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O modelo de investigação, construtos e dimensões, dinâmicas e relações

Parte II – Empreendedores “estilo de vida” em turismo no espaço rural:

5.2 O modelo de investigação, construtos e dimensões, dinâmicas e relações

O modelo de investigação considerado nesta tese (figura 5.2.1) ilustra a lógica do raciocínio que sustenta todo o estudo empírico. A revisão da literatura permitiu situar este trabalho face a quadros concetuais reconhecidos e beneficiar dos seus múltiplos contributos teóricos para a construção do modelo. A compreensão da atuação dos empreendedores de pequenos negócios de alojamento turístico em meio rural afigura-se escassa e fragmentada, sendo o fenómeno do designado empreendedorismo “estilo de vida” no âmbito do turismo em meio rural ainda menos compreendido, pelo que se entendeu relevante direcionar o estudo nesse sentido.

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Detalhes sobre os construtos considerados mais relevantes com base no quadro teórico existente nesta área de investigação, bem como as principais dimensões associadas a cada um deles e a forma como se sugere serem relacionados são explicados na sequência da ilustração do modelo. São também apresentadas as referências teóricas principais consideradas na revisão da literatura, para cada um dos construtos que serviram de base à elaboração do modelo e também à construção dos instrumentos de recolha de dados, utilizados no estudo empírico.

A intenção é mostrar a dinâmica existente entre o perfil, as motivações e as práticas de gestão dos empreendedores, bem como, o entendimento que fazem do sucesso (eventualmente) alcançado e de que forma esse sucesso condiciona os restantes construtos, ao longo do percurso do negócio, concretamente as motivações e práticas de gestão adotadas pelos empreendedores.

Assim, o modelo pretende representar os diferentes construtos que se consideram num sistema de relações e dinâmicas que se tentarão verificar empiricamente Espera-se que as limitações decorrentes da complexidade do fenómeno e da multiplicidade de variáveis que o condicionam não impeça de dar um contributo, mesmo que modesto, para o enriquecimento do conhecimento do empreendedorismo dos pequenos negócios de alojamento turístico em meio rural.

- 131 - Figura 5.2.1 – Modelo de investigação

EMPREENDEDOR NEGÓCIO

SUCESSO

PERFIL MOTIVAÇÕES PRÁTICAS DE

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Os argumentos que têm vindo a ser expostos mostram que o processo empreendedor não pode ser entendido a partir de apenas uma ou outra dimensão (Beaver, 2002; Glancey et al., 1998; Morrison, 2006), nem o empreendedor, em contextos de micro e pequenos negócios, pode ser isolado do seu empreendimento (Hill, 2001; Kuratko et al., 1997). Este é um aspeto particularmente relevante neste estudo, uma vez que constitui o pressuposto de base. Procura-se compreender o “Homem” acreditando que, dessa forma, se poderá também entender melhor o negócio, uma vez que os valores, preferências, experiência e conhecimento do empreendedor explicam o investimento no negócio, contagiam-no e dão origem aos valores e cultura da própria empresa (McCartan-Quinn e Carson, 2003). Tomando como válida esta ideia, não parece estranho que, perfil, motivações e comportamentos do empreendedor tenham um impacto significativo no sucesso (ou insucesso) do negócio.

O proprietário, coproprietário e gestor de um empreendimento de turismo rural na região do Alto Alentejo, aqui designado de “empreendedor”, é a unidade a partir da qual todas as dimensões do estudo serão analisadas, sendo tomada como válida a sua perceção sobre cada uma delas. Tal não significa, naturalmente, que esta seja a única fonte de informação considerada, uma vez que o requisito da triangulação no estudo de caso (Patton, 2002; Stake, 2007; Yin, 2010) impõe considerar múltiplas visões sobre o fenómeno.

O modelo que orienta esta investigação coloca em evidência o perfil, as motivações e os comportamentos dos empreendedores na criação e gestão dos seus negócios, pressupondo que todas as dimensões influenciam o sucesso do empreendedor e do empreendimento. Naturalmente que o perfil sociodemográfico do empreendedor, mas também a sua personalidade, crenças, valores e gostos pessoais influenciam a sua motivação empreendedora e a forma como gere o negócio entretanto criado. De forma semelhante as motivações e práticas adotadas na gestão vão determinar, em grande medida, os resultados alcançados. A complexidade das relações e a dinâmica que se gera não é unilateral, uma vez que o sucesso alcançado (ou não) e sobretudo a perceção dele por parte do empreendedor tende a influenciar as práticas de gestão adotadas, as motivações e mesmo parte do seu perfil (Bosworth e Farrell, 2011; Carsrud e Brännback, 2001; Elfving, 2008; Glancey et al., 1998). A consciência de que muitas outras variáveis (nomeadamente externas, relacionadas com os diversos contextos em que empreendedor e o empreendimento se enquadram) são de grande importância para um bom desempenho e sucesso dos negócios, não é, só por si, dissuasora do objetivo de estudar esta relação dinâmica e muito complexa.

O perfil é a primeira dimensão a ser explorada, dado que parece indiscutível que variáveis como idade, género, formação e experiência, assim como a estrutura familiar influenciam as motivações e opções tomadas pelos empreendedores (Getz e Carlsen, 2005; Paniagua, 2002; Reijonen e Komppula, 2007). Na realidade, esta dimensão da família é particularmente relevante no contexto do turismo em espaço rural, em particular nos negócios de alojamento. Muitos dos empreendimentos constituem empresas familiares, onde a gestão é partilhada pelo casal, e em alguns casos pelos filhos, sendo que a casa é, nalguns casos, a habitação permanente da família (Getz e Carlsen, 2005; Kastenholz e Sparrer, 2009; Lashley e

- 133 - Rowson, 2010; Lynch et al., 2009). Ainda considerando as motivações ditas de “estilo de vida”, quer na escolha do tipo de negócio, quer na sua localização, razões de ordem familiar, de que é exemplo “mais tempo para a família” estão normalmente presentes (Getz e Carlsen, 2005; Hall e Rusher, 2004).

As crenças e os valores condicionam, também, os modos de vida, a atividade exercida e a forma como é exercida pelos empreendedores (Ateljevic e Doorne, 2000; Ateljevic, 2007, Cederholm e Hultman, 2010; Keen, 2004; Lewis, 2005). O paradigma dentro do qual são criados e geridos os negócios de pequena dimensão, neste contexto do turismo e atividades adjacentes, não pode ser dissociado das características do seu ator principal (Carlsen et al., 2008), pelo que nos parece indispensável investigar esta dimensão.

A tabela 5.2.1 resume as variáveis relacionadas com o perfil do empreendedor, sugeridas pela literatura, a partir das quais se partiu para o estudo empírico.

Tabela 5.2.1 – Perfil do empreendedor

Autores Dimensão Variáveis identificadas, a considerar

Altinay et al., 2012 Badulescu e Badulescu, 2014 Bosworth e Farrell, 2011 Glancey et al., 1998 Hall e Rusher, 2004 Kastenholz et al., 2014 Lewis, 2005, 2008 Marchant e Mottiar, 2011 Morrison e Teixeira, 2004a Mottiar e Laurincikova, 2009 Paniagua, 2002 Reijonen e Komppula, 2007 Shaw e Williams, 2004 Silva, 2009, 2006 Szivas, 2001 Perfil do empreendedor Idade Género

Estado civil, ciclo de vida/estrutura familiar Naturalidade

Locais onde viveu

Herança familiar (patrimonial, cultural, valores) Formação académica

Formação complementar Experiência profissional

Experiência em criação e gestão de negócios Formação e experiência no setor (turismo)

Hobbies

Hábitos como turista Opções de vida Crenças e valores

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No que concerne às motivações, são consideradas, neste estudo, as existentes no momento da criação do negócio e no momento atual. O ciclo de vida dos negócios, assim como os anos de atividade dos empreendimentos são diferentes entre os casos estudados. Naturalmente, para aqueles que estão em funcionamento há 15, 20 ou mais anos, é expectável que as motivações iniciais tenham mudado, passando por um processo de evolução, o qual não é alheio a um conjunto de fatores externos (ex. evolução do setor, da procura, da concorrência), mas também internos. Na realidade, o ciclo de vida dos empreendedores e as múltiplas

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condicionantes pessoais (ex. idade, situação profissional, filhos) exercem considerável influência na sua motivação relativamente ao negócio (Bosworth e Farrell, 2011; Carlsen e Getz, 2000; Glancey et al., 1998; Lynch, 2005). Acresce a estas influências, aquela que no âmbito desta tese se pretende particularmente estudar: a influência do desempenho e sucesso do negócio na motivação atual dos empreendedores.

Esta perspetiva evolutiva das motivações é assumida nesta tese, procurando-se perceber as variações que o tempo provocou neste domínio. A motivação empreendedora não é relevante apenas no momento de criação da empresa, mas também ao longo de toda a sua vida, podendo inclusivamente, ajudar a determinar a sua continuidade (Carsrud e Brännback, 2011; Elfving, 2008; Glancey et al., 1998). O sentimento de “eu sou capaz” ou “eu consegui”, pode encorajar e ajudar a prosseguir, reformulando muitas vezes os objetivos inicialmente traçados para o negócio (Carsrud e Brännback, 2001; Greenbank, 2001; Marchant e Mottiar, 2011).

É relevante também salientar, em linha com o que vem sendo sugerido por diversos autores (ex. Komppula, 2004; Lynch, 2005; Marchant e Mottiar, 2011; Middleton e Clarke, 2001; Mottiar e Laurincikova, 2009), que a motivação é entendida estudo de forma multidimensional, ultrapassando largamente a dicotomia “económica – não económica”. A tabela 5.2.2 é inequívoca quanto a este aspeto essencial neste estudo, o qual, relembre-se, pretende estudar com profundidade os empreendedores e os seus motivos, bem como as consequências deste perfil motivacional.

A tabela 5.2.2, apresentada na página seguinte, ilustra as dimensões e categorias que se tomaram como base para o estudo empírico. Derivam da revisão da literatura sobre as motivações e foram agregadas em dimensões igualmente propostas por diversos autores (também identificados na mesma tabela) que estudaram este construto.

- 135 - Tabela 5.2.2 – Dimensões e categorias de motivações identificadas na revisão da literatura

Autores Construto Dimensões e categorias identificadas, a considerar

Altinay et al., 2012 Ateljevic e Doorne, 2000 Bosworth e Farrell, 2011 Carlsen e Getz, 2000 Carlsen et al., 2008 Carsrud e Brännback, 2011 Cooper e Artz, 1995 Getz e Carlsen, 2005 Glancey et al., 1998 Hall e Rusher, 2004 Herslund, 2011 Kirkwood, 2009 Komppula, 2004, 2007 Kuratko et al., 1997 Lashley e Rowson, 2010 Lerner e Haber, 2000 Lynch, 2005 Marchant e Mottiar, 2014 McGehee e Kim, 2004 Middleton e Clarke, 2001 Morrison, 2006

Morrison e Teixeira, 2004a Mottiar e Laurincikova, 2009 Pato, 2012 Peters et al., 2009 Reijonen e Komppula, 2007 Sharpley, 2001 Shaw e Williams, 2004 Schuckert et al., 2008 Silva, 2009, 2006 Villa, 2000 Motivações Económicas - Sobrevivência - Complemento de rendimento - Rentabilizar atividade atual - “Ganhar a vida”

- Conseguir um rendimento satisfatório - Rentabilizar património herdado - Rentabilizar o negócio

- Maximizar o lucro Qualidade de vida

- Controlar a vida profissional - Tempo para a família

- Conciliação do trabalho com o tempo dedicado à família

- Tempo para atividades extratrabalho Estilo de vida

- Manter hobbies

- Realizar um trabalho interessante

- Realizar um trabalho de forma competente - Autonomia e liberdade profissional - Contactos com visitantes

- Curiosidade por outras culturas - Independência

Crenças e valores - Sustentabilidade

- Preservação do património natural e edificado - Lógica de hospitalidade em detrimento da lógica

de mercado

- Prestar um serviço de qualidade, inovador, diferenciado

- Transformar o negócio numa referência no setor e na região

Ambientais e locais

- Poder viver na região

- Mudar-se ou manter-se em ambiente rural - Regresso às origens

- Contribuir para o desenvolvimento local Macro fatores (económicos, políticos e legais)

- Poucas barreiras à entrada

- Sistemas de incentivos e políticas de apoio - Facilidade do processo de criação e legalização

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A gestão dos pequenos negócios de turismo é o construto porventura menos estudado e que tem suscitado um maior questionamento por parte de alguns autores (Ateljevic, 2007; Thomas et al., 2011). As sugestões de investigação são variadas e optou-se, para esta tese, por uma visão essencialmente funcional das práticas de gestão, aplicando o estudo ao alojamento turístico em espaço rural, em particular no domínio dos negócios designados como “estilo de vida”. Os empreendedores que criam estes negócios têm sido estudados sobretudo no que concerne às suas motivações, mas as práticas de gestão que adotam e os comportamentos que os caracterizam não estão suficientemente explicados e claros (Claire, 2012; Lewis, 2008; Marchant e Mottiar, 2011; Morrison et al., 2001; Peters et al., 2009).

Várias dimensões foram identificadas como importantes, tendo por base a revisão da literatura efetuada. Foram consideradas para este estudo e, para cada uma delas, um conjunto de categorias, ilustradas na tabela 5.2.3. As práticas de gestão foram analisadas essencialmente com base nas informações fornecidas pelo próprio empreendedor (entrevista), mas também tendo em conta os dados recolhidos em outras fontes, nomeadamente via entrevista realizada aos turistas hospedados nos empreendimentos, via observação e informação recolhida no local e em outros sítios (ex. Internet). Desta forma, não se consideram apenas as perceções dos empreendedores sobre as suas práticas de gestão, mas também a visão de outros sujeitos sobre o mesmo fenómeno, bem como indicadores objetivamente registáveis no que à gestão das unidades de alojamento diz respeito.

A abordagem evolutiva é também aplicada a este construto. Solicita-se ao empreendedor que reflita sobre a forma como tem evoluído no tempo as suas práticas de gestão, designadamente, se considera que se registaram mudanças significativas e em que áreas. Alguns autores sugerem que a gestão das pequenas empresas de turismo tende a ficar mais “profissional” com o tempo, porque ocorre uma aprendizagem e porque, à medida que os resultados vão surgindo, o empreendedor ajusta a sua atuação (Carsrud e Brännback, 2011; Szivas, 2001).

Uma preocupação sempre presente no estudo das práticas de gestão foi a integração da informação obtida através de várias fontes, bem como a abertura e atenção a circunstâncias que ainda que não sejam verbalizadas pelo empreendedor, se conseguem observar ou deduzir em função de um conjunto de indicadores ou pela interpretação dos discursos. Por exemplo, alguns autores (ex. Greenbank, 2001) chamam a atenção para o facto de, frequentemente, os empreendedores de pequenos negócios não conseguirem expressar ou formular objetivos de longo prazo, o que não quer dizer que não os possuam.

Face às questões formuladas para este construto, assume-se que os empreendedores adotam uma gestão essencialmente “intuitiva”, mais centrada nas pessoas e nos relacionamentos do que em procedimentos formais (Greenbank, 2001). Considera-se também que os comportamentos tendem a tornar-se mais “profissionais” e mais orientados para o negócio e para os resultados esperados, com o passar do tempo (Marchant e Mottiar, 2011). Sugere-se que este tipo de comportamentos tende a contribuir mais para um bom desempenho do negócio. São também esperadas práticas de gestão mais “sustentáveis” nos empreendedores mais motivados

- 137 - por aspetos relacionados com o estilo de vida (Ateljevic e Doorne, 2000; Bosworth e Farrell, 2011; Claire, 2012).

Tabela 5.2.3 - Dimensões e categorias de práticas de gestão identificadas na revisão da literatura

Autores Construto Dimensões e categorias identificadas, a considerar

Akbaba, 2012 Ateljevic e Doorne, 2000 Ateljevic, 2007 Bosworth e Farrell, 2011 Breda e Pato, 2014 Dolli e Pinfold, 1997 Getz e Carlsen, 2005 Glancey et al., 1998 Greenbank, 2001 Hall e Rusher, 2004 Herslund, 2011 Ioannides e Petersen, 2003 Loureiro, 2007 Loureiro e González, 2007 Marchant e Mottiar, 2014 Morrison, 2006

Morrison e Teixeira, 2004a Page et al., 1999 Paniagua, 2002 Pato, 2012 Park et al., 2014 Peters e Buhalis, 2004 Phelan e Sharpley, 2011 Reichel et al., 2000 Reijonen e Komppula, 2007 Sadler-Smith et al., 2003 Silva, 2012 Slevin e Covin, 1995 Práticas de gestão

Planeamento estratégico: definição de missão e visão; objetivos de médio e longo prazo; identificação de

oportunidades; desenvolvimento de novos produtos; atitude face ao crescimento e ao risco; apoio ou aconselhamento externo; planos para o futuro (investimentos).

Gestão de clientes / marketing: posicionamento no mercado (o que o distingue dos outros); imagem (real e ideal); target e tipo de clientes atuais; estratégias de conquista e fidelização de clientes; decisões sobre a oferta de serviços; estratégias de preços; estratégias de promoção; utilização das TIC; redes de cooperação.

Gestão de compras / relação com fornecedores: estratégia de compras (locais ou não); externalização de atividades; redes de cooperação; aspetos relativos à logística; garantia e gestão da qualidade.

Gestão da força de trabalho: competências mais valorizadas; contratação, formação, remuneração; dificuldades na gestão dos recursos humanos.

Gestão económica e financeira: gestão económica e financeira partilhada ou não; financiamento, montante e fontes;

dificuldades na gestão económica e financeira; consultoria e aconselhamento externos.

Gestão operacional do dia-a-dia: organização das tarefas; equilíbrio entre o negócio e a vida pessoal; papel da família.

O sucesso é abordado, no âmbito deste estudo, com base nas perceções dos empreendedores sobre o sucesso dos seus negócios e sobre o seu sucesso pessoal. Complementarmente, são considerados alguns indicadores (financeiros e não financeiros), de que é exemplo a satisfação do cliente, que o recurso a outras fontes de dados permitiu recolher.

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O sucesso está relacionado com o desempenho, mas não se resume a este, constituindo-se como um conceito bastante mais subjetivo, uma vez que todos os empreendedores têm a sua própria visão do sucesso e do seu significado (Reijonen e Komppula, 2007). A importância das medidas não financeiras para a análise do sucesso nos negócios de turismo é reconhecida (Claire, 2012; Reijonen e Komppula, 2007). Desta forma, foi preocupação desta investigação incorporar uma considerável diversidade de medidas que possibilite uma análise detalhada e uma consequente compreensão mais profunda do fenómeno em estudo (tabela 5.2.4).

O pressuposto é de que o sucesso integra uma dimensão humana e social e é entendido para além da vertente económica e financeira do negócio. Espera-se encontrar evidências de que os empreendedores que consideram ter sucesso estão mais motivados e mais disponíveis para investir no desenvolvimento do negócio do que os restantes.

Tabela 5.2.4 - Dimensões e categorias de sucesso identificadas na revisão da literatura

Autores Construto Dimensões e categorias identificadas, a considerar

Akbaba, 2012 Ateljevic e Doorne, 2000 Bosworth e Farrell, 2011 Cederholm e Hultman, 2010 Claire, 2012 Glancey et al., 1998 Getz e Petersen, 2005 Gray, 2002 Hall e Rusher, 2004 Keen, 2004 Komppula, 2004 Kuratko et al., 1997 Lasley e Morrison, 2003 Lewis, 2005 Lynch e Tucker, 2004 Morrison e Teixeira, 2004b Reijonen e Komppula, 2007 Reijonen, 2008 Shaw e Williams, 2004 Vos e Roulston, 2008 Sucesso Financeiras: - Eficiência (ROI)

- Crescimento (vendas, número de empregados, quota de mercado, valor ou diversificação de mercado, taxa de ocupação)

- Lucro

- Enriquecimento

- Nível de rendimento satisfatório - Segurança financeira Não financeiras: - Tempo - Flexibilidade - Autonomia - Liberdade

- Trabalho com significado - Satisfação no trabalho

- Satisfação com o estilo de vida - Satisfação empreendedora

- Equilíbrio entre a família e o trabalho (vida pessoal e profissional)

- Qualidade do produto / serviço - Satisfação dos clientes

- Respeito dos clientes - Fidelização dos clientes

- Reconhecimento, prestígio e imagem do empreendimento

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