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Placa pintada à mão, na Flórida, tendo como ilustração um Ford Bigode; esta foto, tirada por Walker Evans em �� de agosto de ����, integra a série feita com a câmera Polaroid ��-��, que havia sido lançada no ano anterior©Walker Evans Archives, The Meropolian Museum of Ar
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penúlimo abril –, eles esão sendo corados em pedaços, por uma lâmina elérica de mil oneladas, para os fornos de boca pequena. A lâmina reduz chassis, molas, rodas, para-choques e udo mais a uma sucaa de espinhas de ferro e cascas curvas de laa, como límulos faiados para servir de comida aos porcos. Quando a gene coloca óculos azuis e espia pelo ofuscane buraco na pora do forno, onde os velhos carros esão sendo digeridos com condimenos como calcário e ferro fundido, vê apenas um lago lívido que vibra com pálidas borbulhas. (A correne de ar saída do forno aquece uma caldeira – a caldeira produz vapor – o vapor movimena uma urbina – a urbina gira a venoinha que produz a correne de ar.)
Duas vezes por dia os carros velhos liquefeios são despejados pelos fundos do forno em recepáculos semelhanes a enormes baldes de ferro: um fedor quene, um assobio ensurdecedor, a evacuação de fezes fundidas de ouro converidas pelo calor num eéreo amarelo embranquecido, uma suprema incandescência, enquano um borrifo de cenelhas brancas como crisais de neve explode como minúsculos foguees. Nenhum ser humano vai à arena abaixo da galeria durane o despejo. Guindases giganes se movem ao longo do eo e, pinçando os caldeirões de sopa dourada, içam- nos aravés do grande celeiro e despejam seu coneúdo em ouros onéis, de onde o líquido escorre por orifícios para denro de moldes cilíndricos de lingoes. Mil e cem oneladas de aço por dia.
Nas vasas revas exuberanes da fábrica, luzes cor de rubi são minúscu- las e afiadas pedrinhas de relógio sob o mecanismo de vigas finas de aço e as conrações de canos vermiformes cor de praa; bafos quenes; uma desa- gradável buzina prolongada; a acrimônia de banhos de salmoura. Um guin- dase semelhane a um giganesco aeroplano azul vem deslizando ao longo do eo e, de uma complexa cabine suspensa, que se move em ângulo reo em relação ao movimeno do guindase, suspende, com grandes pinças de besouro, os lingoes para fora de se us moldes, leva-os pelo galpão e os depo- sia em fornos – os fossos de s auração –, onde eles se e ncharcam de calor aé incandescer, brancos de ão quenes.
Canos praeados – um claque-claque-claque ensurdecedor – o despen- car de avalanches meálicas – os laidos lamurienos de Cérbero em ação. Transmissores como as conchas de monsruosos caracóis vermelhos, gordos arás do vidro em saleas brancas e imaculadas, fornecem força suberrânea para os rolos. A gene olha para baixo a parir de uma esreia galeria, para uma calha de cilindros rolanes: o lingoe, agora vermelho-incandescene e esfriando, sacoleja ao longo dela como um fragmeno de coluna irregular e cheio de ranhuras. Quando ele enra numa grua mecânica, os cilindros acima e abaixo o despem da crosa exerna e uma lâmina raspa seu fundo, onde as impurezas se deposiaram, e o deixam cair num recepáculo do qual ele será expulso oura vez, para ser derreido de novo.
Agora o ferro-gusa foi ransformado em barras e esas são aquecidas para ser aplainadas na laminadora. Longas iras de meal vermelho incan- descene viajando pela eseira – comprimidas para ficar cada vez mais finas à medida que passam por enre os cilindros da máquina, vermes rubros cada vez mais compridos, os quais uma fila de homens, agarrando as alças de caixas preas numa galeria elevada, balançam para frene e para rás ou jogam, enquano elas giram, conforme saem da cenrífuga. Esquadre- jadas e corada s em exensões iguais , elas se ornam finalme ne um galpão
cheio de aço empilhado.
Fundição: um bae-esaca aroador, que, quando, em ouros empos, produzia eixos, fazia remer a erra alagadiça e abalava o próprio edifício. Mas os eixos agora são feios em Highland Park. Aqui, em Dearborn, os grandes ferreiros com olhos congesionados esão forjando bielas. Sob o cla- rão consane que vem de fornalhas, com golpes deliberados e implacáveis, os impacos da armadilha negra que despenca, máquina-marelo sobre máquina-bigorna, os ferreiros fazem forminhas incandescenes de barras vermelhas, de maéria-prima ainda em brasa, presas por enazes.
Maquinaria: uma biela prona é o produo de �� processos diferenes. Os denes da eseira ransporadora serpeneiam em zigue-zague enre ban- cadas, levando as bielas de uma máquina a oura. Cada uma delas em que ser enrijecida e depois amaciada por diferenes processos de aquecimeno e esfriameno. Ela é girada numa máquina que raspa sua crosa e orna bri- lhane o meal opaco; aprumada em prensas; perfurada por brocas giraó- rias; pré-orneada, orneada, chanfrada e rosqueada; provida de buracos para manivela e pino de êmbolo – os buracos são revesidos de esanho e cobre, o esanho e o cobre polidos aé ficar lusrosos como ceim. A biela é limpa, oxidada, lavada, com os orifícios de lubrificação perfurados e a bolsa de óleo cavada (um homem compaco de erno marrom e óculos redondos acabou de invenar uma nova máquina para fazer odos esses buracos de uma vez e esá supervisionando sua insalação); os sulcos para lubrificação são aberos, a bolsa de óleo alargada, equilibrada numa balança e corrigida – aquelas que pesam demais ou de menos são jogadas em baldes de ferro de bordas largas; buracos no esanho e no bronze são feios com uma broca de diamane; ela é inspecionada em esufas de emperaura consane, exposa à luz violea de ubos de mercúrio e calibrada com a precisão de um milio- nésimo de polegada por um insrumeno com pona de diamane.
A peça – a biela – agora esá quie com a eseira de produção e começa oura jornada ao longo da eseira da linha de monagem, no curso da qual ouras peças são acrescenadas. Os pinos de êmbolo agora são acoplados, a manivela e o pisão são ajusados. A biela é imporane, ela precisa ser uma peça perfeia: em que suporar o desgase de ��� revoluções por minuo. Finalmene, é insalada no bloco do moor. O bloco do moor segue seu
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caminho e, peça por peça, orna-se plenamene equipado; adquire uma esranha focinheira e dois olhos prouberanes – assume um aspeco ani- mal. Ele finalmene raseja eseira acima a caminho do galpão de monagem como um obediene besouro ropical.
Nesse galpão de monagem, sob o esrondo preciso dos marelos, o bloco do moor é içado e deposiado num chassi vazio e ainda sem rodas que, numa eseira dupla, esá passando embaixo para recebê-lo. Agora, oma forma nessa eseira uma espécie de iciossauro que se move lena- mene com as paas esendidas e um único e comprido olho saliene de lesma que logo a gene reconhece como um eixo de ransmissão. Essa forma, à medida que avança, apanha rodas, para-lamas reluzenes, esri- bos reluzenes. De cima, o corpo familiar é baixado sobre a carcaça de olho esbugalhado: a coisa agora é um auomóvel, brilhane e prono para par- ir, mas ainda passivo, ainda movido por oura enidade, como se ainda não ivesse emergido do úero. Ele recebe seus úlimos eses e oques: buzinas são forçadas a falar, limpadores de para-brisa perfazem seu arco, arranhões acidenais são apagados com ina. Cupês preos; sedãs urbanos azuis; Tudors castanhos; conversíveis amarelos; caminhonetes verdes –eles deixam a eseira para sempre; são empurrados para fora, calmos e cini- lanes, com seus olhos de vidro arregalados recém-aberos, rumo à sua primeira sala de exibição iluminada. Ficam esperando para ser dirigidos por algum moorisa ou levados em reboques para os revendedores, pelo longo e melancólico descampado de Michigan.
“Não é humano – eu sou capaz de explodir ao falar sobre isso –, é de abalar o espí- rio de um elefane, ô se é. P refiro morrer de fome a volar pra lá! Eles não e dão nenhum aviso. June suas ferramenas e pegue uma dispensa, diz o chefe – enão eles visoriam sua caixa de ferramenas pra ver se você não esá levando nada da companhia – enão você vai ao deparameno de pessoal com seu car ão de pono e eles e dão uma dispensa que diz que não êm mais ineresse em e usar – e enão é o seu fim. Esou desempregado desde julho. Às vezes eles e deixam com o eu crachá, e aí você não consegue arranjar rabalho em nenhum ouro lugar, porque, se você ena, eles ligam para a Ford e lá dizem que você ainda esá na folha de pagamenos, embora não eseja rabalhando e nem ganhando um mísero cen- avo. Assim eles podem dizer que êm ainda anos homens na folha de pagamen- os. É um prodígio em publicidade, esse Ford.
“Na Inglaerra eles fazem as coisas com mais folga. Eu fui ferrameneiro e mealúrgico em Mancheser desde os �� anos de idade. Ganhei seisshillings
por semana durane see anos – aé a Guerra, quando fui mandado para a Força Aérea Real – mas fui reprovado no ese psicológico – fui mecânico de aviação durane a Guerra. Uma ia minha inha vivido nos Esados Unidos e viso as possibilidades, e quando ela volou, me disse: ‘Ber, você esá desperdiçando
seu empo!’ – enão eu vim pra cá em seembro de ����. Eles esão brincando com o perigo na Inglaerra – esão com as cosas conra a parede –, as indúsrias viais esão sendo arrancadas deles, e eles não conseguem dar cona das des- pesas de previdência social, mas, se pararem de pagar, vão er que enfrenar o ranco. Há sujeios jovens lá que cresceram à cusa da previdência social, e agora você não consegue fazê-los rabalhar – quando arrumam um rabalho pra eles, eles se demiem de propósio. O governo esá enre a cruz e a caldeirinha. Se irar o pão dos animais, eles vão morder. Do jeio que eles fazem as coisas na Inglaerra, é um milagre que ainda sobrevivam!
“Quando cheguei aqui, rabalhei na empresa Fisher Bodies por rês meses. Em vez de ficar andando por aí, logo de cara peguei um rabalho de rês urnos na produção logo de cara. Mas quando eu fui para a Ford – como odo mundo, eu inha ouvido falar dos salários da Ford. De fao você consegue os salários. Eu recebia cinco dólares por dia nos primeiros dois meses e seis dólares depois disso – enão pedi um aumeno e ganhei �� cenavos a mais por dia durane dois anos e meio – mas nunca cheguei aos falados see dólares por dia. Mas os salários são a única coisa que compensa. Se ele baixasse os salários, os operá-
rios lhe dariam as costas. Você consegue o salário, mas vende sua alma ao Ford –
rabalha feio um escravo o dia odo, e quando fica cansado demais pra fazer qualquer coisa – você vai dormindo no carro para casa. Mas, como se diz, uma vez empregado da Ford, sempre empregado da Ford. Você fica apáico, desfi- brado, como se diz em Lancashire – fica sem coragem de sair. Tem gene que vem do inerior para a Ford, pensando que vai ganhar um dinheirinho – que vai só rabalhar por alguns anos e depois volar e ser independene. E enão eles ficam lá pra sempre – a não ser que sejam despedidos. Você nunca em segu- rança nenhuma no emprego. Finalmene eles nos ransferiram para a fábrica de Rouge – fomos os primeiros lá – fomos os pioneiros lá quando o maquinário mal inha sido insalado. Mas, quando começamos a nos preparar para o modelo �, a produção foi fechada e ficamos sem rabalho. Tenei ser ransferido, mas eles me demiiram. Enão ouvi dizer que esavam querendo moldadores – eu nunca inha rabalhado como moldador, mas disse que esava na firma fazia cinco anos e consegui o rabalho. Fiquei naquele deparameno rês anos aé ser despedido em julho. Pedi pra ser ransferido e me mandaram embora. Agora eles e demiem com ou sem moivo.
“É pior que o exércio, vou e conar – você é aormenado e perseguido o empo odo. No exércio você fica espero depois de um empo, mas na Ford você nunca sabe onde esá pisando. Um dia você pode andar pelo corredor, no dia seguine eles e mandam cair fora dali. Num deparameno, e pergunam por que diabos você esá sem luvas e em ouro por que diabos você esá de luvas. Se você esá vesindo um macacão limpo, eles jogam óleo n ele; se um ferrameneiro em orgulho de suas ferramenas, eles as jogam no chão quando ele esá ausene. Os chefes são pegajosos como melado e esão sempre no eu pé, porque o homem
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acima deles está no pé deles e Sorenson,� no pé de todo mundo –
ele é o homem que despeja o óleo fervene que o velho Henry produz. Eis ali um homem nascido com ��� anos de araso, um perfeio feior de escravos – os homens remem quando veem Sorenson se aproximar. Ele cosumava ser muio bruo – che- gava a esmurrar os homens. Um dia, quando se esava fazendo a mudança da fábrica e ele chegou e enconrou um homem senado num caixoe. ‘De pé!’, disse Sorenson. ‘Você não sabe que não pode senar aí?’ O homem não se mexeu e Sorenson irou o caixoe debaixo dele com um ponapé – aí o homem se levanou e acerou Sorenson no queixo. ‘Vai pro inferno!’, disse ele. ‘Não rabalho aqui – rabalho para a companhia Edison!’�
“A gene em só �� minuos para o almoço. O carrinho do almoço passa por ali – a gene o chama de carrinho da purefa- ção. Você paga �� cenavos por um grande mone de serragem. E deixam você comprar uma água maravilhosa que não vê leie há um mês. Sorenson em paricipação em uma das empresas de refeição, me conaram. A comida da gene esá na gargana ainda quando a gene começa a rabalhar – não dá empo de chegar ao esômago.
“Um homem deixa o cérebro e a liberdade na pora quando vai rabalhar na Ford. Alguns daqueles carcamanos com os pés úmidos e sapaos furados se senem felizes de esar sob um eo seco – mas isso não é pra mim! Esou enando esquecer aquilo – agora aé fico enjoado oda vez que enro num carro que vai para o oese!”
Esse inglês, cujo nome é Ber, mora com um homem cha- mado Hendrickson, americano que rabalha para a compa- nhia Edison. Hendrickson ganha �� dólares por semana para descobrir o que há de errado com dínamos e ouros apare- lhos que não funcionam, mas seu ineresse em elericidade não se resume a colocá-los para funcionar novamene. Ele monou um pequeno laboraório e esúdio na casa em que Ber e ele são pensionisas – pouco mais que um esreio quarinho coníguo à sala de esar, mas com espaço sufi- ciene para um quadro-negro, no qual Hendrickson rabisca com giz seus problemas; para uma considerável biblioeca écnica, incluindoInroducion o Mahemaics [Inrodução à maemáica] de Whiehead, e uma obra de pura lieraura, osEnsaios de Monaigne. Ainda há lugar para as planas dos ransformadores de Deroi: esruuras inrincadas de longas
�. Sorenson: na verdade, Charles Emil Sorensen (����-����), imigrane dinamarquês que foi o principal direor da Ford durane suas primeiras quaro décadas e era ido c omo braço-direio de Henry Ford. [�.do �.�
�.Esa hisória é uma lenda de Deroi. Escuei-a repeidas vezes.
linhas reesadas – aqui e ali enfileirando séries de blocos ou cachos de sinais de inclusão runcados – de uma absração quase maemáica e com a beleza de diagramas maemáicos; para um pequeno lavabo converido em câmara escura, na qual ele é capaz de fazer essas planas por um erço do que eria de pagar a um foógrafo; para uma pilha de manuscrios que raam de problemas variados, cuidadosamene arqui- vados em pasas azuis, e para foos de Tesla e Seinmez.�
Hendrickson é grande admirador de Seinmez. Tem duas foos dele e acha uma delas paricularmene boa. Explica que é difícil conseguir um rerao de Seinmez pelo fao de ele ser corcunda – ele não conseguiria enrar nese país se chegasse aqui hoje, acrescena. Na verdade, Hendrickson nunca chegou a ver Seinmez, mas é capaz de falar sobre o modo como ele lecionava quase como se o ivesse ouvido pessoalmene. Seinmez cosumava discor- rer sem usar anoações e, se não fosse inerrompido, falava sem parar. Ele esava sempre ão ineressado naquilo que dizia – e ornava udo ão claro para seus ouvines – que os arrasava consigo: odos aceiavam ouvi-lo pelo empo que ele quisesse. Ber diz que Hendrickson em o mesmo dom.
No cômodo seguine, com seu papel de parede cinza mosqueado, seu pequeno órgão de igreja e seu rerao da rainha Viória, a dona da pensão, um ano desalinhada, cochila em meio às páginas do jornal de domingo, enquano seu filhoe de vira-laa preo e marrom brinca no apee com um rolo de papel higiênico e um osso.
Geralmene, Ber leva em ala consideração as habilida- des de Hendrickson e sene que ele esá sendo explorado por seus superiores. Alega que osexpers da Edison ganham o crédio por exos cieníficos para os quais Hendrickson for- nece o maerial. Em oda organização, diz Ber, um homem carrega o piano e ouro se sena para ocá-lo. Mas isso não parece preocupar Hendrickson – ele não em nenhuma desavença com a companhia Edison. Pelo conrário, sene orgulho pessoal por Deroi poder se gabar de er �� mil vols a mais de cabos suberrâneos do que qualquer oura cidade do país. Seu roso esá permanenemene marcado por púsulas e cicarizes causadas por um derramameno de ácido alguns anos arás, mas o acidene não parece er ido efeio psicológico algum sobre ele. Esá incessanemene preocupado com problemas de elericidade e quando em
�. O sérvio Nikolas Tesla (����-����), engenheiro elérico e físico, foi invenor da bobina de Tesla e dos circuios rifásicos. O alemão Charles Proeus Seinmez (����-����), maemáico e engenheiro elérico, foi um dos principais responsáveis pelo desenvolvimeno da correne alernada. Ambos emigraram para os ��� e conribuíram decisivamene para o avanço da indúsria elérica nore-americana. [�. do �.�
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algum empo disponível, não impora onde eseja, ele se sena e imediaa- mene cai num sono profundo.
É evidene que o briânico Ber é um homem desajusado, pouco à von- ade na América, infeliz a meio caminho enre a classe média e a classe ra- balhadora; mas Hendrickson parece habiar um mundo que é homogêneo,