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MOTIVOS PARA ESCOLHA DO MAGISTÉRIO COMO CARREIRA

CAPÍTULO 2: FATORES DE ATRATIVIDADE E REJEIÇÃO DA CARREIRA DO

2.1 MOTIVOS PARA ESCOLHA DO MAGISTÉRIO COMO CARREIRA

A escolha de uma carreira profissional é um momento determinante na vida de todo e qualquer jovem. Esse processo de definição da profissão e a própria inserção no mundo de trabalho dependem de uma série de fatores intrínsecos e extrínsecos que se relacionam de diferentes formas. Vários autores destacam que o destino profissional de uma pessoa depende, além de suas características pessoais, dos diferentes contextos nos quais está inserida: histórico, social, político, educacional, econômico, familiar, entre outros (GATTI, 2009; RAMOS; LIMA, 1996; SOARES, 2002; VALLE, 2006).

Para Nogueira (2012), a partir de uma perspectiva macrossociológica, pode- se enumerar alguns fatores que interferem na escolha de um curso superior:

1) a posição social objetiva dos sujeitos que escolhem (volume e peso relativo dos seus capitais cultural, econômico e social); 2) a estrutura de oportunidades do sistema universitário (cursos e faculdades definidos em termos do grau de prestígio acadêmico, localização, custos financeiros envolvidos, horário das aulas, natureza e grau de dificuldade dos cursos e de seu processo seletivo); 3) as características do mercado de trabalho (natureza das profissões, grau de prestígio e retorno financeiro médio) (n.p.).

Segundo o mesmo autor, os fatores condicionantes da escolha, a partir da ótica individual do sujeito, dependeriam:

1) de determinados gostos ou preferências relativos às áreas do conhecimento e aos campos profissionais a elas associados; 2) de um conjunto de aspirações, expectativas e projetos de vida (de curto, médio e longo prazos) que o faz priorizar, conforme o caso, a estabilidade, o retorno financeiro, o prestígio ou o tipo de sociabilidade supostamente associados a cada curso ou profissão; 3) de um conjunto de representações sobre si mesmo, relativas não apenas à sua capacidade intelectual, mas às suas habilidades em geral; 4) de um conjunto mais ou menos amplo, preciso e confiável de informações sobre o sistema universitário, os diversos cursos e as futuras profissões (n.p.).

Verona, Mori e Arruda (2008), em seu estudo para identificar os elementos determinantes para escolha do curso de Ciências Biológicas por alguns estudantes e

egressos, com base nas relações com o saber, de Charlot (2000), verificaram que as escolhas decorrem: 1) da relação com o outro, isto é, a influência exercida por familiares, amigos e professores; 2) da relação consigo mesmo, a partir da identificação com temas e disciplinas da área; 3) da relação com o mundo, por meio da busca e curiosidade pelo conhecimento da área, das vivências do cotidiano e das perspectivas profissionais futuras. Essa perspectiva é corroborada por Ferreira, Nascimento e Fontaine (2009), segundo as quais a construção do desenvolvimento vocacional é um processo social que acontece na interação do indivíduo consigo mesmo, com os outros e com o mundo, além de depender das oportunidades que aparecem na vida do sujeito. Para Rabelo (2010a), a escolha profissional é influenciada por condições externas e pelas representações sociais de cada um.

A família também pode representar uma grande influência na formação da identidade ocupacional do indivíduo (ANDRADE, 1997; LEVENFUS, 1997; RAMOS; LIMA, 1996; SANTOS, 2005), tanto no sentido de ajudar quanto de dificultar o processo de escolha da futura profissão. Segundo Andrade (1997), esta ação pode ocorrer em duas dimensões: 1) contextual, que depende dos recursos oferecidos e das limitações expostas e; 2) estrutural, quando “o nível de determinação se dá pela influência, muitas vezes indireta e não explícita, da ideologia familiar sobre os valores e conceitos ocupacionais” (p. 124).

Em sua pesquisa com docentes do ensino médio, Giesta (2008) verificou que a maioria dos pesquisados, ao decidir pela carreira do magistério, teve influência dos pais ou de professores. A pesquisa de Fernandes (2011) com estudantes de Licenciatura em Letras de um campus da Universidade Federal do Amazonas, no Município de Humaitá, também revelou influência para escolha do curso, especialmente de pais, professores e amigos. Gomes e colaboradores (2012), em pesquisa sobre os motivos da escolha profissional de estudantes dos cursos de Licenciatura, inclusive Pedagogia, identificaram que os principais motivos foram: vocação, influência de professores e de familiares, gosto por lidar com crianças (principalmente as de Pedagogia) ou gosto pela disciplina específica (no caso dos outros cursos de Licenciatura).

Já a pesquisa de Moreira e colaboradores (2012) revelou que mais de 54,0% escolheram o curso de Licenciatura em Matemática devido ao gosto ou facilidade pela disciplina e 20,0% por fatores relacionados à docência, tais como gostar de

lecionar, ter interesse pela educação escolar, entre outros. Fatores como influência de pais e professores, falta de opções ou preparação para outros cursos representaram 17% da amostra. Por outro lado, 56% do público pesquisado já haviam prestado vestibular para outro curso e cerca de metade sofreu reprovação, tendo escolhido o curso de Matemática como segunda opção, visto que a primeira não foi alcançada.

De fato, os fatores intrínsecos, tais como “trabalhar com crianças, satisfação intelectual e contribuição para a sociedade”, são motivações importantes entre os que optam pelo magistério em vários países, como França, Austrália, Bélgica, Canadá, Eslováquia, Holanda e Reino Unido (ORGANIZAÇÃO PARA COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICOS, 2006, p. 70).

A clássica investigação sociológica conduzida por Lortie (2002), em cinco cidades da área metropolitana de Boston, publicada pela primeira vez em 1975, aponta os principais fatores de atratividade do magistério naquele contexto espacial e temporal. O autor categorizou os resultados em cinco temas: 1) Relações interpessoais; 2) Magistério como sacerdócio, doação; 3) Continuidade; 4) Benefícios materiais; 5) Compatibilidade de tempo.

O primeiro tema foi o fator mais citado pelos entrevistados. Trata-se do “gosto por trabalhar com pessoas”, que foi um fator de atratividade da carreira. De fato, a docência é uma das poucas profissões que possibilita o contato constante com pessoas mais jovens. Segundo o autor, apesar de outras profissões, como pediatras e assistentes sociais, também trabalharem com crianças, na docência esse contato não se restringe a crianças doentes ou com desvantagens sociais.

O segundo fator trata do magistério como sacerdócio, doação. Muitos pesquisados citaram esse aspecto humanitário e assistencialista da profissão como um de seus atrativos. No terceiro tema, incluem-se aqueles docentes que simplesmente gostam da escola e gostariam de trabalhar no ramo da educação, bem como os que gostam das atividades relacionadas à escola, mas teriam dificuldade de se engajar nelas fora do ambiente escolar.

O quarto aspecto aborda os benefícios materiais (remuneração, prestígio e segurança no emprego). É interessante destacar que o salário foi diferentemente abordado por homens e mulheres. Enquanto 54,0% das mulheres mencionaram este

como um fator de atratividade da carreira, apenas 39,0% dos homens o fizeram. Por fim, o tema da compatibilidade de tempo também foi considerado um estímulo para ingresso na profissão, já que a docência possibilita o exercício de outras atividades e obrigações. As mulheres ressaltaram poder dedicar-se aos afazeres domésticos e à maternidade, além de o horário exercido no magistério combinar com o horário escolar dos filhos. Os homens, por sua vez, destacaram a possibilidade de aprofundar os estudos e desenvolver outros tipos de trabalhos. Cabe reiterar, no entanto, que a primeira edição da obra é de 1975, quando a diversificação das estruturas familiares e a participação da mulher no trabalho eram diferentes dos Estados Unidos de hoje.

Rabelo (2010a; 2010b) investigou a motivação para escolha da docência como profissão entre professores homens nas séries iniciais, em Aveiro, Portugal, e no Rio de Janeiro, verificando que os fatores intrínsecos (gosto pela profissão e gosto por crianças) foram os mais relevantes. As motivações extrínsecas, como empregabilidade, rentabilidade, necessidade de emprego e falta de oportunidades, também foram citadas. Souza (2010) verificou, em seu estudo, que a maioria dos estudantes de Licenciatura pesquisados optou pelo curso devido ao desejo de se tornar professor. O gosto pela profissão também é motivo para os docentes permanecerem nela (GIESTA, 2008). Por sua vez, o estudo de Garduño e Sandoval (2006), com amostras de três gerações de estudantes normalistas de primeiro e segundo semestres, de uma escola normal pública da Cidade do México, demonstrou que quase a metade dos pesquisados escolheu a carreira por motivos extrínsecos.

Em pesquisa com ingressantes dos cursos de Medicina e de Licenciatura em Física, Matemática e Pedagogia, a fim de identificar os fatores de atratividade e rejeição da carreira do magistério, Leme (2012) concluiu que os aspectos que mais interferem na predisposição dos ingressantes em seguir a carreira são: sexo (mulheres), curso (Pedagogia), idade (de 17 a 19 anos), salário e alguns elementos de caráter subjetivo, tais como experiências escolares positivas, gosto por crianças e pela educação, altruísmo e engajamento social. Por outro lado, os principais fatores de rejeição à carreira foram aqueles relacionados à imagem atual da profissão e da escola, como a falta de prestígio social e a baixa remuneração. Ademais, a autora constatou que o grupo de Pedagogia manifestou mais interesse pela carreira

docente do que os demais licenciandos. Quanto aos estudantes de Medicina, apesar de considerarem a profissão docente importante e de grande relevância social, afirmaram que não seriam professores da educação básica e apontaram ser uma profissão difícil, desvalorizada na sociedade e que recebe baixos salários.

Nogueira e Pereira (2010) conduziram estudo para compreender como se constroem as “escolhas improváveis”, isto é, alunos com perfil social e escolar mais elevado que decidiram cursar Pedagogia e que, em princípio, poderiam ter optado por cursos mais seletivos e vistos como de maior retorno financeiro e simbólico. Os autores entrevistaram oito alunas de Pedagogia da Universidade Federal de Minas Gerais e concluíram que em todas as participantes, sobretudo em seis delas, parecia haver um gosto autêntico anterior ao momento da decisão pelo curso superior.

A pesquisa de Paul e Silva (1998) sobre escolha de carreiras por candidatos de quatro instituições públicas do Rio de Janeiro, utilizando dados dos processos seletivos de 1990, verificou que estudantes de status socioeconômico mais baixo, apesar de terem escolhido carreiras de menor prestígio (entre elas, as licenciaturas), apresentaram desempenho suficiente nas provas de acesso para ingressar em curso de maior prestígio, reforçando, dessa forma, a hipótese de autosseleção e auto-censura acadêmica.

Ao verificar as motivações para escolha da carreira do magistério, Nogueira, Almeida e Queiroz (2011) constataram que quase dois terços dos participantes apontou o gosto pela área ou pela profissão docente como um fator muito importante para a decisão pelo curso de Licenciatura. Os professores homens pesquisados por Miranda (2011) escolheram a docência como profissão por gostarem, por vocação, por terem tido alguma identificação com um professor na sua vida acadêmica ou mesmo por motivos religiosos, maiores oportunidades de emprego (é uma área que não fica “saturada”) ou como forma para ingressar na educação superior. O autor também concluiu que homens e mulheres se diferenciam quanto aos motivos para escolha da carreira apenas porque elas manifestaram terem sido influenciadas ou solicitado ajuda para escolha.

Bueno e Enge (2004) estudaram os anos iniciais da profissionalização de alunos egressos de cursos de Licenciatura da Universidade de São Paulo (USP)

formados em 1994 e 1995. Entre os pesquisados que se encaminharam ao magistério, a maioria demonstrou satisfação profissional pelos seguintes motivos: gosto por lecionar, relações interpessoais com os alunos, acompanhamento da aprendizagem e reconhecimento do trabalho. Entre as razões de insatisfação profissional, foram apontadas: baixos salários, indisciplina dos alunos, inadequação das condições de trabalho, tais como lotação das salas de aula, falta de recursos escolares, ritmo acelerado de trabalho e realização das atividades extraclasse.

Pesquisa mais recente (SILVA, 2012) com o objetivo de identificar o perfil dos egressos do curso de Licenciatura em Matemática da PUC/SP, suas trajetórias acadêmica e profissional, os motivos para escolha do curso e a opção ou não pela carreira do magistério obteve conclusões semelhantes. A maioria dos pesquisados não estava atuando na profissão nem seguiu a carreira docente. Segundo a autora, “aspectos como a falta de valorização social representada pelos baixos salários, a imagem da profissão e o prestígio social, a condição dos alunos e das escolas, a segurança no trabalho, dentre outros, parece assustar os egressos” (p. 95).

Vasconcelos e Lima (2010) examinaram as motivações de alunos de Licenciatura Ciências Biológicas da Universidade Federal de Pernambuco para a escolha de um curso de formação de educadores. Os autores identificaram que, dos pesquisados que ingressaram na instituição por processo seletivo, 69,4% optaram pela Licenciatura como segunda opção, visto que não conseguiram acesso ao curso que realmente queriam fazer. Por outro lado, 45,4% escolheram o curso porque pretendiam exercer a docência ou por motivos vocacionais.

Segundo Valle (2006), a escolha da docência como carreira profissional pode ocorrer por duas hipóteses: a) ela resulta de uma decisão consciente ou não realizada durante o ensino médio ou antes dele, devido à atratividade que a carreira docente efetivamente exerce sobre o estudante; b) ela resulta da impossibilidade de o jovem concretizar seus desejos de atuar em outra carreira para a qual realmente teria vocação.

A partir de dados empíricos, Martins (2009) confirma essas hipóteses. Por um lado, os resultados da pesquisa desenvolvida no curso de Pedagogia de uma universidade comunitária e confessional revelaram que o curso foi escolhido devido a exclusões ocorridas no decorrer das vidas dos estudantes ou a circunstâncias

específicas (ex.: casamento, maternidade, opção por curso mais barato, possibilidade de emprego mais rápido, fracasso na aprovação de outro curso). Por outro, a opção pelo magistério revelou uma autorrealização pessoal, muitas vezes influenciada por professores que passaram pela escolarização dos licenciandos e tornaram-se referências em suas vidas.

Esses dados são corroborados pela pesquisa de Brasil e Galvão (2012). Um grupo de participantes ingressou na carreira do magistério da educação infantil por escolha consciente. Os demais entrevistados entraram na profissão por circunstâncias diversas da vida. O estudo de Silva e Speller (2008) também converge para essas conclusões. Foram pesquisados recém-graduados de um curso de Licenciatura em Pedagogia da UFMT, criado para qualificar professores efetivos que tinham apenas o magistério. Verificou-se que os principais motivos para ingresso no curso foram a falta de opção, a facilidade para conseguir emprego, a influência do convívio social e a realização de um sonho.

Segundo Miranda (2011, p. 75), a atividade docente, muitas vezes, é percebida como “um campo profissional que tem espaço para absorver os seus profissionais, campo que estaria de ‘portas abertas’, mesmo em época de crise econômica, com altas taxas de desemprego, constituindo em ‘reduto de empregos”. Ao mesmo tempo, o magistério é visto como “bico” ou como “compasso de espera”, escolhido até que surjam melhores oportunidades (BUENO; ENGE, 2004). A pesquisa de Souto e Paiva (2013), sobre a trajetória profissional de egressos de um curso de Licenciatura em Matemática em Minas Gerais, revelou que quase a metade do grupo pesquisado demonstrou interesse em abandonar a docência ou de fazer dela uma segunda atividade profissional.

Conforme Valle (2006), a baixa atratividade da carreira do magistério está ligada aos seguintes fatores: a) incerteza do futuro da profissão; b) baixos salários; c) possibilidades limitadas de ascensão pessoal; d) precariedade das condições de trabalho. Para Diniz-Pereira (2011), as crises enfrentadas pelos cursos de Licenciatura estão relacionadas à dificuldade de os alunos se manterem durante o curso, à expectativa de baixa renda oferecida pela profissão e ao declínio do prestígio social da docência. Barbosa (2011, 2012), em pesquisa bibliográfica- documental, concluiu que o salário é um dos principais responsáveis pela precarização do trabalho docente.

Em investigação conduzida com o objetivo de verificar as possíveis causas de rejeição à carreira do magistério em Física junto a estudantes de ensino médio, Lunkes e Rocha Filho (2011) sinalizaram que os baixos salários e a desvalorização social da profissão docente estão entre os principais motivos para que os alunos não ingressem na carreira. Os cursos que demonstraram maior interesse para o grupo pesquisado foram Medicina, Direito e Administração. Estudo semelhante, realizado por Oliveira e colaboradores (2011) em duas escolas de Belo Horizonte, chegou a resultados idênticos. O principal motivo para que os estudantes de ensino médio pesquisados rejeitassem a carreira do magistério estava na baixa remuneração.

Brandão (2012), Ens, Eyng e Gisi (2009) e Lima, Sicca e David (2012) verificaram as representações sociais de alunos de Licenciatura sobre o trabalho docente e chegaram a conclusões parecidas. Os licenciandos apresentaram como limitações da futura profissão a baixa remuneração, as condições de trabalho, a falta de reconhecimento social e o descaso com a profissão.

Ao pesquisar os fatores de atratividade da profissão do magistério junto a alunos de ensino médio, Lima (2010) e Tartuce, Nunes e Almeida (2010) concluíram que os principais aspectos desmotivadores da profissão estão ligados a questões sociais e econômicas, como má remuneração e condições de trabalho e à falta de reconhecimento social da profissão. Ademais, apenas 2,0% dos estudantes de ensino médio tinham intenção de se tornar professores (TARTUCE; NUNES; ALMEIDA, 2010).

Gatti e Barreto (2009) argumentam que salários pouco atraentes e planos de carreira estruturados para não recompensar, estimular e motivar os professores no exercício da docência interferem nas escolhas profissionais dos jovens e na valorização social da profissão de professor. A pesquisa de Fröhlich (2013) comprovou que, se houvesse um aumento de 1,0% na média salarial de professores em comparação aos outros profissionais nos municípios brasileiros, as probabilidades de escolha de um curso de formação de professores seriam aumentadas de 8,0 a 20,0%. Ressalta-se, no entanto, que a valorização do educador e de sua profissão não está relacionada apenas ao seu salário, mas a diversos outros fatores, como o prestígio e o reconhecimento de seu papel mediador de conflitos frente às dificuldades da sociedade em seus aspectos sociais, culturais e econômicos (PIMENTEL, PALAZZO, OLIVEIRA, 2009).

Aliás, as questões relacionadas ao ingresso e à permanência na profissão docente abrangem uma série de decisões por parte do indivíduo, apresentadas na figura 1, tais como: 1) decidir-se ou não por um curso de formação docente; 2) após a conclusão do curso, assumir ou não a profissão do magistério; 3) mudar ou não o local de trabalho; 4) por quanto tempo ficar na profissão; 5) após uma interrupção na carreira, retornar ou não à profissão (ORGANIZAÇÃO PARA A COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, 2006).

A figura 1 apresenta os fluxos típicos de ingresso e saída na profissão docente. Dela, depreende-se que o grupo atual de professores é composto por: a) novos ingressantes recém-formados; b) professores que já atuavam na docência e nela permanecem; c) professores que deixaram a profissão, mas a ela retornaram. Na outra ponta do fluxo, os professores que abandonam a carreira devido a: a) aposentadoria; b) motivos diversos. Segundo o Relatório desenvolvido pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2006), envolvendo vários países, a forma mais eficaz para o suprimento dos profissionais da docência é a retenção dos professores do ano anterior.

Figura 1 - Fluxo de ingresso e saída da profissão docente