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5 APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DE RESULTADOS

5.4 Relação entre comprometimento, entrincheiramento e a noção agency-community

5.4.5 Tempo de serviço com comprometimento e entrincheiramento

Na Tabela 22, demonstra-se a relação entre o comprometimento e seus construtos com a variável tempo de serviço.

Tabela 22 - Relação entre comprometimento e construtos com tempo de serviço

COMPROMETIMENTO AFETIVO (%)

Tempo de Serviço BAIXO MÉDIO ALTO

UFMA UFSM UFMA UFSM UFMA UFSM

Até 8 anos 0,00 3,49 42,86 55,81 57,14 40,70

De 9 a 20 anos 0,00 3,85 16,67 42,31 83,33 53,85

Acima de 21 anos 0,00 0,77 19,15 34,62 80,85 64,62

GERAL 0,00 2,24 27,16 42,91 72,84 54,85

COMPROMETIMENTO INSTRUMENTAL (%)

Tempo de Serviço BAIXO MÉDIO ALTO

UFMA UFSM UFMA UFSM UFMA UFSM

Até 8 anos 3,57 13,95 39,29 58,14 57,14 27,91

De 9 a 20 anos 0,00 7,69 16,67 44,23 83,33 48,08

Acima de 21 anos 2,13 13,85 11,70 46,15 86,17 40,00

GERAL 2,47 12,69 21,60 49,63 75,93 37,69

COMPROMETIMENTO NORMATIVO (%)

Tempo de Serviço BAIXO MÉDIO ALTO

UFMA UFSM UFMA UFSM UFMA UFSM

Até 8 anos 14,29 65,12 66,07 32,56 19,64 2,33

De 9 a 20 anos 0,00 44,23 33,33 50,00 66,67 5,77

Acima de 21 anos 5,32 40,77 56,38 47,69 38,30 11,54

GERAL 8,02 49,25 58,02 43,28 33,95 7,46

Fonte: Dados da pesquisa.

Na variável tempo de serviço, observa-se que houve, no geral, um predomínio do comprometimento afetivo alto, nas duas instituições, com um total de 72,84% para a UFMA e de 54,85% para a UFSM, sendo que os maiores percentuais estão distribuídos na faixa dos funcionários que estão acima dos 21 anos de serviço, com 80,85% para a UFMA e 64,62% para a UFSM, evidenciando-se que os da faixa de idade mais elevada possuem maior apego à instituição em que trabalham.

O comprometimento instrumental apresentou, no geral, a predominância de 75,93% de comprometimento alto, na UFMA, e 49,63% de comprometimento médio na UFSM, com maior distribuição para os que estão na faixa acima de 21 anos para cima, na UFMA (86,17%) e para os que estão na faixa até 8 anos na UFSM (58,14%).

Analisando os dados encontrados na pesquisa, observa-se que há um compromisso afetivo alto entre os servidores com mais tempo de serviço na UFMA, enquanto na UFSM, chama a atenção o percentual de 58,14% de comprometimento instrumental médio para os que estão na faixa de até 8 anos de serviço. Isso sugere uma maior preocupação, tanto dos servidores mais antigos quanto dos mais novos na instituição, em garantir seu emprego

corroborando os estudos de Pinho (2009; 2010), quando afirma que os trabalhadores desenvolvem mais esse tipo de vínculo em função da perda dos retornos materiais que poderiam ter. Assim, a permanência na organização não pressupõe falta de compromisso com a empresa, mas sim a manutenção da própria estabilidade já adquirida.

Ao analisar a amostra geral, verifica-se que a dimensão normativa apresentou 58,02% de comprometimento médio para os servidores da UFMA e 49,25% de normativo baixo para os da UFSM. Destacam-se os servidores que estão a pelo menos 8 anos tanto na UFMA (66,07%) quanto na UFSM (65,12%). Esses percentuais indicam que o sentimento de obrigação para com a instituição se manifesta moderadamente entre os servidores de ambas as instituições, manifestando que é tão expressivo o sentimento de permanecer na organização por se sentirem na obrigação de ficar (MEYER e ALLEN, 1993).

Na Tabela 23, evidencia-se a relação entre o entrincheiramento e seus construtos com a variável tempo de serviço.

Tabela 23 - Relação entre entrincheiramento e construtos com o tempo de serviço

ENTRINCHEIRAMENTO AJUSTAMENTO À POSIÇÃO SOCIAL (%)

Tempo de Serviço BAIXO MÉDIO ALTO

UFMA UFSM UFMA UFSM UFMA UFSM

Até 8 anos 8,93 55,81 50,00 43,02 41,07 1,16

De 9 a 20 anos 8,33 26,92 25,00 69,23 66,67 3,85

Acima de 21 anos 3,19 29,23 28,72 53,85 68,09 16,92

GERAL 5,56 37,31 35,80 53,36 58,64 9,33

ENTRINCHEIRAMENTO LIMITAÇÃO DE ALTERNATIVAS (%)

Tempo de Serviço BAIXO MÉDIO ALTO

UFMA UFSM UFMA UFSM UFMA UFSM

Até 8 anos 8,93 43,02 67,86 54,65 23,21 2,33

De 9 a 20 anos 8,33 30,77 58,33 61,54 33,33 7,69

Acima de 21 anos 3,19 24,62 64,89 66,92 31,91 8,46

GERAL 5,56 31,72 65,43 61,94 29,01 6,34

ENTRINCHEIRAMENTO ARRANJOS BUROCRÁTICOS IMPESSOAIS (%)

Tempo de Serviço BAIXO MÉDIO ALTO

UFMA UFSM UFMA UFSM UFMA UFSM

Até 8 anos 1,79 15,12 37,50 59,30 60,71 25,58

De 9 a 20 anos 0,00 11,54 33,33 67,31 66,67 21,15

Acima de 21 anos 0,00 9,23 15,96 55,38 84,04 35,38

GERAL 0,62 11,57 24,69 58,96 74,69 29,48

Na análise da amostra do entrincheiramento em relação à variável tempo de serviço, evidenciou-se um entrincheiramento alto para a UFMA (58,64%), no fator ajustamento à posição social, com predominância para os entrevistados que estão acima dos 21 anos, apresentando um percentual de 68,09%. Nesse mesmo fator, a UFSM apresentou, nos resultados gerais, um entrincheiramento médio de 53,36%, com uma distribuição mais significativa, neste cluster, para os que estão na faixa de 9 a 20 anos de serviço, com 69,23%. Esses dados sugerem que os servidores com maior tempo de serviço acabam se adaptando à posição em que se encontram.

Nas limitações de alternativas, os servidores da UFMA (65,43%) e da UFSM (61,94%) encontraram-se altos percentuais dentro do cluster médio, na amostra geral, destacando-se os percentuais 67,86% para os servidores que estão na categoria de pelo menos 8 anos de serviço, na UFMA, e 66,92% para os servidores que estão na UFSM, na faixa acima dos 21 anos. Esses dados sugerem que a dificuldade de visualizar outras oportunidades de emprego, em outras organizações, é comum entre as duas instituições, desde a faixa até 8 anos, até os que estão na faixa acima dos 21 anos, seja devido a percepções de restrições de mercado ou até mesmo em relação às suas limitações de idade e de conhecimentos.

Ao analisar o fator arranjos burocráticos impessoais, evidencia-se que, no geral, 74,69% dos entrevistados da UFMA apresentaram um entrincheiramento alto, com destaque para os 84,04% dos servidores que estão distribuídos na categoria acima dos 21 anos de serviço, deste cluster.

Da mesma forma, a amostra da UFSM revela, no geral, 58,96% de entrincheiramento médio nesse mesmo fator, onde se destacam os servidores que estão distribuídos na categoria da faixa que vai de 9 a 20 anos de serviço, com 67,31% para este cluster. Percebe-se uma variação de média a alta entre os entrevistados que apresentaram maior tempo de serviço, sugerindo que receiam perder a estabilidade financeira e os benefícios adquiridos na instituição. Estes dados corroboram os achados de Pinho (2009), ao explicar a relação entre entrincheiramento e construtos com o tempo de serviço, o qual revela que os servidores com maior tempo de serviço apresentam um comprometimento maior do que os servidores com menor tempo.