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MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS NAS PRÁTICAS CONTÁBEIS – RESSALVAS E ÊNFASES NO PARECER DO AUDITOR

BALANÇO PATRIMONIAL CONSOLIDADO

10.4. MUDANÇAS SIGNIFICATIVAS NAS PRÁTICAS CONTÁBEIS – RESSALVAS E ÊNFASES NO PARECER DO AUDITOR

a) Mudanças significativas nas práticas contábeis

Em 2016 não ocorreram mudanças significativas nas práticas e nas políticas contábeis da Companhia.

Em 2014 a administração da Companhia, com o objetivo de aprimoramento de algumas de suas práticas contábeis quando comparadas às empresas do mesmo setor em que atua, decidiu por modificá-las no exercício findo em 31 de dezembro de 2014 e conforme prevê o Pronunciamento Técnico CPC 23 – Políticas Contábeis, Mudanças de Estimativas e Retificação de Erro a Companhia, apurou os impactos de forma retrospectiva para os exercícios findos em 31 de dezembro de 2013, de 2012 e 1º de janeiro de 2012.

Anteriormente ao exercício findo em 31 de dezembro de 2012, devido ao número significativo de empresas adquiridas, estruturas operacionais e de custos até então vigentes e a diversidade de sistemas operacionais, foi impraticável obter dados históricos suficientes para determinar os possíveis efeitos cumulativos decorrentes da adoção dessas novas práticas contábeis.

Desta forma, a nova prática contábil foi aplicada prospectivamente desde 2012, representando o início do período mais antigo praticável para obtenção das informações, ignorando-se a parcela do ajuste cumulativo em ativos, passivos e patrimônio líquido correspondente a períodos anteriores. Abaixo detalhamos esta mudança e os respectivos efeitos retrospectivos:

• Mudanças de práticas: Capitalização de despesas com desenvolvimento de coleção Os gastos de desenvolvimento de coleções que anteriormente eram reconhecidos no resultado do exercício, na rubrica de despesas com vendas, passaram a ser capitalizados no ativo intangível, uma vez que atendem os requerimentos do CPC 04 (R1) (IAS 38), para reconhecimento de “Ativos Intangíveis”. Esses ativos foram classificados como ativos intangíveis de vida útil definida, proporcionando assim, o alinhamento entre o reconhecimento das despesas com desenvolvimento da coleção e o reconhecimento de receita da venda da respectiva coleção no resultado. Constituem estes gastos, aqueles incorridos até a definição do conceito das coleções, para os quais são esperados benefícios econômicos futuros. As despesas com pesquisas não são capitalizadas e são mantidas como despesas, em contas do resultado.

• Mudanças de práticas: Capitalização de despesas com desenvolvimento de software Em 2014 a Companhia passou a efetuar a capitalização de despesas de gastos incorridos com desenvolvimento de Software, relacionado a customizações e infraestrutura para o sistema Linx (Nota explicativa nº14), em concordância com os requerimentos do Pronunciamento Técnico CPC 04-R1 (IAS 38).

• Mudanças de práticas: Capitalização dos custos de empréstimos

construção de lojas e no desenvolvimento das coleções e software. As despesas de gastos incorridos com desenvolvimento de Software referente ao ano de 2012 não foram capitalizadas pela Companhia em função de sua imaterialidade.

• Reclassificação: Comissão de Cartão de Crédito

Efetuamos a reclassificação na Demonstração do Resultado do Exercício para as despesas relacionadas à comissão de cartão de crédito, que a partir do exercício de 2014 foram classificadas no grupo de Despesas Financeiras, sendo anteriormente classificadas no grupo Despesas com Vendas. Tendo em vista as práticas adotadas por empresa do mesmo segmento, reconsideramos essa reclassificação e mantivemos a mesma classificação dos exercícios anteriores, como despesas com vendas.

• Reclassificação: Juros Pagos

Para alinharmos as práticas com empresas do mesmo setor em que a Companhia atua, reclassificamos na Demonstração do Fluxo de Caixa, os valores referentes aos juros pagos, anteriormente classificados na Atividade Operacional para a Atividade de Financiamento, uma vez que pelo julgamento da Administração, essa classificação reflete a forma de gerenciamento sobre os negócios da Companhia, e por tratarem-se de custos sobre transações financeiras utilizadas para investimentos e para liquidação de outros instrumentos financeiros passivos. Adicionalmente, a Companhia reclassificou para o grupo de “Intangível”, os montantes apresentados anteriormente no ativo não circulante à título de “ágio”.

b) Efeitos significativos das alterações em práticas contábeis

Conforme mencionado acima, a Companhia adotou práticas e políticas contábeis consistentes para todas as demonstrações financeiras individuais e consolidadas referente aos exercícios sociais encerrados em 31 de dezembro de 2014, 2013 e 2012.

Para uma explicação dos ajustes e reclassificações, bem como reconciliações dos resultados e dos patrimônios líquidos decorrentes da transição para IFRS, vide nota explicativa nº 3 às nossas demonstrações financeiras referentes aos exercícios findos em 31 de dezembro de 2014 e de 2013.

Para o exercício social encerrado em 31 de dezembro de 2016, a Companhia adotou as práticas contábeis adotadas no Brasil vigentes para aquele exercício.

c) Ressalvas e ênfases presentes no parecer do auditor

O relatório de Auditores Independentes, emitido pela ERNST & YOUNG Auditores Independentes S.S. (“EY”), relativo às Demonstrações Financeiras referentes ao exercício social encerrado 31 de dezembro de 2016, foi alterado atendendo a NBCTA 701 divulgada em 17 de junho de 2016, além dao parágrafo de ênfase, foi incluindo em seu parecer o parágrafo “principais assuntos de auditoria”, conforme segue:

O endividamento da Companhia, incluindo o atendimento aos índices financeiros contratados, e os planos da Administração para geração futura de caixa e de maior lucratividade nas operações, foram considerados significativos para nossa auditoria, tendo em vista que o descumprimento dos índices financeiros e consequente mudança no cronograma de vencimento dessa dívida podem ter efeitos relevantes sobre a situação patrimonial e financeira da Companhia.

Nossos procedimentos incluíram, entre outros, confirmação de instituições financeiras e agentes fiduciários, revisão dos contratos de empréstimos e escrituras de debêntures, inspeção e recálculo dos índices financeiros relacionados às cláusulas restritivas, exame de extratos bancários das movimentações das dívidas, revisão e análise das comunicações da Companhia com credores e debenturistas, e as atas das assembleias gerais de debenturistas.

Recuperabilidade do imposto de renda e contribuição social diferidos

Conforme divulgado na nota explicativa 10, a Companhia possui contabilizado imposto de renda e contribuição social diferidos sobre diferenças temporárias e prejuízos fiscais no montante de R$124.278 mil em 31 de dezembro de 2016. A Companhia avaliou a recuperabilidade do saldo de imposto de renda e contribuição social diferidos com base em projeções de lucro tributável. Consideramos este assunto um dos principais assuntos de auditoria considerando que tal avaliação envolve alto grau de julgamento profissional por parte da Administração e premissas subjetivas que são afetadas pela expectativa futura de mercado e condições econômicas. Nossos procedimentos incluíram, entre outros, o envolvimento de profissionais especializados em avaliação e em impostos para nos auxiliar na avaliação das premissas e da metodologia utilizadas pela Companhia, em particular aquelas relacionadas às projeções de lucros tributáveis futuros e taxas de desconto a valor presente de tais projeções. As projeções de lucros tributáveis futuros foram baseadas no plano de negócios da Companhia, o qual foi aprovado pelos órgãos de Administração em XX de XX. Avaliamos também a adequação das divulgações relacionadas a esse assunto na nota explicativa 10.

Recuperabilidade de ativo intangível

Conforme divulgado na nota explicativa 14, em 31 de dezembro de 2016, a Companhia registra, sob a rubrica Ativos Intangíveis, marcas e patentes no montante de R$194.839 mil, referente às aquisições das marcas Richards, Salinas, VR, Mandi e Bobstore, e ágio pago por de expectativa de rentabilidade futura no valor de R$233.202 mil, decorrente das aquisições das empresas CDM (detentora das marcas “Richards” e “Salinas”), ITW (detentora da marca “Bobstore”), Mandi Holding (detentora da marca “Mandi”), VR Holding (detentora da marca “VR”) e Luminosidade. A Companhia realiza anualmente o teste da redução ao valor recuperável (teste de impairment) destes valores, conforme requerido pelo CPC 01 (R1) (IAS 36) – Redução ao Valor Recuperável de Ativos.

Esse assunto foi considerado significativo para nossa auditoria, uma vez que o processo de avaliação da recuperabilidade desses ativos é complexo e envolve um alto grau de subjetividade, bem como é baseado em diversas premissas, tais como a determinação das

unidades geradoras de caixa, taxas de descontos, projeção de inflação, percentuais de crescimento, cotação de moedas estrangeiras e rentabilidade dos negócios da Companhia para os próximos anos, entre outros. Estas premissas são afetadas pelas condições de mercado ou cenários econômicos futuros do Brasil, os quais não podem ser estimados com precisão.

Nossos procedimentos de auditoria incluíram, entre outros, o envolvimento de especialistas em avaliação para nos auxiliar a avaliar o modelo utilizado para mensurar o valor recuperável e as premissas, as projeções e a metodologia utilizadas pela Companhia, em particular aquelas relacionadas às estimativas de vendas futuras, taxas de crescimento e de desconto utilizadas nos fluxos de caixa descontados e margem de lucro das unidades geradoras de caixa nas quais o ágio foi alocado. Focamos também na adequação das divulgações efetuadas pela Companhia sobre as premissas utilizadas nos cálculos de recuperabilidade, principalmente aquelas que tiveram efeito mais significativo na determinação do valor recuperável do ágio.

“Ênfase: Chamamos a atenção para a Nota Explicativa 16 às demonstrações financeiras, a qual descreve que a Companhia propôs alteração nos índices financeiros supramencionados a partir do 1º trimestre de 2017 e que tal alteração deve ser analisada e deliberada em 24 de abril de 2017. Nossa opinião não contém ressalva relacionada a esse assunto”.

O relatório de Auditores Independentes, emitido pela ERNST & YOUNG Auditores Independentes S.S. (“EY”), relativo às Demonstrações Financeiras referentes ao exercício social encerrado 31 de dezembro de 2015, contém o seguinte parágrafo de ênfase:

“Ênfase: Conforme detalhado nas notas 16 de Empréstimos e financiamentos e nota 32 de Eventos subsequentes, a Companhia mantém dívidas com debenturistas no valor de R$308.099 mil em 31 dezembro de 2015, as quais foram emitidas com cláusulas restritivas que determinam um índice financeiro máximo de dívida líquida em relação ao Earnings Before Interest, Taxes, Depreciation and Amortization - EBITDA e a manutenção de classificação de risco em “brA+” junto a uma determinada agência de rating. Na data de encerramento do balanço patrimonial, a Companhia não atingiu o índice financeiro determinado nas escrituras das debentures e, em 12 de fevereiro de 2016, sofreu o rebaixamento da classificação de risco para “brA-“. Em decorrência desses fatos, a Companhia reclassificou a parcela da dívida anteriormente registrada no passivo não circulante para passivo circulante. A Companhia apresenta saldo de Caixa e equivalentes de caixa de R$93.696 mil indicando que não possui recursos próprios para liquidar a dívida caso ela seja declarada vencida antecipadamente, o que deve ser decidido por Assembleia dos Debenturistas em reunião convocada para 5 de abril de 2016. As demonstrações financeiras para o exercício findo em 31 de dezembro de 2015 foram preparadas no pressuposto de que a Companhia conseguirá a aprovação da não declaração de vencimento antecipado dos debenturistas; situação em que a mesma dependeria da captação de recursos junto a instituições financeiras ou aos seus acionistas para manter sua capacidade financeira de continuar operando normalmente.”