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Observação da criança por um tempo antes de agir, acionamento da CP em casos mais difíceis, parceria com a família,

ANEXO F: AS ENTREVISTAS COM OS PROFESSORES

N.- Observação da criança por um tempo antes de agir, acionamento da CP em casos mais difíceis, parceria com a família,

trabalho de sala em dupla, diminuição do tempo da criança na escola, adaptação da avaliação sem prova formal, utilizando as produções da própria criança, acionamento da escola Micael, atividade diferenciada da sala.

Entrevistador: Quais as maiores dificuldades e necessidades encontradas no sistema educacional atual?

N. -Número de alunos por sala, falta de apoio de profissionais especializados, falta de apoio das famílias, falta de um auxiliar

para realização de algumas atividades. Faltam também espaços de troca dentro da própria escola, muitas vezes o professor, tem que se virar com o aluno.

Entrevistador: Você gostaria de falar mais alguma coisa que eu não perguntei sobre o assunto que conversamos?N. -Não, acho

ENTREVISTA 6 Entrevistada: I.P.

Nome: I.P Data da entrevista: 17/04/07

Horário de início da entrevista: 13:00

Horário de término da entrevista: 14:00

Número de tentativas para agendar a entrevista: 2. Na primeira entrevista a professora teve um problema pessoal e

faltou. Fui até à escola; quando falei com I. para remarcar, ela disse ter pedido para CP me avisar.

Primeiras impressões sobre a entrevista: Quando apresentei a proposta do trabalho na reunião inicial, essa

professora foi uma das mais desconfiadas, referiu vários problemas com pesquisadores da USP, senti que ela foi meio convencida pelas outras, mas não queria efetivamente participar. Apesar disso, durante a entrevista foi uma das professoras que mais pareceu valorizar o trabalho e parceria com a família, também referiu pouca ajuda da comunidade escolar. Com relação às estratégias em sala de aula, I. colocou que as utiliza e que a ajudam na prática, não apareceram discussões aprofundadas, porém ela ilustrou com alguns exemplos.

Local de realização da entrevista: sala de aula

• Data de nascimento: 01/08/63

• Formação escolar: Magistério, pedagogia.

• Escola em que se formou: não lembro o nome, terminei o magistério em 1988 • Tempo de atuação: 18 anos

• Trabalha em quantas escolas: 2 escolas • Número de aulas semanais: 10

• Número de alunos por sala: em média 40 alunos • Número de alunos com deficiência por sala: 2

Entrevistador: Como você se envolveu no ensino de crianças com necessidades educacionais especiais?

Eu nunca recusei nenhum aluno com necessidade educacional especial na minha sala, pelo contrário, eu sempre quis, para mim, é um desafio. Trabalho com este tipo de criança quase desde que me formei, atualmente tenho dois com deficiência, mas vários com dificuldades. Logo que me formei dei aula para uma criança com síndrome de Down, agora também tenho caso de saúde mental na sala.

Entrevistador: Relate um dia típico de aula:

A aula da tarde começa às 14 horas, as crianças chegam, sempre fazemos uma oração e cantamos uma música de chegada. Eu geralmente começo contando uma história curta para motivar os alunos. Depois trabalhamos com alguma atividade na lousa, geralmente cada um faz o seu, mas às vezes proponho atividades em pequenos grupos. Depois disso, tem um recreio, as crianças saem super eufóricas e na volta tenho que dar uma atividade para acalmá-los.

Entrevistador: De que maneira você foi estruturando sua atividade docente para receber uma criança especial na sua sala, com relação:

• à criança com necessidades educacionais especiais:

N. -Bem, primeiro eu vou conhecendo a criança, converso bastante com a família, procuro saber o diagnóstico, os tratamentos

que a criança faz e vou tentando perceber coisas que ela gosta. Depois vou experimentando algumas situações, coloco a criança em lugares diferentes, observo as reações e assim vai indo.

• À família da criança:

N. -Para mim a família é a chave, procuro dar atenção e sempre dar um retorno acerca das conquistas e produções da

criança, inclusive nas reuniões de pais, monto uma pasta da criança e discuto com os pais., mas muitas vezes, é difícil, a própria família não aceita.

• Aos demais alunos da sala de aula:

N. - Não preparo nada, vou conversando com as crianças no decorrer dos acontecimentos, às vezes os adultos vêem problemas

que a criança não vê. Muitas vezes, quando vejo que dá certo, utilizo as próprias crianças para ajudar os que têm mais dificuldades.

• À comunidade escolar:

N. - tenho muito pouca ajuda da comunidade escolar, uma vez um aluno especial pediu para ir ao banheiro e eu deixei depois

ele fugiu, porque deixaram a porta aberta, todo mundo brigou comigo, ninguém se oferece para me ajudar. Quando percebo alguma necessidade de encaminhamento vou até a coordenação pedagógica, mas temos pouco tempo.

• Ao desenvolvimento dos conteúdos/ currículo:

N. - Tento trabalhar os mesmo conteúdos, mesmo porque é difícil trabalhar temas diferentes dentro de uma mesma sala, mas às

vezes, tenho que dar uma atividade diferente, aproveito os interesses da criança e vou utilizando suas produções como forma de avaliação.

Entrevistador: Você tem ajuda de outro profissional em caso de necessidade?

N. - Tenho pouca ajuda, na maior parte das vezes recorro aos meus próprios colegas de trabalho, trocamos experiência,

montamos os materiais juntas e isso ajuda.

Entrevistador: De quantos cursos relacionados à inclusão você participou nos últimos 3 anos? Os conhecimentos foram úteis na prática?

N. - Participei de dois cursos que ocorreram em fins de semana, já que não sou liberada para fazer isso, ambos os cursos,

foram pagos. Esses cursos me ajudaram a ver as potencialidades da criança, entender a função da escola e sair um pouco daquela história de que para o aluno com NEE só a socialização é importante, eu não me contento com isso, tem que ter o pedagógico.

Entrevistador: Quais estratégias utilizadas você considera que facilitaram o trabalho no cotidiano da sala de aula?

N. - Observação da criança por um tempo antes de agir, acionamento da CP em casos mais difíceis, parceria com a família,

trabalhos em grupo, adaptação da avaliação sem prova formal, às vezes uso as produções da própria criança em sala de aula, como desenhos e pinturas. Também uso alguns materiais diferenciados, mais concretos, e costumo designar pequenos cargos para criança com NEE. Além disso, têm umas crianças que não conseguem ficar o mesmo tempo na sala, não adianta, a gente insiste, mas eles acabam ficando agitados; então eu já aprendi a deixar dar umas voltas.

Acredito que, sobretudo, o número de alunos por sala e a falta de apoio de profissionais especializados além da falta de apoio das famílias, falta de um auxiliar para realização de algumas atividades. Faltam também espaços de troca dentro da própria escola, muitas vezes o professor, tem que se virar com o aluno e ninguém ajuda a resolver os problemas cotidianos. As famílias quando são encaminhadas para serviços de apoio têm muita dificuldade de levar a criança, falta tempo, dinheiro para o transporte e geralmente são distâncias longas.

NTREVISTA 7 Entrevistada: S.R.

Data da entrevista: 25/05/07

Horário de início da entrevista: 13:00

Horário de término da entrevista: 14:30

Número de tentativas de agendar a entrevista: 3. Apresentei o trabalho à coordenação pedagógica acompanhada de

um representante do Cefai. A CP expôs o projeto na reunião e o professor S. se interessou. A dificuldade em marcar a entrevista é que o professor acumula trabalho em 3 escolas, manhã, tarde e noite. Na primeira tentativa o professor faltou, por problemas na outra escola, na segunda teve uma reunião de última hora na Secretaria de Educação e na terceira me recebeu em horário de Jei, mas a entrevista acabou estendendo-se um pouco. Na entrevista ficou claro a falta e o desconhecimento de estratégias pedagógicas diferenciadas, pareceu que a presença das crianças com deficiência na sala está mais ligada à socialização. Apesar disso, o professor mostrou ter essa consciência e reconheceu essa dificuldade no desenvolvimento do trabalho. Com relação ao tema específico da pesquisa achei a entrevista pobre. Porém apareceram outras questões interessantes acerca do cotidiano do professor da escola pública, como a necessidade de acumular empregos. S. também levantou questões e críticas gerais ao sistema educacional como um todo como o desrespeito em relação ao número de alunos na sala mesmo quando uma das crianças tem deficiência, a falta de contato entre prefeitura e Estado para garantir uma continuidade do trabalho. Dentre os professores que entrevistei, acho que S. pareceu ser o mais “politizado” e ligado nas questões educacionais como um todo.

Local de realização da entrevista: sala de informática

• Data de nascimento: 23/01/68

• Formação escolar: Biologia com bacharelado e licenciatura. Fim: 1990 • Escola em que se formou: não me lembro

• Tempo de atuação: 16anos

• Trabalha em quantas escolas: 3 escolas • Número de aulas semanais: 10

• Número de alunos por sala: em média 40 alunos • Número de alunos com deficiência: 2

Entrevistador: Como você se envolveu no trabalho com crianças com NEE?

S. -Eu sempre defendi a questão da inclusão, sempre fui favorável, porque eu penso no pai, quem é pai não quer que o filho

seja tratado diferenciado, num lugar onde todos são iguais, ou seja, você pega seu filho, tira de um lugar que é comum a todos e coloca numa instituição especial, onde todos são iguais, mas na sociedade são diferentes, então eu sempre fui favorável, o que a gente questiona é como ela é feita, porque, por exemplo, a gente tem aqui dois alunos que são casos típicos de inclusão, um é surdo, não consegue falar, isso dificulta aprendizagem dele e tem a Bianca que é uma menina com síndrome de Down.

Entrevistador: A Bianca é sua aluna?

S. - Os dois são meus alunos. A Bianca também tem um problema de fono, que dificulta seu relacionamento com as pessoas de

uma forma eficaz e não temos nenhum apoio, nenhum suporte para que possamos trabalhar, a prefeitura não dá nenhum apoio, é assim você recebe o aluno com a história que ele tem do primário, então, ele tem o laudo disso, daquilo, então vamos incluir, mas quem inclui na verdade esse aluno são os próprios colegas, porque eles não fazem diferenciação nenhuma entre os que têm deficiência e os que não têm, eles ajudam muito nessa questão do relacionamento dos alunos, mas suporte para o professor desenvolver o aluno não tem. Agora está chegando os Cefais, que estão fazendo umas parcerias, esse vai ser o suporte que a gente tem.

Entrevistador: Você tem muitos alunos na sala, mas não tem uma regra, uma lei que limita esse número no caso de alunos com NEE?

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