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3.3 UM ESTUDO SOBRE AS RELAÇÕES ENTRE ESTRUTURA,

3.3.3.1 MODELO DE MEDIDA E MODELO ESTRUTURAL DA PERFORMANCE

tabela 14. Para análise de consistência interna de cada fator, foi calculado o alpha de Cronbach, adotando como valor crítico 0,7 (MARÔCO; GARCIA-MARQUES, 2006; HAIR, 2006).

3.3.3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Nessa parte pesquisa está apresentada a análise e discussão dos resultados que tratam da relação entre os três elementos do comportamento organizacional objeto desse estudo. Para melhor organização e compreensão, esse capítulo está organizado em três partes: i) inicialmente é apresentado o estudo da validação do constructo de Performance Organizacional adotado nessa tese por meio da técnica de Análise Fatorial Confirmatória; ii) sequencialmente são apresentados os resultados das modelagens de equações estruturais que relacionam apenas uma variável latente de cada constructo do comportamento organizacional, as quais viabilizam as primeiras inferências de estratégias que colaborem para formar vantagem competitiva, e ainda respondem as hipóteses H5, H6, H7 e H8; e iii) por fim, é apresentado e analisado o modelo estrutural da tese que evidencia o relacionamento entre comprometimento, estrutura e performance para a formulação de estratégias que gerem vantagem competitiva para as organizações, respondendo assim as hipóteses H1, H2 e H3.

3.3.3.1 MODELO DE MEDIDA E MODELO ESTRUTURAL DA PERFORMANCE ORGANIZACIONAL

Neste estudo, o entendimento de performance organizacional perpassa pelos conceitos compartilhados por Barney e Hersterly (2014), Kaplan e Norton (1997), Lopes e Baioa (2011) e Lopes (2016), de que a performance é a confluência de dois aspectos: o resultado gerado e a quantidade de valor agregado ao longo do processo. O resultado está diretamente relacionado a eficácia global da organização enquanto que o valor a eficiência da realização das atividades internas.

Assim, para validar a escala que procurou mensurar a percepção de performance nesta pesquisa, inicialmente foi realizada uma AFC para cada uma das variáveis latentes e suas respectivas variáveis observáveis, com objetivo de avaliar a adequação dos indicadores nas varáveis adotadas no estudo a performance organizacional. Em seguida, também por meio da AFC e por meio de modelagem de equações estruturais (SEM) o modelo de medida e o modelo estrutural propostos com 2 variáveis latentes foram testados, visto que para que o modelo seja considerado válido é imprescindível a existência de relações entre as dimensões latentes, como previsto na teoria.

As medidas de avaliação de ajuste adotadas na análise confirmatória entre as variáveis latentes de performance organizacional e seus respectivos indicadores foram os índices CFI e SRMR. Para análise de consistência interna de cada fator (variáveis latentes), calculou-se o alpha de Cronbach observando também se a consistência interna melhoraria com a exclusão de algum indicador. Esses índices, assim como o modelo de mensuração com as cargas padronizadas, podem ser visualizados na Tabela 15.

Tabela 15 – Variáveis latentes e índices de ajustamento e consistência da Performance Organizacional

Percepção de Performance Organizacional CFI SRMR Alpha de Cronbach

Agrega Valor 0,952 0,030 0,898

Resultado 0,999 0,000 0,891

Constatou-se que todas as cargas fatoriais das variáveis observáveis apresentaram altos níveis de significância, p-value ≤0,001, em relação ao seu construto. Além disso, os índices de ajustamento (CFI e SRMR) e o alpha de Cronbach, atendem aos parâmetros de referência especificados em Marôco (2010), Hair (2006) e Worthington e Whittaker (2006). Os CFIs foram maiores que 0,90, os SRMRs consideravelmente menores que 0,10, e os alphas foram superiores a 0,70.

Os resultados da significância das cargas do modelo de mensuração dos índices de ajustamento e da consistência interna obtidos por meio da AFC, realizada individualmente para os dois aspectos da performance organizacional, permitem afirmar que os indicadores podem ser explicados pela dimensão latente a que estão relacionados.

Para validar o conceito de performance organizacional adotado nesta pesquisa, que tomou como base os conceitos de Barney e Hersterly (2014), Kaplan e Norton (1997), Lopes e Baioa (2011) e Lopes (2016), foi especificado o modelo com os dois aspectos de performance organizacional: Agrega Valor e Resultado e as suas respectivas variáveis observáveis.

Como é possível observar no modelo especificado, figura 12, os valores de todas as cargas fatoriais padronizadas apresentaram significância do ponto de vista de correlação entre as variáveis latentes e observáveis. As correlações entre as dimensões latentes, também foram significantes, indicando previamente a possibilidade de validade convergente do modelo, com base no critério estabelecido por Pasquali (1997).

Figura 12: Modelo de Medida e Modelo Estrutural da Performance Organizacional

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Os resultados dos índices que avaliam a qualidade do ajustamento dos modelos de medida e estrutural estão dispostos na Tabela 16.

Tabela 16 – Índices de Ajustamento do Modelo Performance

Fonte: Dados da pesquisa, 2019.

Analisando os resultados apresentados pela AFC do modelo de medida e pela SEM do modelo estrutural, verificou-se que os índices reportaram, em sua maioria, valores considerados muito bons pela literatura (ULLMAN, 2007; MARÔCO, 2010). Entre os índices que avaliam a qualidade própria do modelo o X2/df foi de 3,34 e 3,71

nos modelos de medida e estrutural, respectivamente, considerado como aceitável pela literatura. O índice SRMR apresentou valor de 0,015 nos dois modelos indicando baixa representatividade dos erros e, consequentemente, melhor ajustamento.

Quanto aos índices CFI e TLI, apresentaram valores de 0,991 e 0,981, no modelo de medida e 0,990 e 0,977, respectivamente, no modelo estrutural indicando um ajustamento muito bom (MARÔCO, 2010). Na categoria dos índices de discrepância populacional, o RMSEA atingiu o valor de 0,068 e 0,073, indicando que o modelo possui um ajustamento muito bom das médias e variâncias quando comparado ao modelo populacional.

A partir das constatações, é possível afirmar que os modelos adotados para mensurar a percepção de performance organizacional são válidos, pois mensuram consistentemente a dimensão desenhada e tem validade convergente, visto que apresentou significância nas relações entre as suas dimensões, segundo os critérios definidos por Pasquali (1997). Tais resultados permitem inferir que a performance organizacional é percebida nas organizações a partir da soma de dois aspectos internos: o valor que é agregado por meio da atuação das pessoas e da eficiência das atividades que compõem os processos da organização e o próprio resultado gerado, que trata da eficácia global da organização. Assim, pode-se inferir que a performance organizacional é maior quando a organização gera mais resultados com um alto valor

Índice de Ajustamento Valor de Referência (Marôco, 2010) Modelo de Medida (AFC) Modelo Estrutural (SEM) χ²/df < 2 (bom) / ]2;5] (aceitável) 3,34 3,71 RMSEA ≤ 0,08 0,068 0,073 CFI ≥ 0,90 0,991 0,990 TLI ≥ 0,90 0,981 0,977 SRMR < 0,10 0,015 0,015

agregado (BARNEY; HERSTERLY, 2014; KAPLAN; NORTON, 1997; LOPES, 2016; LOPES; BAIOA, 2011; HESSELBEIN; GOLDSMITH; BECKHARD, 1997; CLAVER- CORTÉS; PERTUSA-ORTEGA; MOLINA-AZORÍN, 2012).

Por fim, cabe destacar que Hipótese H4 de que a performance é a confluência entre os resultados gerados pela organização e o valor agregado ao longo do processo é respondida pelos resultados apresentados no modelo estrutural da performance organizacional.

3.3.3.2 MODELAGEM DE EQUAÇÕES ESTRUTURAIS ENTRE UM COMPOMENTE