O local do estudo e o desenvolvimento da pesquisa

De acordo com a relação das UEB’s de ensino fundamental obtida na SEMED, as escolas do município de São Luís encontram-se organizadas e divididas em oito Núcleos: Centro, Anil, Coroadinho, Turu/Bequimão, Cidade Operária, Itaqui/Bacanga, Rural e Independente. O Núcleo Itaqui/Bacanga foi escolhido como local para a realização da pesquisa, por se tratar da região onde se localiza a Universidade Federal do Maranhão, instituição na qual

participo do Programa de Pós-graduação em Ensino de Ciências e Matemática. Além de ser o local onde se situa a universidade, a região foi escolhida, por se tratar de uma região periférica e carente, na qual a universidade desenvolve projetos de pesquisa e extensão. O Núcleo Itaqui/Bacanga conta com um total de dezessete (17) escolas, das quais os anos finais são trabalhados em doze (12) delas. Como se pode observar no Quadro 1, foram visitadas dez (10) dentre as doze (12) escolas do Núcleo Itaqui/Bacanga que trabalham com os anos finais do ensino fundamental. Duas (2) escolas não foram visitadas pois, as entrevistas realizadas nas demais, atingiram uma densidade de dados consideradas satisfatórias para a análise.

A carta de autorização para o desenvolvimento da pesquisa foi apresentada a todos os gestores e gestoras das escolas visitadas e nenhum/a deles/as recusou a participação nesta pesquisa e nem negou acesso aos professores e professoras de Ciências das respectivas UEB’s. Aos professores e às professoras os/as quais foram convidados para a participação e realização da entrevista, no momento do primeiro contato não foi apresentado o tema da pesquisa. Somente foi apresentado no momento da entrevista, durante a leitura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE A), que foi assinado por todos/as que compareceram na data agendada e assim concordaram em participar da pesquisa. Portanto, o caso de alguns docentes descritos na “Observação” do Quadro 1 – o/a professor/a que se recusou a participar por indisponibilidade de tempo, os/as professores/as que agendaram, mas desmarcaram a entrevista por motivos pessoais, e o/a professor/a que agendou, mas não confirmou e parou de responder as tentativas de comunicação – não estavam cientes da temática da pesquisa. Os nomes das escolas visitadas foram substituídos por letras, a fim de preservar a identidade dos/as professores/as entrevistados/as. Das dez (10) escolas visitadas, não foram realizadas entrevistas com professores e professoras de Ciências de três (3) delas, por motivos variados, como se pode observar no Quadro 1. As entrevistas foram realizadas com professores e professoras de Ciências de sete (7) UEBs, o que representa participação de aproximadamente 58% das escolas de ensino fundamental anos finais do Núcleo Itaqui/Bacanga.

Para a realização das entrevistas foi elaborado um roteiro semiestruturado (APÊNDICE B), que envolve perguntas relacionadas às concepções de professores/as de Ciências sobre a homossexualidade, a homofobia e sobre a abordagem da temática nas aulas de Ciências. Participou das entrevistas um total de dez (10) professores/as, o que representa aproximadamente 45% do número total conhecido de professores de Ciências em exercício. O número de vinte e dois (22) professores/as foi conhecido por meio de levantamento realizado durante a visita às escolas, uma vez que a solicitação à SEMED de dados mais precisos sobre o número de professores de Ciências de 6º ao 9º ano do Núcleo Itaqui/Bacanga não foi atendida.

Quadro 1 – Escolas de ensino fundamental anos finais, Itaqui/Bacanga; Nº de professores/as de Ciências de 6º a 9º ano; Número de professores/as entrevistados/as.

UEBs Nº de professores/as / Nº de entrevistados/as Observações UEBs que tiveram professores/as entrevistados/as A

2 / 1 Nas visitas um/a dos/as professores/as não foi

encontrado/a

B

4 / 3 O convite e agendamento da entrevista foi feito a todos/as os/as professores/as. Porém

um/a deles/as, por motivos pessoais, não pode

comparecer e em comunicado disse não poder

reagendar a entrevista.

C 1 / 1

D 3 / 0

Última escola a ser visitada. Na data, não foi encontrado

nenhum/a dos/as professores/as.

E 1 / 1

F 3 / 2

Convite feito a todos/as os/as professores/as, mas um

não se mostrou interessado em participar da pesquisa.

G 3 / 2

O convite e agendamento da entrevista foi feito a todos/as

os/as professores/as da escola. Porém um/a deles/as

por motivos pessoais não pode comparecer.

Escolas que foram visitadas, mas que

não tiveram professores/as entrevistados/as

H 2 / 0

Nas visitas à escola foi encontrada apenas um/a dos/as professores/as que se

prontificou em participar, porém nos contatos posteriores adiou a data da

entrevista e. a partir daí, parou de responder às

tentativas de contato.

I 2 / 0

Na visita à escola, os/as professores/as não foram

encontrados/as.

J 1 / 0

O convite foi feito, porém o/a professor/a alegou não ter disponibilidade de tempo

para participar da pesquisa.

Total conhecido de professores/as de

Ciências / Total de entrevistados/as 22 / 10

As entrevistas foram gravadas pelo aplicativo “Gravador de voz” para smartphones com sistema operacional Android e, posteriormente, transcritas e salvas em documento do programa Word, versão 2013, formato “.docx”. Para a identificação das falas dos professores e professoras neste texto, como forma de preservar suas identidades, foram utilizados nomes fictícios. Para os professores os nomes foram escolhidos aleatoriamente, tendo a letra “L” como inicial, sendo eles: Lauro, Lázaro, Leandro, Lucas e Luís. Para as professoras o procedimento foi semelhante, sendo a letra “G” escolhida como inicial, sendo elas: Gabriela, Giovana, Gisele, Gláucia e Glória. Os pronomes “Prof.” e “Profa.” precedem os nomes fictícios dos professores e das professoras, respectivamente. Por exemplo: “Prof. Lauro” e “Profa. Gabriela”. Os trechos das entrevistas que se encontram citados neste texto, na intenção de diferenciá-los das citações diretas longas, estão recuados em 5cm, fonte Times New Roman, tamanho 11, em itálico e com espaço entre linhas simples, e com a identificação fictícias dos/as professores/as na sequência das falas e entre parênteses.

Todos os professores e professoras responderam às perguntas com tranquilidade, e nenhum/a se negou a responder quaisquer dos questionamentos realizados. Quando questionados/as sobre suas falas, se gostariam que alguma fosse desconsiderada, nenhum/a solicitou a exclusão de trechos das entrevistas. Dentre as dez entrevistas realizadas, uma delas foi perdida. Ao encerrar a gravação, o arquivo de áudio foi criado pelo aplicativo, porém nenhum segundo da entrevista ficou registrado. Diante dessa situação, a opção foi retornar à escola para explicar o ocorrido ao professor que havia concedido a entrevista perdida. Quando questionado se poderia fazê-lo novamente, atendeu prontamente ao pedido e uma nova entrevista foi gravada na mesma data.