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Modos de atuação a nível nacional vs europeus na doença de Alzheimer

CAPÍTULO I- O PROBLEMA DE INVESTIGAÇÃO

4. Estado da arte

4.1. Envelhecimento e a demência e as suas respetivas implicações

4.1.7. Modos de atuação a nível nacional vs europeus na doença de Alzheimer

A nível europeu, existe uma organização que já foi referida anteriormente, ao longo da explicação da doença de Alzheimer.

Este plano europeu tem como objetivo a intervenção a nível do Alzheimer. O

Alzheimer Europe é uma organização europeia que congrega atualmente 34

organizações-membro, em 30 países europeus, entre as quais se inclui Alzheimer

Portugal.

Segundo Alzheimer Portugal:

Em setembro de 2008, a Doença de Alzheimer foi reconhecida pelo Conselho da União Europeia como uma prioridade, tendo os Estados membros sido convidados a assumir o compromisso conjunto de combater as doenças neurodegenerativas, em especial a Doença de Alzheimer (cit in Cunha, 2012, p. 27)

Em fevereiro de 2009, o Parlamento Europeu assinou a Declaração Escrita 0080/2008 sobre as prioridades da luta contra a doença de Alzheimer. Esta Declaração apela à Comissão, ao Conselho e aos governos nacionais para que reconheçam a doença de Alzheimer como uma prioridade de saúde pública e para o desenvolvimento de um plano de ação europeu que permita: promover a investigação pan-europeia sobre as causas, prevenção e tratamento da doença de Alzheimer; melhorar o diagnóstico precoce; simplificar os procedimentos para pessoas com demência e cuidadores e melhorar a sua qualidade de vida; promover o papel das associações europeias dotando- as de apoio regular.

Relativamente à França existe um plano que abrange 44 medidas. Este plano prevê gastos 1,6 biliões de euros. Estas 44 medidas estão divididas em três eixos para melhorar e satisfazer assim a necessidade das pessoas doentes, com esta patologia identificada.

Sendo o primeiro eixo designado como melhorar a qualidade de vida das pessoas doentes, composto por vários objetivos como: assegurar um crescente apoio aos cuidadores; reforçar a coordenação entre todos os intervenientes; permitir às pessoas com doença de Alzheimer e aos seus familiares a possibilidade de escolha do apoio domiciliário; otimizar o percurso dos cuidados; melhorar o acolhimento em estabelecimento para uma melhor qualidade de vida das pessoas com doença de Alzheimer; valorizar as competências e desenvolver a formação dos profissionais.

O segundo eixo é designado como “Conhecer para Agir”, com os seguintes objetivos: Dispensar um esforço sem precedentes para a investigação e organizar um levantamento epidemiológico.

Relativamente ao terceiro e último eixo: mobilização para o envolvimento da população, centra-se em três objetivos: informar e sensibilizar o grande público; promover uma reflexão e uma abordagem éticas e transformar a doença de Alzheimer numa prioridade europeia.

O Reino Unido este não possui qualquer plano nacional. A Estratégia Nacional para a demência é um plano do governo que explica o que tem que acontecer para mudar radicalmente a qualidade de vida das pessoas com demência e dos seus cuidadores, nos próximos cinco anos. A Estratégia estabelece 17 recomendações dirigidas ao Sistema Nacional de Saúde, às autoridades locais e outras entidades, para que melhorem os serviços de prestação de cuidados às pessoas com demência. As recomendações são focadas em três temas chave: desenvolvimento de campanhas de sensibilização e de perceção sobre a doença; diagnóstico precoce e apoio; viver bem com demência.

O Reino Unido possui ainda um documento legislativo da Capacidade Mental que promove o direito de as pessoas tomarem as suas próprias decisões e protege as pessoas em situação de incapacidade, fornecendo-lhes um enquadramento flexível que coloca os indivíduos no cerne do processo da tomada de decisão.

Já a Noruega elaborou um Plano nacional para a demência. Este Plano tem a particularidade de ser um Subplano do Plano de Cuidados para 2015. Defende-se que todas as medidas pensadas para a demência se devem integrar nesse plano geral de cuidados, sendo que este ainda irá beneficiar das especificidades dos cuidados para as pessoas com demência. Isto porque se parte do princípio de que o que é bom para estas pessoas tende a ser bom para a generalidade dos indivíduos.

Na Alemanha não existe um Plano Nacional para as demências, mas existem importantes medidas de proteção para as pessoas em situação de incapacidade ou dependência, nomeadamente para as pessoas com doença de Alzheimer ou outras formas de demência. A Alemanha possui dois tipos de seguros: o Seguro para Cuidados de Saúde e o Seguro para Cuidados de Longa Duração quer no domicílio quer em instituições. É de salientar esta diversidade em especial no campo dos cuidados no domicílio, onde o familiar pode optar por ser ele próprio a cuidar ou optar por um cuidado e apoio de boa qualidade.

A Espanha também não tem Plano Nacional para as demências, mas merece referência pelo enquadramento legal que consagra para as pessoas em situação de incapacidade. Um exemplo disto é um artigo legal em que está explícito que uma pessoa pode manifestar antecipadamente a sua vontade sobre futuros cuidados, tratamento da sua saúde ou em caso de falecimentos para que seja cumprido numa situação em que este não se consiga expressar pessoalmente.

A Alzheimer Portugal tem vindo a executar um magnífico trabalho regendo-se pelas seguintes diretrizes:

Sensibilizar para a urgência de um Plano Nacional Alzheimer e disponibilizar o nosso conhecimento e experiência, na sua criação e implementação; desenvolver campanhas nacionais e locais de informação sobre a doença, as suas características e formas de intervenção; alertar para a importância: do diagnóstico precoce; da valorização do papel dos clínicos gerais na deteção dos primeiros sinais da demência e encaminhamento para consulta da especialidade (Neurologia ou Psiquiatria); da valorização do papel dos cuidadores, e do reconhecimento das suas necessidades e direitos específicos; da integração do estudo da demência como matéria obrigatória na formação médica. Desenvolver ações de formação para cuidadores; Criação de serviços e equipamentos modelo com vista à aprendizagem e partilha das melhores práticas. (cit in Cunha, 2012, p.29)