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LIMEIRA Corumbataí Córrego Santa Luzia ---- ---- LIMEIRA Ipeúna Ribeirão Água

Vermelha

---- ---- PIRACICABA Piracicaba Ribeirão dos Marins SAA 07 21/02/02 LIMEIRA Rio Claro Ribeirão Cachimbinha SAA 20 15/09/03

Fonte: CATI (2005)

Planos Diretores Municipais

Dos oito municípios da bacia do Corumbataí, quatro possuem Plano Diretor, embora em todos eles as suas respectivas Leis Orgânicas os prevejam.

Os que possuem são: Corumbataí, Piracicaba, Rio Claro e Santa Gertrudes. No entanto, é necessário distinguir tais Planos Diretores Municipais em dois grupos: os que apenas instituem normas gerais de zoneamento e de posturas e os que orientam os agentes públicos e privados que atuam na produção e gestão municipal, abrangendo aspectos físico-territoriais, econômico-sociais, ambientais e administrativo-institucionais. Estes incluem diretrizes para a proteção do meio ambiente urbano e rural e para o seu zoneamento, reconhecendo inclusive as suas bacias hidrográficas como referencial para o ordenamento territorial.

No primeiro caso enquadram-se Corumbataí e Santa Gertrudes, e no segundo, Piracicaba e Rio Claro. Saliente-se que no momento o Plano Diretor desses últimos encontra-se em fase de revisão.

O Plano Diretor de Desenvolvimento de Rio Claro foi instituído pela Lei 2492 (RIO CLARO, 1992). Sob a ótica da conservação de recursos hídricos e

florestais, o Plano Diretor de Rio Claro determina que o município promova: preservação, proteção e recuperação do meio ambiente urbano e rural; criação e manutenção de áreas de especial interesse ambiental; restrição à utilização de áreas de riscos ambientais; orientação ao uso racional de recursos naturais de forma sustentada, compatível com a preservação do meio ambiente, especialmente quanto à proteção e conservação do solo e da água; controle do uso dos agrotóxicos e uso de tecnologias adequadas ao manejo do solo e controle biológico de pragas; reflorestamento diversificado com essências nativas; e recuperação de várzeas e solos degradados.

Dentre as diretrizes gerais, direciona para a implantação de um sistema de áreas verdes e de um sistema de saneamento ambiental integrado (água, esgoto e drenagem urbana).

No título específico destinado à proteção ambiental do município, o PD de Rio Claro orienta para: promover o reflorestamento de todas as matas de galerias e de grotões depredados; delimitar as áreas non edificandi no perímetro urbano, cancelando licenças já emitidas e proibindo novos loteamentos nestas áreas; realizar monitoramento para preservação dos mananciais da bacia do Ribeirão Claro; proteger os divisores de água, nascentes, cabeceiras de córregos, lagoas, várzeas e bordas de rio; implementar programas de restauração dos vales do município (de acordo com o Artigo 2º do Código Florestal) e reflorestamento das cabeceiras, nascentes dos tributários do Corumbataí; manter viveiros de espécies de árvores nativas; elaborar plano municipal para definir unidades de conservação, promovendo o seu manejo; preservar o entorno das nascentes que fornecem água mineral na região entre os rios Cabeça e Passa Cinco, na divisa com Ipeúna; exigir a participação das usinas de açúcar e álcool na renovação das matas ciliares, conservação da água e do solo.

Já o Plano Diretor de Piracicaba foi instituído pela lei Complementar 46 (PIRACICABA, 1995). Esta apresenta normas para proteção ambiental, incluindo alterações no zoneamento do município e diretrizes de ocupação das sub-bacias hidrográficas. Insere-se no contexto de um conjunto de leis de ordenamento territorial e de interesse ambiental.

do município. Já o Plano Diretor de Santa Gertrudes foi instituído mais recentemente, pela Lei Complementar 1983 (SANTA GERTRUDES, 2002).

Plano Diretor Florestal

A bacia do rio Corumbataí possui um plano diretor florestal, elaborado pelo Instituto de Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF, 2002). O documento é intitulado Plano Diretor para a Conservação dos Recursos Hídricos por Meio da Recuperação e da Conservação da Cobertura Florestal da Bacia do Rio Corumbataí, tendo sido contratado pelo Serviço Municipal de Águas e Esgotos de Piracicaba SEMAE, em 1999.

O plano tem como principal objetivo priorizar áreas para a implementação de ações de recuperação e de conservação florestal na bacia do rio Corumbataí, identificando, embasando e direcionando as iniciativas consideradas fundamentais para o desenvolvimento sustentável da região.

O documento apresenta uma caracterização da bacia do Corumbataí, com ênfase na cobertura florestal, uso do solo, aspectos hidrológicos e áreas prioritárias para recuperação e conservação. Além disso, propõe diretrizes para a recuperação e conservação florestal, hierarquizando as áreas prioritárias e dando informações técnicas que dão suporte às intervenções previstas, particularmente em relação ao reflorestamento e à prevenção de incêndios florestais. O plano apresenta também, diretrizes para um programa de educação ambiental na bacia e por fim realiza uma análise econômica para o planejamento da recuperação florestal.

Mais recentemente foi elaborado o Plano Diretor para Recomposição Florestal Visando a Produção de Água na UGHRi Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PROESP, 2005). O documento identifica as microbacias prioritárias em cada uma das bacias estudadas e propõe diretrizes específicas para a recomposição florestal.

Para a bacia do Corumbataí o documento considera que 37% das microbacias são de prioridade alta ou muito alta, enquanto no conjunto da UGRHI este percentual é de 33%. Enquadram-se nesta condição a maioria das microbacias situadas no Alto-Corumbataí e na sub-bacia do rio Passa Cinco,

justamente nas regiões com relevo acidentado e maior susceptibilidade a erosão.

O plano diretor de recomposição florestal elege três microbacias para atuação em projeto piloto, sendo uma delas na bacia do Corumbataí. A microbacia do córrego José Pinto é afluente do rio Passa Cinco, no município de Ipeúna, possuindo 1.070 ha. No mapa de uso e ocupação atual do solo, a mata nativa responde por 20,4% da área total e o reflorestamento por 7,8%, sendo o pasto a ocupação predominante, com 43,3%.

O plano propõe nesta microbacia, a recomposição florestal por reflorestamento de 149,1 ha com espécies nativas, e mais a recuperação florestal através da regeneração natural e do enriquecimento de espécies em 75,4 ha, totalizando 224,5 ha. Esta meta tem o prazo definido para o ano de 2010.

7.1.2 Zoneamento Ambiental

Como um instrumento previsto na Política Nacional do Meio Ambiente, o zoneamento ambiental apresenta necessariamente um caráter espacial, sendo aqui abordado nas escalas regional e do município. O zoneamento em Unidades de Conservação, por sua vez, é tratado no ítem referente às Áreas Legalmente Protegidas.

Zoneamento Ambiental Regional

Em São Paulo foram instituídas as Áreas de Proteção dos Mananciais APMs, de interesse da Região Metropolitana de São Paulo RMSP, através da Lei Complementar 94 (SÃO PAULO, 1974). Logo em seguida, a Lei 898 (SÃO PAULO, 1975) declara quais são essas áreas e disciplina o uso do seu solo, enquanto no ano seguinte, a Lei 1.172 (SÃO PAULO, 1976) delimita essas APMs.

Ao disciplinar a ocupação do solo, a legislação de proteção de mananciais em São Paulo criou duas categorias de área sob proteção legal, estabelecendo parâmetros urbanísticos, definindo as restrições de uso e os

critérios para implantação dos sistemas públicos de abastecimento de água, coleta e disposição de resíduos sólidos e de esgotos.

Foram consideradas áreas de Primeira Categoria (com maior restrição de uso) aquelas situadas às margens das represas, dos rios e córregos; as cobertas por matas; as inundáveis próximas a represas e cursos d água; além daquelas com grande declividade.

As de Segunda Categoria dividem-se nas classes A e B. As de classe A são urbanas, com densidade máxima permitida de 50 hab/ha. Já as de classe B são destinadas à expansão urbana, impondo-se porém limites de adensamento.

Considerando-se todas as APMs, constata-se que dos 39 municípios integrantes da Grande São Paulo, 27 estão total ou parcialmente abrangidos pelos seus limites, sendo que destes, 17 apresentam-se com mais de 50% de sua área total em APPs (SMA, 1997 a). Isto significa que atualmente 54% do território da região metropolitana está incluído em área de proteção de mananciais.

Todavia, os resultados da aplicação dessa legislação não surtiram os efeitos desejados (CAETANO, 2003). Após vinte anos de vigência, o grande problema detectado foi a falta de mecanismos de gestão, que possibilitassem a articulação entre as políticas setoriais e garantissem a participação dos agentes locais. Além disso, a essa altura não seria suficiente apenas proteger tais áreas mas também recuperá-las.

Em conseqüência, a Lei 9.866 (SÃO PAULO, 1997) ampliou a abrangência das APMs para as áreas de interesse regional no Estado de São Paulo e as redefiniu como para Áreas de Proteção e Recuperação dos Mananciais. As APRMs são consideradas espacialmente como uma ou mais sub-bacias hidrográficas que possuem mananciais hídricos de interesse regional para abastecimento público. Cada APRM será criada por lei específica em função das necessidades detectadas no âmbito regional.

O novo critério proposto para o zoneamento de uso, proteção e recuperação, considera as realidades locais e estabelece a exigência de um Plano de Desenvolvimento e Proteção Ambiental para cada APRM que for criada, aprovado e monitorado pelo Comitê da Bacia Hidrográfica

manancial para abastecimento urbano, seria adequado considerá-la como uma área de interesse regional, de acordo com a lei que define as APRM´s, e estabelecer um zoneamento que contribuísse para a proteção e recuperação de algumas microbacias que sejam consideradas estratégicas.

Zoneamento Ambiental Municipal

No nível municipal, apenas dois municípios possuem zoneamento ambiental, que são Piracicaba (1985 a) e Rio Claro (1992 a). Os demais não apresentam qualquer iniciativa neste sentido.

Por outro lado, dos oito municípios da bacia do Corumbataí, apenas Analândia e Ipeúna não contam com lei de uso ou de parcelamento do solo, embora possuam código de obras ou de postura. Os que possuem são: Charqueada (2000), Corumbataí (1984 b), Itirapina (1999), Piracicaba (1985 b), Rio Claro (1992 b) e Santa Gertrudes (1998). Estas normas que orientam a disponibilização do solo urbano não podem ser confundidas com zoneamento ambiental, mas se constituem no mínimo de regra para o ordenamento da cidade.

De uma maneira geral a legislação citada estabelece requisitos técnicos e competências para o parcelamento do solo urbano e desmembramento de lotes, além de diretrizes para licenciamento, localização e embargo de loteamentos. Porém, não estabelecem um zoneamento que atenda minimamente às condições técnicas para a gestão ambiental municipal.

7.1.3 - Áreas Legalmente Protegidas

As Áreas Legalmente Protegidas podem ser criadas por lei ou decreto. Algumas são previstas no Sistema Nacional de Unidades de Conservação SNUC, como Unidades de Conservação de Proteção Integral ou como Unidades de Conservação de Uso Sustentável. Outras, são previstas pelo Código Florestal Brasileiro como as Reservas Legais RLs e as Áreas de Conservação Permanente APP´s.

7.1.3.1 Unidades de Conservação

Em São Paulo são citadas 131 Unidades de Conservação estaduais e 118 federais, não incluindo as UCs municipais e as RPPNs (SMA, 1997c). Dentre as estaduais, as mais comuns são as Áreas Naturais Tombadas (21), as Estações Ecológicas (20), as APAs estaduais (15) e os Parques Estaduais (13). Considerando apenas as geridas pela Secretaria do Meio Ambiente do Governo do Estado de São Paulo, somam 85 áreas naturais protegidas com 897.121 ha (JOLY e BICUDO, 1999). Nessas não estão incluídas as APAs e nem as RPPNs

As Unidades de Conservação situadas na bacia do Corumbataí estão encontradas na Tabela 29. São quatro Unidades de Conservação Estaduais, sendo uma Área de Proteção Ambiental, uma Floresta Estadual, uma Estação Experimental e uma Estação Ecológica, além de uma Unidade de Conservação Municipal, em Analândia. Ainda não foi registrada Reserva Particular de Patrimônio Natural na bacia.

Tabela 29 - Áreas Legalmente Protegidas na bacia do Corumbataí

TIPOLOGIA IDENTIFICAÇÃO DA