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Política cambial e a determinação da taxa de câmbio

No documento Coordenador Geral de Pós-Graduação (páginas 36-39)

Glossário

Aula 3 Princípios da Economia Internacional

3.1. Política cambial e a determinação da taxa de câmbio

Da mesma forma que se precisa de moeda para dinamizar as relações econômicas, que de outra forma seriam pautadas pelo escambo, como na antiguidade, o comércio internacional também se utiliza de moeda para suas relações.

Porém, como já visto na Aula 2, a moeda tem várias funções, além de seu poder liberatório. Ela pode servir de denominador comum monetário, ou seja, ser um parâmetro para a definição de bens e serviços em diversos países.

Por exemplo, o famoso lanche norte-americano BIG MAC tem seu preço medido em dólar norte- americano em vários países, podendo assim, comparar seu preço em cada país.

De acordo com o Banco Central do Brasil, pode-se definir taxa de câmbio como:

Taxa de câmbio é o preço de uma moeda estrangeira medido em unidades ou frações (centavos) da moeda nacional. No Brasil, a moeda estrangeira mais negociada é o dólar dos Estados Unidos, fazendo com que a cotação comumente utilizada seja a dessa moeda. Dessa forma, quando dizemos, por exemplo, que a taxa de câmbio é 2,00, significa que um dólar dos Estados Unidos custa R$ 2,00. A taxa de câmbio reflete, assim, o custo de uma moeda em relação à outra. As cotações apresentam taxas para a compra e para a venda da moeda, as quais são referenciadas do ponto de vista do agente autorizado a operar no mercado de câmbio pelo Banco Central. (BANCO CENTRAL DO BRASIL, [s. d.]).

Com a taxa de câmbio é possível comparar, por exemplo, o preço da matéria-prima fabricada no Brasil e a importada. Para isso, deve-se converter o preço da mercadoria, estabelecido em moeda do país de origem, pela taxa de câmbio em real.

Não se pode esquecer de que, antes de efetuar a comparação, no caso de importação, deve-se acrescer o custo do transporte e dos tributos que incidem sobre a operação.

A taxa de câmbio oscila diariamente, em razão dos mais variados fatores e acontecimentos da economia, inclusive os especulativos. O que importa é que, através do câmbio, é possível comercializar com os Estados Unidos (em dólar), com a Europa (em euros), com o Japão (em ienes). Mas não é só o comércio exterior que movimenta a taxa de câmbio, há as operações que apostam na variação cambial como forma de faturamento. Por exemplo, uma instituição financeira compra determinada quantia de dólar à cotação de R$ 1,55 (um real e cinquenta e cinco centavos) e a revende no dia seguinte à cotação de R$ 1,65 (um real e sessenta e cinco centavos), obtendo, assim, um ganho de R$ 0,10 (dez centavos de real) por dólar vendido. Trata-se, aqui, do denominado mercado de câmbio.

De acordo com Krugman e Obstfeld:

Os principais participantes do mercado de câmbio são os bancos comerciais, as empresas que se envolvem com o comércio internacional, as instituições financeiras não bancárias – como as empresas de administração de ativos e as companhias de seguros – e os bancos centrais. Os indivíduos também podem participar do mercado de câmbio – um turista pode comprar moeda estrangeira na recepção do hotel, por exemplo –, mas tais transações em dinheiro representam uma fração insignificante das operações de câmbio. (KRUGMAN; OBSTFELD, 2010, p. 244).

Essas variações no mercado de câmbio podem ter grandes consequências nas atividades das empresas, em razão dos contratos de fornecimento serem realizados por períodos longos. Veja- se, por exemplo, as transações da Petrobrás na compra e venda de petróleo. Além das variações do preço do petróleo, ela deve calcular as possibilidades de variação do câmbio, sob pena de ter prejuízo em suas transações internacionais.

O mercado de câmbio também trabalha com taxas futuras, e essas operações também podem trazer resultados positivos e negativos para seus operadores.

Para não serem surpreendidas com as variações do câmbio, em regra, as empresas trabalham com os denominados Swaps cambiais.

Glossário

Swaps Cambiais

Um swap cambial é a venda, à vista, de uma determinada moeda, combinada com uma recompra futura dessa mesma moeda. Por exemplo, suponha que a montadora Toyota acabou de receber $1 milhão referente a vendas norte-americanas e sabe que terá de pagar essa quantia a um fornecedor na Califórnia, em três meses. O departamento de administração de ativos da empresa gostaria, nesse meio tempo, de investir o $1 milhão em títulos em euro. Um swap de dólares em euros, em três meses, pode resultar em taxas de corretagem menores do que as duas transações separadas – venda dos dólares pelos euros à vista e venda dos euros por dólares no mercado futuro. Os swaps constituem uma proporção significativa de todas as operações de câmbio. (KRUGMAN; OBSTFELD, 2010, 248).

Da mesma forma que nas políticas fiscal e monetária, o governo federal, neste caso especificamente através do Banco Central, também intervém no mercado de câmbio através de instrumentos de política cambial.

Os atores do mercado de câmbio, como dito anteriormente, são aqueles que precisam de moeda estrangeira (devedores em moeda estrangeira) ou aqueles que dispõem de moeda estrangeira (credores em moeda estrangeira): as empresas que operam importação e exportação, aquele que adquiriu empréstimo no exterior, aquele que recebe capitais do exterior, aquele que envia capital ao exterior, e assim por diante.

Nesse fluxo de moeda estrangeira, pode-se adotar diversas formas de intervenção estatal, mas jamais haverá um fluxo puramente determinado pelo mercado, pois existem muitos especuladores que produziriam grandes estragos na economia, para ganharem fortunas de forma instantânea. Existem países que fixam as taxas de câmbio, outros mantêm artificialmente essas taxas, outros que determinam limites de variação (como as bandas cambiais, já adotadas anteriormente no Brasil, na edição do Plano Real) e outros que fazem intervenções pontuais, mas deixam o câmbio flutuar de forma bastante livre.

Atualmente, o Brasil trabalha com flutuação livre, mas acompanhada de perto pelo Banco Central. O valor da taxa de câmbio é uma equação complexa e não é exata. Atualmente, há divergências no federal, é hoje o principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização de

investimentos em todos os segmentos da economia, em uma política que inclui as dimensões social, regional e ambiental.

>. Acesso em: 21 ago. 2012.

próprio governo (o BNDES não concorda com a política cambial adotada pelo Banco Central).

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BNDES

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), empresa pública federal, é hoje o principal instrumento de financiamento de longo prazo para a realização de investimentos em todos os segmentos da economia, em uma política que inclui as dimensões social, regional e ambiental.

Fonte: <http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/O_BNDES/A_ Empresa/>. Acesso em: 21 ago. 2012.

O Banco Central compra e vende dólares para manter a sua cotação em determinado patamar. Quando o dólar fica barato, os importadores ganham, a inflação tende a baixar, mas os exportadores perdem. Com o tempo, a perda do volume de exportação faz cair o nível de emprego e renda e a economia interna passa a ter vários problemas.

A política cambial está intimamente ligada com a política monetária, pois os seus instrumentos se completam e produzem efeitos na economia.

3.2. O comércio exterior e a economia internacional. O

No documento Coordenador Geral de Pós-Graduação (páginas 36-39)