• Nenhum resultado encontrado

1. Noções de Administração

1.2 Evolução da Administração Pública no Brasil após 1930

1.2.3 Reformas Administrativas

1.2.3.1 1ª Reforma – Burocrática – Era Vargas

Várias Reformas Administrativas aconteceram desde a Era Vargas até os dias atuais, onde temos a chamada Nova Administração. Para facilitar vamos aos pontos centrais de cada período, dando ênfase aos mais cobrados em provas, Período Burocrático e o Gerencial.

Em 1930 inicia o período da chamada Reforma Burocrática de Vargas, ele resolve modernizar a gestão pública criando rígidos processos que deveriam ser seguidos pelos representantes da Administração Pública. É neste período, em

1938, que é criado o DASP – Departamento de Administração do Serviço Público, absorvendo o Conselho Federal de Serviço Público Civil (CFSPC). A função do CFSPC era definir e executar a política de pessoal civil, o que incluía a Admissão por Concurso Público e

a Capacitação Técnica dos Servidores, a racionalização dos métodos

do serviço público e a criação do orçamento da União. Isso foi a

primeira experiência de reforma de largo alcance, inspirada no modelo weberiano de burocracia.

Principais atribuições do DASP

• Realização de estudos detalhados de repartições, departamentos

e estabelecimentos públicos para determinar as modificações a serem

feitas em vários campos: dotação orçamentária, distribuição, processos de trabalho, relações entre os órgãos e relações com o público.

• Organizar anualmente a proposta orçamentária a ser enviada à Câmara dos Deputados.

• Ingresso no serviço público por concurso – Meritocracia. • Critérios gerais e uniformes de classificação de cargos.

• Organização dos serviços de pessoal e de seu aperfeiçoamento sistemático. • Padronização das compras do Estado, racionalização geral de métodos.

• Estabelecimento de uma série de órgãos reguladores da época (conselhos, comissões e institutos), nas áreas econômica e social. A partir destes foi criado, entre os anos 30 e os anos 50, um pequeno grupo de empresas estatais.

• O DASP tinha seções nos estados, com o objetivo de adaptar as normas

vindas do governo central às unidades federadas sob intervenção.

Principais problemas enfrentados pelo DASP

• O Estado assumiu o papel de indutor do desenvolvimento nacional, mas era visto como oportunidade de empregos sem concurso e as vagas eram

preenchidas por meio de indicações pessoais.

• Durante o Governo Dutra (1946-1951), o DASP passou por grandes mudanças, tendo suas funções reduzidas a um mero órgão de estudo e orientação, permitiu a velha distribuição de empregos por indicação. • Devido à enorme desorganização das contas públicas durante os anos 30 e

40, o departamento não obteve sucesso na construção de um sistema

de controle para o orçamento.

• O DASP foi extinto em 1986, com a edição do decreto nº 93.211, que criou a Secretaria de Administração Pública da Presidência da República (SEDAP).

1.2.3.2 2ª Reforma – Militar – Decreto de Lei 200/67

A primeira tentativa de reforma gerencial da administração

pública brasileira irá acontecer no final dos anos 60, durante o regime militar,

através do Decreto-Lei nº 200, de 1967, sob o comando de Amaral Peixoto e a inspiração de Hélio Beltrão, que iria ser o pioneiro das novas idéias no Brasil. Essa reforma foi uma tentativa de superação da rigidez burocrática. Toda a

ênfase foi dada à descentralização mediante a autonomia da administração indireta, a partir do pressuposto da rigidez da administração

direta e da maior eficiência da administração descentralizada. Segue abaixo as principais modificações:

• A ampliação da função econômica do Estado com a criação de inúmeras

• Divisão da Administração Pública em dois grandes grupos:

Administração Direta (formada pela União, Estados, Distrito Federal

e Municípios) e Administração Indireta (formada pelas autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista);

• DASP ganha status de RH, passando a cuidar prioritariamente do pessoal, as demais funções ficam com o recém criado SEMOR – Setor de Modernização da Administração, buscando maior eficácia da gestão pública;

• Definia o novo plano de classificação de cargos; • Administração baseada em Processos;

• Estabelecimento de 5 princípios da Administração Pública Federal: planejamento, coordenação, descentralização, delegação de competências e controle (PDDCC).

Principais problemas enfrentados

• Ao permitir a contratação de empregados sem concurso público, facilitou a sobrevivência do clientelismo e fisiologismo.

• Não se preocupar com mudanças na administração direta, vista pejorativamente como burocrática prejudicou a realização de concursos e de desenvolvimento carreiras de altos administradores.

Programa Nacional de Desburocratização

A partir de 1979, Hélio Beltrão, que havia participado ativamente da Reforma Desenvolvimentista de 1967, volta à cena, agora na chefia do Ministério da Desburocratização do governo Figueiredo. Entre 1979 e 1983 Beltrão transformou-se em um mensageiro das novas idéias, criticando, mais uma vez, a centralização do poder, o formalismo do processo administrativo, e a desconfiança que estava por trás do excesso de regulamentação burocrática, e propondo uma administração pública voltada para o cidadão. Para isso, foi criado o Programa Nacional de Desburocratização.

O Programa Nacional Desburocratização, diferente de outros programas, pois privilegia o usuário do serviço público. Daí o seu ineditismo, porque nenhum outro programa antes era dotado de caráter social e

político. Mas, ele também incluía entre seus objetivos o enxugamento da

máquina estatal, já que recomendava a eliminação de órgãos pouco úteis ou cuidava para impedir a proliferação de entidades com tarefas pouco

definidas ou já desempenhadas em outras instituições da administração direta e indireta.

1.2.3.3 3ª Reforma – Gerencial – PDRAE

A 3ª Reforma Administrativa é também chamada de Reforma Gerencial, Nova Gestão Pública ou PDRAE (Plano Diretor da Reforma do Aparelho

do Estado). Iniciada no Governo FHC e inserida no contexto da reforma do

Estado, teve como instrumento básico a criação do PDRAE, que tinha como

missão reestruturar o aparelho do Estado para combater,

principalmente, a cultura burocrática.

O PDRAE fez um diagnóstico com as carências da Administração Pública, sendo eles:

1) Ajuste Fiscal Duradouro;

2) Reformas Econômicas voltadas para o mercado. 3) Reforma da Previdência.

4) Inovação dos instrumentos de política social. 5) Reforma do Aparelho do Estado – Governança.

Aparelho do Estado nada mais é que a administração pública em sentido

amplo, ou seja, a estrutura organizacional do Estado, em seus três poderes (Executivo, Legislativo e Judiciário) e três níveis (União, Estados membros e Municípios), e pela força militar.

O Estado é mais abrangente que o aparelho, porque compreende adicionalmente o sistema constitucional legal, que regula a população nos limites de um território.

A diferenciação entre os conceitos de Aparelho do estado e Estado nos permite distinguir a reforma do Estado da reforma do aparelho do Estado. A reforma do Estado é um projeto amplo que diz respeito às varias áreas do governo e, ainda, ao conjunto da sociedade brasileira, enquanto que a reforma

do aparelho do Estado tem um escopo mais restrito, orientada para tornar a administração pública mais eficiente e mais voltada para a cidadania.

Por que reformar o Aparelho do Estado?

Para reforçar a governança - a capacidade de governo do Estado - através da transição programada de um tipo de administração pública burocrática, rígida e ineficiente, voltada para si própria e para o controle interno, para uma

administração pública gerencial, flexível e eficiente, voltada para o atendimento do cidadão.

O governo brasileiro não carece de governabilidade , ou seja, de poder para governar, dada sua legitimidade democrática e o apoio com que conta na sociedade civil. Enfrenta, entretanto, um problema de governança, na medida em que sua capacidade de implementar as políticas públicas é limitada pela rigidez e ineficiência da máquina administrativa.

O PDRAE dividiu o Aparelho do Estado em 4 grandes setores, a saber: • Núcleo Estratégico: corresponde ao Governo, é aqui em que são definidas

as políticas públicas e cobrado o seu cumprimento, e decisões estratégicas são tomadas.

• Atividades Exclusivas: É o setor onde são prestados os serviços que só o Estado pode realizar. É através destes serviços que é exercido o poder EXTROVERSO do Estado, o poder de regulamentar, fiscalizar, fomentar. • Serviços Não-Exclusivos: É onde o Estado atua simultaneamente com

outras organizações públicas, não-estatais e privadas para prover serviços que envolvem os direitos fundamentais previstos na Constituição Federal. • Produção de bens e serviços para o Estado: É a áreas de atuação das

empresas, voltada para as atividades econômicas que visam lucro que ainda permanecem no aparelho do Estado como, por exemplo, o setor de infraestrutura.

Pressupõe que políticos e funcionários públicos sejam merecedores de grau limitado de confiança.

• Como estratégia, serve-se da descentralização e do incentivo à criatividade e à inovação.

• Utiliza o contrato de gestão como instrumento de controle dos gestores públicos.

• Competição entre organizações públicas e entre organizações públicas e privadas. (ex: bancos);

• Uso de práticas de gestão provenientes da administração privada (ex: reengenharia e programas de qualidade);

• Disciplina e parcimônia no uso dos recursos públicos;

• Administradores empreendedores com autonomia para decidir; • Avaliação de desempenho;

• Avaliação focada nos resultados. • Orientada para o cidadão

Questões de Concursos

1 – (AL-MS / Analista em Recursos Humanos / 2016) Na evolução da Administração pública no Brasil, assim como em outros países, verificou-se o abandono do paradigma burocrático e a implantação do modelo gerencial. São diferenças que podem ser apontadas entre esses dois modelos:

I. No modelo burocrático o controle é a priori, enquanto no

gerencial a ênfase é no controle de resultados.

II. O modelo burocrático preconiza estrutura hierárquica rígida, enquanto o gerencial é mais flexível, com redução de níveis e maior autonomia.

III. No modelo burocrático inexiste separação entre propriedade e a administração, sendo que somente a partir do modelo gerencial é que foi introduzido o conceito de meritocracia.

Está correto o que se afirma APENAS em a) I e III.

c) II e III. d) I e II. e) II.

2 – (TRE – TO / Técnico Judiciário / 2017) O modelo de administração que admite o cidadão como cliente dos serviços do Estado denomina-se

a) nova governança pública b) patrimonista

c) burocrático

d) estado de bem-estar social e) administração pública gerencial

Gabarito 1) d 2) e

1.3 Princípios e Sistemas da Administração Pública

Documentos relacionados