Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre – RS

O Museu de Arte do Rio Grande do Sul - Margs situa-se na capital do estado, Porto Alegre. O edifício que o abriga foi projetado pelo arquiteto Theodor Wiederspahn, e construído em 1913 para sediar, originalmente, uma Delegacia Fiscal (MARGS, 2015). Apesar de o Margs ter sido instituído em 1954, somente em 1978 passou a ocupá-lo. Em seu entorno encontra-se a Praça da Alfândega e o centro histórico da cidade. A análise desse museu desenvolveu-se a partir da visita realizada no dia 22 de setembro de 2018. A Figura 19 apresenta fotos externas do local:

Figura 19 – Fotos do Museu de Arte do Rio Grande do Sul, Porto Alegre

Destaca-se que a edificação de três pavimentos e aproximadamente 5 mil m² de área (ANEXO B), foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em 1981, e reconhecida como patrimônio cultural do Rio Grande do Sul em 1984. Devido à sua deterioração, em meados da década de 1990, o prédio passou por um processo de restauro. O acervo do museu possui mais de 3.600 obras de arte brasileiras e estrangeiras, com destaque para artistas gaúchos (MARGS, 2015). A partir da visita ao local e de pesquisas foi possível identificar recursos acessíveis, os quais foram representados Quadro 9, seguindo as mesmas categorias estabelecidas na análise anterior.

Quadro 9 – Sistematização dos recursos de Acessibilidade do Margs Recursos de Acessibilidade Descrição Nível de Acessibilidade Físicos Internos Acesso:

 Acesso principal: se dá por degraus até o hall (Figura 20) e por escadas até o primeiro nível de exposição.

 Acesso secundário: no nível térreo, na fachada lateral, para pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida (Figura 20).

Parcial/ Satisfatória

Desníveis Internos:

 Possui três pavimentos, os quais podem ser acessados por elevador (Figura 20) e escadas.

 Pequenos desníveis entre as salas de exposição (transição de pisos) são resolvidos com pequenas rampas (Figura 20).

Plena/ Total

Portas:

 Possui vãos largos nas passagens entre os ambientes (portas duplas) e portas simples com largura adequada para passagem de cadeira de rodas (Figura 20).

Plena/ Total

Pisos:

 Alternância de materiais nos pisos internos (cerâmico, madeira, pedra polida).

Plena/ Total

Libras

 Não foram encontrados recursos para comunicação em Libras.

Insuficiente/ Inexistente

Audiodescrição

 Não foram encontrados recursos de audiodescrição. Insuficiente/ Inexistente

Táteis

Piso:

 Não foi encontrado piso tátil nos ambientes internos da edificação.

Insuficiente/ Inexistente Exposição:

 Não foram encontrados recursos táteis nas exposições do museu.

Insuficiente/ Inexistente Braille:

Banheiros

Possui banheiro acessível unissex e banheiros sem acessibilidade divididos entre gêneros masculino e feminino.

Plena/ Total

Mobiliário e equipamentos

 Possui bancos.

 Possui guarda-volumes gratuito.  Balcão da recepção não-acessível.  Não dispõe de bebedouro para visitantes.

 Dispõe de cadeira de rodas para uso do visitante.

 Não possui reserva de lugares para cadeirantes no auditório, nem assentos para obesos.

Insuficiente/ Inexistente

Horário de Funcionamento

 Terça-feira a domingo, das 10h às 19h.  Segunda-feira: fechado.

Plena/ Total

Ingressos

 Entrada gratuita. Plena/

Total

Via de acesso

Condições da via de acesso:

 Vias adjacentes de trânsito local, boas condições de pavimentação.

 Passeio público com largura de aproximadamente 3m.

Parcial/ Satisfatória

Rebaixamento de meio-fio:

 Possui rampas de rebaixe do meio-fio nas esquinas adjacentes em condições parciais de acessibilidade.

Parcial/ Satisfatória Pisos externos:

 Passeio público em Pedra Portuguesa com mosaico.  Piso na via de acesso em paralelepípedo de basalto.

Parcial/ Satisfatória

Estacionamento

Estacionamento:

 Não possui estacionamento próprio.

 Existência de vagas de estacionamento na via pública.

Parcial/ Satisfatória Vagas reservadas:

 Existência de vagas reservadas a pessoa com deficiência e idoso na via pública ao lado do museu.

Parcial/ Satisfatória

Informações

Sinalização Turística:

 Possui uma pequena placa de sinalização turística na esquina, sem legibilidade.

Insuficiente/ Inexistente Outros idiomas:

 Não disponível. Insuficiente/ Inexistente

Site:

 Não está disponível em outros idiomas.  Não apresenta recursos de acessibilidade.

Insuficiente/ Inexistente Fonte: elaborado pelo autor (2018).

No caso do Margs, destaca-se enquanto recursos de acessibilidade física: a existência de um elevador com porta pantográfica para acesso a todos os pavimentos; a correção de desníveis internos entre ambientes por pequenas rampas com faixa

adesiva antiderrapante; corredores de circulação e portas com largura adequada para passagem de cadeira de rodas. Contudo, um dos principais problemas identificados nesse quesito configura-se no acesso à edificação, uma vez que a entrada principal possui escadas e a acessibilidade só é possível por uma porta lateral. Esse acesso está identificado em um totem de informação em frente à edificação, mas para acessá- lo é necessário solicitar a abertura da porta na recepção ou por contato telefônico. Assim, ainda que se tenha o recurso, seu uso torna-se restritivo e inconveniente. A Figura 20 ilustra com fotos algumas dessas condições:

Figura 20 – Recursos físicos de acessibilidade Museu de Arte do Rio Grande do Sul

Fonte: Bruna Tronca (2018).

Outra dificuldade encontrada no local remete-se à acessibilidade comunicacional e de informação. Destaca-se que as placas de identificação das obras encontram-se em altura acessível, porém com letras reduzidas o que torna pouco

legível para pessoas com baixa visão, idosos, etc. Além disso, não são apresentadas informações em Braille, nem em outros idiomas. Também não se identificam recursos de audiodescrição nem funcionários capacitados para prestar orientações em Libras. Dessa maneira, a partir dos exemplos encontrados na Pinacoteca de São Paulo, tem- se recursos potenciais que poderiam ser implementados no Margs para qualificá-lo e torná-lo mais inclusivo.