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5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

5.4 Relação entre comprometimento, entrincheiramento e a noção agency-community

5.4.3 Nível de renda com comprometimento e entrincheiramento

Na Tabela 18, evidencia-se a relação entre o comprometimento e os construtos com a variável nível de renda dos servidores pesquisados.

Tabela 18 - Relação entre comprometimento e construtos com nível de renda

COMPROMETIMENTO AFETIVO (%)

Nível de Renda BAIXO MÉDIO ALTO

UFMA UFSM UFMA UFSM UFMA UFSM

Até 7 S. Min. 0,00 2,56 31,96 47,18 68,04 50,26

De 8 a 15 S. Min. 0,00 1,79 18,75 33,93 81,25 64,29

Acima de 16 S. Min. 0,00 0,00 100,00 23,53 0,00 76,47

GERAL 0,00 2,24 27,16 42,91 72,84 54,85

COMPROMETIMENTO INSTRUMENTAL (%)

Nível de Renda BAIXO MÉDIO ALTO

UFMA UFSM UFMA UFSM UFMA UFSM

Até 7 S. Min. 3,09 9,74 28,87 51,28 68,04 38,97

De 8 a 15 S. Min. 1,56 23,21 10,94 50,00 87,50 26,79

Acima de 16 S. Min. 0,00 11,76 0,00 29,41 100,00 58,82

GERAL 2,47 12,69 21,60 49,63 75,93 37,69

COMPROMETIMENTO NORMATIVO (%)

Nível de Renda BAIXO MÉDIO ALTO

UFMA UFSM UFMA UFSM UFMA UFSM

Até 7 S. Min. 10,31 51,28 62,89 43,59 26,80 5,13

De 8 a 15 S. Min. 3,13 48,21 51,56 37,50 45,31 14,29

Acima de 16 S. Min. 100,00 29,41 0,00 58,82 0,00 11,76

GERAL 8,02 42,25 58,02 43,28 33,95 7,46

Fonte: Dados da pesquisa.

Analisando-se a dimensão afetiva com relação a variável nível de renda, obteve-se um comprometimento alto no cluster geral para a UFMA, com 72,84%, com destaque para o nível que vai de 8 a 15 salários mínimos, totalizando 81,25%.

Na UFSM, 54,85% apresentaram, nessa mesma dimensão, um comprometimento concentrado no cluster alto, destacando-se os servidores que percebem acima de 16 salários mínimos, (76,47%), porém, outros dois níveis de renda também apresentaram percentual significativo de 64,29% e 50,26%, acima de 16 salários mínimos e até 7 salários mínimos, respectivamente.

Comparando os dados, constata-se que os níveis mais altos de comprometimento afetivo, nas duas instituições, foram entre os que estão nas faixas com melhores salários. Nesse sentido, conforme Costa (2005), infere-se que os empregados satisfeitos com o salário parecem ser mais comprometidos afetivamente.

O comprometimento instrumental, por sua vez, concentrou-se no cluster alto na amostra geral para a UFMA, com 75,93%, e médio para a UFSM, com 49,63%, merecendo destaque, naquela instituição, os 100% da faixa acima de 16 salários mínimos e os 87,50% na

faixa de 8 a 15 salários mínimos, e, na UFSM, os 58,82% que estão na faixa acima de 16 salários mínimos na distribuição entre as faixas desta categoria

Ao fazer a comparação dos dados das instituições pesquisadas, encontrou-se que os maiores percentuais de comprometimento instrumental estão distribuídos de forma mais concentrada, nos níveis de renda entre o cluster médio e o alto. Isto sugere que, em qualquer nível salarial, os servidores percebem que seria custoso interromper o curso da ação, em que estruturam o comprometimento em função das recompensas, e permanecem na organização porque precisam (BECKER, 1960; BASTOS, 1994; COSTA, 2007).

Na dimensão normativa, os servidores pesquisados evidenciam um comprometimento normativo médio em ambas as instituições, sendo a UFMA com 58,02% e a UFSM com 43,28%. A predominância neste cluster está nos servidores da faixa acima dos 7 salários mínimos, na UFMA (62,89%); os que estão acima dos 16 salários mínimos, na UFSM, com 58,82%, apresentaram os mais altos níveis de comprometimento normativo, o que sugere uma tendência moderada dos servidores entrevistados a permanecerem em suas instituições porque sentem obrigação de ficar (MEYER e ALLEN, 1993).

Na Tabela 19, visualiza-se a relação entre o entrincheiramento e seus construtos com a variável nível de renda dos servidores pesquisados.

Tabela 19 - Relação entre entrincheiramento e construtos com o nível de renda

ENTRINCHEIRAMENTO AJUSTAMENTO À POSIÇÃO SOCIAL (%)

Nível de Renda BAIXO MÉDIO ALTO

UFMA UFSM UFMA UFSM UFMA UFSM

Até 7 S. Min. 7,22 39,49 42,27 53,85 50,52 6,67

De 8 a 15 S. Min. 3,13 37,50 25,00 48,21 71,88 14,29

Acima de 16 S. Min. 0,00 11,76 100,00 64,71 0,00 23,53

GERAL 5,56 37,31 35,80 53,36 58,64 9,33

ENTRINCHEIRAMENTO LIMITAÇÃO DE ALTERNATIVAS (%)

Nível de Renda BAIXO MÉDIO ALTO

UFMA UFSM UFMA UFSM UFMA UFSM

Até 7 S. Min. 6,19 30,26 65,98 62,56 27,84 7,18

De 8 a 15 S. Min. 4,69 35,71 65,63 58,93 29,69 5,36

Acima de 16 S. Min. 0,00 35,29 0,00 64,71 100,00 0,00

GERAL 5,56 31,72 65,43 61,94 29,01 6,34

ENTRINCHEIRAMENTO ARRANJOS BUROCRÁTICOS IMPESSOAIS (%)

Nível de Renda BAIXO MÉDIO ALTO

UFMA UFSM UFMA UFSM UFMA UFSM

Até 7 S. Min. 1,03 9,74 30,93 61,03 68,04 29,23

De 8 a 15 S. Min. 0,00 17,86 15,63 55,36 84,38 26,79

Acima de 16 S. Min. 0,00 11,76 0,00 47,06 100,00 41,18

GERAL 0,62 11,57 24,69 58,96 74,69 29,48

Fonte: Dados da pesquisa.

Analisando o entrincheiramento, com relação à variável nível de renda, observa-se que, no fator ajustamento à posição social, os servidores pesquisados na UFMA apresentaram um alto percentual (58,64%), com destaque para os que estão na faixa salarial dos 8 a 15 salários mínimos, com 71,88% de comprometimento alto dos percentuais distribuídos nas faixas desta categoria. O percentual alto para o nível de renda acima de 16 salários mínimos constitui uma amostra pequena em relação ao total geral (0,62%), conforme pode ser observado na Tabela 4.

Na UFSM, os pesquisados apresentaram um entrincheiramento médio (53,36%), sendo que o maior percentual, dentro desse cluster, foi para os que estão acima dos 16 salários mínimos (64,71%). Isto sugere que há entre os servidores das duas instituições um receio que vai de médio a alto, ao considerar outras alternativas de trabalho, principalmente entre os que estão em faixas salariais mais elevadas.

O fator limitação de alternativas revelou maiores percentuais, no geral, no cluster médio, em ambas as instituições, sendo 65,43% na a UFMA e 61,94% para a UFSM,

destacando-se as faixas salariais que vão até 7 salários mínimos na UFMA (65,98%) e acima dos 16 salários mínimos na UFSM (64,71%), respectivamente.

Nos arranjos burocráticos impessoais, verifica-se a UFMA com 74,69% de entrincheiramento alto e a UFSM com 58,96% de entrincheiramento médio, evidenciando-se, no cluster alto da UFMA, um percentual de 84,38% para os que estão na faixa de 8 a 16 salários mínimos, e de 61,03%, para os servidores da UFSM que estão na faixa dos que recebem até 7 salários mínimos do cluster médio. Esses dados indicam que há um receio comum em perder os benefícios adquiridos, uma vez que os percentuais mais significativos concentram-se nos níveis médio a alto entre os servidores das duas instituições, mesmo estando em faixas salariais diferentes.

De uma forma geral, em todas as dimensões do entrincheiramento há uma imobilidade resultante de substancial investimento econômico e psicológico na carreira, o que torna difícil uma mudança. Entre esses investimentos que seriam perdidos estão tempo investido, dinheiro, cargo e salário (MEYER e ALLEN, 1984; CARSON et al., 1996).