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4 AS EMPRESAS CONCEDENTES DE ESTÁGIO ENQUANTO ESPAÇO

4.5 O estágio como elemento articulador entre o conhecimento e o

novos equipamentos e sistemas.

Em relação à formação das competências, destacaram que

O estágio proporciona uma capacitação profissional, uma vez que para o futuro pedagogo as atividades aqui desenvolvidas enriquecem a formação. Também, serve para “quebrar as barreiras”, pois muitos pensam que o pedagogo só desenvolve suas atividades em salas de aula, sendo um diferencial a experiência numa empresa pública federal. (Relato 39, 2010). O estágio irá contribuir bastante na minha inserção no mercado de trabalho, por ser um ramo de trabalho novo, por isso há um destaque maior neste ramo, onde terei uma visão mais ampla sobre a saúde indígena. (Relato 40, 2010).

Pelas análises das entrevistas, pode-se perceber que os estagiários buscam, principalmente, agregar à sua formação habilidades cognitivas e comportamentais, tais como; a responsabilidade, a atenção, a participação, a motivação, a estabilidade emocional, o dinamismo e a organização no trabalho; além de conhecimentos técnicos ligados aos cursos, como aspectos fundamentais proporcionados aos estudantes no programa de estágio.

4.5 O estágio como elemento articulador entre o conhecimento e o mundo do trabalho

Como já foi assinalado anteriormente, nesse estudo, procura-se identificar de que forma o estágio corrobora para a inserção dos estudantes no mercado de trabalho. É fato que a falta de experiência dos candidatos se constitui em um obstáculo para a população mais jovem.

Na perspectiva de identificar o papel do estágio para inserção no mundo do trabalho, realizaram-se entrevistas semi-estruturadas com egressos do programa de estágio do biênio 2005/2006, considerando que o período máximo para a realização do estágio é de 24 meses. As entrevistas foram gravadas e transcritas, cujos pontos importantes foram sublinhados a seguir.

cursos: Pedagogia, Engenharia Civil, Direito, Farmácia-Bioquímica e Serviço Social. Os egressos responderam se já estão inseridos no mercado de trabalho e de que maneira o fato de participar de um estágio não-obrigatório ajudou-os nessa inserção. O profissional da área de Engenharia Civil, que estagiou na Divisão de Engenharia de Saúde Pública, expressou-se da seguinte maneira:

Sim, me ajudou muito. Na Divisão de Engenharia da Funasa pude conhecer melhor a profissão, me apropriar (conhecer) os processos de melhorias sanitárias e implantação de saneamento básico desenvolvido pela Instituição. Pude visitar obras em andamento e ver na prática, a teoria que aprendi no curso. Hoje, estou numa Empresa de Engenharia Civil, que atua no mercado maranhense, na condição de Engenheiro. (Egresso 1 - Curso de Engenharia Civil, 2010).

Outros depoimentos que também apresentam sinais de convergência do estágio não-obrigatório ao mundo do trabalho são os descritos abaixo:

O estágio possibilitou adquirir conhecimentos em um campo de atuação do meu curso de graduação, através de treinamentos, o que acrescentou ao meu currículo, sendo um diferencial quando entrei no mercado de trabalho. (Egresso 2 - Curso de Farmácia-Bioquímica, 2010).

O estágio ajudou bastante pelos conhecimentos adquiridos e o contato com os profissionais. Hoje exerço a função de Engenheiro Civil em uma empresa privada, que supervisiona o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Considero que foi muito importante para o acesso ao mercado de trabalho ter participado do estágio na Funasa. (Egresso 3 - Curso de Engenharia Civil).

Pode-se perceber então, na fala desses profissionais que já fizeram parte de estágio não-obrigatório, que esse tipo de atividade quando bem orientada pode trazer benefícios, tanto para a empresa concedente, que conta com os conhecimentos técnico-científicos adquiridos nas Instituições de ensino, como em contrapartida, proporcionar ao educando um espaço para vivenciar situações reais do mundo do trabalho.

Para Bianchi, Alvarenga e Bianchi (2003) quando o estágio previsto para o estudante é bem direcionado, acompanhado e executado de acordo com a Lei, representa papel decisivo na formação profissional. Do ponto de vista de pesquisadora e de profissional que acompanhou os estudantes citados nas entrevistas em seus percursos de formação profissional, sente-se um grande contentamento em vê-los obter êxito na vida profissional, num país onde poucos jovens têm a mesma oportunidade.

Apresenta-se ainda, um depoimento de um egresso do Curso de Pedagogia, que fez seu estágio no Setor de Capacitação de Recursos Humanos da

Funasa. Ressalta-se que enquanto Fiscal do Programa de Estágio e também no papel de Supervisora, acompanhou-se todo o processo, desde a seleção, bem como nos dois anos que a mesma permaneceu na condição de estagiária.

Perguntado, de que maneira o estágio colaborou para sua inserção no mercado de trabalho? Obteve-se a seguinte resposta:

O estágio foi essencial para meu desenvolvimento profissional, pois me ajudou no sentido de trabalhar com o público, desenvolvimento de projetos e acompanhar capacitações em todo o seu processo. Hoje, atuo na minha área de formação, sou supervisora de programas do MEC, trabalho na elaboração de projetos do MEC e acompanho ações pedagógicas no interior do Estado, tais como: capacitações, planejamento com os docentes da rede municipal de ensino e orientação na execução de projetos que são liberados pelo MEC. (Egresso 4 - Curso de Pedagogia).

Os dados deste estudo demonstram que dentre os 10 (dez) egressos entrevistados, 8 (oito) já estão inseridos no mundo do trabalho e consideram que de alguma forma, o estágio não-obrigatório realizado na Funasa foi importante aliado na capacitação para a realidade profissional. Pela análise das entrevistas, verificou- se que 1 (um) ainda não conseguiu emprego e mais um encontra-se participando de outro estágio, também no serviço público federal. Na visão daquele, o estágio não- obrigatório foi complemento indispensável para a formação, o que foi ratificado em seu depoimento:

O estágio foi determinante para que eu pudesse decidir a área profissional que eu gostaria de atuar, que é a Saúde Ocupacional. É um processo que contribuiu bastante para a minha formação, pois pude colocar em prática o que aprendi na Universidade. Durante o estágio, pude ter uma noção de como funciona a Instituição, qual é a atribuição do Assistente Social no que diz respeito à área de saúde. Também posso afirmar que foi uma experiência única, pois a contribuição de todos os profissionais do setor foi bastante significativa. Ainda não estou atuando no mercado de trabalho, mas sei que quando surgir a oportunidade estarei preparada para assumir o papel do profissional na instituição, pois o estágio funciona como um treinamento para que o estudante aprenda as atribuições que são específicas de cada profissão. (Egresso 5 - Curso de Serviço Social). Baseando-se nos depoimentos dos egressos, pode-se concluir que existe uma real tendência de que o estágio não-obrigatório forneça condições objetivas ao estudante, para que este, ao ingressar no mundo do trabalho na carreira escolhida, o faça com melhor capacitação. Assim, entende-se que essa modalidade de estágio constitui-se importante elo na transição do sistema educacional e a entrada no ambiente profissional.

4.6 As Instituições de Ensino nos programas de estágio e sua função