções dentro da organização, mas deve seguir as normas e procedimentos. Além disso, as relações organizacionais ocorrem em termos de cargos e funções e não em termos de pessoas envolvidas. O formalismo diz respeito à utilização de formulários, rotinas padronizadas e comunicações por escrito.

Todo este aparato burocrático surgiu com o intuito de aumentar a

eficiência organizacional (diferente do que comumente se pensa, a ideia de

eficiência foi introduzida na burocracia, não no modelo gerencial). O controle na burocracia era a priori e focado nos procedimentos. Ou seja, sob esta ótica, se uma instituição está seguindo as normas estabelecidas, então a eficiência está garantida. Os controles administrativos visando evitar a corrupção e o nepotismo são sempre a priori. Parte-se de uma desconfiança

prévia nos administradores públicos e nos cidadãos que a eles dirigem

demandas.

Para que um Estado exista é necessário que um conjunto de pessoas obedeça à autoridade alegada pelos detentores do poder no referido Estado e por outro lado, para que os dominados obedeçam é necessário que os detentores do poder possuam uma autoridade reconhecida como legítima.

Dessa forma, observamos que para Weber existem dois elementos essenciais que constituem o Estado: autoridade e legitimidade. Desses dois elementos Weber apresenta três tipos puros de dominação legítima, cada um deles gerando diferentes categorias de autoridade.

Dominação tradicional é aquela situação em que a obediência se dá por

motivos de hábito, porque tal comportamento já faz parte dos costumes.

Dominação carismática, em que a relação se sustenta pela crença dos

subordinados nas qualidades superiores do líder.

Dominação burocrática ou racional-legal, onde um grupo de

indivíduos se submete a um conjunto de regras formalmente definidas e aceitas por todos os integrantes.

O controle - a garantia do poder do Estado - transforma-se na própria razão de ser do funcionário. Em conseqüência, o Estado volta-se para si mesmo, perdendo a noção de sua missão básica, que é servir à sociedade. A qualidade fundamental da administração pública burocrática é a efetividade no controle dos abusos; seu defeito, a ineficiência, a auto-referência, a incapacidade de voltar-se para o serviço aos cidadãos vistos como clientes.

A burocracia tradicional é definida como uma organização com estrutura rígida e centralizada, voltada ao cumprimento dos regulamentos e procedimentos administrativos e em que o desempenho é avaliado apenas com referência à observância das normas legais e éticas.

PS.: Busca da Eficiência – Princípio da Meritocracia – Controle

Atualmente, quando falamos da lentidão presente em alguns procedimentos observados tanto na administração pública quanto privada, nos referimos às disfunções geradas pelo modelo burocrático, não aos seus propósitos iniciais.

Seguem alguns exemplos de disfunções burocráticas: excesso de formalismo; perda da noção básica de servir à sociedade; o controle tranforma se na razão de ser do Estado; ineficiência e auto-referência; clientelismo e fisiologismo.

1 – (DPE-SC / Técnico Administrativo / 2018) Qual das alternativas a seguir evidencia um exemplo de implementação do modelo de administração pública burocrática?

a) Existência de controle de resultados.

b) Previsão de um plano de metas e de qualidade

c) Inserção de projeto estratégico de qualificação do servidor público.

d) Estabelecimento de um programa de eficiência no atendimento ao cidadão. e) Previsão de normas que estabelecem formas para a prática de atos ou do processo administrativo.

2 – (TCE-PE / Analista de Gestão / 2017) No que se refere a aspectos históricos da administração pública brasileira, julgue o item a seguir.

O poder racional-legal, representado por princípios como impessoalidade e formalismo, é característico de um Estado que segue um modelo burocrático.

( ) Certo ( ) Errado

3 – (Empresa Pública de Transportes-RJ / 2015) São características da administração pública burocrática, exceto:

a) Acesso ao serviço público por mérito.

b) Divisão do trabalho a partir da definição de cargos. c) Os cargos públicos são considerados prebendas.

d) Controle rígido e a priori dos processos administrativos

4 – (MPE-AL / Analista do Ministério Público /2012) Em relação ao modelo burocrático de administração pública no Brasil, é incorreto afirmar:

a) a administração pública burocrática foi adotada para substituir a administração patrimonialista, que definiu as monarquias absolutas, na qual o patrimônio público e o privado eram confundidos. Nesse tipo de administração o Estado era entendido como propriedade do rei.

b) no modelo de departamentalização, proposto por Max Weber, a estrutura administrativa era ocupada por funcionários recrutados via concurso público e promovidos meritocraticamente.

c) o modelo de Weber foi uma das marcas da profissionalização da administração pública sendo adotada pela maioria dos países desenvolvidos. d) no Brasil, o início do modelo burocrático ocorreu durante o segundo período do governo Vargas, por meio de uma linha autoritária-modernizadora.

e) no Brasil, esse período foi marcado por organizar a seleção e treinamento do funcionalismo público; foi criado, em 1938, o Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), que implantou o Estatuto dos Funcionários Públicos Civis da União, algo até então inexistente no país.

5 – (TRT-GO / Analista Judiciário / 2013) O modelo burocrático de Max Weber é um modelo organizacional disseminado nas administrações durante o século XX em todo o mundo. O modelo burocrático é atribuído a Max Weber porque o sociólogo alemão analisou e sintetizou suas principais características. NÃO corresponde a essas características o que está expresso em

a) caráter racional e divisão do trabalho. b) hierarquia de autoridade.

c) impessoalidade nas relações.

d) relação de coesão ou de antagonismo. e) caráter formal das comunicações.

6 – (CGU / Analista de Finanças e Controle / 2008) Apesar da heterogeneidade de situações que caracterizam a administração pública brasileira nos diferentes níveis de governo, a União tem promovido reformas em sua estrutura para fazer face aos processos de industrialização e à crise fiscal do Estado. A modernização da administração pública por meio do uso de instrumentos próprios da gestão de empresas privadas, a criação de uma administração indireta com procedimentos próprios de contratação e gestão de funcionários e de processos de compras públicas são características presentes ...Selecione a opção que completa corretamente a frase acima.

a) na criação do DASP.

b) na criação de Agências Reguladoras. c) na formação do Estado brasileiro.

d) nas ações implementadas a partir do Decreto-Lei 200. e) no alinhamento ao Estado mínimo

Gabarito

1) c 2) Certo 3) c 4) d 5) d 6) D

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