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O julgamento do tema nº 810 de repercussão geral pelo STF

No documento RAFAEL RODRIGUES JELLMAYER.pdf (483.2Kb) (páginas 46-49)

5. ATUAÇÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUANDO DO JULGAMENTO

5.2 O julgamento do tema nº 810 de repercussão geral pelo STF

Co mo é sabi do, o Te ma nº 810 teve reconheci da sua repercussão geral após o RE nº 870947/SE a jui zad o pel o INSS contra o acórdão da 4ª Turma do TRF que afastou a apli cação da Lei 11.960/09, com base no jul ga mento das ADIs 4357 e 4 425, entendendo que este, por arrasta mento, confi r mou a i nconsti tucionali dade do arti go 5º da Lei n º 11.960/09. Tal R.E. acabou por sobrestar quase 90 mi l processos.

Assi m, n o di a 20 de sete mbro de 20 17, após , pouco mai s de 2 anos do jul ga mento das ADIs 4357 e 4425/DF o STF trouxe a pauta nova mente o te ma que se di scute m os índi ces de correção monetári a e

os juros de mora a sere m apl i cados nos casos de condenações i mpostas contra a Fazenda Públ i ca.

Co m o objeti vo de encerrar o assunto, por mai ori a e segui ndo o voto do rel ator, mi ni stro Lui z Fux, o C. STF afastou o uso da Taxa Referenci al (TR) como índi ce de correção monet ári a dos débi tos judi ci ai s da Fazenda Públi ca .

Entretanto, o rel ator dei xou cl aro que os efei tos se estenderi am até mes mo no período da dívi da ant eri or à expedi ção do precatóri o , co mpl e mentando o já defi ni do anteri or mente pel o STF quanto à correção no perí odo posteri or à expedição do precatóri o.

També m se fi xou o Índi ce de Preços ao Consu mi dor Ampl o Especi al como índi ce adequado a reco mpor a perda do poder de co mpra do crédi to devi do pel a Fazenda Públ i ca.

Da mes ma for ma, deverá ser uti li zado este índi ce quando fi gurar no pol o ati vo a Fazenda Públi ca, estabel ecendo rel ação de i gual dade perante os parti cul ares.

Quanto aos juros de mora que i rão i nci dir sobre os débi tos contra a Fazenda Públi ca , o jul gador mantev e o uso do índi ce de remuneração da caderneta de poupança apenas para débi tos de natureza não tri butári a .

Nessa estei ra, cu mpre desta car as teses aprovadas no

jul ga mento:

A pr im ei r a t ese apr ov ada, r ef er ent e ao s j ur o s m or at ór i os e sugerida pelo relator do recur so, m inistro Luiz Fux , diz que “O ar t i go 1º- F da Lei 9. 4 94/ 19 97, c om a r edaç ão d ada pel a Le i 11. 960/ 2 009, n a par t e em que di sc i pl i na os j ur os m or at ór i o s

apl i c áv ei s a c on den aç õe s d a F az e n da P ú bl i c a, é

i nc onst i t uc i onal a o i nc i di r s obr e dé bi t os or i undo s de r el aç ã o j ur í di c o - t r i but ár i a, aos q uai s dev em ser apl i c ado s o s m e sm o s j ur os d e m or a pel os q uai s a F az end a P úbl i c a r em uner a se u c r édi t o t r i but ár i o, em r espei t o ao pr i nc í pi o c onst i t uc i onal d a i sonom i a ( CRF B , ar t . 5º, c aput ) ; qu ant o às c ond enaç õe s or i unda s de r el aç ão j ur í di c a nã o - t r i but ár i a, a f ix aç ão do s j ur o s m or at ór i os se gun do o í ndi c e de r em uner aç ã o da c ader n et a d e poup anç a é c on st i t uc i onal , per m anec e nd o hí gi do, ne st a ex t ensão, o di sp o st o n o ar t i go 1º - F da Lei 9. 494/ 19 97 c om a redação dada pela Lei 11.960/2009.”

“Já a segunda tese, r ef erente à atua lização m onetária, tem a seguinte redação: “O artigo 1º -F da Lei 9. 494/1997, com a r edaç ã o da da pel a Lei 1 1. 960/ 2 009, na par t e em qu e di sc i pl i na a at ual i z aç ão m onet ár i a das c on d enaç õ e s i m post a s à F az enda P úbl i c a se gun do a r em une r aç ão of i c i al da

c ader n et a d e pou panç a, r ev el a - se i nc on st i t uc i onal ao i m por r est r i ç ão de s pr op or c i onal a o di r ei t o de pr opr i edad e ( CRF B , ar t . 5º, X XI I ) , um a v ez que n ão se qual i f i c a c om o m edi da adeq uad a a c a pt ur ar a v ar i aç ão de pr eç o s da ec onom i a, sen d o

i ni dônea a pr om ov er os f i ns a qu e se de st i n a. (RE 8 7 0 .94 7–

A g R, Re la to r Min . L u iz Fu x ) ( B RA S I L , 2017)

Ai nda que pendente a apreci ação de Embargos de Decl aração, pode-se di zer que a deci são supraci tada traz, al é m de reco mposi ção do crédi to mai s condi zente co m a real i dade, se m confi gurar vi ol ação ao di rei to de propri edade, estabel eci me nto de i gual dade entre o ente públi co e o parti cul ar nas suas rel ações.

Isto porque, c om a cri ação da Lei nº 11.960/09 , a Fazenda Públ i ca começou a utili zar o índi ce da TR em todo s os processo s que fi gurava no pol o passi vo. Porém, não se val i a do mes mo índi ce quando se encontrava no outro pol o ati vo.

Ora, se os índi ces se mostra m favorá vei s ao credor do Estado, há de se to mar o mes mo quando a Fazenda for credora .

Ini ci al mente, a e xpl i cação apresentada é de qu e, devi do a redação i mpreci sa da Lei Federal nº 11.960/09 , por fazer e xpress a

menção “nas condenações i mpostas à Fazenda Pública”, tais índices

não seri am apl i cados quando a me s ma esti vesse na condi ção de exequente .

Parti ndo do pr i ncípi o da Isonomi a, temos que não pode have r qual quer di scri mi nação arbi trári a ou viol ação à i gual dade entre devedor públi co e devedor pri vado perante a l ei , cabendo ta mbé m ao Estad o pro mover a edi ção de l ei s, e m har moni a co m a Carta Magna, qu e tenha m co mo fi nal i dade di ri mi r i njus ti ças, protegendo a par te mai s vul nerável .

No documento RAFAEL RODRIGUES JELLMAYER.pdf (483.2Kb) (páginas 46-49)

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