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7 PRODUÇÃO DE ÁGUA DE COCO EM

7.4 A NEGOCIAÇÃO COM AS AGROINDÚSTRIAS

A comercialização com as agroindústrias ocorre de modo formal. As empresas só compram por litro e não por unidade. A Paraipaba Agroindustrial comercializa diretamente com o produtores de Apolônio Sales, assim como a Dicoco, Frysk, Sococo. Poucos produtores de Icó-Mandantes comercializam diretamente com as agroindústrias. As únicas identificadas que estabelecem relações comerciais com os agricultores de Icó-Mandantes são a Pepsico e a Serra Coco; mesmo assim, é com um número pequeno, aproximadamente cinco produtores.

A Paraipaba Agroindustrial possui equipes responsáveis somente pela extração do coco e transporte até a fábrica. No caso de outra agroindústria, localizada na Bahia ou Alagoas, há produtores que comercializam com os representantes ou atravessadores que se encarregam de transportar o produto, como é o caso da Frysk, que realiza a compra do coco para enviar para o município de Conde, na Bahia.

Alguns especialistas afirmam que há um interesse maior pela água de coco de Apolônio Sales, porque os produtores deste reassentamento têm mais experiência no manejo da cultura, que já vem sendo cultivada desde a década de 1940 nas margens do rio São Francisco. Também porque utilizam potássio. A soma destes fatores contribuiu com a boa qualidade do produto.

No verão, o litro da água de coco pode custar R$1,20, mas no inverno o valor cai para R$0,70. Porém, no mercado consumidor, o preço do produto industrializado não varia. Na Alemanha, por exemplo, a água de coco nas embalagens tetra pak custa €2,20 em qualquer estação, o que seria equivalente a R$7,26. Dessa forma, nota-se que a variação de preço prejudica o produtor. As empresas, no período de inverno, saem com um lucro muito maior que no verão, porém este lucro vem da mais-valia do produtor, somada a do consumidor.

A diferença na comercialização entre o atravessador e a agroindústria não ocorre somente no âmbito do preço dos produtos. Os atravessadores estão interessados também na qualidade visual do coco, o qual não pode apresentar manchas e deve ter um formato atrativo ao consumidor. Normalmente, os grandes, arredondados e com boa coloração são os mais procurados. Quando o coco não apresenta as qualidades físicas esperadas pelo atravessador, o produtor de Apolônio Sales só tem a alternativa de comercializar com as agroindústrias ou reduzir o preço.

No caso do reassentado de Icó-Mandantes, o valor do produto cai significativamente porque os cocos deste perímetro, normalmente, não alcançam o padrão esperado para o mercado consumidor de alto nível. Visto que a falta de água e os problemas de manejo do solo não permitem que o coco se desenvolva como esperado. Sendo assim, os cocos são pequenos e manchados, restando como única opção de escoamento o envio para as agroindústrias de outros estados via atravessadores.

Grande parte dos produtores visa mudar esta situação, visto que para alcançar um litro são necessários, em alguns casos, mais de três cocos, além de que somente quando os cocos chegam na agroindústria é que realiza-se o processo de contagem dos litros. Dessa forma, o agricultor não recebe o valor da comercialização na hora, mas sim quando o atravessador volta com as informações da quantidade de litros. Normalmente, os produtores têm uma expectativa da quantidade de litros, porém, se o valor vier menor que o esperado, não é possível fazer uma reavaliação. Em Icó- Mandantes, os cocos têm uma qualidade inferior, sendo assim, muitos permanecem com uma renda familiar abaixo do esperado.

Alguns produtores consideram o ácaro o pior inimigo do agricultor, uma vez que esta praga deforma a superfície do produto, retirando sua beleza. No entanto, o sabor e valor nutricional da água de coco continuam o mesmo. Porém o mercado

consumidor se interessa primeiramente pelo aspecto físico do produto, acreditando que existe relação entre o aspecto externo e o sabor, como também valor nutricional da água. Dessa forma, os agricultores necessitam seguir um protocolo de irrigação, adubagem e controle de pragas para manter um coco sadio e atrativo para o mercado consumidor; de outra forma, não alcançará o lucro esperado.

A questão do aspecto físico também é aproveitada por alguns produtores de Apolônio Sales, que, propositalmente, investem pouco na qualidade externa do produto com o objetivo de comercializar apenas com a Paraipaba; dessa forma, acumulam capital economizando no investimento da qualidade visual do produto.

7.5 O CONTEXTO DE VULNERABILIDADE DA PRODUÇÃO DA ÁGUA DE COCO EM PETROLÂNDIA

A análise desenvolvida pela metodologia da Sustainable Livelihood Approach (SLA) permite discutir um contexto de vulnerabilidade (Figura 9). A relação que é estabelecida com os capitais conforme apresentado no framework (Figura 01) aponta para perfis de produtores, que são identificados como resultado desta análise.

Figura 9 - Relação entre o contexto de vulnerabilidade e o acesso aos capitais do Sustainable Livelihood Approach

Fonte: Adaptado de Chambers e Conway, 1991.

A Figura 9 é parte do framework, que envolve outros processos, os quais não serão discutidos neste trabalho. Chambers e Conway tratam, genericamente, o contexto de vulnerabilidade de choques, que podem ser interpretados como

CONTEXTO DE VULNERABILIDADE

CHOQUES

SAZONALIDADE

fenômenos naturais, catástrofes etc. Também existe a sazonalidade como fenômeno que ocorre periodicamente, ou processo que depende do fator sazonal para ocorrer. E as tendências podem ser ações políticas, decisões de mercado ou de grupos.

O contexto de vulnerabilidade pode se acentuar a partir do acesso aos capitais do SLA, apresentados na Figura 9, a saber: capital físico (P), capital natural (N), capital humano (H), capital social (S) e capital financeiro (F). Este tópico tem o objetivo de discutir a configuração do contexto de vulnerabilidade e sua relação com o acesso aos capitais.

Como ponto crucial no contexto de vulnerabilidade dos reassentados de Petrolândia, destacam-se as dificuldades no acesso à água para irrigação, a questão do solo com erosão e salinização, a falta de assistência técnica, extensão rural e a constância das pragas nos cultivos.

Estes pontos citados anteriormente são responsáveis pela formação de um cenário de adversidades vivenciado pelos reassentados, impactando diretamente a manutenção do seu sistema produtivo, bem como a sobrevivência do produtor.

A escassez da água vem como resultado das mudanças climáticas, que agrava o fenômeno da seca na região semiárida do Brasil. Este problema torna-se ainda maior em função da infraestrutura obsoleta, que, instalada em meados da década de 90, não comporta às necessidades atuais dos reassentamentos. O período de seca tem se intensificado nos últimos anos também devido ao fenômeno El Niño. Sendo o racionamento a única alternativa para a maioria dos produtores.

Em função da escassez de água, alguns moradores furtam água da tubulação principal para suprir seu abastecimento, tanto residencial, o que não é aconselhável, porque a água não é tratada, como para o consumo na agricultura.

Os produtores enfrentam outros desafios ambientais, por exemplo, a salinização e a saturação do solo, normalmente oriundas das más práticas agrícolas, como o uso excessivo de água nos cultivos. Os produtores dos perímetros irrigados não pagam pelo consumo da água, o que explica a razão do seu uso desequilibrado, que é fortalecido com a falta de educação ambiental.

Esses fatores são associados com a ausência de assistência técnica. Desde 2013, a Plantec, empresa responsável pela assistência técnica e extensão rural, encerrou seu contrato com a Codevasf, porém, antes da oficialização do

encerramento, os agricultores afirmam que a empresa já vinha reduzindo o atendimento, devido aos cortes de recursos; dessa forma, não tinha possibilidade de assistir adequadamente aos produtores.

A empresa atuava diariamente no combate dos problemas da produção, como a questão das pragas, o manejo do solo, manejo da cultura, educação ambiental, entre outros. Os técnicos da Plantec acompanhavam os produtores pessoalmente e tinham uma frequência semanal. Com a finalização do contrato, a Hidrosondas assumiu a função, mas com um serviço de qualidade inferior, segundo os agricultores. Principalmente porque a Hidrosondas era a antiga responsável pelo trabalho de operação e manutenção (O&M), dessa forma, acumulou as duas funções, porém não possuía recursos e equipe suficiente para suprir as demandas novas.

Atualmente, a Plena Consultoria é a empresa terceirizada da Codevasf atuante nos projetos irrigados da região de Itaparica, responsável pela assistência técnica, extensão rural, operação e manutenção do sistema. A Plena mantém o acúmulo de funções, como a Hidrosondas possuía, porém desenvolve um trabalho por demanda, o que reduz ainda mais a frequência de visitas aos produtores, ou seja, os técnicos visitam os agricultores somente quando são chamados e quando há casos urgentes. A Plena acredita que esta proposta é mais eficiente e rentável para a situação dos perímetros irrigados no momento.

Com relação ao acesso à água, os agricultores afirmam que o coqueiro necessita de, pelo menos, 400 litros de água por dia. Diversos produtores não alcançam esta quantidade para irrigar toda a propriedade durante o período de racionamento, resultando no decrescimento da produção. Em diversos casos, há terras que estão também degradadas. Esse conjunto de problemas fortalece a condição de dependência dos agricultores em relação aos atravessadores, que passam a ser a única opção de escoar a produção local até o mercado.

As pragas também trazem diversos prejuízos para os produtores, no que concerne aos custos do tratamento e o risco para saúde. Em Petrolândia, em geral, destacam-se a broca, o ácaro e a mosca branca. No tratamento, são aplicados agrotóxicos adquiridos em lojas localizadas na sede do município, no caso de Icó- Mandantes, há duas lojas no próprio reassentamento que fornecem os produtos. Em função da falta de assistência técnica, a lojas disponibilizam um responsável para orientar o produtor quanto ao uso do componente.

Alguns agricultores contratam um serviço, não regulamentado, de um grupo do próprio reassentamento para realizar a aplicação dos agroquímicos, numa frequência quinzenal. Por lote, participam aproximadamente 3 pessoas desse processo em uma área de 3,5ha, em média. Para isso, são gastos aproximadamente R$400,00 por aplicação, incluindo o valor do aluguel do trator, que sai por R$80,00. A maioria dos entrevistados reconheceu os problemas de saúde que o uso dos agrotóxicos causam na população local e principalmente nos aplicadores. Há diversos casos de pessoas que adoeceram gravemente em função deste uso.

Como alternativa à questão da água, há produtores que investem em outros métodos tanto para o armazenamento de água como para a irrigação das culturas. Foi entrevistado um agricultor, em Apolônio Sales, que adquiriu um microaspersor, que controla com mais eficiência a irrigação do coqueiral. O produtor afirma que, mesmo com o racionamento, seu cultivo não é prejudicado, porque o seu equipamento irriga a cultura com a quantidade exata de água no tempo ideal.

Outro produtor, em Icó-Mandantes, afirma investir em automatização do sistema para redução de custo, ou seja, utiliza um recurso tecnológico para aumentar produção em um pequeno espaço. Este mesmo reassentado fez perfuração de poço como outra alternativa para encontrar água. Segundo o agricultor, numa profundidade de 54m, já é possível alcançar vazão suficiente para seu lote.

Outros produtores decidiram mudar para outras culturas, mesmo que não sejam tão rentáveis como o coco. Também há áreas que foram consideradas descartadas pela Chesf, visto que eram inapropriadas para produção agrícola. Dessa forma, deveriam permanecer como áreas de sequeiro. No entanto, alguns agricultores produzem, nesses espaços, culturas que se adaptam às condições apresentadas pelo solo. Pode-se destacar o alface, o quiabo, a cebola, entre outros.

O coco é vendido por um valor muito barato. Em 2015, devido ao El Niño e ao baixo nível de água nos reservatórios, diversos agricultores tiveram que reduzir o preço do coco. Como resultado, muito produtores não receberam o suficiente para se manter. Alguns reassentados venderam suas propriedades e se mudaram, enquanto outros permaneceram trabalhando para outros produtores que, normalmente, desempenham o papel de atravessador e já possuem capital financeiro reservado para essas ocasiões de crise.

Outros produtores estão em condições melhores porque expandiram sua área e possuem mais de 8ha, então, têm condições financeiras para suportar a crise que o período de seca promove. Quando as chuvas retornam, acaba o problema do racionamento, porém permanecem as dificuldades com a infraestrutura e a falta de assistência técnica.

Diante destes problemas, tanto de ordem ambiental como técnica, diversos reassentados têm permanecido estagnados economicamente, alguns vendem a propriedade para quitar as dívidas ou apenas porque já não conseguiam cultivar, repassando seu lote para novos produtores, que, automaticamente, adquirem os direitos de uso gratuito de água. Dessa forma, se estabelece uma concorrência desleal dentro dos reassentamentos, visto que estes novos produtores formam uma elite preparada com equipamentos e suporte técnico suficiente para corrigir o solo e instalar novas culturas ou agroindústrias.

Os agricultores dos perímetros irrigados de Petrolândia devem investir em técnicas sustentáveis e alternativas para combater os desafios das mudanças climáticas e das intempéries do ambiente como forma de minimizar os impactos da seca e das condições do solo.

O uso da tecnologia, como o sistema de automação, servirá para irrigar os coqueiros mesmo durante o período de racionamento. Os agricultores podem utilizar o sistema de microaspersão, no qual é possível irrigar todo o lote com 400 litros durante o horário que há água, cujo período, normalmente dura 3 a 4 horas diárias. No sistema de aspersão antigo, o lote só conseguia ser irrigado com 200 litros, não alcançando a necessidade básica dos coqueiros, influenciando, assim, na qualidade do coco, que não alcança os padrões do mercado, porque não se desenvolveu o suficiente. São colhidos pequenos e a água sem o sabor esperado pelo consumidor, prejudicando sua comercialização.

Além desta, há a possibilidade do uso de poços artesianos e do armazenamento em tanques, que já são utilizados por alguns produtores e podem ser uma alternativa complementar ao uso dos microaspersores. Estas medidas são de alto custo para grande parte dos agricultores, porém acredita-se que um investimento do Governo Federal na construção de poços artesianos ou tanques comunitários contribuiria eficazmente para transformar essa realidade.

Outra possibilidade é a troca de cultura; ao invés do cultivo do coco, pode-se cultivar culturas que não exijam tanta água e que se adaptem bem ao solo local.

Há casos de reassentados que venderam toda a sua produção por menos que o valor de custo. Um determinado agricultor afirma ter vendido 10.000 cocos por R$1000,00, correspondendo a menos que o valor da produção, que seria de aproximadamente R$1.200,00. Isso porque as condições ambientais do seu lote não permitiram que seu produto alcançasse os padrões esperados.

Um coco bom para o mercado deve ter, aproximadamente, 500ml de água de coco. Com 350ml, o produto já tem um preço comprometido, porque seu tamanho não corresponde à expectativa do consumidor. Portanto, é fundamental a combinação de fatores ambientais e sociais para que os produtores possam alcançar um retorno suficiente para manter a produção e continuar sobrevivendo no reassentamento. O solo, a água, o controle de pragas e o mercado são os elementos básicos neste processo de boa produção e retorno financeiro. O descompasso entre esses elementos influencia diretamente na qualidade do produto, logo no acesso ao mercado e no retorno financeiro. Esta realidade pode ser melhor compreendida na análise da Figura 10.

A Figura 10 apresenta dois cenários de produção de água de coco em Petrolândia. O primeiro é o cenário ideal, onde o produtor tem solo fértil, 400 litros de água para irrigação do lote e controle de pragas. Nessas condições, há possibilidades de cada coco produzir, aproximadamente, 500ml de água de coco; com isso, terá as portas do mercado sempre abertas, porque o produto corresponde às expectativas do consumidor. Dessa forma, o seu retorno financeiro será suficiente para se manter produtivo.

Nesse caso, o produtor tem capital disponível para sua sobrevivência e possui valores em excedente para investir na solução de problemas dos elementos da produção sem custo, por exemplo, em casos de salinização do solo, problemas de manutenção do sistema de irrigação, entre outros.

Como exemplo pode-se citar um agricultor de Apolônio Sales, que, em função do racionamento de água, trocou seu sistema de irrigação de aspersão para o de microaspersão. No sistema antigo, durante o período de racionamento, o lote não era irrigado por completo, mas, com o novo sistema, todo o lote é irrigado com cerca de

3h de abastecimento de água por dia. Outro produtor investiu em análise de solo para conhecer as potencialidades do seu terreno. Há produtores que, com o lucro do coco, passaram a investir também na avicultura, montando grandes equipamentos onde cultivam aves tanto para comercialização quanto para produção de ovos.

No cenário 2 é expresso alguns problemas em relação ao cenário 1. Foram utilizados exemplos geralmente encontrados nos Perímetros Irrigados de Barreiras Bloco 2 e Icó-Mandantes. No caso 2, só é fornecido 200 litros de água para irrigação do lote e a terra fértil disponível para coco é menor. Com a menor quantidade de água para irrigação, o coco é prejudicado diretamente na quantidade de ml da água de coco, que alcança, no máximo, 350ml (Figura 10).

Dessa forma, o valor do produto cai, o acesso ao mercado torna-se restrito, resultando em um menor retorno financeiro para o reassentado. A isto soma-se o menor espaço para produção. Como consequência, produz-se menos e por um valor muito barato.

Neste caso, o produtor não alcança valores suficientes para sua subsistência; em situações mais favoráveis, conseguem cobrir os custos da produção, porém não sobra excedente para aperfeiçoar a qualidade de vida, nem a própria produção. Os recursos que entram são destinados para a compra dos insumos, e não há sobra disponível para investir na solução de problemas dos elementos da produção sem custo, como a salinização do solo e/ou de manutenção do sistema de irrigação.

O agravamento desta situação condiciona o agricultor a vender o seu lote, como a única alternativa de sobrevivência. Alguns se mudam para o centro urbano, outros para cidades maiores, enquanto alguns permanecem no perímetro e vão trabalhar para outros produtores.

Figura 10 - Cenários da produção de água de coco

Fonte: O autor.

O contexto de vulnerabilidade é um elemento central que revela o conhecimento da realidade dos produtores (o que não significa necessariamente pobreza) e contribui com a análise dos acessos aos capitais do SLA, quando os produtores estão expostos a riscos, situações de insegurança, má gestão pública, entre outros (AMMERING, 2014).

Como se trata de uma abordagem ampla, para esta pesquisa delimitou-se os capitais nos principais elementos para manutenção do sistema produtivo nos reassentamentos irrigados de Petrolândia (Quadro 4), definido a seguir:

Retorno financeiro Acesso

Solo fértil Controle Água

de pragas Cenário 1 400 l Coco com 400ml a 500ml de água de coco Mercado consumidor Produtor de coco Cenário 2 200 l Coco com 250ml a 350 ml de água de coco Mercado consumidor

Produtor de coco Valor baixo

Valor alto Elementos da produção Elementos da produção Sem custo Sem custo Novos investimentos

Quadro 4 - Definição particular dos elementos correspondentes aos capitais do Sustainable Livelihood Approach

CAPITAIS DO SUSTAINABLE LIVELIHOOD APPROACH

FÍSICO NATURAL HUMANO SOCIAL FINANCEIRO

Lote Solo Conhecimento

do serviço Associação Acesso a crédito bancário Sistema de irrigação Água Conhecimento técnico do serviço Cooperativa Acesso a crédito no comércio

Trator Água de boa

qualidade Habilidade no manejo do serviço Sindicato Poupança Fertilizantes Nutrientes do solo Saúde adequada para o serviço Outro tipo de organização Pensão

Pesticida Ar puro Nível superior

ou técnico Apoio de ONG para organização Apoio estatal ou privado para mais créditos

Transporte Filhos com nível

superior ou técnico Apoio estatal para organização Investimento em ações ou títulos Fonte: O autor.

Estes elementos foram escolhidos por se tratarem dos principais fatores abordados pelos produtores (durante as entrevistas) como definitivos ou de grande importância para manutenção do sistema produtivo do coco.

Em geral, os reassentados de Icó-Mandantes são os que mais têm problemas em acessar os capitais citados. Este projeto de irrigação é o que apresenta maior desigualdade social e o que menos oferece oportunidade de crescimento para os pequenos agricultores. O que se pode entender, a partir da observação do acesso aos capitais:

Capital físico: sistema de irrigação – a maioria dos produtores utiliza o sistema instalado na década de 1990. Não possuem condições de adquirir o sistema por microaspersão e automatizar o processo de produção, o que contribuiria em épocas de racionamento. Há produtores neste reassentamento que utilizam o sistema de microaspersão e o mesmo consegue irrigar aproximadamente 6ha em cerca de três horas. Com o sistema de aspersão convencional, isto não seria possível e parte da produção seria prejudicada. Trator – A ausência de trator suficiente para alugar a baixo

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