2 O CIÊNCIA SEM FRONTEIRAS E AS POLÍTICAS DE MOBILIDADE
5.1 NÚMEROS E BASES DE DADOS DO CSF
81 A partir do final de 2011 foi aberta a possibilidade de realização de estágio linguístico no exterior caso a nota
mínima de proficiência fosse o único critério não atingido pelo candidato.
82 Devido à proximidade do idioma, as chamadas 126/2012 (operada pelo CNPq com destino à Espanha) e
127/2012 (da Capes com destino a Portugal) tiveram demanda muito acima do número de vagas, enquanto as chamadas para os demais países ficaram com vagas ociosas. Decidiu-se, então, dar a opção aos candidatos que cumpriam as condições técnicas, mas não haviam sido contemplados, de ir para outro país fazer o estágio acadêmico. Os candidatos inscritos para a Espanha puderam ir para Irlanda ou Itália. Candidatos inscritos para Portugal puderam optar por Alemanha, Austrália, Canadá, EUA, França, Irlanda, Itália ou Reino Unido.
Para se chegar aos números finais83 de concessão do Programa Ciência sem Fronteiras,
em dezembro de 2014 o arquivo de bolsas concedidas da Capes (ADD_CONCESSÃO) foi extraído e foi feita uma “foto” dos dados, denominada pelos técnicos da agência como “base congelada”. A base agregava informações relacionadas às bolsas da Capes e do CNPq e continha as 101.446 bolsas identificadas como concedidas no Ciência sem Fronteiras entre 2011 e 2014. Essas bolsas foram marcadas, no banco de dados da Capes, com o “carimbo CSF”, de modo a facilitar a identificação dos processos que geraram o número “final” de concessão no programa. Isso porque, ao longo do período da bolsa, é natural ocorrerem atualizações cadastrais que podem influir nas estatísticas relacionadas ao Programa (como mudança da instituição de destino e antecipação do final da bolsa).
Como à época algumas bolsas com destino ao Brasil nas modalidades BJT e PVE estavam fora dos sistemas transacionais da Capes, estas foram inseridas por meio de planilha na base. Após entrarem no sistema essas bolsas ficaram sem a identificação do “carimbo”, pois não tinham número de processo à época da concessão, sendo possível fazer o batimento com as incluídas nos números finais da concessão apenas pelo nome do bolsista. Bolsas de editais específicos do Ciência sem Fronteiras e que foram inseridas no sistema após dezembro de 2014 também ficarem sem a marcação do “carimbo CSF”.
Na base ADD_CONCESSÃO constavam as seguintes informações: número do processo; nome do edital; país, cidade e nome da instituição de destino; status jurídico, país, região, unidade da federação, nome do município, código na Capes e no sistema e-MEC (do Ministério da Educação), e nome da instituição de origem; especialidade, área do conhecimento e subárea do conhecimento; nome da área prioritária; nome do curso e-MEC e área OCDE84 do
curso (para bolsas de graduação); nome do curso Capes e nome da área de avaliação (para pós- graduação); nível da bolsa; nome do grupo de pagamento (que correspondia aproximadamente ao nome dos programas); número do CPF ou do documento (no caso de estrangeiros sem CPF), nome, data de nascimento, nacionalidade, e-mail, gênero, idade (no momento da inscrição) do candidato com bolsa concedida; situação da inscrição; descrição do tipo de inscrição; ano, mês e dia de homologação; data do primeiro pagamento; ano do processo; ano e mês de início da bolsa; ano e mês de fim da bolsa; nome do município de origem do bolsista; classificação quanto ao pertencimento ao Ciência sem Fronteiras; marcação do “carimbo CSF”; nome da agência
83 Os mesmos mencionados no capítulo 2.
financiadora (para diferenciar bolsas da Capes e do CNPq); chamada da Casa Civil85; nome da
fonte pagadora (incluía Capes e CNPq, mas também as empresas do setor privado); e modalidade de ensino (presencial ou à distância).
Na Capes, as bases de bolsas concedidas e implementadas nos programas com destino ao exterior ou que traziam bolsistas para o Brasil eram consolidadas em tabelas pré-formatadas que permitiam aos técnicos da agência a visualização dos dados vindos de diversos sistemas86.
O ADD_CONCESSÃO era uma dessas tabelas pré-formatadas. Na época do CSF, a plataforma utilizada pelos técnicos da Capes para visualização dos dados era o Sistema de Relatórios (Sisrel).Atualmente este sistema foi substituído pelo software SAS, que permite a visualização de informações em tabelas vindas do ADD da Capes87. No CNPq não há essa plataforma com
tabelas pré-formatadas para visualização. Cada levantamento de dados necessário para a produção dos relatórios e estatísticas tem que ser solicitado ao setor de informática, que gera tabelas específicas para atender a cada demanda.
Além das bolsas do Ciência sem Fronteiras (concedidas na Capes e no CNPq), o ADD_CONCESSÃO incluía as bolsas dos demais programas da Diretoria de Relações Internacionais da Capes homologadas a partir de 2011. Essa base deixou de ser atualizada em 2017 pela Capes e recebeu informações do CNPq apenas até dezembro de 2014. Após 2017 e até o momento, o controle das bolsas inscritas concedidas e implementadas no âmbito da Diretoria de Relações Internacionais da Capes passou a ser feito com uma base denominada PROCESSO_DRI, que agrega todos os processos e busca o melhor dado cadastral disponível88
(considerando as atualizações). Nesta base é possível visualizar as bolsas da Capes que constavam no ADD_CONCESSÃO (a partir da marcação IN_CARIMBO_CSF igual a “S”), porém não há como visualizar as informações sobre as bolsas concedidas pelo CNPq no âmbito do CSF.
85 Classificação interna feita pelas agências para agrupar os editais lançados em um mesmo período e diferencias
as bolsas concedidas em programas “aderentes” das concedidas em editais específicos. Esta coluna era utilizada quando da elaboração dos editais enviados à Casa Civil da Presidência da República.
86 Daremos o nome de “dados agregados” a esse conjunto de informações vindas de diversos sistemas e
consolidados em tabelas.
87 Descrito na Nota de Rodapé nº 53, da p. 59.
88 Na busca do “melhor dado” possível, a Capes atribuiu números para todos os processos e montou uma base de
dados contendo todos os processos independentemente da fase em que estivessem (inscrição, concessão e implementação). As fases foram identificadas a partir de regras de marcação. Esta base encontra-se em fase de validação e ajuste. A intenção da agência é que os dados sejam futuramente abertos ao público, possibilitando acesso às informações de bolsas concedidas e implementadas pela Diretoria de Relações Internacionais, classificadas por programa, país de destino, modalidade, ano de início e ano de fim da bolsa, entre outras informações. O diferencial desta base com relação às demais é que é possível detalhar de onde vem o dado contido em cada uma das variáveis. Caso alguma informação apresentada pareça estranha, é possível verificar sua fonte e conferir a fidedignidade da informação.
As variáveis contidas na base de dados PROCESSO_DRI são semelhantes às encontradas na base ADD_CONCESSAO, embora tenham sido realizados alguns ajustes. Exemplo é o desmembramento das informações sobre a instituição de destino na qual foi realizado o curso de idioma estrangeiro (IES de línguas) e a instituição na qual foram realizadas as atividades acadêmicas (IES de destino). O conteúdo de cada variável também sofreu alterações, pois passou a considerar a informação mais atualizada e não a trazida das inscrições. Nesta base também passou a ser possível ver todos os processos que existiam em sistemas, desde os inscritos até os pagos e estornados totalmente.
Essa base é acessada apenas por alguns servidores da Capes, mas é a partir dela que são gerados os relatórios e estatísticas atuais acerca das bolsas internacionais (com destino ao exterior e vindas do exterior para o Brasil), inclusive os dados do Geocapes e os fornecidos a pesquisadores. Essa base inclui todos os programas da Diretoria de Relações Internacionais da Capes e é compatível com a base PROCESSO_PROCESSO, que inclui todas as bolsas fomentadas pela Capes.
Ainda relacionado aos números do Ciência sem Fronteiras há que se considerar a base denominada “Bolsistas pelo Mundo”, que apresenta as informações de bolsas implementadas constantes na página do Ciência sem Fronteiras, já mencionadas aqui. Nessa base, constam: nome, CPF e e-mail do bolsista; nome, cidade, endereço da página na Internet (URL) e país da instituição de destino; modalidade, situação, data de início e de término da bolsa; área prioritária; agência responsável pelo acompanhamento do processo; nome, sigla, unidade da federação e cidade da instituição de origem do bolsista. Destaca-se que essa base não está interligada à de bolsas concedidas constante na Capes e que deixou de ser atualizada no início de 2016, mas seria possível fazer a relação entre as duas a partir dos dados das concessões (CPF do bolsista, modalidade e período da bolsa), se necessário.