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Modelo de análise: relação entre conceitos, dimensões e indicadores

Capítulo 3 – Modelo de análise e metodologia

3.2. Modelo de análise: relação entre conceitos, dimensões e indicadores

de Investimento Social, mais precisamente na proposta de Hemerijck (2015) sobre as três funções de bem-estar complementares e independentes que as políticas deste tipo de Estado-Providência deverão perseguir a fim de capacitar a população para esta conseguir assumir responsabilidade na fuga às situações de exclusão social através o investimento em educação e formação e o fornecimento de serviços sociais de qualidade, permitindo o aumento da participação da população no mercado de trabalho e a reconciliação entre a vida familiar e laboral, ao mesmo tempo que assegura a sustentabilidade futura dos sistemas de proteção social, que não poderão descurar no fornecimento de rendimentos mínimos que funcionam como uma espécie de amortecedor no que respeita à redução das desigualdades sociais e à estabilização dos ciclos económicos. Estas três funções servirão como dimensões de análise, sendo elas: a função fluxo, a função stock e a função

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amortecimento. Há ainda uma outra dimensão de análise que obviamente se prende com a evolução da proporção da população que se encontra em risco de exclusão social.

No que diz respeito à primeira dimensão de análise, a função de fluxo, esta tem como objetivo alocar os recursos de trabalho, ao longo do ciclo de vida, do modo mais eficiente possível, de forma a favorecer altos níveis de participação laboral, a reduzir o abandono escolar e a ajudar os desempregados de longa duração, os pais e (principalmente) as mães trabalhadoras que têm responsabilidades de cuidados e crianças, e os trabalhadores mais velhos, mais jovens e incapacitados, durante transições precárias. Para analisar esta dimensão serão usados indicadores relacionados com as políticas estatais de intervenção no mercado de trabalho e a participação da população nestas ações promovidas pelo Estado, com a participação da população no mercado laboral, com o tipo de contrato sob o qual a população está a trabalhar e as devidas razões, com a proporção da população trabalhadora que se encontra em risco de exclusão social e com a taxa de desemprego de longa duração, que estão especificadas na tabela seguinte (Tabela 1).

Dimensão Objetivo Operacionalização Indicadores

Função de fluxo Medir a eficiência das intervenções estatais no mercado de trabalho. Despesa estatal em intervenções no mercado de trabalho medida em percentagem do PIB. LM_services; LM_formation; LM_incentives; LM_rehab; LM_directjobs; LM_startups; LM_unemployment; LM_retirement. Percentagem de população à procura de emprego a participar em políticas estatais relacionadas com o

mercado de trabalho. Part_services; Part_formation; Part_incetives; Part_rehab; Part_directjobs; Part_startups; Part_unemployment; Part_retirement. Medir a participação da população no mercado de trabalho. Taxa de emprego da população, discriminado por escalão etário e género, e por nível educacional e género.

Tx_emprego_1524; Tx_emprego_1524_M/F; Tx_emprego_2554; Tx_emprego_2554_M/F; Tx_emprego_5564 Tx_emprego_5564_M/F; Tx_emprego_ED02; Tx_emprego_ED34; Tx_emprego_ED58.

9 A metainformação referente aos indicadores utilizados nesta dimensão encontra-se disponível no Anexo

1.

62 Medir a

percentagem da população com tipos de contratos laborais tidos como

precários, nomeadamente os temporários (e se a razão é porque não

conseguiu um contrato permanente) e os que trabalham a tempo parcial involuntariamente. Percentagem de população a trabalhar em part-time involuntariamente no total de população a trabalhar em part-time, discriminado por

escalão etário e género.

Part_involuntario_1524_M/F; Part_involuntario_2549_M/F; Part_involuntario_5064_M/F.

Percentagem de população a trabalhar com contrato temporário no total do emprego, discriminado por

escalão etário e género.

Temporario_1524_M/F; Temporario_2554_M/F; Temporario_5564_M/F. Razão pela qual a população

está a trabalhar com contrato temporário, discriminado por

escalão etário e género.

Temp_naoconseguiu_1524; Temp_naoconseguiu_2549; Temp_naoconseguiu_5064. Medir a percentagem da população que se encontra em situação de desemprego de longa duração (mais

de 1 ano).

Taxa de desemprego de longa duração, discriminado

por escalão etário e género.

Desemprego_longo_1524_M/F; Desemprego_longo_2554_M/F; Desemprego_longo_5564_M/F. Medir a percentagem de população empregada que se encontra em risco de pobreza ou exclusão social. Percentagem de trabalhadores em risco de pobreza ou exclusão social,

discriminado por escalão etário e género, e por nível

educacional. Inwork_pov_1524_M/F; Inwork_pov_2554_M/F; Inwork_pov_5564_M/F; Inwork_pov_ED02; Inwork_pov_ED34; Inwork_pov_ED58.

Importa referir que os dados referentes às intervenções estatais em políticas do mercado de trabalho estão limitados àquelas intervenções que são explicitamente direcionadas para grupos de pessoas com dificuldades no mercado de trabalho, tais como os desempregados, as pessoas empregadas mas em risco de perderem o trabalho involuntariamente e pessoas correntemente consideradas como inativas, mas que gostariam de entrar no mercado de trabalho. Os serviços do mercado de trabalho cobrem todos os serviços e atividades do serviço de emprego público, além de qualquer outra medida publicamente financiada para a população à procura de emprego (indicadores - LM_services). A atividade principal dos participantes neste tipo de intervenções está relacionada com a procura de trabalho e a participação geralmente não resulta na mudança do estatuto laboral.

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As medidas da política do mercado de trabalho cobrem intervenções que fornecem ajuda temporária aos grupos que estão em desvantagem no mercado de trabalho e que têm como objetivo ativar os desempregados, ajudar as pessoas que estão em inatividade involuntária a voltar ao emprego ou a manter o emprego de pessoas que estão em risco de o perder (indicadores – formação: LM_formation; incentivos ao emprego: LM_incentives; apoio aos incapacitados e à reabilitação: LM_rehab; criação direta de emprego: LM_directjobs; incentivos às startups: LM_startups). A atividade principal dos participantes neste tipo de intervenções está relacionada com outros fins que não a procura de trabalho e onde a participação geralmente resulta na mudança do estatuto no mercado de trabalho. Se isso não acontecer, ainda pode ser considerado como uma medida se a intervenção cumprir um dos seguintes dois grupos de requisitos:

 Ser uma atividade supervisionada que não está relacionada com a procura de emprego e que constitui uma atividade a tempo inteiro ou a tempo parcial dos participantes durante um período de tempo significativo, e:

 O objetivo é melhorar as competências vocacionais dos participantes;

 Ou a intervenção fornece incentivos para aceitar ou fornecer empregos (estando incluído o autoemprego).

Os apoios da política do mercado de trabalho cobrem a assistência financeira que tem como objetivo compensar os indivíduos pela perda do salário e ajudá-los durante o tempo de procura de emprego (maioritariamente através da provisão de subsídios de desemprego) ou facilitar a reforma antecipada (indicadores – manutenção e suporte de rendimentos a pessoas não inseridas no mercado de trabalho: LM_unemployment; reforma antecipada: LM_retirement). Estas atividades prendem-se com intervenções que fornecem ajuda financeira, direta ou indireta, aos indivíduos por razões relacionadas com o mercado de trabalho ou para compensar os indivíduos por desvantagens causadas por circunstâncias do mercado laboral.

Todos estes dados provêm geralmente de ministérios do trabalho, agências de serviços públicos de emprego e, nalguns casos, dos serviços nacionais de estatística dos Estados Membros da UE. Para cada intervenção, o banco de dados da política do mercado de trabalho recolhe dados sobre as despesas e os participantes.

No que se refere à segunda dimensão de análise, a função de stock (diretamente ligada com a produtividade futura), esta tem por objetivo melhorar e manter o capital

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humano, durante todo o curso da vida, desde a educação e os cuidados no início da infância até à educação em geral, à formação profissional e universitária, e à aprendizagem ao longo da vida, de modo a que seja possível à população obter altos níveis de participação laboral e ao Estado fornecer empregos de qualidade. Para analisar esta dimensão serão usados indicadores relacionados com a despesa pública gasta no sistema de ensino, com a participação dos estudantes nesse sistema, com o nível educacional da população em geral, com a taxa de emprego dos jovens, e com a participação da população adulta em ações de formação ou treino, especificados na Tabela 2.

Dimensão Objetivo Operacionalização Indicadores

Função de

stock

Medir a eficiência da despesa estatal com o sistema de ensino.

Despesa estatal em educação medida em percentagem do PIB; discriminada por nível

educacional. Despesas_ED0; Despesas_ED1; Despesas_ED24; Despesas_ED58. Ajuda financeira

fornecida aos alunos como percentagem do total da despesa pública

em educação, discriminada por nível

educacional. Ajuda_fin_14; Ajuda_fin_58. Medir a participação dos estudantes no sistema de ensino. Taxa de matriculação líquida11, discriminado

por nível educacional e género. Matriculas_ED0_M/F; Matriculas_ED1_M/F; Matrículas_ED24_M/F. Percentagem de estudantes que abandonaram mais cedo

o sistema de ensino, discriminado por nível

educacional e género. Early_leavers_ED0_M/F; Early_leavers_ED1_M/F; Early_leavers_ED2_M/F; Early_leavers_ED3_M/F. Medir o nível educacional da população.

Maior nível educacional obtido pela população,

com idades compreendidas entre os

15 e os 74 anos, discriminado por nível

educacional e género.

Education_1574_ED02_M/F; Education_1574_ED34_M/F; Education_1574_ED58_M/F.

10 A metainformação referente aos indicadores utilizados nesta dimensão encontra-se disponível no Anexo

2.

11 Número total de alunos na faixa etária teórica para um determinado nível de escolaridade matriculados

nesse nível, expresso em percentagem da população total dessa faixa etária.

65 Medir a participação

laboral da população jovem após saída de sistemas de educação

ou formação.

Taxa de emprego de população com idades compreendidas entre os 15 e os 34 anos que não se encontra em educação nem formação há menos de 3 anos, discriminado por nível educacional e

género. EmploymentL3Y_1534_ED02_ M/F; EmploymentL3Y_1534_ED34_ M/F; EmploymentL3Y_1534_ED58_ M/F. Taxa de emprego de população com idades compreendidas entre os 15 e os 34 anos que não se encontra em educação

nem formação há mais de 3 anos, discriminado por nível educacional e

género. EmploymentO3Y_1534_ED02_ M/F; EmploymentO3Y_1534_ED34_ M/F; EmploymentO3Y_1534_ED58_ M/F. Medir a percentagem de população adulta em formação ou treino. Percentagem de população (adulta) que esteve em formação ou treino nas últimas quatro

semanas, discriminado por escalão etário e

género.

Adult_learning_1824_M/F; Adult_learning_2554_M/F; Adult_learning_5564_M/F.

De referir que a tipologia utilizada para identificar o nível educacional da população segue o International Standard Classification of Education (ISCED), desenvolvido pela Unesco, que é um instrumento adequado para montar, compilar e apresentar estatísticas sobre a educação (tanto dentro de países como a nível internacional) e que sugere a seguinte classificação: 0 – educação infantil (Portugal: pré-escolar); 1 – ensino primário (Portugal: 1º e 2º ciclos); 2 – ensino secundário inferior (Portugal: 3º ciclo); 3 – ensino secundário superior (Portugal: 10º ao 12º ano); 4 – ensino pós-secundário não-superior; 5-8 – ensino superior (Portugal: bacharelato, licenciatura, mestrado e doutoramento).

Quanto à terceira dimensão, a função de amortecimento, esta tem como objetivo assegurar a proteção e distribuição dos rendimentos e a estabilização económica, ajudando a reduzir as desigualdades sociais e a estabilizar o ciclo de negócio da economia. Para analisar esta dimensão serão usados indicadores relacionados com as despesas e as receitas públicas relacionadas com a proteção social, com o impacto das transferências

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sociais na redução da proporção de população que se encontra em risco de pobreza ou exclusão social, bem com a percentagem de pensionistas que se encontram nessa situação, explicitados na tabela 3.

Dimensão Objetivo Operacionalização Indicadores

Função de amortecimento Medir e perceber a proveniência das despesas e receitas relacionadas com a proteção social.

Despesa estatal com medidas de proteção social medida em percentagem do PIB, discriminada por tipo de medida (means-tested ou

non-means-tested), e por

setor de aplicação das medidas. Despesas_total; Despesas_means; Despesas_nonmeans; Despesas_saude; Despesas_incapac; Despesas_reforma; Despesas_sobrev; Despesas_familia; Despesas_desemprego; Despesas_habit; Despesas_outras.

Receita estatal referente à proteção social medida em

percentagem do PIB, discriminadas por fontes de

proveniência. Receitas; Receitas_social; Receitas_empregadores; Receitas_protegidas; Receitas_empregados; Receitas_contapropria; Receitas_pensionistas; Receitas_governo; Receitas_outras.

Medir o impacto das transferências sociais na redução da exclusão

social.

Diferença entre a proporção da população que se encontra em situação de risco de pobreza ou exclusão

social antes e depois das transferências sociais (excluindo pensões). Impacto_transferencias. Medir a percentagem de pensionistas que se encontra em risco de pobreza ou exclusão social. Percentagem de pensionistas (pessoas reformadas com mais de 18 anos) com um rendimento disponível equivalente abaixo da linha de pobreza, discriminado por

género.

PensionistasO18_poverty_ M/F.

Por fim, quanto à última dimensão de análise, a exclusão social, o objetivo é perceber a evolução da proporção de população que se encontram em risco de pobreza ou

12 A metainformação referente aos indicadores utilizados nesta dimensão encontra-se disponível no Anexo

3.

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exclusão social, tendo em conta as variações que foram ocorrendo nas três anteriores dimensões. Para a análise serão utilizados vários níveis de diferenciação que dizem respeito ao género, à idade, ao estatuto laboral e ao nível educacional, que se encontram especificados na tabela 4.

Dimensão Objetivo Operacionalização Indicadores

Exclusão social

Perceber a evolução da percentagem de população que se encontra numa situação

de em risco de pobreza ou exclusão social

Proporção da população que se encontra em pelo menos

uma das seguintes três situações: viver num agregado familiar cujo rendimento disponível equivalente se encontra abaixo do limiar do risco de

pobreza (60% da mediana nacional do rendimento disponível equivalente após transferências sociais); viver em privação material severa (privação em pelos menos 4

de 9 itens tidos como essenciais); ou viver em agregados familiares com uma intensidade de trabalho muito baixa (população que tem entre 0 e 59 anos e vive em agregados familiares onde os adultos – dos 18 aos

59 anos, excluindo estudantes –, em média, trabalharam menos de 20%

do seu potencial total de trabalho durante o último ano), por escalão etário e género; e por escalão etário

e nível educacional. Exclusão_017_M/F; Exclusão_1824_M/F Exclusão_2554_M/F; Exclusão_O55_M/F; Exclusão_017_ED02; Exclusão_1824_ED02; Exclusão_2554_ED02; Exclusão_O55_ED02; Exclusão_017_ED34; Exclusão_1824_ED34; Exclusão_2554_ED34; Exclusão_O55_ED34 Exclusão_017_ED58; Exclusão_1824_ED58; Exclusão_2554_ED58; Exclusão_O55_ED58;

Como já anteriormente referido, a noção de pobreza aqui utilizada está conforme a conceptualização do Eurostat que a toma como sendo a outra face da mesma moeda da exclusão social e definindo-a como a população que se encontra a viver num agregado

13 A metainformação referente aos indicadores utilizados nesta dimensão encontra-se disponível no Anexo

4.

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familiar cujo rendimento disponível equivalente se encontra abaixo do limiar do risco de pobreza (60% da mediana nacional do rendimento disponível equivalente após transferências sociais). As restantes formas de exclusão social incluídas no conceito do Eurostat são viver em privação material severa (privação em pelos menos 4 de 9 itens tidos como essenciais), ou viver em agregados familiares com uma intensidade de trabalho muito baixa (população que tem entre 0 e 59 anos e vive em agregados familiares onde os adultos – dos 18 aos 59 anos, excluindo estudantes –, em média, trabalharam menos de 20% do seu potencial total de trabalho durante o último ano). Importa referir que o número total de pessoas em risco de pobreza ou de exclusão social é mais pequeno do que a soma das pessoas que estão nessa situação em cada uma das três formas de exclusão ou pobreza acima consideradas, uma vez que existem pessoas que são simultaneamente afetadas por mais do que uma destas situações. A utilização deste indicador provindo do Eurostat deve-se a uma necessidade de harmonização na concetualização, metodologia e formas de medição da exclusão social (e os seus indicadores), de modo a que a informação disponível seja suscetível de permitir comparações entre países europeus e a sua respetiva evolução.

Como tal, todas os indicadores utilizados nesta análise foram recolhidos da base de dados do Eurostat14, à exceção dos indicadores relacionados com a taxa de matriculação líquida e com a percentagem de estudantes que abandonaram mais cedo o sistema de ensino, referentes à função de stock, que foram recolhidos da base de dados da Unesco15. De referir que os dados do Eurostat referentes à função de fluxo foram recolhidos através do Labour Force Survey (LFS), inquéritos conduzidos aos 28 membros da UE, à exceção da informação relacionada com a condução da política estatal de intervenção no mercado de trabalho; aqueles que se referem à função de stock, usam, para a classificação da estatísticas relacionadas com a educação e formação, o International Standard

Classification of Education (ISCED), desenvolvido pela Unesco; e os que se referem à

função de amortecimento baseiam-se no trabalho do European System of Integrated

Social Protection Statistics (ESSPROS), que permite a comparação internacional dos

dados administrativos nacionais sobre a proteção social.

14 Cf. Site da base de dados estatística do Eurostat. [Consult. a 02/09/2017]. Disponível em: <

http://ec.europa.eu/eurostat/data/browse-statistics-by-theme >.

15 Cf. Site da base de dados estatística da Unesco. [Consult. a 02/09/2017]. Disponível em: <

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Importa aqui mencionar as limitações que provêm da obtenção dos dados através de instituições que são suscetíveis de ter uma agenda política própria (como é o caso do Eurostat e da Unesco) tanto no que respeita à concetualização e consequente identificação dos socialmente excluídos, definindo objetivamente os critérios sob os quais a linha de pobreza ou exclusão social é construída, o que limita a possibilidade das dimensões de análise das situações de exclusão, como no que se refere à recolha e tratamento de dados, não se controlando a forma como estas são executadas na sua primeira instância, o que afeta (direta ou indiretamente) as análises que deles provêm. Além disso, não se pode ignorar o facto dos fenómenos sociais como a pobreza e a exclusão social serem, pela sua natureza, fenómenos extremamente complexos e plurifacetados, tornando a tarefa da sua produção estatística (recolha e tratamento de dados) particularmente difícil e exigente (INE, 2010). Além disso, medir os esforços políticos de uma forma quantitativa (por exemplo, em percentagem do PIB) não é a melhor forma de avaliar a natureza, o alcance e o efeito das medidas políticas aplicadas, constituindo isto outra limitação; ou seja, devemos olhar certos indicadores como sendo aproximações (proxies), medidas indiretas do resultado desejado que permitem a operacionalização de análises que têm por base dimensões ou variáveis que não são suscetíveis de ser objetivamente medidas (ou que são muito difíceis de medir).

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