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O comércio exterior e a economia internacional O balanço de pagamentos.

No documento Coordenador Geral de Pós-Graduação (páginas 39-44)

Glossário

Aula 3 Princípios da Economia Internacional

3.2. O comércio exterior e a economia internacional O balanço de pagamentos.

O comércio exterior, como dito anteriormente, já faz parte do dia a dia. A internet ampliou sobremaneira o comércio internacional.

As operações comerciais internacionais são compostas de importações e exportações. Na realidade, trata-se de uma única operação, mudando o nome de acordo com o lado que se olha. Para quem vende, a operação é denominada exportação, e para quem compra, a operação é denominada importação.

o avanço tecnológico e com a melhora no poder aquisitivo. Isso faz com que o comércio mundial permaneça em constante crescimento. Porém, também já foi verificado que os recursos são escassos e diferentes em cada país.

Desta forma, a troca de mercadorias e produtos é cada vez mais necessária, seja para atender a população, seja para otimizar a utilização de recursos, seja para baratear o preço.

Mas, como visto nos conceitos macroeconômicos, o aumento da produção gera emprego e, consequentemente, renda, enquanto que o aumento das importações pode sufocar o mercado interno e produzir desemprego e a consequente queda da renda interna.

Porém, se todos os países forem exportadores, quem irá comprar mercadorias e serviços? Necessário, portanto, um determinado equilíbrio entre as operações de comércio internacional. Imagine, então, um país como o Brasil, que normalmente tem (em valores) um volume maior de exportação do que de importação. Tendo superávits constantes, estaria desequilibrando o mercado internacional? A resposta é não.

Para acelerar o desenvolvimento, comprou-se capital e tecnologia. O capital foi utilizado na ampliação da infraestrutura e em outras áreas estratégicas. A tecnologia foi utilizada para se construir o parque industrial brasileiro, que é bastante diversificado.

Mas o financiamento do desenvolvimento tornou o país devedor de capital estrangeiro, principalmente em moeda norte-americana. Então, para poder pagar os juros da dívida externa, é preciso ter um superávit no comércio internacional.

O comércio internacional também tem a função de complementar as deficiências de cada país, seja em razão da falta de matérias-primas, de produtos semielaborados, de produtos com alto valor agregado, de serviços. Portanto, as relações mercantis entre os países são capazes de melhorar a vida de seus cidadãos.

Na prática, não é isso que acontece. Os países desenvolvidos exportam produtos e serviços de alto valor agregado, enquanto que países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento exportam Commodities

Commodities são mercadorias padronizadas em âmbito mundial, ou seja, sua forma de comercialização é igual em todas as partes do planeta. Dessa forma, o preço dessas mercadorias também é global. Um exemplo de commodity é o petróleo. As commodities podem ser agrícolas, minerais e ambientais (crédito de carbono). Há, ainda, as denominadas commodities financeiras, como o dólar e títulos públicos comercializados em âmbito mundial.

matérias-primas e insumos de baixo valor agregado. Às vezes, o mesmo país que exporta a matéria- prima acaba por importar o produto elaborado com a matéria-prima que exportou, porém, o preço é bastante diferente.

Para o desenvolvimento de um país, é necessário um comércio exterior forte, com grande volume de operações de importação e de exportação. Lembrando que estas operações complementam as necessidades de capital da economia.

Veja-se, por exemplo, o atual desempenho da China, com volumes cada vez mais espetaculares de exportação e de importação. A política de comércio exterior da China é extremamente agressiva, invadindo os mais variados mercados, com práticas nem sempre lícitas.

Infelizmente, a pauta de exportação brasileira ainda não consegue ser diversificada, e ainda depende do desempenho das commodities agrícolas e minerais para ter um resultado positivo.

Para se ter ideia da situação brasileira, veja como ela se comporta ao longo das últimas décadas:

฀ Básicos

฀ Semimanufaturados ฀ Manufaturados

Fonte: <http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/interna/interna.php?area=5&menu=1846&refr=608>.

produtos básicos ou semimanufaturados. No caso de serviços e tecnologia, a situação é ainda pior. Daí a necessidade de desenvolvimento e estudos maciços em educação e pesquisa.

Porém, nem tudo é ruim na importação, quando se importa bens de capital, ou seja, máquinas e equipamentos que se tornaram investimentos em capital fixo, aumenta-se a capacidade produtiva de produtos elaborados, mesmo que destinados ao mercado interno, pois, no mínimo, as importações de produtos manufaturados estarão sendo substituídas.

As transações internacionais envolvem o comércio de mercadorias e serviços, os investimentos permanentes, os investimentos especulativos (geralmente em bolsas de valores e mercado cambial), os pagamentos do serviço da dívida externa e as remessas de lucros e dividendos.

Esse fluxo monetário compõe o que se chama de Balanço de Pagamentos, que teve sua padronização mundial criada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).

De acordo com Maia (2006, 71-72), os balanços de pagamentos têm as seguintes finalidades primordiais:

• Informar como o país se comporta em suas transações com o exterior;

• Tornar-se um instrumento para o governo tomar decisões necessárias para corrigir problemas relativos às transações com o exterior;

• Servir para medir os efeitos das medidas tomadas.

Ainda segundo Maia (2006, 73), o balanço de pagamento tem a seguinte estrutura:

Estrutura do Balanço de Pagamento

1 – TRANSAÇÕES CORRENTES A - BALANÇA COMERCIAL

Exportações Importações

B - BALANÇO DE SERVIÇOS E RENDAS SERVIÇOS Transportes Viagens internacionais Seguros Serviços financeiros Computação e informação Royalties e licenças

Aluguel de equipamentos Juros da dívida

Comunicações Construção

Relativos ao comércio

Empresariais, profissionais e técnicos Pessoais, culturais e recreação

Serviços diversos RENDAS

Salário e ordenado Renda de investimentos Lucros reinvestidos no Brasil

Juros de empréstimo intercompanhia Renda de investimento em carteira Renda de outros investimentos (juros)

C - TRANSFERÊNCIAS UNILATERAIS CORRENTES 2 - CONTA CAPITAL E FINANCEIRA

A - CONTA CAPITAL

Transferências unilaterais de patrimônio de migrantes Bens não financeiros e não produzidos

B - CONTA FINANCEIRA INVESTIMENTO DIRETO Investimento brasileiro direto Empréstimo intercompanhia Investimento estrangeiro direto Empréstimo intercompanhia INVESTIMENTO EM CARTEIRA Investimento brasileiro em carteira Investimento estrangeiro em carteira Derivativos

Outros Investimentos

As operações de exportação e importação são registradas de forma isolada na denominada balança comercial. No Brasil, normalmente, o saldo da balança comercial é positivo, já o balanço de pagamentos, normalmente, apresenta saldo negativo. Dessa forma, o superávit da balança comercial é consumido pelo serviço da dívida. Quando se consegue um saldo positivo no balanço de pagamentos, aumentam-se as reservas em moedas estrangeiras, principalmente em dólar norte-

americano.

3.3. O sistema financeiro internacional. Padrão-ouro,

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