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ANEXO A – TABELA DO SIMPLES

3 REVISÃO DA LITERATURA

3.1 NOÇÕES SOBRE EMPREENDEDORISMO

O Empreendedorismo, além de ser um assunto muito debatido, é também recorrente em revistas e artigos. Empreendedor é uma palavra de origem francesa (entrepreneur) cujo significado é aquele que assume riscos e começa algo novo (DORNELAS, 2005). Conforme o mesmo, para a criação de uma nova empresa será exigido do empreendedor, esforço, ousadia, ânimo, comprometimento e devoção para que o negócio cresça e obtenha sucesso.

Para Dolabela (2008, p.59), empreendedorismo é “um neologismo derivado da livre tradução da palavra entrepreneurship utilizado para designar os estudos relativos ao empreendedor, seu perfil, suas origens, seu sistema de atividades, seu universo de atuação”. Partindo dessa definição, pode-se dizer que o empreendedorismo é o estudo do empreendedor, que é aquele que mostra suas habilidades para elaborar, abrir e gerenciar um negócio.

Filion (1991) define o empreendedor como “a pessoa que imagina, desenvolve e realiza visões”. Assim, empreender é fazer sucesso com inovações.

Conforme Dolabela (2008, p.59), o empreendedorismo pode ser visto como “a atividade de toda pessoa que está na base de uma empresa, desde o franqueado ou um dono de oficina mecânica até aquele que criou e desenvolveu uma multinacional”.

É visto que são vários os conceitos acerca do empreendedorismo, porém, a base deles é que o empreendedor saiba transformar as suas ideias em negócios inovadores e de qualidade. Para Schumpeter (1949, apud Dornelas, 2008), em sua melhor definição, o espírito empreendedor, é “[...]aquele que destrói a ordem econômica existente pela introdução de novos produtos e serviços, pela criação de novas formas de organização ou pela exploração de novos recursos e materiais.” O empreendedorismo é um fenômeno cultural e, por isso, sua definição muda de acordo com a época, o país, e/ou o estado.

[...] é o fruto dos hábitos, práticas, e valores das pessoas. Existem famílias mais empreendedoras do que outras, assim como cidades, regiões, países. Na verdade aprende-se a ser empreendedor pela convivência com outros empreendedores [...] o empreendedor aprende em um clima de emoção e é capaz de assimilar a experiência de terceiros.

Conforme Dornelas (2018), o momento atual pode ser chamado de a era do empreendedorismo, pois são os empreendedores que estão eliminando barreiras comerciais e culturais, encurtando distâncias, globalizando e renovando os conceitos econômicos,

Segundo Dolabela (1999), o primeiro curso na área de empreendedorismo surgiu em 1981, na escola de administração de empresas da FGV – Fundação Getúlio Vargas, com uma disciplina do CEAG - Curso de Especialização em Administração para Graduados, ministrada pelo professor Ronald Degen, denominada “Novos Negócios”. De acordo com Dornelas (2018), a partir da década de 90 o empreendedorismo começou a ser mais difundido no Brasil. Foram criadas entidades como SEBRAE (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) e Softex (Sociedade Brasileira para Exportação de Software).

Mesmo com as dificuldades que o empreendedor certamente irá encontrar ao longo de sua jornada, verifica-se que há iniciativas que o ajudam e que são necessárias para a abertura de uma empresa.

De acordo com o GEM (2018), no ano de 2017, no Brasil, a taxa total de empreendedorismo foi de 36,4%, isso significa que a cada 100 brasileiros adultos, entre 18 e 64 anos, 36 deles estavam conduzindo alguma atividade empreendedora. Comparado ao ano de 2016, pode-se dizer que não houve variações nas taxas gerais de empreendedorismo inicial e estabelecido no Brasil.

O GEM (2018) afirma que em 2017 pode-se observar um pequeno aumento na relação entre empreendedores por oportunidade e por necessidade. Empreendedores por oportunidade são aqueles que, quando questionados em entrevista, afirmam ter iniciado o negócio pelo fato de terem percebido uma oportunidade no ambiente. Já o empreendedor por necessidade é aquele que afirma ter iniciado o negócio pela ausência de alternativas para a geração de renda e ocupação. Os empreendedores motivados pela oportunidade apresentam uma taxa de 12,1% contra 8,1% que se disseram ser motivados por necessidade.

Ainda comparado ao ano de 2016, conforme o GEM (2018), observam-se variações nas taxas que compõe o grupo de empreendedores iniciais: houve um aumento na taxa de empreendedores novos passando de 14% para 16,3%, e o movimento contrário dos empreendedores nascentes, indo de 6,2% em 2016 para 4,4% em 2017. O que permite supor

que os brasileiros consideraram menos a atividade empreendedora como alternativa de geração de renda ou de ocupação. O que pode ser sinal de recuperação da economia em 2017.

O Global Entrepreneurship Monitor (GEM, 2017, p. 109) destaca que empreendedorismo é:

Qualquer tentativa de criação de um novo negócio ou novo empreendimento como, por exemplo, uma atividade autônoma, uma nova empresa ou a expansão de um empreendimento existente. Em qualquer das situações a iniciativa pode ser de um indivíduo, grupos de indivíduos ou empresas já estabelecidas.

Portanto, empreender é realizar o sonho de ter seu próprio negócio. Conforme Dolabela (2008), sabendo que o empreendedorismo abrange todas as atividades humanas, torna-se um erro pensar que um empreendedor precisa ser especialista em administração Visto isso, pode- se afirmar que o principal elemento do desenvolvimento econômico e desenvolvimento social de um país é o empreendedorismo.

De acordo com Drucker (2010, p. 62):

A inovação é o instrumento específico dos empreendedores, o meio pelo qual eles exploram a mudança como uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço diferente. Ela pode ser apresentada como uma disciplina, ser apreendida e ser praticada. Os empreendedores precisam buscar, com propósito deliberado, as fontes de inovação, as mudanças e seus sintomas que indicam oportunidades para que uma novação tenha êxito. E os empreendedores precisam conhecer e pôr em prática os princípios da inovação bem sucedida.

Afirmam Salim et al. (2004), que existe um conjunto de atitudes comuns a empreendedores de sucesso. Ainda destaca que os dez mandamentos dos empresários bem- sucedidos resumem as qualidades importantes e comuns a eles:

a) capacidade de assumir riscos: arriscar-se corretamente;

b) identificador de oportunidades: ficar atento as informações e perceber as oportunidades no momento certo;

c) conhecimento: experiência pratica e domínio sobre o ramo do negócio; d) organização: capacidade de utilização do s recursos de forma racional;

e) tomar decisões: analise a avaliação das alternativas para escolher a solução mais adequada;

f) liderança: definir objetivos, orientar as tarefas, bem como estimular as pessoas; g) dinamismo: para não perder oportunidades, um empreendedor de sucesso não deve

se acomodar;

i) otimismo: olhar acima das dificuldades;

j) tino empresarial: além da intuição, é a soma de todas as qualidades anteriores. Conforme Dornelas (2015), não existe um único tipo de empreendedor ou um modelo padrão que possa ser identificado. Portanto, há vários tipos de empreendedores, mas, como o tema empreendedorismo está em franca expansão e disseminação, é provável que, com o passar dos anos, novas denominações surjam. Eles são classificados como:

a) empreendedor informal, que são os conhecidos vendedores ambulantes; b) empreendedor cooperado, que são aqueles que se unem a uma cooperativa; c) empreendedor individual, que é semelhante ao informal, porém legalizado;

d) empreendedor franqueado, que inicia uma empresa a partir de uma marca já existente;

e) empreendedor social, que se envolve em causas humanitárias, com objetivo de construir um mundo melhor;

f) empreendedor corporativo, que são funcionários de empresas, consciente de seu papel na organização e que executam projetos visando o crescimento da empresa; g) empreendedor público, que são pessoas comprometidas com o coletivo e que

buscam melhorar os serviços à população;

h) empreendedor do conhecimento, que são profissionais liberais que tem como objetivo fazer a diferença;

i) empreendedor do negócio próprio, que são empreendedores que buscam autonomia, ou seja, que querem ser seus próprios patrões. Além disto, ainda existem também subtipos de empreendedores.

Conforme Chiavenato (2004), há três características que são básicas para esse profissional inovador: a necessidade de realização, a disposição para assumir riscos e a autoconfiança. Desta forma, nota-se que os empreendedores de sucesso, são pessoas capazes de alcançar os seus propósitos com organização, determinação, convicção, ousadia e confiabilidade. Não medem esforços para atingir os seus objetivos e possuem a ciência dos riscos, pois se planejam com antecedência.