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A “lei” de oferta e demanda: o comportamento do consumidor, as cestas de consumo e a função demanda.

No documento Coordenador Geral de Pós-Graduação (páginas 51-56)

Glossário

AULA 4 – Estruturas de Mercado e Análise da Concorrência

4.1. A “lei” de oferta e demanda: o comportamento do consumidor, as cestas de consumo e a função demanda.

Equilíbrio neoclássico.

Em qualquer relação comercial existem o vendedor e o comprador. As atividades de venda de produtos e serviços são chamadas de oferta, e as de compra de bens e serviços são chamadas de procura ou demanda.

Os preços dos produtos e serviços se movem em razão do tamanho da oferta e procura de determinado produto ou serviço, até atingir seu equilíbrio. Para entender esse sistema, será analisado o comportamento de cada um isoladamente, depois, juntos.

A chamada “lei” da oferta e da procura ou “lei” da oferta e da demanda estabelece a relação entre essas duas variáveis. Para a análise, utiliza-se o plano cartesiano, colocando na abscissa a variável quantidade e, na ordenada, o preço. A partir daí, há a denominada curva da oferta e curva da demanda.

Segundo Pindyck e Rubinfeld (2005, p. 18):

A curva da oferta informa-nos a quantidade de mercadoria que os produtores estão dispostos a vender a determinado preço, mantendo-se constantes quaisquer fatores que possam afetar a quantidade ofertada.

A curva da demanda informa-nos a quantidade que os consumidores desejam comprar à medida que muda o preço unitário.

Curva da Procura (D1 e D2) e Curva da Oferta (S)

Para o lado da oferta, a quantidade aumenta de acordo com a variação positiva do preço (aumento), enquanto que, para o lado da demanda, a quantidade procurada aumenta de acordo com a variação negativa (diminuição) do preço.

No ponto em que as duas curvas se cruzam, há o equilíbrio de mercado. O volume de demanda ou oferta acima do ponto de equilíbrio revela excesso de preço e sobra de produtos ou serviços. Por outro lado, o volume de demanda e oferta abaixo do ponto de equilíbrio revela um preço baixo e, em consequência, falta de produtos e serviços, pois os produtores não estão dispostos a aumentar a produção nesse nível de preços.

Portanto, a situação ideal para a empresa é colocar o preço dos produtos no ponto de equilíbrio entre oferta e demanda, a fim de ter o maior preço possível para a venda total da quantidade ofertada.

O equilíbrio de mercado se altera com a mudança nas quantidades produzidas ou no preço ofertado. Aumentando o preço, sem aumento da demanda, o ponto de equilíbrio será atingido com menos quantidade. Aumentando a quantidade ofertada, sem aumento da demanda, o preço tenderá a cair. É evidente que os preços dos produtos e serviços não variam apenas em relação à oferta e à procura – existem outros itens que justificam os preços, como o custo, a necessidade, a utilidade,

entre outros. Mas, como foi verificado, quando o Governo Federal baixou os impostos dos veículos novos, a demanda aumentou imediatamente.

A função demanda ou equação da demanda é definida como: q = f(p), em que:

q = quantidade procurada de determinado bem ou serviço, num dado período de tempo; p= preço do bem ou serviço.

Podem ocorrer outras variáveis de mercado, como, por exemplo, o denominado efeito substituição: produtos similares tendem a concorrer no preço. Nesse caso, há um aumento da oferta e seus reflexos na curva.

Outra ocorrência é a estagnação da renda: o aumento do preço diminui a capacidade de compra, no caso de os salários e outros preços se manterem constantes.

Além dos exemplos acima, é possível citar outras variáveis que afetam a demanda de um bem, como por exemplo:

• Renda dos consumidores, que define a aquisição de um bem normal, ou a troca por um bem inferior.

• Preço de outros bens e serviços definidos como substitutos ou concorrentes. Existe também a influência dos bens complementares, ou seja, aqueles necessários para que o bem

principal produza efeitos.

• Hábitos e preferências dos consumidores, que dificultam a troca por outro produto, mesmo quando há alteração de preço.

Cabe aqui fazer uma distinção entre demanda e quantidade demandada. A demanda se refere a todo o movimento compreendido na curva de demanda, enquanto que a quantidade demandada representa apenas um ponto na curva.

Os mesmos conceitos se aplicam à curva da oferta, porém, em sentido contrário. A função oferta compreende a relação entre o preço de um bem e a quantidade produzida desse mesmo bem. Quanto maior o preço de um determinado bem, maiores serão as quantidades que se deseja fabricar e vender, pois os lucros também serão maiores. Essa relação faz com que a curva da oferta seja positiva, como demonstrado no gráfico acima.

A função oferta é representada pela seguinte fórmula:

Qs(x) = a + bx, em que “a” e “b” são constantes e “Qs(x)” significa “quantidade oferecida do bem x”.

A internet, atualmente, é um serviço essencial para qualquer cidadão, porém, nem todas as famílias podem adquirir esse serviço. À medida que o preço desse serviço cai, mais famílias passam a adquiri-lo. Nos bens de maior valor, a variação da curva é bem mais lenta, como, por exemplo, na aquisição de veículo novo ou de casa própria.

Porém, os produtos e serviços não têm a variação de suas quantidades determinadas de forma linear, em relação aos seus preços. Para medir essa variação, utiliza-se o conceito de elasticidade.

A elasticidade reflete o grau de reação ou sensibilidade de uma variável quando ocorrem alterações em outra variável, ceteris paribus, ou seja, a elasticidade mede a variação das quantidades ofertadas ou demandadas em relação à variação do preço de um determinado bem em um determinado período, desconsiderando-se as demais variáveis de mercado.

Assim, há a elasticidade preço da demanda, que é a resposta relativa da quantidade demandada de um bem x às variações de seu preço, ou, de outra forma, é a variação percentual na quantidade procurada pelo bem x em relação a uma variação percentual em seu preço, ceteris paribus. Veja a sua fórmula:

Variação percentual em quantidade

EpD = --- Variação percentual em preço

Veja a fórmula com números, para melhor exemplificar a situação estudada. Pi = preço inicial = $ 10,00

Pf = preço final = $ 8,00

Qo = quantidade demandada ao preço Qo = 30 Q1 = quantidade demandada ao preço Q1 = 39

Ceteris paribus

Expressão em latim que significa “e tudo o mais permanece constante”. Isso quer dizer que, na análise efetuada, consideram-se apenas as variáveis citadas, ficando preestabelecido que as demais variáveis foram consideradas sem alteração.

Variação percentual de preço (regra de três). Pf - Pi - 2

--- = --- = - 0,2 ou - 20% Pi 10

A variação percentual da quantidade demandada é dada por: Q1 - Qo 9 --- = --- = 0,3 ou 30% Qo 30 Variac. perc. de Qd + 30% EpD = --- = --- = - 1,5% ou │EpD│ = 1,5 Variac. Perc. de P - 20%

O resultado significa que a demanda do produto x tem grande relação com o seu preço. Uma redução de 20% no preço elevará a demanda em 30%, ou seja, 1,5 vezes a variação que ocorreu no preço.

Para conferir, aplica-se 30% sobre as 30 unidades de demanda no preço antigo, e haverá nove unidades a mais na nova demanda, ou seja, 39 unidades.

Como os resultados variam caso a caso, pode-se obter diversos resultados, que classificam o tipo de demanda, a saber:

Demanda Elástica – a variação da quantidade demandada supera a variação do preço. Exemplo anterior.

Demanda Inelástica – é a variação da quantidade demandada em percentual menor do que a variação percentual do preço, ceteris paribus. Veja um exemplo:

5 %

Epd = --- = - 0,5 10%

Para uma variação de 20% no preço, há uma variação inversa de 10% na procura do produto. Como dito anteriormente, não é apenas o preço que influencia a decisão do consumidor comprar

mais ou menos produtos. Outros fatores a serem considerados são a essencialidade do produto, a disponibilidade de bens substitutos e a importância da aquisição do bem em face da renda do consumidor.

A partir das quantidades demandadas e dos respectivos preços, chega-se ao faturamento total, ou receita total. Dessa forma, RT = preço unitário x quantidade vendida.

Conjugando os fatores de elasticidade-preço e da receita total, pode-se explicar o comportamento do mercado, o que é imprescindível para a administração de uma empresa.

Da mesma forma que as curvas de oferta e procura, os cálculos de elasticidade preço da demanda têm os mesmos conceitos da elasticidade preço da oferta, que é dada pela seguinte fórmula:

Variação percentual da quantidade ofertada

Ep = --- Variação percentual do preço do bem

O estudo das ocorrências anteriores serve de base às projeções do mercado para a tomada de decisões relativas a majoração ou redução de preços, aumento ou diminuição da produção, colocação de produto substituto no mercado e outras.

4.2. Estruturas de mercado e concorrência. A formação de

No documento Coordenador Geral de Pós-Graduação (páginas 51-56)