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Paulo II em outubro de 2000" Casa de frei Galvão, Guaratinguetá

CAPÍTULO 1 – FREI GALVÃO E A IMPRENSA NO BRASIL

1.2 A canonização de Antonio de Sant’Anna Galvão

1.2.1 O novo papa Bento XVI e sua visita ao Brasil

É necessário, então, analisar algumas reportagens do mesmo período que se debruçaram sobre a figura e a personalidade do sucessor de João Paulo II: Bento XVI. A revista eletrônica Catolicismo fez uma reportagem que reflete sobre posturas e posições assumidas pelo novo pontífice.

Antes da viagem de Bento XVI, eminentes purpurados deram a entender que ela seria marcada por abordagens apenas genéricas, pelo Sumo Pontífice, dos graves problemas que afligem o Brasil. Assim, o então presidente da CNBB e primaz do Brasil, Cardeal Geraldo Majella Agnelo, declarou à imprensa que S.S. Bento XVI não entraria em temas candentes como o aborto, a eutanásia e

“outros problemas setorizados”, limitando-se a expressões genéricas sobre a vida, que obviamente a Igreja não poderia omitir sem deixar de ser Ela mesma. O Cardeal Cláudio Hummes, prefeito da Congregação para o Clero e membro da comitiva pontifícia, ainda em Roma anunciou que o Pontífice não traria uma “agenda moralista” a São Paulo.

O Cardeal Bertone, Secretário de Estado, sugeriu uma agenda diversa da que acabou se realizando:

“Se um governo de esquerda se preocupa em favorecer os mais pobres, promover repartição mais igualitária da terra, [...] se faz tudo isso, pode receber o aplauso e colaboração da Igreja”. O presidente Lula previa que a visita intensificaria a colaboração da “ação social da Igreja

Católica” com os “movimentos sociais”, os “oprimidos” e os “excluídos”. Ao mesmo tempo reafirmava sua posição favorável ao aborto, enquanto presidente do País.

Porém, já no avião que o conduzia à Terra de Santa Cruz, o Pontífice confirmou o Código de Direito Canônico que pune com a excomunhão aqueles que participam de um aborto provocado. Os católicos brasileiros, cuja maioria é anti-abortista, foram consolidados em sua posição quando o ilustre visitante, ao descer no Aeroporto Internacional de Cumbica, reafirmou ante o presidente brasileiro as posições da Igreja contra o aborto e a eutanásia, e em defesa da família tradicional. O mito revolucionário dissemina a idéia de que a adoção de posições como essas só produz desinteresse ou antipatia. Foi bem o contrário o que se deu. A própria mídia, caixa de ressonância habitual dos contra-valores revolucionários, percebendo que o público aguardava com ansiedade essas verdades apresentou-as em grandes manchetes. E a opinião pública brasileira ouviu com satisfação afirmações rotuladas arbitrariamente como “retrógradas” e “moralistas”. E também quando tomou conhecimento da declaração de que o Brasil e a América Latina “conservam

valores radicalmente cristãos que jamais serão cancelados”.

Inúmeros católicos aplaudiram o elogio da castidade, da fidelidade conjugal e da virgindade; sintonizaram com a expressão “ferida do divórcio”; e associaram-se à condenação do aborto e da eutanásia (FERNANDÉZ, 2007).

A revista eletrônica faz uma defesa da Igreja Católica e de seu novo líder: defesa essa que para a revista demonstra uma preocupação com os pobres, que sai em defesa da vida e da família, que critica e condena o divórcio. Dessa forma, ela retira a pecha de moralista de Bento XVI para caracterizá-lo como protetor da fé e da moral cristã. Dessa forma, a revista Catolicismo se aproxima das linhas principais que regem a própria religião; não é apenas uma opção aleatória, mas reflete o fio condutor que é próprio do catolicismo.

O papa Bento XVI sempre foi conhecido por segmentos da Igreja Católica, bem como pela sociedade não católica, como conservador, reacionário até. Desde há muito, ainda como cardeal e como braço-direito do papa João Paulo II e nos vários cargos que ocupou no Vaticano, manteve uma postura conservadora com relação a determinados princípios da Igreja

de visão mais fechada e moralista. Um exemplo que pode ser claro para perceber isso é a crítica que ele faz do uso da camisinha. Na missa para a juventude, um dia antes da canonização, Bento XVI tocou nesse ponto; em contrapartida do uso, ele propõe a castidade dos fiéis, ou seja, propõe que a relação sexual é fruto de uma união, o casamento e, até então, é dever do católico manter-se casto.

Até mesmo para membros da Igreja Católica, sua indicação como sumo pontífice, em 2005, causou decepções. Sutilmente, nessa reportagem, essa ideia é discutida. No início, reafirma-se na fala de alguns líderes da Igreja que Bento XVI não polemizaria. No entanto, não só tocou pontos nevrálgicos, como foi bem noticiado um dilema, na época, do então ministro da saúde que, nas vésperas da chegada do papa, reacendia um debate acerca do aborto.

A reportagem da revista Catolicismo menciona alguns pontos de sustentação da fala do sumo sacerdote católico no Brasil: não liberação do aborto e da eutanásia, valorização da família e do casamento tradicional, manutenção da virgindade e da castidade entre jovens. Por que tais temas, tão conservadores e por muitos ultrapassados, ainda geram polêmica entre as pessoas?

Há que se pensar que, primeiramente, Bento XVI estava diante de uma plateia de fiéis católicos, a maior do mundo. Em segundo lugar, inúmeras vezes já noticiado, Bento XVI nunca escondeu que a Igreja deve privilegiar tais preceitos, mesmo que isso implique na diminuição do número de fiéis. E, em terceiro lugar, essas posições radicais, muitas vezes abominadas pelo público, são reflexo de uma formação própria, de um posicionamento religioso e político bastante claro.

O então papa, hoje, goza de maior notoriedade; porém, desde o pontificado de João Paulo II, Joseph Ratzinger era conservador, mantinha um alinhamento – bem como o pontífice da época – com uma proposta de manutenção da tradição, de alinhamento com uma postura mais conservadora, atrelada às prerrogativas do Concílio Vaticano II. Nesse sentido, a reportagem traz à tona que se está diante de um líder que quer e luta por manter uma Igreja bem direcionada, principalmente no que diz respeito à manutenção de valores ditos ultrapassados pela sociedade deste século. Considerando que essa revista tem um posicionamento católico, ela acata esses posicionamentos que refletem o pensamento do papa e de parcelas do catolicismo no mundo.

Outra revista, Época, em abril de 2007, fez um levantamento que, como ela propõe, busca tentar decifrar o novo papa.

Este papa não economiza palavras e diz claramente o que pensa, sem parecer preocupado com a reação do público. Ao defender com todas as letras o rigor da liturgia, o latim nas missas e o celibato clerical, ao condenar o uso de camisinha, o casamento gay e as pesquisas com células de embriões, ao afirmar que o segundo casamento é uma "praga" ou combater aquilo que julga serem as tendências irracionais do islã, Bento XVI desfaz as esperanças daqueles que esperavam ver um

papado politicamente correto, sintonizado com as expectativas de um "público-alvo" que tem deixado o catolicismo atraído pelo apelo de outras denominações cristãs. Para esses, o papa é um ultraconservador que levará a Igreja de volta à rigidez que a estagnou. Para outros, porém, ele é a mente mais alerta à perigosa situação que o mundo pós-iluminista enfrenta. Será o caminho apontado por Bento XVI o correto para devolver à Igreja Católica sua influência? Conseguirá ele resgatar - pelas luzes da razão - a importância da Igreja Católica?

Intelectual ambicioso e rigoroso, acusado por seus críticos de ser eurocêntrico e de confundir a Cristandade com o continente onde nasceu e sempre viveu, Bento XVI sai da Europa pela primeira vez desde que foi eleito papa. Vem para Aparecida, no Vale do Paraíba, por escolha própria. Foi ele que, ao receber uma delegação de cardeais latino-americanos ainda no ano em que foi eleito, decidiu que a V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e Caribenho teria de acontecer no maior santuário dedicado a Nossa Senhora no Brasil, maior país católico do mundo. Ele vem visitar o continente onde vive metade dos católicos do mundo. "Que esse continente continuasse sendo um dos mais pobres do mundo lançou à Igreja um desafio que não poderia ser ignorado", escreveu o papa em 1982, ano em que começou a dirigir a Congregação para a Doutrina da Fé, órgão do Vaticano responsável por manter a ortodoxia católica. Para a Igreja na América Latina, dizia então o papa, "o problema não era se tornar moderna, mas ultrapassar a modernidade" que havia condenado o continente a um capitalismo periférico e pobre ou à catastrófica alternativa marxista. (CAVALLARI, 2007).

A revista Época é discreta na crítica que desfere contra o novo papa ao apontar que, quando eleito pelo conclave, Bento XVI desfez esperanças de muitos no mundo todo que esperavam menos conservadorismo e mais abertura para o diálogo. E, na sequência, questiona se ele será capaz de mudanças ou mesmo de ser mais ortodoxo do que foi João Paulo II. Responde que, apesar de muitos o verem como rigoroso e ambicioso, eurocêntrico, saiu da Europa pela primeira vez durante seu papado para visitar um país latino-americano. Não à toa essa opção, provavelmente, como o próprio jornalista reconhece, pois o Brasil é o maior país católico do mundo, em proporção numérica.

O objetivo da reportagem é decifrar, desvendar os mistérios e contradições que giram em torno do novo chefe católico. Não chega a ser contundente nas acusações a Bento XVI, mas a matéria oferece elementos para refletir e conhecer que, para essa revista, Joseph Ratzinger é um homem enigmático, complexo, tendencioso e conservador.

Certamente, em todo o país a imprensa refletiu e discutiu sobre a figura do papa. E tudo isso porque depois de mais de vinte anos de um papado de boa popularidade como o de João Paulo II, a Igreja Católica se via agora nas mãos de um pastor que em nada se assemelhava à figura carismática e bem quista do antecessor. Muito se questionou e debateu em torno de uma origem alemã, de sua ortodoxia na fé, de seus posicionamentos rígidos e hegemônicos como, por exemplo, com relação à teologia da libertação. Dessa forma, essa reportagem traz uma reflexão, tendo um certo cuidado para desvendar quem era esse homem.

Em 13 de abril de 2005, a revista Veja, por exemplo, mencionando o nome de alguns candidatos a entrarem no conclave e dali sair papa, mencionava Joseph Ratzinger: “o grande ideólogo do pontificado de João Paulo II começou a frequentar recentemente a lista dos papáveis. As desvantagens de Ratzinger: ter muitos inimigos e saúde frágil” (OS NOMES...,

2005). Essa pequena menção ao então papável já salientava para o público leitor um homem de contradições, principalmente no que dizia respeito às inimizades que alimentava, como essa, com a teologia da libertação. Uma outra reportagem, também da Veja, marcou a mensagem do papa de outra perspectiva:

A mensagem que Bento XVI trouxe ao país foi serena, porém enfática. Ele não abrirá mão dos princípios morais, o cerne da doutrina católica, para atrair um imenso contingente de ovelhas desgarradas. Prefere um rebanho menor, mas seguidor dos mandamentos da Igreja. Quem apenas se declara católico não lhe interessa. Cite-se outra vez uma fala do então cardeal Joseph Ratzinger, que já expressava a visão do futuro papa: “A Igreja diminuirá de tamanho. Mas dessa provação sairá uma Igreja que terá extraído uma grande força do processo de simplificação que atravessou, da capacidade renovada de olhar para dentro de si. Porque os habitantes de um mundo rigorosamente planificado se sentirão indizivelmente sós. Descobrirão, então, a pequena comunidade de fiéis como algo completamente novo. Como uma esperança que lhes cabe, como uma resposta que sempre procuraram secretamente”. (SABINO, 2007).

A reportagem acima noticiava a vinda, bem como polemizava sua personalidade. Aqui, primeiro se reconhece a serenidade de sua mensagem, mas também sua clara posição: mantém-se o discurso que prevê a manutenção de uma Igreja cada vez menor, com menos fiéis, mas que se apoiará nesse núcleo rígido que sustenta posições moralistas e conservadoras. Como exemplar da grande imprensa no país, a Veja não critica o papa, mas não deixa de mostrar, como nessa citação, a visão dele a respeito de sua preferência por uma Igreja menor, mas muito mais fortalecida em princípios cristãos alinhados com aquilo que ele apregoa. E não que isso seja de todo negativo para quem lê, mas certamente essa informação, para alguns leitores, pôde servir de base para compreender Joseph Ratzinger como alguém elitista, fechado, tendencioso.

A revista Veja, ao menos dentre o material selecionado para a tese, desde o momento da beatificação de frei Galvão dedica algumas de suas principais matérias para refletir sobre a Igreja Católica. Em 1997, por exemplo, trazia na capa João Paulo II e um debate sobre os destinos da Igreja, além de discutir por que o Brasil não tinha santos e santas (VEJA, 1997). Mas, principalmente no momento da sucessão do trono de Pedro, em 2005, como no da canonização, em 2007, houve mais edições que dedicaram suas principais matérias e capas a questões ligadas à Igreja Católica. Com a morte de João Paulo II, ao menos três de suas revistas trouxeram, como matéria de capa, a reflexão sobre quem seria o sucessor de João Paulo II (VEJA, 2005a). E já no ano de 2007, dois outros números da revista: um trazia na capa o título de A verdade sobre Bento XVI (VEJA, 2007a) e o outro Frei Galvão: um santo 100% nacional (VEJA, 2007b).

Isso gera a reflexão de que a revista Veja, ao menos nos últimos 12 anos, tem dado certo destaque, em determinados momentos, à Igreja Católica. E, como dito, dentre o material

selecionado, é ela que tem o maior número de edições ligadas ao tema e, boa parte deles, de 2005 para cá. Outras edições, que são citadas ao longo do capítulo, não trouxeram nas capas o tema da religiosidade, somente matérias no corpo da edição; porém, somente em 2005, três números do mesmo mês de abril davam destaque à questão religiosa católica, fato que não demonstra só certa atenção especial por parte da Veja com polêmicas e acontecimentos ligados ao catolicismo, mas aponta também que ela debate, ela quer trazer ao seu leitor reportagens que informem e formem opinião a respeito dessa Igreja.

Isso é preponderante de ser levado em conta, principalmente quando se pensa na atualidade de uma sociedade como a ocidental que, apesar de ser pautada na dissociação entre Estado e religião, que propõe uma laicização, que pensa a imprensa como uma entidade neutra, não é de todo desinteressada com as questões da fé, da religiosidade e do sagrado. Talvez também haja uma questão comercial – supondo que seja esse, religiosidade, um tema bom para venda –, considerando também que há um interesse de parcelas de seus leitores que apreciam discussões sobre o assunto.

E, retomando as matérias, vale a pena confrontar a reportagem de 16/5/2007, supracitada, com a entrevista de um vaticanista italiano, Giancarlo Zizola, publicada pela revista Veja, em abril de 2005. Nessa edição, a revista indagava, na capa, quem seria o novo papa. Nessa reportagem, mencionava alguns dos “papáveis” e, em suas páginas amarelas, publicou a entrevista com Zizola, na qual ele analisava como deveria ser o novo pontificado:

Veja – Além de prosseguir na concretização dos rumos acertados no Concílio Vaticano II e de dar conta dos problemas colocados pela necessária globalização da fé católica, qual será o papel do novo papa?

Zizola – Depois do vôo alçado pela Igreja durante o papado internacionalista de João Paulo II,

talvez esteja na hora de aterrissar o avião e levá-lo para o hangar, para submetê-lo a uma bela revisão das asas e motores.

Veja – O senhor dá a entender que o próximo conclave não escapará da lei do pêndulo que costuma reger as eleições dos papas – ou seja, que depois da estridência gloriosa de João Paulo II os cardeais optarão por alguém com uma personalidade mais serena, mais meditativa.

Zizola – Sim, o conclave sempre teve função de reequilibrar o sistema direcional da Igreja

Católica. Na história do século XX, depois do longo reinado de Leão XIII, um papa reformador e democrático, os cardeais elegeram Pio X, por sua vez, foi sucedido pelo inovador e pacifista Benedito XV, que lutou para desarmar os católicos que marchavam cegamente para a I Guerra Mundial. E assim por diante, até o conclave que fez o papa João XXIII, uma personalidade completamente oposta à de seu antecessor, Pio XII. Acredito, portanto, que na discussão sobre a herança do longo pontificado de Karol Woijtyla aparecerá essa perspectiva – a da exigência de reduzir a polarização entre internacionalismo visionário do último papa e a realidade do dia-dia da Igreja. (SABINO, 2005).

Na segunda pergunta feita pelo repórter Mario Sabino, ele utiliza a palavra “serena” para refletir sobre a personalidade do próximo eleito. Ao que segue a resposta de Zizola, ou seja, ele entende que ao longo do último século a Igreja trabalhou em um sistema pendular: para cada papa eleito e de postura definida, seguiu-se outro não opositor, com uma visão

diversa quanto à condução do catolicismo no mundo; para cada papa mais rigoroso, em suma, seguiu-se um mais sereno, mais tranquilo em suas práticas e atitudes.

E encerra com essa ideia: depois da grande abrangência conquistada por João Paulo II, pela notoriedade e respeito que ele conquistou, Zizola entendia que haveria uma redução da polarização entre internacionalismo visionário e a realidade cotidiana. O entrevistado não detalha o que são esses dois pontos, mas é possível perceber, ao longo da entrevista, que o sucessor de João Paulo II teria que lidar com um grande centralismo, oriundo do Concílio Vaticano II, que tornou a Cúria Romana o centro de todas as decisões. No entanto, haveria um rebanho de “1,1 bilhão de fiéis espalhados pelo mundo”, um contingente populacional enorme, gigantesco, e que não quer dizer que seja fácil de administrar. A resposta de Zizola vem de encontro com o novo eleito, Bento XVI. Ele é de certa maneira essa síntese de redução, e justamente isso está dado na fala que a Veja mencionou na reportagem de maio de 2007, acima citada. A revista Bons Fluidos (maio/2007) expressou-se também sobre Bento XVI:

Considerado “braço direito” do papa João Paulo II nas questões doutrinárias, o conservador Bento XVI tem dado provas de dividir com seu antecessor a idéia de que o Brasil e o mundo precisam de mais santos e que o trabalho de internacionalização e rigor moral iniciado no pontificado anterior deve ser mantido. Aliás, o papa atual tem muito em comum com João Paulo II. Como ele, se comunica em dez línguas e é adepto às viagens internacionais – desde que foi entronado, já esteve na Polônia, Alemanha, Turquia e Espanha e tem a passagem por outros sete países agendada para 2007. Nascido em 16 de abril de 1927 na cidade de Marktl am Inn, Baviera, na Alemanha pré-nazista, Bento XVI, cujo nome de batismo é Joseph Alois Ratzinger, contabiliza dons. Além de ser versado na arte de escrever (tem nove livros publicados), é também considerado um excelente pianista (FREI..., 2007).

Inicialmente, há que se ressaltar que a revista Bons Fluidos mantém uma proposta diferente da Veja. Ambas são produtos de uma mesma editora, mas a Veja é uma revista de variedades, de política a esporte, lazer, cultura, saúde, ou seja, abrange uma gama ampla de assuntos que debate. A Bons Fluidos, no entanto, tem uma proposta de pensar o bem-estar do ser humano, alternativas e propostas, debater experiências do dia a dia que são maneiras de melhorar ou incrementar a qualidade de vida de homens e mulheres. Vai de temas como alimentação à espiritualidade e bem-estar físico e mental. Completamente diferente em seus propósitos, ela também deu um espaço nesse seu exemplar para refletir sobre a figura do novo papa.

Em outro sentido é trabalhada a ideia do internacionalismo. Para a revista Bons Fluidos, essa ideia associa-se à mesma de João Paulo II, de expansão e crescimento do cristianismo, sua popularização. Mostra um Bento XVI culto, poliglota, mas não deixa de tocar que nele há esse lado da rigidez e tradicionalismo, quando o reconhece como tendo sido o braço direito do papa anterior. Apesar de ser uma revista que se preocupa em especial com questões como bem-estar e saúde – mas também discute religiosidade, esoterismo,