• Nenhum resultado encontrado

L Não, eu só queria falar que eu acho muito legal esse tipo de iniciativa de projeto, acho que é a única possibilidade de

ANEXO F: AS ENTREVISTAS COM OS PROFESSORES

M. L Não, eu só queria falar que eu acho muito legal esse tipo de iniciativa de projeto, acho que é a única possibilidade de

eles serem tratados como cidadãos, com respeito.

ENTREVISTA 4 Entrevistada: W. Nome: W. Data da entrevista: 17/05/07 Horário de início: 12:00 Horário de término: 13:40

Local onde foi realizada: sala da biblioteca

Número de tentativas para agendar a entrevista: 1

Primeiras impressões sobre a entrevista: W. é uma pessoa muito simpática e cativante, para participar da

entrevista, pediu à escola em que trabalha a tarde para chegar um pouco atrasada. A entrevista fluiu muito bem, conheço uma das crianças da sala dela, pois já atendi , portanto também já conhecia a professora.Com relação ao tema específico da entrevista achei que apareceram poucos elementos, fica claro que ela faz tentativas, mas não sei o quanto elas são sistematizadas. Apesar disso apareceram dois outros elementos muito interessantes: a questão das barreiras atitudinais, que quase não apareceu nas outras entrevistas e uma crítica com relação aos programas de educação em geral propostos pela secretaria de educação. Ficou claro o envolvimento que ela tem com o trabalho, com o ser professor, e com a comunidade em volta da escola, onde mora desde pequena.

• D.N: 24/02/62

• Formação: magistério: 1980 e pedagogia com ênfase em administração e orientação escolar. Conclusão: 1984. • Tempo de atuação: 20 anos

• Número de aulas semanais: 40

• Número de escolas que trabalha: 2 (ensino fundamental I e educação infantil)

• Número de alunos por sala: 35 (não entra mais nenhum é o número máximo quando tem alunos com NEE) • Na minha sala de educação infantil tem 2 alunos com necessidades educacionais especiais confirmadas com

laudo,mas tem outros que a gente tem uma desconfiança Entrevistador: Como você se envolveu no ensino de crianças com NEE?

W. -No início a inclusão dá um pouco de ansiedade, medo do diferente, mas é um olhar que você tem que ter, se você não fizer

por ele, ninguém vai fazer, foi uma maneira de eu me aperfeiçoar. Essas crianças foram vindo aos poucos, mas sempre recebemos muitos sem laudo e isso sempre foi um desafio, eu sempre falei eu tenho que dar conta, chama coordenação, chama pai, saúde que retorna com um laudo e você fala: mesmo sem saber disso, ele tem muitos avanços; sempre existiu um interesse pessoal, na prefeitura não é uma escolha.Eu acho que o principal é a aceitação, se não tiver uma atitude positiva desde o começo do ano, eu falo : vou ficar com ele 1 ano, se eu não me envolver (olhar, perceber, aceitar) eu não vou conseguir que ele se desenvolva.Já peguei alunos muito graves, foram anos muito angustiantes, se você não aceita, não tem trabalho. Eu sou ciente das minhas condições e possibilidades, acho que o vínculo e o afeto são fundamentais para ver retorno, o mais importante para a inclusão de todos na sociedade é lidar com as diferenças.

Entrevistador: Relate um dia típico de aula:

W. - oração, leitura de história, calendário, contagem de todos, cardápio, crachá, leitura e depois ditado e alguma atividade

de folha. A rotina também é uma estratégia, como é quase todo dia a mesma coisa as crianças já sabem o que fazer, o que vai acontecer.

Entrevistador: De quantos cursos relacionados à inclusão você participou nos últimos 2 anos?

W. -Participei de 2 cursos um feito pelo Cefai com a Márcia Marolo lá na Unip que tinha como foco as angústias dos

professores da sala regular, tinham estudos de caso.

Entrevistador: Esses cursos ajudaram na prática?

W. -A gente fica mais sensível, aprimora o olhar, busca para saber o que o aluno pode melhorar, perceber o outro, viabilizar o

trabalho em sala de aula coletivamente, amarrar e articular possibilidades de agrupamento, para que o aluno seja feliz, tenha vontade de vir para escola e se sentir amado, isso é fundamental para o desenvolvimento, quem articula os olhares na sala de aula é o professor, que se tiver um olhar discriminatório as outras crianças também vão ter.

Entrevistador: De que maneira você foi estruturando sua atividade docente para receber uma criança especial na sua sala, com relação:

• À criança com necessidades educacionais especiais:

W. – Assim como meus outros alunos, eu sou o mais afetiva possível, tento conhecê-lo, passo um tempo observando e tento

valorizar cada gesto como uma conquista. Para mim as palavras-chave são: olhar individualizado e aceitação, a partir daí o trabalho flui.

• À família da criança:

W. - Eu tento ao máximo fazer parceria com a família, algumas vezes damos sorte, como na família de uma das crianças desse

ano, o Guilherme, a avó é maravilhosa, não falta na escola e dentro das possibilidades dela, ela faz o que eu peço e valoriza cada participação do neto nas aulas, porém no geral as famílias participam pouco e cobram muito, além de delegar um monte de funções para escola. Mas eu passo os conteúdos trabalhados para todas as mães e costumo explicar como elas podem ajudar em casa.

• ,Aos demais alunos da sala de aula:

W. – Eu converso bastante com eles, explico que às vezes eu tenho que ajudar mais o fulaninho porque ele está precisando,

não percebo preconceito neles, pelo contrário, eles sempre querem ajudar, querem empurrar a cadeira do Guilherme, às vezes

também tenho que cuidar e conversar para que o Guilherme não vire o bebê da turma. Eu trabalho no coletivo, um ajudando o

outro, dou liberdade para as crianças saírem do lugar e ir ajudando os outros, sobretudo aqueles que têm mais facilidade, não costumo trabalhar em dupla porque não dá para impor quem ajudar, eles que escolhem.

• À comunidade escolar:

W. –Tento ao máximo fazer o trabalho em equipe, mas tem sempre aqueles que a gente se identifica mais, e que se identificam

mais com o trabalho da inclusão e é neles que eu busco me apoiar. Aqui na escola a gente tem uma SAAI e a professora é muito legal, ela atende as crianças da minha sala e a gente troca muito é uma ajuda e um reforço muito importante, é mais individualizado.

• Ao desenvolvimento dos conteúdos/ currículo:

W. – Uma ajuda bem importante que estou recebendo é a utilização de estagiários para dar um suporte aos alunos durante as

atividades, provas diferenciadas, considerando as produções da criança em sala de aula, registros no diário de classe das evoluções da criança. Além disso, ajuda mão sobre mão para ajudar a pegar no lápis ou pintar um desenho. Costumo dar a mesma atividade para todos, mas cada um faz o que consegue. Algumas vezes também uso materiais diferenciados como giz engrossado e maior contraste nos desenhos. Também tenho um caso de uma criança hiperativa na sala e costumo fazer uns “combinados”, isso tem dado certo.

Entrevistador: Quais são as maiores dificuldades como um todo na educação?

W. -A sala de aula é coisa séria, eu não venho aqui para brincar, tem que ter esse lado humano, não dá para separar o profissional da pessoa. Além disso, eu sou contra essa porcentagem do letramento, cada um é cada um, é a cobrança, o rotular os alunos, as imposições. As crianças com NEE na escola regular foram uma imposição da lei, as porcentagens estão dificultando o trabalho, porque as metas dizem respeito ao aluno como um todo. Eles lançam provas unificadas, e o indivíduo é avaliado ali e se não vão bem a culpa é do professor, é um apontar de dedos ninguém vê o trabalho em sala de aula, essa politicagem me incomoda, a legislação não está casando com a inclusão, não dá para parear metas, às vezes o professor não aceita o aluno porque sabe que não vai atingir porcentagens, a educação não é uma firma, você está lidando com gente, com aprendizagem, cobra-se o específico mas esquece que é um ser em desenvolvimento, parece que só querem mostrar quem faz mais.Sempre chegam entrevistas do MEC do porquê que os alunos não aprendem, respondíamos: roupa, comida etc... e eles vão dando, vão colocando só o que é interessante para eles, sinto que esta politicagem está acabando com a inclusão.

Entrevistador: Para, além disso, quais as dificuldades específicas que vc. vê com relação à Educação Inclusiva?

W. -Bem, a estrutura física da escola, falta de suporte e orientação específica com relação às possibilidades de aprendizagem,

faltam especialistas, mas acho que o principal é a aceitação dessas crianças e acho que muitos colegas ainda não aceitam, não topam o trabalho.

Entrevistador: Quando você precisa tem algum outro profissional para ajudar?

W. -Primeiro a gente tenta usar tudo que tem na escola, aqui, por exemplo, tem SAAI e dá para recorrer; no primeiro ano do

ciclo I tem estagiários de pedagogia da primeira série que ajudam bastante.

Entrevistador: Bem tem mais alguma coisa que você gostaria de falar?

W. -Não, acho que já falei tudo, mas gostaria de reforçar que eu gosto da proposta de inclusão e apesar de às vezes ficar um

ENTREVISTA 5

Entrevistada: N.M.

Nome: N.M Data da entrevista: 16/04/07

Horário de início da entrevista: 13:00 Horário de término da entrevista: 14:00

Número de tentativas de agendar a entrevista: 2

Primeiras impressões sobre a entrevista: A professora parecia tranqüila, tem bastante tempo de experiência, porém,

precisei direcionar um pouco para aparecer o tema das estratégias específicas utilizadas. A professora deu alguns exemplos de estratégias simples que utiliza, porém, não a senti muito segura na utilização das mesmas, ou melhor, fundamentação teórica para usá-las, ela vai um pouco pelo que sente no momento. Durante a entrevista também transpareceu alguns sentimentos relacionados à pessoa com deficiência como dó, o que segundo ela foi mudando com o tempo. Apesar disso, apareceram questões interessantes como a discussão se o aluno com deficiência é do professor ou é da escola e a professora colocou a falta de apoio por parte da comunidade escolar.

Local de realização da entrevista: A entrevista foi realizada na sala de aula e não fomos interrompidas. Apesar

disso, nosso tempo de entrevista foi bem limitado, pois só tínhamos disponível o horário de JEI. • Data de nascimento: 18/11/58

• Formação escolar: Magistério, pedagogia e psicopedagogia

• Escola em que se formou: Não me lembro o nome, terminei o magistério em 1979 • Tempo de atuação: 27 anos

• Trabalha em quantas escolas: 2 escolas • Número de aulas semanais: 10

• Número de alunos por sala: em média 36 alunos • Número de alunos com deficiência por sala: 1

Entrevistador: Como você se envolveu no ensino de crianças com necessidades educacionais especiais?

N. -Na escola pública a inclusão sempre existiu, tinham umas crianças que a gente sabia que tinham alguma coisa, mas nunca

teve esse nome de inclusão. Na prefeitura, qualquer criança que chega a gente aceita. Já dei aula para muitas crianças com dificuldades, mas dizer com deficiência foi do ano passado para cá, tive um aluno com síndrome de Down agora tenho com autismo; eu gosto, aceito, acho um desafio.

Entrevistador: Sente dificuldades em dar aula para alunos com necessidades educacionais especiais?

Outline

Documentos relacionados