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B) Regra para a derivação sufixal:

I) Devido à oscilação de critérios, o uso do hífen faz-se necessário, também, em:

4.4 Usa-se o hífen para separar graficamente unidades lexicais sequenciadas

4.4.1 Não se usa o hífen

a) Em palavras compostas com a ocorrência de gramemas, como por exemplo: “dona de casa, pão de ló”;

Porém, por um critério morfológico, usa-se o hífen em palavras compostas com gramemas quando elas são adjetivos pátrios e designam espécies botânicas e zoológicas, como por exemplo: “afro-brasileiro, hispano-americano, sul-rio-grandense; ervilha-de-cheiro, erva-do-chá”.

b) não se usa o hífen com as palavras formadas com o morfema “não”, como anteriormente ao referido Acordo era usado, pois ele é classificado como advérbio de negação que sintaticamente antecede adjetivos e verbos, como os demais advérbios. Por exemplo: “não alinhado, não localizado, não agressão”.

Em síntese, os resultados obtidos do exame realizado indicam que há oscilação de critérios, causando dificuldades para o uso do hífen nos países lusófonos. Embora, a língua portuguesa seja uma língua de intensidade, de acento, nem sempre o critério acentual é aplicado para diferenciar lexemas com o conteúdo semânticos de gramemas, como formas de relação.

126 CONCLUSÕES

No término dessa dissertação, são revistos os objetivos que orientaram a pesquisa realizada. Acredita-se que o objetivo geral tenha sido alcançado, pois os resultados obtidos da investigação podem contribuir para uma reflexão a respeito do Acordo Ortográfico de 1990 e da formação de palavras da parte Morfologia de nossas gramáticas do uso padrão normativo.

Acredita-se também, que os objetivos específicos tenham sido atingidos:

Objetivo específico 1: apresentar um breve histórico da ortografia portuguesa e suas reformas ortográficas, para situar o distanciamento entre Brasil e Portugal.

O breve histórico da ortografia portuguesa indica que nem sempre o Brasil esteve de acordo com as normas escritas de Portugal.

A primeira grande reforma ortográfica da língua portuguesa data de 1911. Desde então, foram realizadas várias tentativas com vista à criação de uma norma ortográfica única.

Em 1931 Brasil e Portugal firmou o primeiro Acordo Ortográfico por haver ainda divergência de escrita na língua portuguesa.

Em 1943, Brasil separou-se de Portugal propondo as suas próprias normas ortográficas.

Em 1945, Portugal propôs o Acordo Ortográfico aos países lusófonos, porém, o Brasil manteve separado de Portugal, não aceitando tal Acordo e mantendo as suas normas ortográficas de 1943.

Em 1971, o Brasil fez uma revisão ortográfica para o uso da acentuação. Essa revisão não foi acatada por Portugal, pois a entonação fonética portuguesa é diferente da brasileira.

Com o fenômeno da globalização, Portugal buscou, por uma política linguística, integrar a ortografia dos países lusófonos. Dessa forma, apareceu o Acordo Ortográfico de 1990. Embora, haja discordâncias, esse Acordo foi assinado em 16 de dezembro de 1990, pelos países lusófonos.

Em síntese, por questões políticas decorrentes do histórico da formação da nação brasileira (Colônia, Império, República), devido ao distanciamento geográfico, o Brasil,

127 politicamente fortaleceu o partido brasileiro. Este sempre objetivou o afastamento do Brasil de Portugal.

No que se refere às políticas linguísticas, o Brasil não se preocupou em divulgar o português brasileiro para os países com os quais matém relações internacionais; apenas, com Getulio Vargas foram fundados os Centros de Estudos Brasileiros (CEBs) para divulgar a língua e a cultura brasileira. Diferentemente, Portugal sempre se preocupou com as suas políticas linguísticas, em divulgar o português europeu. Para tanto, fundou o Instituto Camões que até hoje atua nos mais diferentes países do mundo, como os quais mantém relações internacionais. Dessa forma, por haver políticas linguísticas bem traçadas para Portugal, a proposta do Acordo de 90 resulta dessas políticas. Como o Brasil não se preocupa com elas, finalizou a separação, assinando o referido Acordo.

Objetivo 2: apresentar as dificuldades existentes na parte Morfologia para formação de palavras em nossas gramáticas do uso padrão gramatical.

Acredita-se que este objetivo também tenha sido cumprido. A revisão feita com os textos de gramáticas brasileiras indica que o tratamento dado à derivação e à composição é problemático. As causas dessas dificuldades decorrem de:

a) tratar do acento na parte Fonética e ignorar o acentema;

b) tratar da formação de palavras, sem considerar o acento, na parte Morfologia.

Sendo assim, ocorre uma oscilação de critérios para apresentar a formação de palavras por prefixos e sufixos e a formação de palavras por composição. Logo, se há problemas para caracterizar a derivação em relação à composição haverá problemas para se prescrever as regras de uso do hífen.

Objetivo 3: examinar as regras de uso do hífen em palavras derivadas; Acredita-se, ainda, que este objetivo tenha sido cumprido.

O exame das regras do uso do hífen na formação de palavras derivadas por prefixação e sufixação indica que há oscilação de critérios:

a) semântico; b) morfológico; c) sintático: d) fonético; e) ortográfico;

128 f) morfossintático;

g) morfofonético.

Por essa razão, a derivação prefixal é tratada por prefixos e falsos prefixos, e a derivação sufixal por falsos sufixos.

Objetivo 4: examinar as regras de uso do hífen em palavras compostas.

Acredita-se, ainda, que este objetivo tenha sido cumprido. O exame realizado com as regras das palavras formadas por composição indica que, há dificuldades que são decorrentes da oscilação de critérios que ora são sintáticos, para sequenciação de lexemas, ora são morfológicos para diferenciar sequenciações compostas por lexemas, ora são morfossintáticos, para diferenciar sequenciações de lexemas + gramemas.

Em síntese, as perguntas que orientaram o exame realizado das regras para o uso do hífen que compõem o Acordo de 1990 receberam as seguintes respostas:

1) Por que usar o hífen na formação de palavras?

O hífen é usado na formação de palavras por derivação e composição para separar graficamente elementos acentuados que mantêm conteúdos semânticos do lexema de origem.

2) Quando o uso do hífen se faz necessário?

O exame realizado indica que o uso do hífen se faz necessário, a partir de critérios variados:

a) critério ortográfico;

usa-se o hífen para separar elementos que ao serem sequenciados produziriam sequências ortográficas não existentes em língua portuguesa;

b) critério ortográfico e fonético:

usa-se o hífen para separar elementos que quando sequenciados, ortograficamente, produziriam a grafação de outros sons.

129 usa-se o hífen para separar elementos autônomos quando sequenciados.

d) critério morfossintático:

usa-se o hífen para separar elementos que quando sequenciados formam lexemas pátrios, botânicos e zoológicos.

e) critério morfológico:

usa-se o hífen para diferenciar lexemas de gramemas.

3) Se a língua portuguesa é uma língua de acento, ou seja, de intensidade, como os falantes nativos reconhecem prefixos e sufixos acentuados e inacentuados?

Sendo a língua portuguesa de acento, os falantes nativos da língua reconhecem quando uma unidade é lexema, por ela ser acentuada e na sílaba acentuada ocorrer à pronúncia das vogais abertas.

Os falantes nativos reconhecem o gramema, por serem formas inacentuadas, e, dessa forma, a pronúncia das vogais ser fechada.

Por exemplo: “pré-história, pós-tônico”.

Assim, por exemplo, “preposição, prosperidade”.

4) Nas formas derivadas e compostas, o lugar selecionado, para o acento em lexemas, acarreta o uso do hífen?

O lugar selecionado, para o acento lexemas ora acarreta o uso do hífen ora não, devido à oscilação de critérios existente no Acordo de 1990.

Embora, ultrapasse as regras de uso do hífen para a formação de palavra na língua portuguesa, ele também é usado, parassintaticamente, para unir pronomes oblíquos, que são átonos ao lexema verbal.

5) Por que vários prefixos da língua portuguesa são acentuados, se os afixos são tratados pelos gramáticos tradicionais como formas dependentes que não podem ocorrer por si só, nos enunciados?

130 Vários prefixos da língua portuguesa são acentuados porque eles são originados etimologicamente de preposições e advérbios com conteúdos semânticos lexicais.

Esta dissertação não se quer conclusa na medida em que abre perspectivas para pesquisas futuras sobre a formação de palavras e o uso do hífen. Para concluir, propõe-se que é necessário rever o item relativo à formação das palavras, integrado à parte Morfologia da gramática tradicional brasileira. Sem essa revisão, qualquer regra de uso do hífen para a formação de palavras, torna-se difícil. É necessário considerar que as unidades linguísticas sistêmicas são regidas por hierarquias diferentes. De forma, a controlar, gramaticalmente, a produção das expressões linguísticas. Além disso, as unidades sistêmicas, quando em uso, adquirem novas funções e estas precisam ser consideradas para o tratamento dado à língua. É necessário ainda entender e, consequentemente, considerar que o sistema ortográfico é diferente do sistema linguístico, porém, entre eles há pontos de relação que são importantes para as suas descrições.

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- Anexo I: Alfabeto fonético - Anexo II: Acordo Ortográfico de 1990

Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 19901

Artigo 1º

1. Considerando que o projecto de texto de ortografia unificada de língua portuguesa aprovado em Lisboa, em 12 de Outubro de 1990, pela Academia das Ciências de Lisboa, Academia Brasileira de Letras e delegações de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe, com a adesão da delegação de observadores da Galiza, constitui um passo importante para a defesa da unidade essencial da língua portuguesa e para o seu prestígio internacional;

2. Considerando que o texto do Acordo que ora se aprova resulta de um aprofundado debate nos países signatários: a República Popular de Angola, a República Federativa do Brasil, a República de Cabo Verde, a República da Guiné-Bissau, a República de Moçambique, a República Portuguesa e a República Democrática de São Tomé e Príncipe acordam no seguinte:

Artigo 2º

Os Estados signatários tomarão, através das instituições e órgãos competentes, as providências necessárias com vista à elaboração, até 1 de Janeiro de 1993, de um vocabulário ortográfico comum da língua portuguesa, tão completo quanto desejável e tão normalizador quanto possível, no que se refere às terminologias científicas e técnicas.

Artigo 3º

O Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa entrará em vigor em 1 de Janeiro de 1994, após depositados os instrumentos de ratificação de todos os Estados junto do Governo da República Portuguesa.

Artigo 4.º

Os Estados signatários adoptarão as medidas que entenderem adequadas ao efectivo respeito da data da entrada em vigor estabelecida no artigo 3.º

Em fé do que os abaixo assinados, devidamente credenciados para o efeito, aprovam o presente Acordo, redigido em língua portuguesa, em sete exemplares, todos igualmente autênticos.

Assinado em Lisboa, em 16 de Dezembro de 1990. Pela República Popular de Angola:

José Mateus de Adelino Peixoto, Secretário de Estado da Cultura.

1 Disponível em: http://www.portaldalinguaportuguesa.org/acordo.php?action=acordo&version=1990. Acesso 11?12?2013 às 09: 27.

Pela República Federativa do Brasil:

Carlos Alberto Gomes Chiarelli, Ministro da Educação. Pela República de Cabo Verde:

David Hopffer Almada, Ministro da Informação, Cultura e Desportos. Pela República da Guiné-Bissau:

Alexandre Brito Ribeiro Furtado, Secretário de Estado da Cultura. Pela República de Moçambique:

Luís Bernardo Honwana, Ministro da Cultura. Pela República Portuguesa:

Pedro Miguel Santana Lopes, Secretário de Estado da Cultura. Pela República Democrática de São Tomé e Príncipe:

Lígia Silva Graça do Espírito Santo Costa, Ministra da Educação e Cultura.

BASE I: DO ALFABETO E DOS NOMES PRÓPRIOS ESTRANGEIROS E SEUS DERIVADOS

1. O alfabeto da língua portuguesa é formado por vinte e seis letras, cada uma delas com uma forma minúscula e outra maiúscula:

a A (á) j J (jota) s S (esse) b B (bê) k K (capa ou cá) t T (tê) c C (cê) l L (ele) u U (u) d D (dê) m M (eme) v V (vê) e E (é) n N (ene) w W (dáblio) f F (efe) o O (ó) x X (xis) g G (gê ou guê) p P (pê) y Y (ípsilon) h H (agá) q Q (quê) z Z (zê) i I (i) r R (erre) Obs.:

1. Além destas letras, usam-se o ç (cê cedilhado) e os seguintes dígrafos: rr (erre duplo), ss (esse duplo), ch (cê-agá), lh (ele-agá), nh (ene-agá), gu (guê-u) e qu (quê-u).

2. Os nomes das letras acima sugeridos não excluem outras formas de as designar. 1. As letras k, w e y usam-se nos seguintes casos especiais:

2. a) Em antropónimos/antropônimos originários de outras línguas e seus derivados: Franklin,

frankliniano; Kant, kantismo; Darwin, darwinismo; Wagner, wagneriano; Byron, byroniano; Taylor, taylorista;

b) Em topónimos/topônimos originários de outras línguas e seus derivados: Kwanza, Kuwait,

kuwaitiano; Malawi, malawiano;

c) Em siglas, símbolos e mesmo em palavras adotadas como unidades de medida de curso internacional: TWA, KLM; K-potássio (de kalium),W-oeste (West); kg-quilograma, km-

quilómetro, kW-kilowatt, yd-jarda (yard); Watt.

3. Em congruência com o número anterior, mantém-se nos vocábulos derivados eruditamente de nomes próprios estrangeiros quaisquer combinações gráficas ou sinais diacríticos não peculiares à nossa escrita que figurem nesses nomes: comtista, de Comte; garrettiano, deGarrett; jeffersónia/ jeffersônia, de Jefferson; mülleriano, de Müller; shakesperiano, de Shakespeare.

Os vocabulários autorizados registarão grafias alternativas admissíveis, em casos de divulgação de certas palavras de tal tipo de origem (a exemplo de fúcsia/ fúchsia e derivados, bungavília/ bunganvílea/ bougainvíllea).

4. Os dígrafos finais de origem hebraica ch, ph e th podem conservar-se em formas onomásticas da tradição bíblica, como Baruch, Loth, Moloch, Ziph, ou então simplificar- se: Baruc, Lot, Moloc, Zif. Se qualquer um destes dígrafos, em formas do mesmo tipo, é invariavelmente mudo, elimina-se: José, Nazaré, em vez de Joseph, Nazareth; e se algum deles, por força do uso, permite adaptação, substitui-se, recebendo uma adição vocálica: Judite, em vez de Judith.

5. As consoantes finais grafadas b, c, d, g e h mantêm-se, quer sejam mudas, quer proferidas,

nas formas onomásticas em que o uso as consagrou, nomeadamente

antropónimos/antropônimos e topónimos/topônimos da tradição bíblica; Jacob, Job, Moab,