• Nenhum resultado encontrado

RAFAEL RODRIGUES JELLMAYER.pdf (483.2Kb)

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "RAFAEL RODRIGUES JELLMAYER.pdf (483.2Kb)"

Copied!
55
0
0

Texto

(1)UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE. RAFAEL RODRIGUES JELLMAYER. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA: A DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 5º DA LEI 11.960/09 PELO STF E SUA CONSEQUENTE INAPLICABILIDADE. SÃO PAULO 2018.

(2) RAFAEL RODRIGUES JELLMAYER. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA: A DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 5º DA LEI 11.960/09 PELO STF E SUA CONSEQUENTE INAPLICABILIDADE. Monografia Presbiteriana. apresentada Mackenzie. à. Universidade. como. requisito. parcial para obtenção do título de Bacharel em Direito. Orientador: Prof. Ms Roberto Nussinkis Mac Cracken. SÃO PAULO 2018.

(3) Jellmayer, Rafael Rodrigues. Execução contra a fazenda pública: a declaração de inconstitucionalidade do artigo 5º da lei 11.960/09 pelo stf e sua consequente inaplicabilidade / Rafael Rodrigues Jellmayer, - 2018. 57 f. il. ; 30 cm. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Direito) – Universidade Presbiteriana Mackenzie, São Paulo , 2018. Bibliografia: f. 54-57 1. Execução. 2. Fazenda pública. 3. Lei 11.960/09. 4. Precatório. 5. Acordos Judiciais. 6. Inconstitucionalidade. I. Título..

(4) RAFAEL RODRIGUES JELLMAYER. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA: A DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE DO ARTIGO 5º DA LEI 11.960/09 PELO STF E SUA CONSEQUENTE INAPLICABILIDADE. Monografia jurídica de Conclusão de Curso apresentada à Universidade Presbiteriana Mackenzie. como. requisito. parcial. para. obtenção do título de Bacharel em Direito.. Aprovado em: __/__/____. BANCA EXAMINADORA. ____________________________________________________ Prof. Ms Roberto Nussinkis Mac Cracken (Orientador). ____________________________________________________ Prof.. ____________________________________________________ Prof..

(5) Aos meus pais, companheiros de sempre. À minha esposa, pelo constante incentivo e apoio e à minha filha que, apenas com um sorriso, mostra que o tudo ainda é pouco. Aos. meus. irmãos,. pela. confiança. realização e na conclusão dessa etapa.. na.

(6) AGRADECIMENTOS. A Deus, e m pri meiro lugar, pela vida, co m todas as vicissitudes que lhe são peculiares. A todo corpo docente e. aos funcionários da. Universidade. Presbiteriana Mackenzie, sem estes, não teria sido me proporcionado u ma grande for mação acadê mi ca , da q ual me orgulho. Aos locais onde estagiei e trabalhei desde minha chegada e m São Paulo. Fora m de e xtre ma valia para a for mação e aprendizado . Ao brilhante prof . Ms. Roberto Nussinkis Mac Cracken, por todo o conhecimento transmitido e pela paciência e perseverança que me dedicou durante a realização deste trabalho ..

(7) O que é que pode fazer o homem comum neste presente instante senão sangrar, tentar inaugurar a vida comovida inteiramente livre e triunfante? (Belchior).

(8) RESUMO A presente dissertação traz uma leitura sobre a fase de execução de ações e m que figura no polo passivo a Fazenda Pública, com enfoqu e para as alterações trazidas pela Lei 11.960/09, que determinou a aplicação da TR - Taxa Referencial para atualização monetária e juros moratórios calculados com base nos juros aplicados à caderneta de poupança para débitos contraídos pela Fazenda Pública e sua posterior declaração de inconstitucionalidade no julga mento das Açõe s Diretas de Inconstitucionalidade nº 4357 /DF e 4435/DF pelo STF. Ainda será abordado o julga mento do te ma de repercussão geral nº 810 que , e mbora aguarde apreciar os Embar gos de Declaração, afastou a aplicação da TR e determinou a aplicação do IPCA -E, considerado índice mais adequado para reco mpo r a perda do poder de co mpra . Ainda, será demonstrado que a inconstitucionalidade da referida Lei reside justa mente no ponto de ferir o direito de propriedade, uma vez que não se qualifica como medida adequada a capturar a variação de preços da. econo mia ,. podendo. oca sionar. prejuízos aos. credores.. També m será feita alusão às alterações no procedimento de execução antes e depois da criação da Lei 11.960/09, co mo o prosseguimento d a execução pelo valor incontroverso . Por fim, será feita men ção ao novo decreto lei que possibilita o acordo jud icial ent re credor e a Fazenda do Estado.. Palavras-chave: Execução. Fazenda pública . Lei 11.960/09 . Precatório. Acordos Judiciais. Inconstitucionalidade..

(9) ABSTRACT. The purpose of this dissertation is a reading about the stage of execution of actions in which the Public Treasury participates as a passive pole, focusing on the changes brought by the La w 11.960/09 , which deter mined the application of TR - it Rates Referencial for monetary restate ment and moratorium reports calculated based on interest applied to the savings account for debits contracted by the Public Treasury and its subsequent declaration of unconstitutionality in the judg ment of the Direct Actions of Unconstitutionality number 4357/DF and 4435/DF for Con stitutional Court of Brazil. It will still be approached the judge ment of the the me of repercussion general nu mber 810 that, although it awaits to appreciate the Seizures of Declaration, it moved a way the application of TR and it determined the application of the IPCA -E, considered more appropriate index to recover the loss of purchasing po wer. Still, it will be de monstrated tha t the unconstitutionality of the referred Law resides precisely in the point of hurting the property right, once it is not qualified as appropriate measure to capture the variation of prices of the economy, could cause da mages to the creditors. It will also be referred to the alterations in the execution procedure before and after t he creation of the La w 11.960/09, as the pursuit of the execution for the incontrovertible value. Finally, it will be made mention to the ne w la w that makes possible the judicial agree ment bet ween creditor and Finance of the State Treasury.. Keywords:. Execution.. 11,960/09.. Special. Unconstitutionality.. Social Judicial. Security. and. Orders .. Tax. Authorities.. Judicial. La w. Agreements..

(10) LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. Art.. Artigo. ADI. Ação Direta de Inconstitucionalidade. CPC. Código de Processo Civil. CF. Constituição Federal. EC. Emenda Constitucional. LC. Lei Complementar. RPV. Requisitório de Pequeno Valor. Sum.. Súmula. STF. Supremo Tribunal Federal. STJ. Superior Tribunal de Justiça. RE. Recurso Extraordinário. REsp. Recurso Especial.

(11) SUMÁRIO. 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 11 2 BREVE CONCEITO E PRERROGATIVAS DA FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO ... ...................................................................................................................... 13 2.1 Do cumprimento de sentença – obrigação de fazer do processo ............ 14 2.2 Da possibilidade de execução provisória de títulos judiciais .................. 16 2.3 Da elaboração dos cálculos e intimação da Fazenda Pública .................. 18 2.4 Possibilidade de impugnação dos cálculos pela Fazenda Pública .......... 19 2.5 Valores incontroverso e controverso – possibilidade de prosseguimentoquanto ao valor incontroverso ........................................ 22 2.6 Formas de pagamento e divisão do crédito – precatório e RPV .............. 23 3. POSSIBILIDADE DO PEDIDO DE PRIORIDADE NO PAGAMENTO ................. 27 3.1 Da razoável duração do processo ............................................................... 28 4. CARACTERÍSTICAS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO ANTES DA CRIAÇÃO DA LEI Nº 11.960/09............................................................................................. 29 4.1 Natureza e inovações trazidas pela Lei nº 11.960/09 ................................. 30 4.2 Sobre o marco temporal para aplicabilidade da Lei nº 11.960/09 ............. 32 4.3 Da alegação de inconstitucionalidade e propositura das ADIs 4.357 e 4.425 ............................................................................................................... 35 5. ATUAÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUANDO DO JULGAMENTO DAS ADIs 4.357/DF E 4.425/DF........................................................................... 39 5.1 Ausência de modulação de efeitos quando do julgamento das ADIs 4357/DF E 4425/DF ........................................................................................ 41 5.2 O julgamento do tema nº 810 de repercussão geral pelo STF .................. 45 6. DO PAGAMENTO AOS CREDORES DE PRECATÓRIO .................................... 48 6.1 A inovação trazida com a criação da lei que possibilita acordos judiciais de dívidas de precatórios no Estado de São Paulo ................................... 48 7.. CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 50. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................... 52.

(12) 11. 1.. INTRODUÇÃO O presente trabalho tem co mo propó sito primordial a análise do. processo de execução contra a Fazenda Pública, com enfoque para as alterações trazidas pel o artigo 5º da Lei 11.960/09, que deu nova redação ao artigo 1º-F da Lei nº 9.494/97 , deter minando a aplicação da TR - Taxa Referencial para atualização monetária e juros moratórios calculados com ba se nos juros aplicados à caderneta de poupança par a débitos contraídos pela Fazenda Pública . També m será abordada a declaração de inconstitucionalidade por arrasta mento do artigo 5º da Lei nº 11.960/09 quando do julgament o das Ações Diretas de Inconstitucionalidade nº 4357 /DF e nº 4435/DF pelo. STF.. No. mesmo. julga me nto,. ta mbé m. fora. declarad a. inconstitucional parte da Eme nda Constitucional nº 62 /2009, bem co mo dispositivos presentes no artigo 100 da Constituição Federal, que institui u regras gerais para precatórios e , integralmente inconstitucional o. artigo. 97. do. Ato. das. Disposições Constitucionais Transitórias. (ADCT), que cria o regime especial de paga mento A declaração de inconstitucionalidade por arrasta mento ocorreu porque os índices previstos no artigo 5º da Lei n º 11.960/09 são conflitantes com o direito de propriedade por não capturar de forma correta a variação de preços da econo mia, bem co mo o julga mento do te ma de repercussão geral nº 810 que, e mbora aguarde apreciar os Embargos de Declaração, afastou a aplica ção da TR e deter minou a aplicação do IPCA-E, considerado índice mais adequado para recompor a perda do poder de compra. De for ma sintética, será apresentado o conceito de Fazenda Pública, com breve s anotações quanto a o processo de execução e as alterações que surgiram co m o te mpo , co mo o prossegui mento da execução pelo valor incontroverso. No capítulo seguinte, será abordado o processo de execução e m mo mento anterior ao da entrada em vigor da Lei 11.960/2009, be m co mo, a aplicabilidade e a validade da referida Lei no tempo, co m os primeiros entendimentos doutrinários e jurisprudencia is..

(13) 12. O Se xto capítulo trará u ma breve an álise sobre o Decreto-Lei nº 63.153, que entrou em vigor em 16 de janeiro de 2018, regulando os procedimentos que deverão ser obser vados para realização de acordos judiciais com o s credores de precatórios. Por fi m, apresenta -se a conclusão do trabalho co m a definição dos índices que deverão ser aplicados nas e xecuções contra a Fazenda Pública, em que pese a pendência do julga mento dos Embargo s Declaratórios, ressalvando que os acordos judiciais propostos pelo Estado te m o condão apenas de beneficiar o erário ..

(14) 13. 2.. BREVE CONCEITO E PRERROGATIVAS DA FAZENDA PÚBLICA EM JUÍZO. Inicialmente, é indispensável ressaltar que a Fazenda Pública , em Juízo, te m sua atuação delimitada por diversas regras de direito público. Possui diversas prerrogativas e é regulada por princípios específicos que deve m ser respeitados , posto que invioláveis. Dentre os princípios nort eadores, se pode destacar o princípio da legalidade e o da supremacia do interesse público sobre o privado . Outrossim, cu mpre mencionar os princípios d a legitimidade dos atos ad ministrativos e da autoexecutoriedade dos atos ad ministrativos. Desta for ma, te mos que e m todos os processos e m que figure a Fazenda. Pública,. deverão. ser. observados. e. respeitados. todos. princípios acima mencionados, be m co mo as leis especiais, cuja aplicabilidade dar -se-á apenas nos casos e m que figure e m u m do s polos uma pessoa jurídica de direito público. Cu mpre mencionar que e m todos os mo mentos que a legislação processual usar o ter mo ou fizer menção a Fazenda Pública, ainda que de forma genérica, est a lei acolhera todos os entes da União, Estados, Municípios e Distrito Federal. É o que observa -se da lição apresentada pelo Professor Leonardo Carneiro da Cunha, que assim dispõe: I m port a deix ar ev i dent e é que o co ncei t o de F azenda Pú bl i ca abran ge a Uni ão, o s E st ado s, o Di st ri t o F ede ral , os Mu ni cí pi o s e sua s re spect iv as aut arqui a s e f undaç õe s públ i ca s, sen d o cert o que a s ag ênci a s ex ecut iv as ou regul ado ra s, po r ost e nt arem o m at i z de aut arqui a s e sp eci ai s, i nt egram i gual m ent e o concei t o de F azenda Públ i ca. ( CUNHA, 201 8, p. 3).. Assi m, te mos que a s fundações p úblicas se reveste m co mo pessoa jurídica de direito público , razão pela qual també m integra m o conceito de Fazenda Pública. Neste sentido, mister ressaltar que as associações públicas constituídas na for ma da Lei nº 11.10 7 de 2005, e m razão da for mação.

(15) 14. de consórcio, ta mbé m se reveste m da natureza de pessoas jurídicas de direito público , integrando o conceito de Fazenda Pública . Cabe destacar que as sociedades de econo mia mista fica m fora desse rol de prerrogativas , posto que deve m seguir os preceitos processuais iguais para as pessoas jur ídicas de direito privado. Assi m, te mos que o s entes públicos e m sua totalidade , e diante da co mplexidade e quantidade de atos, acaba m por ter u ma estrutura ad ministrativa. complexa.. co mpartilhamento. de. E. se. infor maçõe s. levar en tre. em as. consideração. repartições. o. públicas ,. cabalmente acabará por ter u ma lenta tra mitação . Tais fatores pode m ser e stendidos às de mandas judiciais e m que figure a Fazenda Pública. Como os atos ad ministrativos demanda m for ma própria, esse procedi mento leva rá algum te mpo para se efetivar . Desta for ma, o advogado público terá que aguardar essas informaçõe s para poder promover a defesa judicial de forma esclarecedora e eficiente. Estes fatos faze m co m que tanto a Fazenda Pública como suas autarquias. e. fundações,. goz e m. de. deter minados. privilégios. expressa mente previstos na legislação processual, dentro do que a doutrina mais especializada chama d e interesse público, o que, por vezes, não garante necessaria mente paridade de armas na relação processual perante o ente particula r.. 2.1. Do cumprimento de sentença – obrigação de fazer do processo. Co m o advento do Código de Processo Civil em 2015 e sua consequente atualização, fora m inseridos dispositivos que abordam a fase de execução na relação entre particulares e entre estes ante a Fazenda Pública. Ao analisar o processo de execução sob a ótica da relação entre particulares, podemo s destacar a possibilidade de expropriação de bens do executado, ob jetivando a satisfação do exequente no processo de execução..

(16) 15. Poré m, e m se tratan do de Fazenda Pública no polo passivo de u ma e xecução, referidas regras para satisfazer o exequente não tê m aplicação, pois os bens públicos são, em regra, impenhoráveis e inalienáveis,. devendo,. para. tanto,. seguir. princípios. e. normas. específicas. Assi m, deve-se destacar o regime próprio dos processos de execuções e m que figure co mo no pol o passivo o ente público, seja no cu mpri mento da obrigação de fazer, seja no cu mpri mento da obrigação de pagar, visto que ausente a p ossibilidade de. penhora ou de. expropriação de bens para alienação judicial. No processo de e xe cução , ao falar mos de título exe cutivo judicial , ater-se-á à previsão contida nos arts. 534 e 535 do CPC. Poré m, sendo extra judicial o título executivo, deverá ser observado o disposto art. 910 do CPC. Saliente-se que, em a mbas as e xecuções , fundadas e m títulos judiciais ou extra judiciais, o pagament o realizado pela Fazenda Pública seguirá o conteúdo previsto no art. 100 da Constituição Federal , 1 seja este requisição de pequeno valor ou precatório . Cu mpre. men cionar. que. os. regimes. de. paga mento. aci ma. elencados deverão ser despendidos do Erário . Assim, as pessoa s jurídicas de direito público tê m o de ver de adequar e moldar o seu orça mento e gastos para o pró xi mo ano vigente incluindo neste os gastos ori undos de relações processuais . Por outro lado, a o falarmos do cu mpr imento de sentença e m si , este se divide e m duas fa ses, se ndo a de acerta men to e a d e cu mpri mento. A. fase. de. acerta mento,. que. eng loba. o. cumpri mento. das. obrigações de fazer, de não fazer e de entrega de coisa , ainda não se te m a apuração dos valores devidos. Ou seja, o e xequente ainda nã o te m u ma quantia certa ou sua l ide não vislumbra quantia . Para alcançar 1. “Art. 100. Os pagamentos devidos pelas Fazendas Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim.“ (BRASIL,1988)..

(17) 16. os valores devidos a sere m apresenta dos, o e xequente terá que utilizar as regras previstas nos arts. 536 e 538 do CPC. Confor me. disciplinado. pelo. art.. 534. do. CPC,. a. fase. de. cu mpri mento de sentença servirá única e exclusivamente para a execução de decisões que reconhecera m a obrigação de pagar quantia certa. Tal fase terá início tão so ment e quando o e xequente apresentar a me mória de cálculos discriminada, co m os valores apurados, se mostrar-se necessário, na obrigação de fazer. P ara tanto deverá o mesmo. apresentar. me mória. de. cálculos. detalhando. os. valores. confor me fixado na sentença transit ada e m julgado. Ainda que o processo seja u m só , e m cada fase haverá u ma de manda própria . Na fase de execuçã o, caberá ao exequente provocar a tutela jurisdicional , pois, o Juiz de ofício até poderia dar o impulso para o início do cumpri mento de sentença, ma s cabe ao exequente pedir o que lhe é devido. Apresentada a me mória de cálculos discriminada, a Fazenda Pública será intimada, nos ter mos d o artigo 535 do CPC , não para pagar de imediato,. mas. para apre sentar. eventual. Impugnação à. Execução. Portanto, pode mo s concluir que a mu lta prevista no § 1º do art. 523 do CPC, não poderá ser aplicada quando a e x ecutada for pesso a jurídica de Direito Público. Tal fato se deve, justa mente porque não lhe é possibilitado o paga mento voluntário, tendo em vista o interesse público, cabendo apenas pagar as condenações, de acordo co m a orde m cronológi ca de inscrição. dos. precatórios. ou. de. acordo. com. a. siste mática. de. paga mentos das requisições de pequeno valor. Em síntese, deverão ser observados e sses procedimento s quando do início do cumpri mento se sentença . 2.2. Da possibilidade de execução provisória de títulos judiciais. Outrora, havia apenas entendimento jurisprudencial quanto a possibilidade de execução provisória de títulos judiciais. Poré m, co m a.

(18) 17. entrada em vigor do novo CPC, fora positivado , de forma acertada , a questão sobre a possibilidade do início da execução provisória contra a Fazenda Pública. Incialmente, urge diferenciar o título provisório do título definitivo . Para isto, basta u ma si mples análise sobre a de cisão . Isto porque, se tal decisão puder ser revista de for ma parcial por recurso se m efeito suspensivo , tere mo s u m tít ulo provisório . Por outro lado, se já houver o trânsito e m julgado, o título será definitivo. Em te mpos idos, havia m vários receios quanto à. execução. provisória, uma vez que o entendimento era de que a mesma causaria riscos de co mpro meti mento irreparáveis ao erário. Ocorre que, conforme aci ma mencion ado, os tribunais, incluindo os superiores, não analisavam de st a for ma, dado que havia m sido proferi das sentenças favoráveis à execução provisória de casos que restava pendente apenas o julga me nto de recurso e o trânsito em julgado de questões acessórias e não da matéria principal. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que, quando o trânsito em julgado da lide depender apenas do julga mento. de. recurso. interposto. pelo. exequente ,. poderá. ter. prosseguimento à fase de e xe cução: AG RAVO REG IMENT AL NO AG RAVO DE I NST RUMENT O . ADMI NI ST RAT I VO E PRO CESSO C I VI L. T ÍTULO EXEC UT I VO JUDI CI AL. T RÂNSI T O EM JULG ADO PENDENT E DO JULG AMENT O DE RECURSO I NT ERPO ST O EXCL USI VAMENT E PELO EXEQ UENT E. EXECU ÇAO PRO VI SÓ RI A. PO SSIBI LI DADE. PRECEDENT ES. I NO VAÇAO RECURSAL EM SEDE DE AG RAVO REG I MENT AL. I MPO SSI BI LI DADE. AG RAVO I MPRO V I DO . 1. A j uri spr udê nci a de st e Sup eri or T ri buna l de Ju st i ça t em assev erado ser ca bív el o aj ui zam ent o de ex ecução prov i sóri a cont ra a F azen da P úbl i ca qu and o o t rân si t o em j ul gado d o t í t ul o ex ecut iv o j udi ci al carecer do j ul gam ent o de recur so i nt erpo st o ex cl u siv am ent e pel o ex equent e. 2. É i nv i áv el , em sede de ag rav o regi m ent al , agi t ar argum ent o s que n ão f oram v ei cul ados n o recur so e sp eci al , porqu ant o a pr ecl usão con sum at iv a obst a a i nov ação recursal . 3. Agrav o regi m ent al im prov i do. (AgRg no Ag 1. 07 2. 941 – RS, Rel . Mi ni st ra Mari a T hereza d e Assi s M oura, sex t a t urm a, j ul gado em 18/ 10/ 20 11, Dj e 17/ 11/ 20 11) . (BRASI L, 201 1) ..

(19) 18. Co m o advento da Lei nº 13.105, de 16 de março de 2015 , houve autorização expressa para prossegui mento da e xecução provisória de sentença que reconhece a exigibilidade de obrigação de pagar quantia certa, co mo se observa do te xto presente n o art. 520.. 2.3. Da elaboração dos cálculos e intimação da Fazenda Pública. Confor me abordado anteriormente , temos que o cu mpri mento de sentença contra a Fazenda Pública é regulado pelo conteúdo disposto nos artigos 534 e 535 do CPC. Tais artigos requerem por parte do e xequente , para que se possa prosseguir de forma correta o cu mprimento de sentença ante a Fazenda Pública, que se cumpra m deter minado s requisitos neles elencados . É o que se observa d o artigo 534 do CPC: Art . 534. No c um prim ent o de sent enç a que i m puser à F azenda P úbl i ca o dev er de pag ar qu ant i a cert a, o ex eque nt e apre se nt ará dem on st rat iv o di scrim i nado e at ual i zado d o crédi t o cont end o: I - O nom e com pl et o e o núm ero de i nscri ção no Cada st ro d e Pessoa s F í si cas ou no Cad a st ro N aci onal d a Pe sso a Jurí di c a do ex equent e; I I - O í ndi ce de correção m onet ári a adot a do; I I I - O s j uros a pl i cados e a s re spect i v as t ax as; I V - O t erm o i ni ci al e o t erm o f i nal dos j uros e d a correçã o m onet ári a ut il i zados; V - A peri odi ci dade da capi t al i zação do s j uro s, se f or o caso; VI - A especi f i cação dos ev ent uai s de sco nt os o bri gat óri o s real i zado s. § 1 o Hav endo pl ural i dade de ex equ ent e s, cada um dev erá apre se nt ar o seu pró pri o dem on st rat iv o, apl i cando - se à hi pót ese, se f or o caso, o di spo st o no s §§ 1 o e 2 o do art . 113. o o § 2 A m ul t a prev i st a no § 1 do art . 523 não se a pl i ca à F azenda Pú bl i ca. (BRASI L, 2015).. Ao observar atenta mente o referido artigo, vemo s que nele estão presentes todos os requisitos obrigatórios que o exequente deve fazer constar e m sua petição inicial ou conta de liquidação que será utilizada para dar início à obrigação de pagar quantia certa. Em se tratando de litis consórcio com pluralidades de autores em de manda contra a Fazenda Pública, cada autor irá apresentar seus.

(20) 19. cálculos de forma individualizada com seu respectivo de monstrativo, pois cada um terá u m valor devido. Assi m, pode mo s afirmar, que referido arti go deixa claro os requisitos que devem constar na co nta de liquidação, contudo, não deter mina m os índices que serão utilizados, pois, estes, diante da ausência de parâmetros unificados, ficam sob a responsabilidade do exequente, que deverá aplicá-los da for ma que entender correta. Cu mprindo todos os requisitos previstos no supracitado artigo para elaboração da petição inicial, o Juiz determinará a intimação (e não mais a citação) da Fazenda Públ ica nos ter mos do artigo 535 do CPC para apresentar , e m 30 (tri nta) dias, sua impugnação quanto ao valor que entende correto.. 2.4. Possibilidade de impugnação dos cálculos pela Fazenda Pública. Co mo de monstrado anterior mente, te mos que após ser inti mada nos ter mos do art. 535 do CPC, a Fazenda Pública tem 30 (trinta) dias úteis para, querendo, apresentar impu gnação aos cálculos apresentado pelo exequente. Tal inovação trazida pelo novo CPC visa a celeridade processual e, co mo a impugnação é u ma defesa que não tem natureza de ação ou de manda judicial, ela será decidida n os próprios autos, diferente do que ocorria com os Embargos à Execu ção. Contudo, isto não significa que fora m e xtinto os e mbargos à execução co mo meio de d efesa. Este agora só poderá ser arguido quando a execução for fundada e m tít ulo extra judicial. O art. 535 do CPC traz o rol do que poderá ser arguido pela Executada, be m co mo as hipóteses de impugnação total ou parcial que pode m ser apresentadas pela mesma, a saber: Art . 535. A F azenda Públ i ca ser á i nt im ada na pe sso a de se u repre se nt ant e j u di ci al , por carga, rem essa o u m ei o el et rôni co, para, qu eren do, no prazo de 3 0 (t ri nt a) di as e no s própri o s aut o s, i m pugnar a ex ecução, pod end o argui r: I - f al t a ou nul i dad e d a ci t ação se, na f ase d e con heci m ent o, o proce sso cor reu à rev el i a; I I - i l egi timi dade de p art e;.

(21) 20. I I I - i nex equi bil i dade do t í t ul o ou i nexi gi bil i dade da ob ri gação; I V - ex cesso d e ex ecução o u cum ul ação i ndev i da de ex ecuçõe s; V - i ncom pet ênci a ab so l ut a ou rel at iv a do j uízo da ex ecução; VI - qual qu er ca u sa m odi f i cat iv a ou ex t i ntiv a da obri gaç ão , com o pagam ent o, nov ação, com pensaç ã o, t ransação o u pre scri ção, d e sde que sup erv eni ent es a o t r ân si t o em j ul gado da sent enç a. o § 1 A al egação d e i m pedim ent o ou su sp e i ção observ ará o di spo st o no s art s. 146 e 1 48. § 2 o Q uando se al egar qu e o ex equent e, em ex cesso d e ex ecução, pl ei t ei a quant i a su peri or à re sul t ant e do t í t ul o, cum pri rá à ex ecut ada decl arar de i m ediat o o v al or qu e ent end e corret o, sob pen a de nã o con h eci m ent o da arg ui ção. o § 3 Nã o i m pugnada a ex ecução ou rej ei t ada s a s argui çõe s d a ex ecut ada: I - ex pedi r -se-á, por i nt erm édi o do pre si dent e do t ri bun al com pet ent e, precat óri o em f av or do ex equen t e, ob serv ando -s e o di spo st o na Co n st i t ui ção F ederal ; I I - por ordem do j ui z, di ri gi da à aut ori dade na pe ssoa d e quem o ent e pú bl i co f oi ci t ado para o pr oce sso, o p agam ent o de obri gaç ão d e peq uen o v al or será r eal i zado no pr azo d e 2 (doi s) m ese s co nt ado d a ent reg a da req ui si ção, m edi ant e depó si t o na agê nci a de b anco of i ci al m ai s próx im a da resi dê nci a do ex eque nt e. § 4 o T rat ando- se de i m pugnação parci al , a part e não que st i ona da p el a ex ecut ada será, d e sde l ogo, obj et o d e cum prim ent o. § 5 o Para ef ei t o do di sp o st o no i nci so I I I do caput de st e a rt i go, con si dera- se t am bém i nex i gív el a obri gação reco nheci da em t í t ul o ex ecut iv o j udi ci al f undado em l ei ou at o norm at iv o con si derad o i ncon st i t uci onal pel o Suprem o T ri bunal F ederal , ou f undad o em apl i cação o u i nt erpr et ação da l ei ou do at o norm at iv o ti do pel o Suprem o T ri bunal F edera l com o i ncom pat ív el com a Con st i t ui ção F eder al , em cont rol e d e con st i t uci onal i dade conce nt rado o u di f uso. § 6 o No ca so do § 5 o , o s ef ei t os da dec i são d o Supr em o T ri bunal F ederal poderã o ser m odul ado s no t em po, de m odo a f av orecer a se gura nça j urí di ca. § 7 o A deci são do Su prem o T ri bunal F edera l ref eri da no § 5 o dev e t er si do prof eri da ant es d o t rân si t o em j ul gado d a deci sã o ex eque nda. § 8 o Se a d eci são r ef eri da no § 5 o f or prof eri da a pó s o t râ n si t o em j ul gado da deci são ex eque nda, c aber á ação re sci sóri a, cuj o prazo ser á cont a do d o t rân si t o em j ul gado da deci sã o prof eri da pel o Suprem o T ri bunal F ederal . ( BRASI L, 2015).. Após ser protocolada a impugnação nos autos, est a será ob jeto de análise pelo Juiz, que verificará se foi apresentada de forma te mpestiva e se a matéria arguida guarda consonância com o rol taxativo do art. 535 do CPC, pois, se lá não estiver será considerado ato mera mente protelatório , podendo acarretar aplicação de multa. Neste diapasão , caso sua i mpugnaçã o este ja e m ter mos e o Juiz não. a. tenha. rejeitad o,. pode. haver. duas. hipóteses .. Primeiro. a.

(22) 21. impugnação poderá ser total, ou se ja, a Fazenda não concorda na continuidade da demanda . Segundo, a impugnação poderá ser parcial, onde. a. Fazenda. Pública. não. concorda. co m parte. da. e xe cução. proposta. Em se tratando de i mpugnação tota l, teremo s , provavel mente , alegação de que se prosseguir a execução a mesma poderá ocasionar ao executado u m grave dano de difícil ou incerta reparação. Diante de tal alegação, a execução so mente pod erá prosseguir após o trânsito em julgado da decisão que discutir o mérito da impugnação. Caso a impugnação se ja parcial, a Fazenda Pública deverá , da mesma for ma que o e xequente , apresentar o de monstrativo de cálculo de forma descri minada com os valores que entende corretos, em consonância com o art. 534, de monstr ando os exatos ter mos e a for ma que chegou ao valor que entende como correto. Feito isto, teremos u m valor tido como incontroverso, ou seja, não poderá mais ser impugnado e estará suscetível a qualquer discussão. A parte da execução sobre a qual não pairam quaisquer dúvidas, parte incontroversa, poderá ser de imediato objeto de cu mpri mento, o u seja, o e xequente poderá requerer em seu favor o prossegui mento d a execução. quanto. a. parte. incontroversa,. requisitando. tal. prosseguimento mediante o cadastra mento de Precatório e/ou RPV. O. efeito. suspensivo. aplicar -se-á. apenas. quanto. a. parte. controvertida, objeto da impugnação apresentada , que será objeto de discussão. Observando as alterações supracitadas, te mos que o CPC foi muito feliz ao estabelecer a Impugna ção a Execu ção co mo medida de defesa da executada , pois, mo vi menta apenas um processo ao invés de ter de criar um novo processo apenas para essa discussão . Outro grande avanço do CPC foi a previsão expressa d a possibilidade de expedição dos valores tido co mo incontroverso , antes te ma de debat e entre os aplicadores do direito ..

(23) 22. 2.5. Valores incontroverso e controverso – possibilidade de prosseguimento quanto ao valor incontroverso. A requisição do valor incontroverso , que antes se pautava apenas e m entendimento juri sprudencial, agora encontra amparo no texto trazido pelo novo Código de Processo Civil. Ve ja mos que o CPC de 1973 e m seu s arts. 730, 741 e 742 não fazia menção a tal possibilidade quando da oposição dos Embargos à Execução feitos de for ma parcial . Entretanto, a doutrina e, aos poucos, a Jurisprudência foram con sagrando o entendimento de que o valor incontroverso poderia ser objeto de i mediata execução pelo e xequente, devendo per manecer nos autos ape nas a discussão sobre o valor controvertido. Neste sentido está o entendimento do Colendo Superior Tribunal de Justiça, que assim fir mou seu ente ndimento : [...]. 1. A T ercei ra Seção de st a C ort e p aci f i cou o ent endi m ent o d e que, no s t erm os do art . 739, § 2º do C PC, é po ssí v el a ex pedi ção de precat óri o da p art e i ncont rov ersa da dív i da, em ex ecução cont ra a F azend a Públ i ca, sem que i sso i m pli que of ensa à si st em át i ca const i t uci onal do s prec at óri os. 2. I ni ci ado o proce sso ex ecut iv o com base em se nt enç a t ransi t ad a em j ul gado o u em t í t ul o ex t raj udi ci al , a opo si ção d e em bargo s parci ai s, a de spei t o de su sp end er a ex ecução, não t ransf orm a a ex ecução def i ni tiv a em prov i sóri a, prossegui nd o se r el at iv am ent e à part e i ncont rov ersa d a dív i da, com a ex pedi ção de pr ecat óri o, ou por ex ecuçã o di ret a, para o s pagam ent o s de ob ri gaçõe s d ef i ni das em l ei com o de pequen o v al or (EREsp. 719. 6 85/ RS, Rel . Mi n. HAMI LT O N CARVALHI DO , DJU 21/ 8/ 20 06). 3. Agrav o Regi m ent al desprov i do. (ST J: AG RAVO REG IMENT AL EM AG RAVO DE I NST RUMENT O nº 94026 0 RS 200 7: Rel at or Mi ni st ro NAPO LEÃO NUNES MAI A F I LHO ; Jul gam ent o 19 d e Junho d e 200 8) (BRASI L, 200 8) .. Portanto, o CPC de 2015 foi muito feliz e m consagrar na lei esse entendimento. que. já. havia. sido. pacificado. pela. doutrina. e. jurisprudência , corrigindo a incoerência do antigo sistema de e xe cução do CPC de 1973, no qual a Fazenda apontava o valor que entendia correto ser credora, mas não havia possibilidade de requerer o seu.

(24) 23. paga mento enquanto se aguardava a discussão do valor que ensejou os Embargos à Execução . 2.6. Formas de pagamento e divisão do crédito – precatório e RPV. Prosseguindo a execução, te mos a s fo r mas, fixadas e m lei, que a mesma. deverá. ocorrer ,. ou. seja,. por. meio. de. precatório. ou. de. requisição de pequeno valor . Trata-se de divisão pautada no valor da execução, delimitando o regime a que será sub metido o crédito do exequente. Tal divisão encontra respaldo no § 3º, do artigo 100, da Magna Carta 2. Em 2000, foi promulgada a Emenda Constitucional nº 30 , que alterou o artigo 100 da Constituição Federal e acrescentou o artigo 78 no Ato de Disposições Constitucionais Transitórias. A referida emenda constitucional autorizou que cada ente federativo pudesse estabelecer seu próprio critério de pequeno valor. Feita a divisão sobre a forma que de verá ser feita a requisição, pautada no crédito fixado por sen tença judicial. que condenou a. Fazenda Pública a pagar, o exequente deve sub meter -se à espera na fila. de. pagamento. que. segue. um. procedi mento. pr óprio,. independentemente se for precatório ou requisição de pequeno valor. Quanto ao precatório, este possui duas filas para pagamento, sendo a fila dos pagamento s de pre catórios alimentares e a fila dos paga mentos de precatórios não alimentares. Evidente mente os precatórios aliment ares devem ser pagos co m preferência, justa mente pela natureza e importância do crédito. Tal preferência está expressa no § 1º, do art. 100, da CF, confor me e xcert o abaixo transcrito : [ . . . ] “os débi t o s d e nat ureza al im ent í ci a compreen dem aquel e s decorre nt e s de sal ári os, v encim ent os, pr ov ent o s, p en sõ e s e 2. “Art. 100, § 3º: O disposto no caput deste artigo relativamente à expedição de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de pequeno valor que as Fazendas referidas devam fazer em virtude de sentença judicial transitada em julgado. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 62, de 2009).” (BRASIL, 1988)..

(25) 24. su a s com pl em ent açõe s, ben ef í ci os pr ev i denci ári os e i ndeni zaçõe s por m ort e ou p or i nv ali de z, f undada s em respon sabi l i dade civ il , em v i rt ude de se nt ença j udi ci al t ransi t ad a em j ul gado, e serão p ago s com pref erênci a so br e t odo s o s dem ai s débi t o s, ex cet o so bre aqu e l es ref eri do s n o § 2º de st e art i go. ”. (BRASI L, 1988).. Nesse mesmo sentido, o STJ já se pr onunciou através da Sú mula nº 144, definindo que “os créditos de natureza alimentícia goza m de preferência, desvinculados os precatórios da ordem cronológica dos créditos de natureza diversa”. Poré m, co m o advento da Emenda C o nstitucional nº 62/2009, fora criada uma terceira forma de paga me nto , para credores com prioridade e m função da idade ou portadores de doenças graves. Assim, u ma terceira fila de espera para o pagamen to do precatório foi criada . Em u m pri meiro mo mento , a prioridade trazida pela EC nº 62/2009 abrangia apenas os idosos e portadores de doenças graves . Contudo , e m 2016, foi aprovada a Emenda Constitucional nº 94/2016 que concedeu às pessoas com deficiência o mesmo benefício estendido a idosos e portadores de doenças graves . Após referidas alterações, a redação do § 2º do art. 100 da CF de 1988 passou a ser a seguinte : [ . . . ] “os dé bi t os de nat urez a al im ent í ci a cuj os t i t ul ares, ori gi nári os ou por suce ssão her edi t ári a, t enh am 60 ( se sse nt a ) ano s d e i dade, ou sej am port adore s de doenç a grav e, ou pe ssoa s com def i ci ênci a, assi m def i ni dos na f orm a da l ei , ser ão pa go s com pref erênci a sobr e t odo s o s dem ai s dé bi t os, at é o v al or equiv al ent e ao t ri pl o f ix ado em lei para os f i ns do di spo st o no § 3º de st e art i go” [ . . . ] . (BRASI L, 1988).. Cu mpre ressaltar que o limite para paga mento prioritário por idade, estado de saúde ou deficiência foi alterado pela. Emenda. Constitucional nº 99 de 2017, que alterou o § 2º do Art. 102 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, deter minando que: [ . . . ] “§ 2º Na v i gênci a do r egi m e especi al pr ev i st o no a rt . 10 1 de st e At o da s Di spo si çõe s Con st i t uci onai s T ran si t óri as, a s pref erênci as rel at iv as à i dade, ao e st ad o de saú de e à def i ci ênci a serã o at e ndi da s at é o v al or equi v al ent e a o quí nt upl o f i x ado em l ei para o s f i ns do di spo st o no § 3º do art . 100 da Co n st i t ui ção F ederal , admi ti do o f raci onam ent o par a.

(26) 25. essa f i nal i dade, e o rest ant e será p ago em ordem cronol ógi ca de apre sent aç ão do pr ecat óri o. ” [ . . . ] . (BRA SIL, 1988). Assi m, te mos que houve significativo au mento nos valores que deverão. ser. pagos. ao. credor. que. preencha. os. requisitos. para. concessão da prioridade. Restando saldo a pós o paga mento prioritário , serão pagos os créditos de natureza alimentar cu jos credores não goza m da prioridade e por fim, os precatórios não alimentares. Em que pese m as alterações pro movidas, na prática mostra m-se inócuas. Isto porque, as três filas de paga mento criadas pelo Estado estão co m atrasos significativos, até mesmo a de credores que faze m jus a prioridade no pagamento, se ja e m função da idade ou doença, seja e m função de deficiência. Por outro lado, a fila de espera para paga mento do credor co m u m crédito menor, que teve sua requisição efetuada através da Requisição de Pequeno Valor (RPV), é consideravelmente menor . Cu mpre destacar que o RPV não sofre distinção entre crédito alimentar e não ali mentar, be m co mo não e xiste pedido de prioridade no paga mento deste, confor me dispõe o art. 535, § 3º, inciso II , d o CPC, que traz e m sua redação que “[. ..] o paga mento de obrigação de pequeno valor será realizado no prazo de 2 meses contado da entrega da requisição [...]” obedecendo estrita mente à orde m cronológica de apresentação nos tribunais. Portanto, as obrigações definidas co mo de pequeno valor deverão ser pagas pelo ente devedor no prazo má xi mo de 2 (dois) meses, pois, e m se tratando de crédito de pequeno valor, não precisaria o Estado se programar co m antecedência para dispor desta verba. Quanto ao valor definido como teto p ara requi sição de pequeno valor, como de mon strado anteriorme nte, irá variar de acordo com o ente devedor . Co mo e xe mplo, no caso da União , fora fixado o li mite de até 60 salários míni mos para requisição de Pequeno Valor . Requisições que ultrapassem tal qu antia deverão ser realizadas observando o regime d e Precatório e seguir a fila própria. Ainda a título exe mplificativo, o Estado de São Paulo usa co mo base a UFESP que sofre alterações.

(27) 26. anuais, multiplicado pela constante 1.135,2885, estabelecendo o teto do RPV para o Estado de São Paulo. Em caso de o missão dos Estados, Mu nicípios ou Distrito Federal quanto a criação da lei que defin e o teto para requisição de pequeno valor, valerá a regra da União e o teto far -se-á e m 40 salários míni mo s para os Estados e Distrito federal e 30 salários míni mos para os Municípios. Corroborando com o conteúdo aci ma explanado, cu mpre apontar o entendimento de Marcelo Novelino sobre o te ma: [ . . . ] No caso do s E st a do s, d o Di st ri t o F ederal e d o s Muni cí pi os, cad a ent e f ederat iv o dev erá el aborar a re sp ect iv a l ei f ix ando os l im i t es para que o crédi t o sej a con si derad o d e pequ eno v al or. At é a cri ação da r ef eri da l ei def i ni dora, par a f i ns de di spen sa d a ex pedi ção de precat óri o, f oram def i ni do s com o de pe que no v al or os d ébi t os ou obri ga çõe s d e m ont ant e i gual ou i nf eri or a quarent a sal ári os m í nim os, par a a s F azenda s P úbl i cas E st a dual e Di st ri t al , e t ri nt a sal ári o s m í nim os, para a s F azend a s públ i cas Muni ci pai s . (NO VELI NO , 2015, p. 76 0).. Assi m, ve mos que os precatório s e as requisições de pequeno valor expedido s no mesmo processo o u e m processos distintos, pode m seguir filas e ordens completa mente diferente s para o seu recebimento, o que pode provocar a renú ncia de parte do crédito pel o credor, para ao invés de receber por Precatório, pass ar a receber por RPV, tendo e m vista o menor prazo para paga men t o definido em lei..

(28) 27. 3.. POSSIBILIDADE DO PEDIDO DE PRIORIDADE NO PAGAMENTO. Co m a criação do Estatuto do Idoso, através da pro mulgação da Lei nº 10.741, de 1º de outubro de 2003, ficou estabelecido no seu artigo 71 que fosse concedida prioridade na tramitação de processos judiciais e ad ministrativos a todas as pessoas co m idade igual ou superior a 60 anos. [ . . . ] “ Art . 71. É asseg urad a pri ori dad e n a t ram it ação do s proce sso s e proce di m ent os e n a ex ecu ção d o s at o s e di l i gênci as j udi ci ai s em qu e f i gure com o p art e ou i nt erv eni ent e pe ssoa c om i dade i gual ou supe ri or a 60 ( sessent a) a no s, em qual quer i n st ânci a. ” [ . . . ] . (BRASI L, 1988). Nesta me sma esteira , contudo, u m po uco mais e xtensivo, o CPC de 2015 no seu art. 1.048 també m trouxe à tona a prio ridade na tra mitação processual. Poré m, alé m de conte mplar os idosos co m idade igual ou superior a. 60. anos,. abrange. també m. os. portadores. de. doença. grave. independente de sua idade, desde que elencada no rol do art. 6º, da Lei nº 7.713/1998. Cu mpre. ressaltar. que ,. em. 2015,. foi. sancionada. a. Lei. nº. 13.146/2015, que no Art. 9º, VII, inseriu ao rol de prioridade o deficiente físico. Pautando-se nos artigos supramencionados, temos que para poder receber seu crédito pela prioridade , o credor deverá preencher os requisitos lá elencados , atentando-se para o fato de que o seu crédito deverá ser de natureza alimentar. Preenchidos todos os requisitos , o credor passará , da fila do recebimento por orde m cronológica, para a fila de recebimento por prioridade com base na orde m cronológica. No mais, a preferência conferida aos idosos, portadores de doença grave e deficiente , é personalíssima, ou se ja, não se transfere a. terceiros ou. desfrute m prioridade.. de. sucessores diretos, contudo, alguma. destas. condições. caso. poderão. esses ta mbé m requerer. a. sua.

(29) 28. Assi m, te mos que tanto o legislador, ao elaborar a lei, quanto o judiciário ao aplicá-la, foram felizes ao conferir tais entend imentos e conceder o benefício d a prioridade no recebimento para. idosos,. portadores de doenças graves ou deficientes pois , diante da gravidade da situação, tal medida traz a espera nça que o credor originário possa usufruir do seu crédito em vida . 3.1. Da razoável duração do processo Co mo de monstrado anteriormente, o processo de execução contra. a Fazenda Pública é dotado de procedimentos por vezes co mple xos. Cu mpre destacar que a morosidade processual é um proble ma que atinge toda esfera do Poder J udiciário brasileiro e que, objetivando atender o princípio da celeridade processual, o legislador vem criando nor mas, ao longo dos anos, visando solucionar tal problema . Co mo e xe mplo da atuação do legislativo neste sentido, temos a Emenda Constitucional n º 45 e o CPC de 2015 . Isto porque, a EC n º 45 definiu a razoável duração do processo e o CPC de 2015 trou xe nor mas que nã o estava m materializadas na lei, sendo apenas entendimentos jurisprude nciais, bem co mo di minuiu prazos processuais e m alguns casos. Agora, pertinente aguardar a eficácia prática de tais medidas, co mo por e xe mplo , a aplicação de multa por descu mpri mento de orde m judicial, como a prevista no artigo 536 do CPC, co mo for ma de dirimir atos que prejudique m a celeridade processual . Em que pese a concessão de prazos e m dobro , quando figurar no polo contrário o ente público, nos casos previstos no Código de Processo Civil , não se pode atribuir a tal fato a responsabilidade pela morosidade..

(30) 29. 4.. CARACTERÍSTICAS. DO. PROCESSO. DE. EXECUÇÃO. ANTES. DA. CRIAÇÃO DA LEI Nº 11.960/09. Inicialmente, i mportante ressaltar que antes da criação da Lei. 11.960/09 que alterou o art. 1º - F, da Lei nº 9.494/97, a forma para realizar os cálculos na execução con tra a Fazenda Pública seguia as mesmas regras aplicáveis às empresa s privadas. É o que se observa da redação original do Art. 1º - F, da Lei nº 9.494/97 antes da sua alteração, a saber: Art . 1º-F . O s j uros de m ora, na s co nde n açõe s i m post a s à F azenda Públ i ca p ara pa gam ent o d e v erbas rem unerat ó ri a s dev i das a serv i dores e em preg ado s públ i cos, n ão p oder ã o ul t rapa ssar o p ercent u al de sei s por cent o ao a no. (BRASI L , 1997).. Assi m, te mos que a atualização mo netária era calculada co m base na tabela de atualizaç ão monet ária elaborada e disponibilizada pelo Tribunal de Justiça . Sobre os juros moratórios contraídos até 10/01/2003 incidiam à taxa de juros de 0,5% ao mês, por outro lado, a partir da referida dat a os juros moratórios incidiriam à ta xa d e 1% ao mê s. Co m a aplicação da forma de cálculo acima disposta, tínha mo s o real acréscimo de valores à condena ção e o credor era efetiva mente co mpensado pela de mora e espera ao receber o seu crédito. Contudo, co m o ad vento da lei 11.960/09, e m especial o seu art. 5ª, fora completa mente alterada a redação do art. 1º - F da Lei nº 9.494/97, fixando nova siste mática de correção monetária e incidência dos juros moratórios sobre os débitos contraídos pela Fazenda Pública. Dentre as alterações acima destacada s, te mos a deter minação da aplicação dos índices oficiais de remu neração básica e juros ap licados à caderneta de poupança. Vide nova redação do Art. 1 º - F, após a pro mulgação da Lei nº 11.960/09. Art . 1º - F . Na s c ond enaç õe s i m post a s à F azenda Públ i ca, i ndepen dent em ent e de sua nat ur eza e para f ins de at u al i zaçã o m onet ári a, rem uneração d o capi t al e com pen saçã o da m ora , hav erá a i nci dênci a um a úni ca v ez, at é o e f etiv o pagam ent o,.

(31) 30. do s í ndi ce s of i ci ai s de rem uneraç ão b á si ca e j uros apl i cado s à cadern et a de p oup ança. (R edaç ão da da pel a Lei nº 11. 96 0, d e 2009) (BRASI L, 20 09) .. Portanto, co m a inovação na redação do art. 1º - F, trazida pela Lei nº 11.960/09, ficou determinado que a atualização monetária dos débitos contraídos pela Fazenda Pública deveria utilizar como base de cálculo o índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança (TR – Taxa Referencial). Co m a aplicação de tais índices os credores pararam de ter a real reco mposição do valor de seus créditos, pois, a TR nada mais é do que u m índice que não reflete de forma algu ma a realidade, não condizendo co m as perdas geradas pela inflação.. 4.1. Natureza e inovações trazidas pela Lei nº 11.960/09. Confor me já elucida do anteriormente, a Lei Federal nº 11.960/09 , e m seu artigo 5º, alterou o artigo 1º - F da Lei nº 9.494/97 . Contudo , cu mpre destrinchar tais alterações, de monstrando os reais efeitos e a aplicação da nova redação dada ao art. 1º-F da Lei nº 9.494/97 . De acordo co m os ter mos trazidos pela nova legislação em 26/06/2009, monetária,. observou-se be m. co mo. que os. a. juros. q uestão. envolvendo. moratórios ,. a. sofreu. correção. significativa. alteração. Quanto à atualização monetária, esta deverá ser calculada com base no índice da TR – taxa referencial. Mister salientar que a atualização monetária não é instrumento que acrescenta valores à condenação, mas apenas reco mpõe o seu valor nominal maculado pela inflação, contudo ao aplicar a taxa referencial (TR) como índice, efetivamente há u ma desvalorização do débito contra a F azenda e o credor passa a ser prejudicado. Por outro lado, no que tange os juros moratórios, estes deverão ser calculados com base nos juros aplicados à cader neta de poupança, nor mal mente fixados e m 0,5 % ao mê s, confor me art. 12, inciso II, da Lei 8.177/91..

(32) 31. Ocorre. que,. com. a. entrada. em. vigor. da. MP. nº. 567,. de. 13/05/2012, posteriormente convertida na L ei nº 12.703/12, os juro s moratórios ficaram condicionados, além do percentual aplicado à caderneta de poupança, aos par â metros presentes na taxa SELIC. Cu mpre elencar o texto trazido pela nova redação do Art. 1º - F, fora. praticamente. reproduzido. no. §. 12,. do. artigo. 100,. da. CF,. introduzido pela Emenda Constitucional nº 62/09, que prevê o seguinte: § 12. A part i r da prom ul gação de st a Em enda Con st i t uci onal , a at ual i zação d e v al ores de req ui si t óri os, ap ó s sua ex pedi ção, at é o ef et iv o pagam ent o, i ndep end ent em ent e de sua nat urez a, ser á f ei t a pel o í ndi ce of i ci al de rem uneração bá si ca d a cadern et a de po upa nça, e, para f i ns de com pensaçã o d a m ora, i nci di rão j uros si m pl es no m esm o pe rcent ual de j uro s i nci dent es sobr e a cad ernet a de po upa nça, f i cando ex cl uí da a i nci dênci a de j uros com pen sat óri o s. (I ncl uí do pel a Em enda Con st i t uci onal nº 62, de 20 09). (BRASI L, 200 9) .. Assi m,. verifica-se. que,. por. se. tratar. de. regra. inserida. na. Constituição Federal por meio da Eme nda constitucional nº 62/09, esta so mente veio a consolidar o que já estava previsto no artigo 1º - F da Lei nº 9.494/97, alterado pelo artigo 5º da Lei nº 11.960/09, ou seja, a correção dos débitos contraídos pela Fazenda Pública, por índice de caderneta de poupança, previsto em L ei O rdinária, agora encontra seu funda mento de validade na Constituição. Após a pro mulgação da Lei nº 11.960/09, iniciou-se as lides e debates jurídicos, co m a propositura d as ADIs nº 4357 e 4425, be m co mo quanto sua aplicabilidade e a natureza de sua norma , se material ou processual, cuja definição deveria se dar de imediato para aplicação ou não nos processos que estava m e m curso. Tal problemáti ca reside no fato de que se fosse declarada norma de direito material a nova redação dada pelo art. 5º da Lei nº 11.960/09 não poderia atingir os atos jurídicos p erfeitos existentes ne m modificar as situações jurídicas pree xistentes . Portanto,. se. assim fo sse. entendida. deveria. ser. aplicada. redação original da L ei nº 9.494/97 que é mais benéfica ao credor.. a.

(33) 32. Por outro lado, se a nor ma fosse declarada de direito processual, a vigência teria início imediato e sua principal consequência seria sua aplicabilidade sobre todas as ações em que figurasse no polo passivo a Fazenda Pública. Para maior elucidação quanto a situação acima mencionada, mister atentar a distinção oferecida por Marcos Bernardes de Mello : Di z -se d e di rei t o m at eri al t oda norm a j urí di ca de cuj a i nci dênci a resul t am f at os j urí di cos q ue t ê m por ef i cáci a a cri ação e a regul ação d e di rei t os e dev eres, de pret en sõe s e obri gaçõe s, aç õe s e si t uaçõe s d e aci ona do e ex ceçõe s e si t uaçõe s d e ex cet uad o, q u e def i nem l i ci t ude o u i l i ci t ude d e condut a s, e st ab el ecem respon sabi l i dades, pre scr ev em sa nçõe s civ i s ou penai s, cri em ônus ou pr em i ações, dent r e out ra s cat eg ori a s ef i cáci as dessa nat ur eza. De di rei t o f orm al, ao cont rári o, sã o a s n orm as qu e reg ul am a f orm a dos at o s j urí di cos ou o m odo d e ex ercí ci o dos di rei t o s, que pre scr ev em, ex cl usiv am ent e, ri t os, prazo s, com pet ênci as e f orm as proce ssu ai s. Est a s n ão at ri buem di rei tos p a ssív ei s de su bj et iv ação, nem m esm o di rei t os t ransi sn div i duai s, ape na s i nst i t uem i nst rum e nt os de st i na do s à pl ena v eri di ci dade d o di rei t o m at eri al . (MELLO , 2015. p. 32).. Tal. indefinição. fez. co m. surgisse. u ma. controvérsia. entre. advogados, no interesse de seus clientes e procuradores da Fazenda Pública, uma vez que, os advogados, afirmava m que , co m o trânsito e m julgado e o título executivo for mado , não caberia mais discussão e deveria ser aplicada a lei descrita no título . Por outro lado , os procuradores defend iam que a entra da e m vigor de u ma nova lei, revoga qualquer lei anterior existente , devendo prevalecer o novo entendimento trazido pela Lei nº 11.960. Desta for ma , ficou a encargo do Pode r Judiciário determinar qual das. alegações. deveria. prevalecer ,. deter minando. quais. índices. deveriam ser aplicados .. 4.2. Sobre o marco temporal para aplicabilidade da Lei nº 11.960/09. Iniciados os debates jurídicos, a máq uina judici ária foi acionada para se posicionar quanto ao questiona mento, para que to masse u ma decisão sobre a aplicabilidade da Lei nº 11.960/09, abrindo assim, u m.

(34) 33. a mplo debate doutrinário e jurisprudencial em todas a s instâncias do Judiciário. Diante do quadro acima men cionado, coube aos nossos Tribunais Superiores tomare m u ma decisão. quanto ao tema , pacificando e. unificando entendimentos sobre o te ma . Umas das primeiras tur mas a se ma nifestar sobre o caso foi a Se xta Tur ma do STJ, que e m 19/1 0/2010, decidiu -se pelo caráter material do art. 1º - F da Lei nº 9.494/97, alterada pelo art. 5º da L ei nº 11.960/09,. funda mentando. que. refe rida. norma. tratava. de. direito. patrimonial e, por tanto, deveria ter sua aplicabilidade restrita soment e aos processos iniciados após sua vigência. Segue trecho do v. acórdão: AG RAVO REGI MENT AL. PREVI DENCIÁRI O . JURO S MO RAT Ó RIO S. LEI Nº 11. 960/ 20 09. NAT UREZ A JURÍ DI CA I NST RUMENT AL MAT ERI AL. EF EI TO S. 1. O Superi or T ri bunal de Just i ça t em ent end im ent o f i rm ado no se nt i do de qu e o di spo st o no art i go 1º -F da Lei n. º 9. 494/ 19 97, acr e scent a do p el a Medi da Pro v i sóri a n. º 2. 180 35, de 24/ 8/ 2 001, t em nat ureza de no rm a i nst rum ent al m at eri al , porquant o ori gi nam di rei t o s pat ri m oni ai s às part e s, m otiv o pel o qual não i nci de no s proc e sso s e m andam ent o. 2. A regra i nsert a na L ei n. º 11. 960/ 20 09, m odif i cadora do al udi do prec ei t o norm at iv o, possui a m esm a nat ureza j urí di ca, de ssa f orm a, som ent e t em i nci dênci a no s f ei t os i ni ci a do s po st eri orm ent e à su a v i gênci a. 3. Agrav o regi m ent al a que se neg a prov im ent o. (AgRg no RE sp 12 071 97/ RS, Rel . Mini st ro HARO LD O RO DRI G UES (DESEMBARG ADO R CO NVO CADO DO T J/ CE), SEXT A T URMA, j ul gado em 19/ 1 0/ 201 0, DJe 16/ 1 1/ 201 0 ) (BRASI L, 2010) .. Passado quase u m ano após ter prof erido o referido v. acórdão acima, o STJ voltou atrás e revisou seu posicionamento ao julgar os Embargos de Divergência interposto no mesmo REsp 1.207.197/RS . Nesta nova seção de julga mento a corte especial do STJ, por maioria dos. votos,. moratórios. determinou e. que. atualização. as. nor mas. monetária. são. que de. versa m. sobre. caráter. juro s. processual,. portanto, são aplicáveis em todos os processos anteriores , ou não, à data de pro mulgação de qualquer L ei de caráter processual. É o que se observa do v. Acórdão proferido nos Embargos de Divergência no REsp 1.207.197/RS:.

(35) 34. PRO CESSUAL CI VI L. EMBARG O S DE DI VERG ÊNCI A. JURO S MO RAT Ó RIO S. DI REI TO I NT ERT EMPO RAL. PRI NCÍ PI O DO T EMPUS REG I T ACT UM. ARTI GO 1º -F , DA LEI Nº 9. 4 94/ 97 . MP 2. 180-3 5/ 20 01. LEI n º 11. 960/ 0 9. APLI CAÇÃO AO S PRO CESSO S EM CURSO . 1. A m ai ori a da Cort e co nhec eu do s em barg os, ao f undam ent o de que di v ergênci a si t ua - se na a pl i cação da l ei nov a que m odif i ca a t ax a de j uros de m ora, aos pro cesso s em curso . Venci do o Rel at or. 2. As norm as q ue di spõ em sobre o s j uro s m orat óri o s po ssu em nat ureza em i nent em ent e proce ssual , a pl i cando - se ao s proce sso s em andam ent o, à l uz do pri ncí pi o t em pus regi t act um . Precedent es. 3. O art . 1º -F , da L ei 9. 494/ 9 7, m odif i cada p el a Medi d a Prov i sóri a 2. 180 -3 5/ 20 01 e, po st eri orm ent e pel o art i go 5 º d a Lei nº 11. 9 60/ 0 9, t em nat urez a i n st rum en t al , dev endo ser apl i cado ao s proc e sso s em t rami t ação. Precedent e s. 4. Em bargos de div ergênci a prov i dos. (EREsp 12 071 97/ RS, Rel . Mi ni st ro CAST RO MEI RA, CO RT E ESPECI AL, j ul gado em 18/ 05/ 2011, DJe 0 2/ 0 8/ 2011) (B RASI L, 2011).. A alteração de entendimento do ST J fez co m que os de mais casos passasse m a ser julgados no mesmo sentido, declarando pela natureza processual da nova norma. Mas alguns julgados viera m co m. u ma positiva ressalva, no. sentido de que a nova redação dada ao art. 1º - F não poderia atingir coisa julgada anterior a sua vigência. Neste sentido , segue ementa do v. acórdão proferido no REsp 1.205.946/SP: PRO CESSUAL CI VI L E ADMI NI ST RAT I VO . RECURSO ESPECI AL. SERVI DO R PÚBLI CO . VERBAS REMUNERAT Ó RI AS. CO RREÇÃO MO NET ÁRI A E JURO S DE MO RA DEVI DO S PELA F AZ ENDA P ÚBLI CA. LEI 11. 96 0/ 09 , Q UE ALT ERO U O ART I G O 1º -F DA LEI 9. 4 94/ 97. NAT UREZ A PRO CESSUAL. APLI CAÇÃO I MEDI AT A AO S PRO CESSO S EM CURSO Q UANDO DA SUA VI G ÊNCI A. EF EIT O RET RO AT I VO . I MPO SSI BI LI DADE. 1. Ci nge- se a cont rov érsi a acerc a da po ssi bi l i dade d e apl i cação i m edi at a às açõe s em curso da L ei 11. 960/ 09, q u e v ei o alt erar a redaçã o do art i go 1º -F da L ei 9. 494/ 97, par a di sci pl i nar os cri t éri os de correç ão m onet ári a e de j uros d e m ora a serem ob serv ados n a s "cond ena çõe s i m post a s à F azenda P úbl i ca, i ndepen dent em ent e d e su a nat urez a", qu ai s sej am , "os í ndi ce s of i ci ai s de rem uneraçã o bá si ca e j uro s apl i cado s à cader net a d e pou panç a". 2. A Cort e Especi al , em sessão de 18. 06. 201 1, por o ca si ão d o j ul gam ent o dos ERE sp n. 1. 20 7. 197/ RS, e nt ende u p or b em al t erar ent en di m ent o at é ent ão a dot ad o, f i rm ando po si ção n o se nt i do de qu e a Lei 11. 9 60/ 20 09, a qu al t raz nov o regram ent o concern ent e à at ual i zação m onet ári a e a o s j uro s d e m ora.

(36) 35. dev i dos pel a F azend a Públ i ca, dev e ser apl i cada, de i m edi at o, ao s pr oce sso s em an dam ent o, sem , con t udo, ret ro agi r a perí odo ant eri or à sua v i gênci a. 3. Ne sse m esm o sent i do j á se m ani f est ou o Suprem o T ri bunal F ederal , ao deci di r que a Lei 9. 494/ 97, al t e rada pel a Medi d a Prov i sóri a n. 2. 180 -3 5/ 200 1, que t am bém t rat av a de con sect ári o da co nde naçã o (j uro s de m ora), dev i a ser apl i cad a im edi at am ent e aos f ei t os em curso. 4. Assi m , os v al ores re sul t ant e s de c ond e naçõe s prof eri da s cont ra a F azend a Públ i ca apó s a ent r ada em v igor d a Lei 11. 960/ 0 9 d ev em observ ar os cri t éri os de at ual i zaçã o (correção m onet ári a e j uros) n el a di sci pl i nado s, enqu ant o v i gorarem. Por out ro l ado, n o perí odo ant eri or, t ai s ace ssóri o s dev erão se gui r o s par âm et ros def i ni dos p el a l egi sl açã o e nt ã o v i gent e. 5. No ca so concr et o, m erece pro sper ar a i nsur gênci a d a recorrent e no que se ref ere à i nci dênci a d o art . 5º da Lei n. 11. 960/ 0 9 n o pe rí odo sub se que nt e a 29/ 06/ 200 9, dat a d a edi ção da ref eri da l ei , ant e o pri ncí pi o do t em pus regi t act um . 6. Recur so af et ado à Seçã o, por ser r epre se nt at iv o de cont rov érsi a, subm et i do ao regi m e do art i go 543 -C d o CPC e da Re sol uçã o 8/ ST J. 7. Cessam os ef ei t os prev i st os no art i go 5 43 -C do CPC em rel ação ao Rec ur so E speci al Repet i t iv o n. 1. 086. 944/ SP, qu e se ref eri a t ão som ent e à s m odi f i cações l egi sl at iv as im post a s pel a MP 2. 1 80 -3 5/ 01, que acre sc ent ou o art . 1º -F à L ei 9. 494/ 97, al t era da pel a Lei 11. 9 60/ 09, a qui t rat ada. 8. Recur so e sp eci al parci alm ent e prov i do para det erm i nar, ao pre sent e f ei t o, a im edi at a apli cação do art . 5º da Lei 11. 960/ 0 9, a part i r de sua v i gênci a, sem ef ei tos ret r oat iv os. (REsp 12 059 46/ SP, Rel . Mi ni st ro BENEDI T O GO NÇALVES, CO RT E ESPECI AL, j ul gado em 19/ 10/ 20 11, DJe 02/ 02/ 201 2) . (BRASI L, 2012) .. Ante a ausência de pacificação entre doutrinadores e julgadores quanto à aplicação da Lei nº 11.960/09 e a nova redação dada ao art. 1º – F da Lei nº 9.494/97, mostrou-se necessária a intervenção do STF, provocado por duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade . As. duas. Ações. Diretas. de. Inconstitucionalidades ,. que. posteriormente virara m te ma de reper cussão geral , vieram a sobrestar todos os processos cu ja matéria e discussão. versava m sobre a. aplicação da Lei nº 11.960/09.. 4.3. Da alegação de inconstitucionalidade e propositura das ADIs 4.357 e 4.425. Preliminarmente , mister atentar que a alteração promovida no artigo 1º - F da Lei nº 9.494/97 pela Lei Federal nº 11.960/09,.

Referências

Documentos relacionados

Costa (2001) aduz que o Balanced Scorecard pode ser sumariado como um relatório único, contendo medidas de desempenho financeiro e não- financeiro nas quatro perspectivas de

Figure 4.8: Image on the left represents the case where a image is too big to be detected simply by scanning the detector on a single image size, which in this case the detector

Campos et al 2004, estudando resistência à antracnose em quatro cultivares de feijoeiro inoculadas com o fungo Colletotrichum lindemuthiamum observaram, após três dias, um

Após a colheita, normalmente é necessário aguar- dar alguns dias, cerca de 10 a 15 dias dependendo da cultivar e das condições meteorológicas, para que a pele dos tubérculos continue

Para preparar a pimenta branca, as espigas são colhidas quando os frutos apresentam a coloração amarelada ou vermelha. As espigas são colocadas em sacos de plástico trançado sem

5 “A Teoria Pura do Direito é uma teoria do Direito positivo – do Direito positivo em geral, não de uma ordem jurídica especial” (KELSEN, Teoria pura do direito, p..

Os interessados em adquirir quaisquer dos animais inscritos nos páreos de claiming deverão comparecer à sala da Diretoria Geral de Turfe, localizada no 4º andar da Arquibancada

O relatório encontra-se dividido em 4 secções: a introdução, onde são explicitados os objetivos gerais; o corpo de trabalho, que consiste numa descrição sumária das