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Natureza e inovações trazidas pela Lei nº 11.960/09

No documento RAFAEL RODRIGUES JELLMAYER.pdf (483.2Kb) (páginas 31-33)

4. CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO ANTES DA CRIAÇÃO

4.1 Natureza e inovações trazidas pela Lei nº 11.960/09

Confor me já el uci da do anteri ormente, a Lei Federal nº 11.960/09 , e m seu arti go 5º, al terou o arti go 1º - F da Lei nº 9.494/97 . Contudo , cu mpre destri nchar tai s al terações, de monstrando os reai s efei tos e a apli cação da nova redação dada ao art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 .

De acordo co m os ter mos trazi dos pel a nova l egi sl ação em 26/06/2009, observou -se que a q uestão envol vendo a correção monetári a, be m co mo os juros moratóri os , sofreu si gni fi cati va al teração .

Quanto à atual i zação monetári a , esta deverá ser cal cul ada com base no índi ce da TR – taxa referencial.

Mi ster sal i entar que a atuali zação monetári a não é i nstrumento que acrescenta val ores à condenação, mas apenas reco mpõe o seu val or nomi nal macul ado pel a i nfl ação, contudo ao apl i car a taxa referenci al (TR) como índi ce, efeti vamente há u ma desval ori zação do débi to contra a F azenda e o credor passa a ser prejudi cado.

Por outro l ado, no que tange os juros moratóri os, estes deverão ser cal cul ados com base nos juros apl i cados à cader neta de poupança, nor mal mente fi xados e m 0,5 % ao mê s, confor me art. 12, i nci so II, da Lei 8.177/91.

Ocorre que , com a entrada e m v i gor da MP nº 567, de 13/05/2012 , posteri ormente converti da na L ei nº 12.703/12, os juro s moratóri os fi caram condi ci onados, al ém do percentual apl i cado à caderneta de poupança, aos par â metros presentes na taxa SELIC.

Cu mpre el encar o texto trazi do pel a nova redação do Art. 1º - F, fora prati camente reproduzi do no § 12, do artigo 100, da CF, i ntroduzi do pel a Emenda Consti tuci onal nº 62/09, que prevê o segui nte:

§ 12. A par t i r da pr om ul gaç ão de st a E m enda Con st i t uc i onal , a at ual i z aç ão d e v al or es de r eq ui si t ór i os, ap ó s s ua ex pedi ç ão, at é o ef et iv o pagam ent o, i ndep end ent em ent e de s ua nat ur ez a, ser á f ei t a pel o í ndi c e of i c i al de r em uner aç ão bá si c a d a c ader n et a de po upa nç a, e, par a f i ns de c om pensaç ã o d a m or a, i nc i di r ão j ur os si m pl es no m esm o pe r c ent ual de j ur o s i nc i dent es sobr e a c ad er net a de po upa nç a, f i c ando ex c l uí da a i nc i dênc i a de j ur os c om pen sat ór i o s. ( I nc l uí do pel a E m enda Con st i t uc i onal nº 62, de 20 09) . ( B RA S I L , 200 9) .

Assi m, veri fi ca-se que, por se tratar de regra i nseri da na Consti tui ção Federal por mei o da Eme nda consti tuci onal nº 62/09, esta so mente vei o a consol i dar o que já estava previ sto no arti go 1º - F da Lei nº 9.494/97, al terado pel o artigo 5º da Lei nº 11.960/09, ou seja, a correção dos débi tos contraídos pel a Fazenda Públi ca, por índi ce de caderneta de poupança, previ sto em L ei O rdi nári a, agora encontra seu funda mento de val i dade na Consti tui ção.

Após a pro mul gação da Lei nº 11.960/09 , i ni ci ou-se as li des e debates jurídi cos, co m a proposi tura d as ADIs nº 4357 e 4425, be m co mo quanto sua apli cabili dade e a natureza de sua norma , se materi al ou processual , cuja defi ni ção deveria se dar de i medi ato para apli cação ou não n os processos que estava m e m curso.

Tal probl emáti ca resi de no fato de que se fosse decl arada norma de di rei to materi al a nova redação dada pel o art. 5º da Lei nº 11.960/09 não poderi a ati ngir os atos jurídi cos p erfei tos exi stentes ne m modi fi car as si tuações jurídi cas pree xi stentes .

Portanto, se assi m fo sse entendi da deveri a ser apli cada a redação ori gi nal da L ei nº 9.494/97 que é mai s benéfi ca ao credor.

Por outro l ado, se a nor ma fos se decl arada de di rei to processual , a vi gênci a teri a i níci o i medi ato e sua pri nci pal consequênci a seri a sua apli cabili dade sobre toda s as ações em que fi gurasse no pol o passi vo a Fazenda Públ i ca.

Para mai or el uci dação quanto a si tuação aci ma menci onada, mi ster atentar a di sti nção ofereci da por Marcos Bernardes de Mel l o :

Di z - se d e di r ei t o m at er i al t oda nor m a j ur í di c a de c uj a i nc i dênc i a r esul t am f at os j ur í di c os q ue t ê m por ef i c ác i a a c r i aç ão e a r egul aç ão d e di r ei t os e dev er es , de pr et en sõe s e obr i gaç õe s, aç õe s e si t uaç õe s d e ac i ona do e ex c eç õe s e si t uaç õe s d e ex c et uad o, q u e def i nem l i ci t ude o u i l i c i t ude d e

c ondut a s, e st ab el ec em r es pon s abi l i dades, pr e sc r ev em

sa nç õe s c iv i s ou penai s, c r i em ônus ou pr em i aç ões, dent r e out r a s c at eg or i a s ef i c ác i as des s a nat ur ez a. De di r ei t o f orm al, ao c ont r ár i o, sã o a s n or m as qu e r eg ul am a f orm a dos at o s j ur í di c os ou o m odo d e ex er c í c i o dos di r ei t o s , que pr e sc r ev em ,

ex c l usiv am ent e, ri t os, pr az o s, c om pet ênc i as e f or m as

pr oc e s su ai s. E st a s n ão at r i buem di r ei tos p a s sív ei s de su bj et iv aç ão, nem m esm o di r ei t os t r ansi sn div i duai s, ape na s i nst i t uem i nst r um e nt os de st i na do s à pl ena v er i di ci dade d o di r ei t o m at er i al . ( M E LLO , 20 15. p. 32 ) .

Tal i ndefi ni ção fez co m surgi sse u ma controvérsi a entre advogados, no i nteresse de seus cli entes e procuradores da Fazenda Públ i ca, uma vez que , os advogados , afi rmava m que , co m o trânsi to e m jul gado e o títul o executi vo for mado , não cabe ri a mai s di scussão e deveri a ser apli cada a l ei descri ta no títul o . Por outro l ado , os procuradores defend i am que a entra da e m vi gor de u ma nova l ei , revoga qual quer l ei anteri or exi stente , devendo preval ecer o novo entendi mento trazi do pel a Lei nº 11.960.

Desta for ma , fi cou a encargo do Pode r Judi ci ári o determi nar qual

das al egações deveri a preval ecer , deter mi nando quai s índi ces

deveri am ser apl i cados .

No documento RAFAEL RODRIGUES JELLMAYER.pdf (483.2Kb) (páginas 31-33)

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