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2 O DESIGN DA INFORMAÇÃO

2.1 Introdução ao Design da Informação

2.1.3 O papel do Design da Informação

 

De acordo com o IIID (2000), o Design da Informação consiste no planejamento e na formatação de uma mensagem e dos ambientes nos quais é apresentada, com objetivos específicos em relação às necessidades dos usuários. Já para o Design Council on Information Design, este campo está concentrado na transformação de dados em informação, fazendo com que o complexo se torne mais fácil de ser compreendido e utilizado; emergindo como campo responsável para atender as necessidades dos usuários em entender e utilizar diversos artefatos como formulários e interfaces de computador. Bem próximo deste conceito, a Society for Technical Communication (STC) encara o Infodesign correspondendo à aplicação de princípios de design para traduzir dados complexos, desorganizados e desestruturados em informação com valor e significado. Desta forma, de uma maneira mais genérica, há teóricos que defendem que a maior preocupação é em organizar dados de maneira a transformá-los em informações simplificadas e de fácil uso; enquanto outros focam no planejamento e na formatação da mensagem e do meio na qual está inserida.

Sless (1992) é um dos autores que apresenta uma abordagem mais genérica, reforça que o Infodesign tem preocupação geral em fazer com que todos os tipos de informação sejam acessíveis e utilizáveis pelas pessoas de forma apropriada. Assim, corresponde à organização e à apresentação de dados e suas transformações em informações com valor e significado (SHEDROFF, 1994). Em seu sentido amplo, pode ser relacionado como uma atividade que seleciona, organiza e apresenta a informação para uma determinada audiência; tendo como principal tarefa a eficiência comunicativa da informação, implicando na responsabilidade de se apresentar conteúdo preciso e objetivo na sua apresentação (WILDBUR; BURKE, 1998).

Horn (1999) o define como a arte e a ciência de preparação da informação, possibilitando seu uso pelo homem de maneira eficiente e efetiva, tendo como seus principais objetivos: (a) desenvolver documentos compreensíveis, de recuperação fácil e ágil, capazes de serem traduzidos em ações efetivas; (b) projetar interações com equipamentos de forma fácil, natural e o mais agradável possível. Isso implica na resolução de problemas no design de interface do homem-computador; (c) possibilitar que as pessoas encontrem seus caminhos em espaços tridimensionais com facilidade e conforto, seja no plano material ou virtual.

Com uma abordagem mais específica, Petterson (2002) afirma que, para satisfazer as necessidades das intenções dadas às mensagens para seus receptores, o Design da Informação tem o compromisso de: analisar, planejar, apresentar e entender a mensagem – seu conteúdo, sua linguagem e sua forma – satisfazendo princípios estéticos, econômicos, ergonômicos e outros requerimentos necessários. Trata o conteúdo de sistemas complexos de informação no âmbito de selecionar e estruturar a organização das informações; sendo responsável por delinear a forma na qual o usuário: (a) encontra as informações; (b) realiza sua leitura; (c) estabelece a relação entre seus elementos; (d) interage com a interface; e (e) compreende esta experiência (PASSOS; MOURA, 2007).

O Infodesign, como profissão, vem experimentando uma variedade de tensões. Horn (1999) explica que o fato é resultado do confronto de ideologias diferentes ou posições de valor que se desenvolveram ao buscar resolver problemas particulares; tendo seus usos estendidos além de seus limites originais. Apesar de conceitos propostos semelhantes e complementares, nota-se uma grande preocupação em definir suas áreas de abrangência e sua conceituação; além da sua real função e contribuição na sociedade contemporânea. Alguns autores o encaram como algo que transforma dados quaisquer desordenados em informações válidas para uso. Outros estão mais ligados à questão da mensagem, seu planejamento e formatação, levando em consideração seus aspectos sintáticos, semânticos e pragmáticos e com forte relação ao Design Gráfico. Conforme Shiraiwa et al. (2009), deve- se reunir as ferramentas necessárias para a compreensão, planejamento, contextualização e representação da informação, tendo como foco o usuário.

O seu papel é auxiliar as pessoas a: (a) entender o crescente complexo mundo dos fatos, figuras, direções e demandas; (b) finalizar tarefas, resolver problemas ou encontrar o que precisam; (c) eliminar frustrações; e (d) entender quem irá utilizar o conteúdo e fazer com que este (LIPTON, 2007); e (e) utilizar as informações de maneira mais apropriada, eficaz e eficiente. O IIID (2000) levanta 15 requisitos para o designer da informação, a saber:

1. Ser capaz de pensar de maneira inovadora e sistemática;

2. Ser bem informado sobre a área de assunto na qual está trabalhando;

3. Ter conhecimento sobre os recursos comunicativos dos componentes das mensagens visuais e suas inter-relações;

4. Conhecer os costumes, as convenções, as normas, os regulamentos e as suas teorias subjacentes;

6. Estar familiarizado com os recursos de comunicação humana no que diz respeito à percepção, processamento cognitivo e sentidos;

7. Ser capaz de considerar os possíveis benefícios das informações comunicadas;

8. Estar bem informado sobre a criação de imagens e textos, estáticos e animados, bem como outras informações visuais para promover atividades relacionadas com a tarefa e potencializar os seus efeitos;

9. Ser capaz de projetar informações de maneira interessante e atraente para atrair atenção de maneira adequada ao propósito comunicativo da mensagem;

10. Tornar os sistemas de informação de tal forma que os ajustes regidos por mudanças nos requisitos possam ser efetuados de maneira contínua;

11. Ser capaz de comunicar de maneira efetiva na língua materna e no inglês;

12. Compreender as capacidades das ciências de apoio – como a Psicologia Cognitiva, Linguística, Ciência da Computação, entre outras – e ser capaz de cooperar com especialistas para avaliar e melhorar o design de mensagens com a devida consideração de diferentes sensibilidades culturais dos usuários;

13. Ter um conhecimento detalhado dos fatores de custos relacionados com as várias fases do projeto e de sua implementação;

14. Prestar os serviços em um formato que corresponda tanto ao valor que eles representam para os clientes, como pelas convenções exigidas por eles;

15. Comportar-se de maneira responsável no que diz respeito às necessidades dos usuários-alvos e da sociedade como um todo.

Para esta pesquisa, o conceito adotado é o seguinte: trata-se do campo de estudo que se utiliza de princípios de design para transformar dados complexos quaisquer em informações valiosas e úteis para seus usuários, com o intuito de possibilitar seu uso e compreensão de modo mais apropriado, fácil, eficaz e eficiente – de acordo com intenções pré-determinadas e necessidades específicas.