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O entendimento da SEMURB acerca da gestão de resíduos

4.3 O ENTENDIMENTO DOS GESTORES SOBRE O MANEJO DOS REEE

4.3.2 O entendimento da SEMURB acerca da gestão de resíduos

A entrevista posterior aconteceu na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo – SEMURB, com dois representantes, ambos analistas ambientais da Secretaria no setor de atividades contaminantes industriais e emissores de radiação, que desempenha as atividades de regulamentação e licenciamento ambiental de

resíduos considerados perigosos. Durante as entrevistas na Secretaria, foi esclarecido que as empresas que trabalham com os REEE são classificadas como sucatas, caracterização que se deve ao fato de que elas recebem e armazenam diversos materiais recicláveis no mesmo estabelecimento.

No setor de licenciamento ambiental da SEMURB foi possível averiguar o andamento da institucionalização das sucatas que gerenciam resíduos de equipamentos eletroeletrônicos. Segundo o entrevistado, o licenciamento das sucatas teve como marco a Política Nacional de Resíduos Sólidos, como é visível no fragmento a seguir:

A primeira empresa licenciada foi a Natal Reciclagem, ela já trabalhava com coleta de resíduos recicláveis, e aí aumentou o negócio dela para resíduo eletrônico que é mais rentável, então ela participa de vários leilões, sucatas, para pegar e fazer a separação e dar o destino adequado que é são Paulo e se não me engano Europa. E aí tem a lei que é a Política Nacional de Resíduos Sólidos que frisou bastante essa questão da logística reversa, e por isso que começamos a fazer, e assim nosso trabalho é analisar o empreendimento, urbanística e ambiental, e na parte ambiental, a gente tem a parte de resíduos, aí vê a empresa de eletrônicos, como Miranda, hipermercados, a gente procura lá saber quem é que está coletando o resíduo eletrônico dele, por que não é qualquer uma que pode coletar, tem que ser uma empresa licenciada, e tem a parte de lâmpadas também fluorescentes, que são duas empresas que coletam, aí a gente pede os comprovantes de coleta dos resíduos, quando vai licenciar, e quando vai fazer vistoria a gente vê também o armazenamento para ser bem acondicionado, por que geralmente eles colocam de qualquer jeito em uma caixa, aí colocamos uma observação para eles adequarem o coletor, né (Representante 1, 2016).

Deste modo, em relação ao licenciamento das empresas solicitantes, alguns documentos são necessários ao cadastramento das sucatas na SEMURB15. No que se refere à fiscalização das empresas que solicitam a licença, o representante 2 da Secretaria informou que lhes competem ações de fiscalização somente no momento de licenciamento das sucatas:

Com relação à fiscalização nem conseguimos falar, por que é do setor, aqui a gente não trabalha com a parte fiscalizatória, mas quando a

15 Esses documentos estão listados nos anexos A e B deste trabalho, em documento fornecido pela

gente vai em algum lugar a gente pode até ir a EVS e a Natal Reciclagem, por que para o licenciamento precisamos de informações, temos esse trabalho de campo que embasa a análise. Mas a parte de fiscalização não nos compete, é lá no setor fiscalizatório, e com relação ao licenciamento, licenciada só tem a Natal Reciclagem, que já tem quase 2 anos. A EVS ainda está em fase de análise, ela está funcionando, mas estamos analisando ainda o processo, por que ainda tem alguns documentos, por exemplo, a gente só pode liberar quando o corpo de bombeiros libera com a vistoria. Mesmo que esteja tudo pronto e funcionando direitinho como determinamos como padrão, mas precisa realmente da licença. Ela entregou uma documentação tem uns quinze dias e o rapaz que está fazendo o licenciamento dela está na parte de rodízio devido à greve dos engenheiros. Mesmo que esteja tudo pronto, mas todos os documentos devem estar (Representante 2, 2016).

Perguntou-se aos entrevistados quais ações são organizadas pela SEMURB, além de fiscalização e regulação quanto aos resíduos eletrônicos, e também sobre as parcerias interinstitucionais com a URBANA em relação à esta questão. O representante 2 informou que as funções da Secretaria quanto aos REEE são de fiscalização e regulamentação, e, sobre fiscalização e retirada de resíduos, sanção e aplicação de multas, complementou:

A URBANA não tem a atribuição que é da SEMURB, que é de aplicar uma multa, eles até conseguem fazer fiscalização dentro das atribuições deles. O auto de infração deles é diferente do nosso porque eles não têm fiscais, aí o que acontece, muitas vezes a gente entra em contato com o [Rubem] para fazer alguma ação, ou ele que é quem está mais na ativa desses locais, porque a SEMURB ou vai através de denúncia da população ou devido a alguma ação determinada por nó ou pelo ministério público. Com relação a resíduos acaba que a gente tem muita contribuição do trabalho de campo da URBANA, eles entram em contato conosco e a gente consegue até fazer alguma ação conjunta (Representante 2, 2016).

Percebeu-se que as ações da SEMURB dizem respeito à responsabilização, sanções administrativas e outras questões processuais:

O proprietário vai ser notificado, por que o terreno tem um responsável. Todo processo de fiscalização tem um prazo de 10 dias para o proprietário apresentar sua defesa para aquele auto, aí ele vai falar todos os argumentos desse processo, aí o fiscal lê sua defesa e faz um documento chamado manifesto do atuante, que é meio que rebatendo ou aceitando o que você colocou como defesa, depois esse

processo vai para um setor de julgamento que aí essa figura que é jurídica dá uma lida em todo o processo que tem a parte do atuado, do fiscal rebatendo e ele faz um julgamento do processo, se ele vai pagar multa, ou vai ter algum outro tipo de punição, mesmo que na defesa ele diga que não foi ele e não tem culpa, existe uma legislação que o dono é responsável por ele, mas aí você pode se comprometer a cercar o terreno, colocar muro, aí pede diminuição da multa e etc. Aí a multa ou a penalidade pode ser amenizada (Representante 2, 2016).

Com relação aos grandes geradores, foi indagado aos representantes, como a SEMURB os identifica, e ainda se, na área de lâmpadas, cujos acordos setoriais já estão consolidados, a fiscalização e regulamentação são mais frequentes. O representante 2 comentou a importância de uma portaria municipal para a atuação da Secretaria:

Com relação a lâmpada a gente está um pouco mais embasado, mas antes do acordo setorial nós tivemos uma portaria que obriga que toda empresa que comercializa lâmpada, ela é obrigada a receber lâmpada, então esse é diferente por que anualmente ela tem que nos mandar um relatório de destinação desse resíduo. Essa portaria é municipal e saiu um pouquinho antes do acordo setorial. O que ficou de entendimento é que, embora exista o acordo setorial, a portaria é mais restritiva. É mais fácil para o consumidor esse tipo de destinação. Nessa portaria, que é municipal, todo comércio desse gênero é um ponto de coleta independente do acordo setorial (Representante 2, 2016).

De acordo com a PNRS, art. 3: IX – “geradores de resíduos sólidos: pessoas físicas ou jurídicas, de direito público ou privado, que geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo” (BRASIL, 2010a).

Durante a entrevista com os representantes 1 e 2 da SEMURB, procurou-se entender como, e se ocorre, o cadastramento das sucatas, uma vez que já havia sido mencionada, pelo representante da URBANA, a existência de locais que recebem resíduos, mas que não têm licença ambiental expedida pela secretaria, órgão que organiza a regulamentação e a fiscalização. A resposta do entrevistado foi de desconhecimento desse possível instrumento de controle ambiental em termos de fiscalização:

Aqui não sei, por que lá eles são mais de campo, mas é muito pouco, aqui a gente faz a análise, vê se a documentação está ok, se o estudo condiz com a realidade. E geralmente quando é uma empresa muito grande e suspeitamos que faltou algo na análise de campo aí a gente vai. Aí temos o mapeamento em termos de licença, mas é muito pequeno, os informais que são mais complicados aqui é difícil (Representante 1, 2016).

O representante 2 da SEMURB, no entanto, admitiu que esse trabalho de fiscalização é realizado prioritariamente pelo serviço público de limpeza urbana. O fato é que existem estabelecimentos que descartam parceladamente, pela cidade, resíduos de equipamentos eletroeletrônicos, algumas sucatas fazem o procedimento de retirada dos componentes do resíduo que possuem valor econômico significativo. Durante a entrevista com o representante da URBANA, foi afirmado que essa prática é comum na cidade de Natal.

Segundo informação do auxiliar de fiscalização da Secretaria, que conversou informalmente conosco durante a entrevista, os procedimentos ocorreram mediante parcerias com outros órgãos municipais, e se direcionam a atender as denúncias da população, sobre as sucatas existentes na área residencial da cidade:

Através de denúncia, e principalmente nessa fase do mosquito da dengue, aí foi que aumentou essa demanda, por que foi justamente a saúde que trazia para a gente. A saúde, a COVISA, passa para a gente “em tal bairro, que tem mais dengue, aquela sucata ali tem mais” aí fazíamos todo o procedimento, dizemos que tem que licenciar, aí explicava toda a documentação necessária para licenciar. Víamos todo o material que trabalhavam, plástico, eletrônico, explicávamos o tipo de material que tinha que ser descartado ou não (fiscalização da SEMURB, 2016).

No que se refere ao processo de fiscalização de sucatas, organizou-se entrevista com o representante do setor de fiscalização da SEMURB. A entrevista com o fiscal ambiental possibilitou o conhecimento acerca dos arranjos institucionais da gestão, que se deram prioritariamente por causa do fator saúde – embora a ações tenham se convertido posteriormente em monitoramento de sucatas, as áreas foram monitoradas inicialmente como focos de proliferação de mosquitos. Nessa entrevista foi possível saber quais são os instrumentos utilizados para o monitoramento desses estabelecimentos.

Embora houvesse um roteiro de perguntas previamente definido, devido às demandas do fiscal, a entrevista tornou-se conversa informal sobre atuação da Secretaria em relação às sucatas no município de Natal. Percebe-se, a partir do documento em anexo D, que a classificação de sucatas foi determinada por atividades de armazenamento e manuseio de diferentes materiais, como carros, eletrônicos, produtos recicláveis e outros. Sabe-se que esses diversos locais, que são monitorados, podem ser retirados da lista, assim como outros podem ser adicionados. O entrevistado informou que a operação foi iniciada em parceria com o setor de vigilância sanitária do município do Natal, quando se realizou ação fiscalizatória em uma sucata, localizada em área pública, no bairro de Cidade Nova. A partir dessa ação, e das demandas por parte da Secretaria de Saúde, é que aconteceram reuniões entre os membros da mencionada secretaria com os integrantes da SEMURB, da URBANA e da Vigilância Sanitária.

Dentre os resultados obtidos, caracterizou-se como de maior relevância o mapeamento dos locais considerados sucatas. A relação das sucatas no município é repassada pelo centro de Zoonoses à SEMURB, e esse levantamento – que se encontra apresentado no anexo D deste trabalho – possui como material adicional um fluxograma das ações a serem executadas posteriormente e das responsabilidades dos respectivos órgãos públicos – que se encontra no anexo E. O fiscal da SEMURB caracterizou esse processo como “dentro das possibilidades de atuação da gestão”:

Esses pontos críticos são considerados pontos críticos porque o pessoal de zoonoses já foi uma vez, fez coleta das larvas, levou para o laboratório, identificou que era larva de Aedes aegypti, fez orientação ao pessoal para fazer a limpeza, a organização, por três vezes, e eles não fizeram. Quando chega nesse ponto eles classificam como pontos críticos, e aí essa relação vem para gente e junto com o pessoal da vigilância sanitária agendamos fiscalizações nos locais, por exemplo, Zona Norte, aí a gente vai lá e faz. A gente só pode fazer umas cinco, em média, vamos ao endereço, fazemos fotos de todo mundo e intimamos para uma data específica. E todos vêm aqui numa data específica, se reunirem aqui com a gente no auditório e a gente mostra as fotos para eles, os pontos que a gente acha que deveria melhorar. Fazemos um termo de comparecimento de audiência com todos, com prazos. E aí eles precisariam nesses prazos cumprir o que a gente determinou na ocasião. Então se resume nisso, porque o correto seria primeiro auto de infração por ausência de licença e depois interdição se não cumprir. Estaria gerando um outro problema (Fiscal ambiental, 2017)

O entrevistado, fiscal ambiental, comentou sobre as relações institucionais entre as diferentes secretarias e órgãos municipais como sendo um entrave, assim como da relação com os proprietários de estabelecimentos a serem notificados:

O público que trabalha nessa linha é um público bastante carente, às vezes não tem estudo entre outras coisas e por causa disso mesmo reconhecendo que é uma atividade que eles desenvolvem é unicamente de subsistência, a gente flexibiliza o procedimento, mas a gente faz o que tem que ser feito pelo menos com os prazos, que a gente observa se estão sendo cumpridos ou não, mas a gente tem uma equipe muito pequena. É muito complicado envolver várias secretarias, né? Porque às vezes não batem os horários, enfim. Você receber um público desse aqui num auditório, fazer esse termo de comparecimento de audiência com cada um deles é muito custoso. Estamos tentando reformular essa nossa metodologia, aprendendo com os erros para no futuro abranger mais e que surta mais resultados, porque é só um piloto que a gente iniciou, mas que precisa de pessoal e de recursos também, que a gente tem muito pouco (Fiscal ambiental, 2017).

Cabe destacar que o fiscal, acima citado, demonstrou conhecimento acerca das recomendações da PNRS no que diz respeito às reponsabilidades compartilhadas na gestão de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos, porém, enfatizou que as ações demandadas pela Secretaria não estão alinhadas com essa questão:

Essa questão do resíduo eletrônico não é o nosso foco. Mas, como a URBANA está envolvida também, a URBANA também capta esse material. Se por ventura for identificado ela realiza o recolhimento. A URBANA é quem faz junto com o pessoal da educação ambiental daqui, instala pontos de coleta em alguns lugares para que as pessoas por livre e espontânea vontade possam fazer esse depósito e eles darem o destino. E o correto de resíduos eletroeletrônico é a logística reversa, então teria que se devolver a pessoa que comprou para que eles façam o reuso ou desmontem. Eu não tenho clareza em relação a essa vertente. Por conta de ter uma equipe pequena, a gente não teve como fazer ainda o levantamento estatístico, sobre tudo que a gente já fez, esses pontos que a gente vem observando, precisa que a gente sente e ponha tudo no computador e gere os pdfs para que a gente possa apresentar, mas também não é uma coisa muito grande, como a gente começou a fazer em março ou abril do ano passado. E de lá para cá a gente vinha fazendo, uma visita por semana e é complicado, mas de qualquer forma a gente tentou, fez o que estava ao nosso alcance (Fiscal ambiental, 2017).

As ações são mencionadas pelo fiscal envolvem diretamente o setor de fiscalização, e de maneira ampla. Percebe-se, a partir das entrevistas com os representantes da SEMURB, que as ações eminentes estão relacionadas ao uso do solo, ao espaço urbano e à ordem urbana. As questões intrínsecas à gestão de resíduos de EEE ainda são desconhecidas pelos entrevistados.

Sim, só para deixar claro, existe uma lei municipal que diz que, vou ler aqui, ‘estabelece critérios para instalação de sucatas’, é a Lei 4.471 de 1993, ‘A instalação de sucatas nos bairros desta capital obedeceu aos seguintes critérios: deverá guardar distância mínima de 1000 metros das áreas residenciais e não poderá ser instalada em avenidas de grande movimentação’, se a gente fosse levar a cabo isso aqui, todas elas sairiam, não teria condições de ter sucatas em Natal. Então, o que acontece, em 2014, movido também por uma ação pontual, a gente instigou o pessoal da assessoria jurídica questionando se com o advento do plano diretor se essa lei ainda valeria. E aí o jurídico respondeu nos seguintes termos: ‘no sentido de tal opinião que nós sustentamos é que a fiscalização adote postura inicialmente acauteladora realizando levantamento dos empreendimentos e concomitantemente em conjunto com a Secretaria de fiscalização e licenciamento estabeleça critérios e pressupostos a serem observados no licenciamento para posterior convocação dos responsáveis objetivando a regularização do funcionamento das sucatas. Enfim, ele diz que de fato, com o advento do plano diretor, houve a revogação da regra contida nesses artigos da Lei. Com base nesse parecer é que a gente mantém a esperança que de fato esses estabelecimentos possam se licenciar (Fiscal ambiental, 2017).

Durante a entrevista, tendo sido exposto pelo fiscal o mapeamento de sucatas na cidade de Natal, ele argumentou que as leis municipais não permitem a proximidade com áreas habitadas, mas que, diante da quantidade de sucatas, não seria possível o devido licenciamento ou retirada delas das proximidades das residências, o que levou à opção por traçar estratégias de monitoramento e de controle daqueles locais. O fragmento a seguir demonstra quais os procedimentos são realizados quando da identificação de sucatas que atuam de maneira irregular, isto é, não licenciada:

O fluxograma aqui no documento tem o auto de infração e termo de comparecimento de audiência, daqui para frente tem um procedimento próprio, administrativo e jurídico. Porque a partir do momento que isso gera um termo, tem prazos a serem cumpridos, então a gente tem que agendar a fiscalização, que seria uma ordem de finalização para eles irem a campo, fazer um relatório e aí se houver o descumprimento, de

acordo com o fiscal cabe a autuação por ausência de licença, por descumprimento de atos emanados pela autoridade ambiental, ou mesmo uma notificação para providências, ou seja, tem uma série de coisas que podem acontecer nesse período aí (Fiscal ambiental, 2017).

Na perspectiva do uso de terrenos baldios para dispensar resíduos de equipamentos eletroeletrônicos, o fiscal informou que o controle dessas áreas é feito a partir de informações em outros sistemas de cadastros de pessoas, especificamente do sistema da Secretaria de Tributação do município:

Terrenos baldios, o que a gente tem é acesso ao DIRECTA, que é o sistema da tributação, e também temos acesso ao parcelamento, tem as fotos do parcelamento com a inscrição de cada residência que o pessoal da tributação faz junto com pessoal do setor de georeferenciamento. Então, a gente identifica o terreno e já busca o proprietário, de posse dos dados a gente lavra um auto de infração com prazo para que ele resolva o problema, não sei os prazos que eles estão dando lá. Gente tem só que o pessoal também é pouco, nessa sua pesquisa acho interessante você colocar a necessidade de se aparelhar os órgãos públicos que não é por falta de esforço dos funcionários que já existem (Fiscal ambiental, 2017).

A partir da lista de documentos necessários ao cadastramento das sucatas na SEMURB – ver anexos A e B deste trabalho –, ficou evidenciado como se estruturam a regulamentação e fiscalização de ações que podem ser direcionadas à gestão de resíduos de equipamentos eletroeletrônicos organizadas pela Secretaria. Uma linha de ação trata do mapeamento das sucatas existentes no município, o que possibilitaria a articulação de ações melhor direcionadas à gestão de REEE.

As demandas pelo mapeamento de sucatas são organizadas pela Secretaria Municipal de Saúde e operacionalizadas pelo centro de controle do Zoonoses, com respaldo do Programa Municipal de Controle da Dengue. Como informa o relatório16 – nos anexos C e D deste trabalho –, existiam em abril de 2016 duzentos e quarenta e seis (246) pontos “de proliferação de mosquitos”. O relatório afirma ainda que a coleta de amostras em determinados pontos detectou espécies de mosquitos “Aedes

16 Relatório das Ações de Vigilância e Controle das Arboviroses nos Pontos de Alta Proliferação de

aegypti, A. albopictus e Culex quinquefasciatus”, todos transmissores de vírus, apontando assim alto risco de propagação. Os documentos acima citados foram disponibilizados pelo setor de fiscalização ambiental da SEMURB.

O desconhecimento das questões intrínsecas à gestão de resíduos de EEE, por parte da gestão, motivou a investigação das empresas que gerenciam resíduos de EEE e mostrou outro aspecto sobre a problemática, o da visibilidade dos resíduos no ambiente urbano.

Percebeu-se que o fator desencadeador das questões mencionadas foram os surtos de dengue no município. A partir do monitoramento de áreas da cidade é que foram estruturadas ações conjuntas entre URBANA, SEMURB, Secretaria de Saúde e Centro de Zoonoses.

A próxima seção apresenta, como categoria de análise, o gerenciamento de

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