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CAPITULO 4 – A PESQUISA REALIZADA

4.1 O perfil dos sujeitos investigados

Os dados do Quadros 1, apresentado a seguir, foram obtidos com o objetivo de reunir informações capazes de traçar o perfil pessoal, profissional e de formação dos professores entrevistados.

Vale ressaltar que, para melhor compreensão dos dados, a partir daqui, a apresentação de cada quadro será precedida pelas perguntas, cujas respostas serviram de base para sua organização.

7 Cumpre observar que, os quadros-síntese, com o conjunto completo de informações sobre cada

QUADRO 1: Perfil dos professores entrevistados Bloco I. Dados pessoais: vamos começar falando sobre você.

Idade: - Tem professores na família? - Condição funcional e tipo de vínculo – Carga- horária de trabalho – Tempo de magistério – Atividades além da docência?- Graduação – Pós-graduação/outros cursos.

Profes- sores Idade Professores na família Condição funcional

Carga horária Tempo de magisté- rio Exerce outra atividade Graduação – ano de formatura Pós- graduação - Outros - cursos Prof. 1 32 anos Irmã: Profa.

(Letras) Efetivo nas 2 escolas 30 h Estado 10 h Prefeitura

6 anos Não UEL –

Univers. Pública - Ed. Física. (licec. e bachar.) 2004 UEL – Univers. Pública. Educação Física escolar 2006

Prof. 2 25 anos -Pai: Prof. Matem. -Madrasta: Profa. Português

Categoria

L 29 horas semanais 8 anos Sim. Professor de musculação de academia - turma de treinamento Centro Universitári o Nossa Senhora do Patrocínio. Licenciatura plena8. - 2006

Prof. 3 41 anos Irmão –

professor Efetivo nas 2 escolas

10 h Estado e

12 h Prefeitura 20 anos Sim. Dono e professor de academia Fefiso- - licenciatura plena – 1992 Yoga, 2009 Psicomotrici dade - 2008 Medicina tradicional chinesa 2007

Prof. 4 39 anos Irmão professor de Inglês /Português

Ofa 29 horas

semanais 21 anos Turna de treinamento Fefiso- licenciatura plena – 1992

Pedagogia – 1995

Prof. 5 48 anos Irmãos: os 3 são professores Efetivo nas duas escolas 24 horas no Estado 40 horas no Município 26 anos Sim. Arbitragem Fefiso- licenciatura plena – 1986 Futebol 1991 - Pedagogia 1997 Psicopedago gia -2003

Prof. 6 41 anos Não Ofa no

Estado e prefeitura contrato. 24 h Estado 14hParticular 20h treinamento, palestra, projetos pro- jovem)

16 anos Sim. Árbitro de vôlei e futsal. Fefiso- licenciatura plena -1995 Treinamento desportivo- 2001 8

Os Cursos de Educação Física orientados pela Resolução 03/87 (Bacharelado e/ou Licenciatura) tem duração mínima de 4 anos e máxima de 7 anos, com carga horária mínima de 2.880 horas. Essa legislação possibilitava o oferecimento da Licenciatura plena que habilitava para todos os mercados de trabalho inerentes à área, a saber: educação básica (educação infantil, ensino fundamental e médio), clubes, academias, clínicas, spa’s, acampamentos, hotéis, empresas e todo e qualquer segmento de mercado que abrisse espaço para atuação do Profissional de Educação Física e Bacharelado.

O exame dos dados do Quadro 1 revela que, com exceção de dois professores que têm de 25 a 32 anos, todos os demais estão na faixa dos 40 anos e obtiveram sua graduação entre a segunda metade da década de 1980 e a primeira de 1990, ou seja, anteriormente à vigência da Lei Federal 9394/96, atual LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), que modificou o estatuto da Educação Física de “Atividade do Currículo Escolar”, para “Componente Curricular da Educação Básica”. Isso quer dizer que a formação da maior parte desses professores (4 dos 6), está marcada por uma formação tradicional de Educação Física, tendo em vista não só o momento de formação desses professores, mas a influência das tendências de pensamento, no campo da Educação Física, vigentes na época.

Apesar das abordagens ditas inovadoras da área surgirem a partir da década de 1980, Venâncio e Betti explicam que “(...) tais avanços teórico-metodológicos alcançaram de modo tímido as práticas pedagógicas reais no ambiente escolar...” (p.1), ou seja, a formação dos professores era marcada por conteúdos tradicionais, que se referem à “(...) Educação Física tradicional, tecnicista e baseada em pressupostos que concebem o corpo como “máquina” fisiológica...”(Venâncio e Betti, 2010 p.1).

Além disso, os dados do Quadro 1 também revelam que são todos professores já experientes. Os dois mais novos (25 e 32 anos) já têm seis anos de experiência e todos os demais exercem a profissão há mais de 15 anos.

Apesar disso, nem todos são efetivos (Apenas três usufruem dessa condição de trabalho). Todos assumem elevada carga de trabalho entre as escolas de ensino Estadual e Municipal e academias particulares.

É importante ressaltar que o fato de não ser efetivo, influencia nas condições de trabalho do professor, como os próprios entrevistados ressaltam:

Esse processo ai é por classificação, por tempo e conta os pontos que você fez na prova, ai o pessoal vai chamando por número, as vezes chama pela lista geral, as vezes pela especifica, então, você podia chegar aqui, sei lá, 9 hs da manha, e sair quando ia fechar, 5hs da tarde. (Prof.2)

Só tem tumulto quando tem a prova e as pessoas que passam no concurso tomam posse e isso gera um desencadeamento daqueles que não passam na prova, por exemplo eu não passei novamente nesse último que teve agora, aí é meio complicado, porque eu não sei se vou continuar aqui, qual escola que vai ter aula, então isso acabe no dia da atribuição gerando um certo problema.(Prof.4)

No inicio é tumultuado, desorganizado, não começa no horário...-A estrutura, o local o som é horrível, mais a estrutura. (Prof.6)

Quando se busca estudar a autonomia do professor é relevante destacar essa situação, pois muitos professores não sabem em quais escolas atuarão e nem quantas aulas conseguirão no início do ano e às vezes durante o ano. O Prof.2, por exemplo, numa das questões sobre as condições de trabalho, explica que trabalha em três escolas para poder completar sua carga horária de trabalho. É evidente que isso pode dificultar o envolvimento dos professores com a escola em que trabalham, influenciando sua autonomia. O Prof. 3, por exemplo, não passou na chamada “prova”9, a que são submetidos todos os professores das escolas estaduais, independentemente de sua carga horária, mesmo com dezesseis anos de magistério. Isso certamente tem consequências sobre sua identidade e autonomia profissional.

Lawn (2000), em seu texto “Os Professores e a Fabricação de Identidades”, ao relacionar trabalho e identidade, destaca a influência do Estado na autonomia do trabalho docente e identidade do trabalhador docente, cujos decretos, resoluções, relatórios, portarias podem gerar alterações em identidades estáveis. No caso do Prof. 3, por exemplo, que precisa passar por uma avaliação anualmente para ter o direito de lecionar, observa-se a possível mudança em sua identidade enquanto um professor experiente que, após dezesseis anos de magistério, precisa passar por essa avaliação.

Vale destacar que não se trata aqui de negar a importância do processo de avaliação de desempenho profissional para qualquer trabalhador. Mas se trata de alertar para como vem funcionando os mecanismos de avaliação dos professores da rede de ensino estadual utilizados no Estado de São Paulo – que tem como uma das referências bibliográficas a própria proposta curricular.

Lawn (2000) ressalta o objetivo do Estado em “fabricar identidades” com o intuito de “(...) criar novos tipos de professores para as novas orientações da política educativa” (p.120). Segundo o autor, isso pode ocorrer de maneia diferente ao longo dos anos, porém sempre como forma de controle da identidade profissional docente, em função de uma dada “identidade oficial”, alinhada à política e ideologia que norteiam as ações e decisões do Estado. Sendo assim, é possível considerar a proposta curricular como uma das formas do governo estadual paulista fabricar as identidades de seus trabalhadores da educação.

9 Esta prova se refere ao processo seletivo para professores temporários do Estado de São Paulo. Decreto

Os dados do Quadro 1 revelam ainda que, com exceção do professor mais novo, que ainda não teve tempo hábil de ampliar sua formação, todos os demais cuidaram de sua formação após a graduação, com cursos diversos de formação contínua. No entanto, apenas um professor procurou cursos voltados para a educação física escolar, dois fizeram cursos direcionados ao treinamento desportivo e um fez pós-graduações lato- sensu com finalidades diferentes, principalmente voltadas para a ginástica alternativa. Dois professores possuem outra graduação – ambos em Pedagogia.

O fato de apenas um professor buscar a área escolar pode situar quais prioridades os professores demonstram em relação à docência. Dubar (1997), explica que se percebe a identidade profissional, observando a valorização e a escolha que fazem os professores em relação a sua formação contínua e que, em geral, podem ser identificadas duas tendências nessas escolhas:

Nos discursos de trabalhadores que exprimem uma concepção instrumental do trabalho, a formação deve ser prática, ligada ao trabalho. Os trabalhadores que valorizam os diplomas vêem na formação contínua a possibilidade de adquirir saberes teóricos que privilegiam a apresentação de si mesmo e que servem como função social de distinção.(p.51).

No caso dos sujeitos aqui investigados, com exceção do professor que opta por fazer uma segunda graduação (visando a aquisição de mais diploma), todos os demais professores optam por cursos de natureza prática, principalmente voltados a turmas de treinamento.

QUADRO 2: Influências da formação pessoal e profissional na docência, segundo os

professores

1.1 Conte um pouco (o que achar mais importante) sobre sua história de vida. (para profissão)

3.1 Que relação você estabelece entre sua formação acadêmica no ensino superior e sua atuação profissional docente? 3.9 Em relação a sua formação, que conceitos da educação física aprendeu e se relacionam com a proposta?

Profs Síntese das entrevistas

Prof.1 -principalmente relacionada ao esporte...

-meu trabalho hoje é embasado no que eu consegui de bagagem na universidade...

- De maneira geral eu diria... minha formação... assim, tecnicista, ou desenvolvimentista...outros objetivos... né, por isso que a proposta é vem... ela tem um, um,”q” diferente da minha formação... Prof.2 -o que me influenciou foi meu professor de educação física...

- Agora a faculdade deveria trabalhar um pouco mais com a realidade... eles estão um pouco fora da realidade do “estadão”.

- Foi mesclado... foi muito desenvolvimentista, muita repetição...arte marcial, dança, foi... construtivista...

Prof.3 - Fui atleta durante 10 anos também essa parte me ajudou a escolher educação física. - Quando estudei, eu queria ser técnico...me apaixonei por educação...

técnico né? muito técnico tinha que ensinar

Prof.4 - Eu fui sempre aquele aluno, que não era muito apto, não tinha muita aptidão...porque eu sempre gostei de esportes... eu vou fazer e vou mostrar para todo mundo que eu sou capaz...

- A faculdade ela ajuda, ela não te ensino tudo porque na prática algumas coisas são bem diferentes - relação é que quando eu me formei faz muito tempo e as coisas mudam não fica estagnada o que eu aprendi naquela época na faculdade...se tivesse a proposta naquela época.. teria uma relação mas agora...

Prof.5 - Eu sempre fui da área esportiva né? Jogando bola...

- Muita coisa eu trouxe muita coisa de lá, a nível de experiência também, quando a gente ta no meio esportivo.. Eu acho que só a nível de estágio mesmo tem que ser mais cobrado, o pessoal entre muito sem bagagem

- O movimento é muito utilizado ainda desde aquele tempo lá do Go Tani, não mudou muito não, porque tem um seqüência o pessoal que está trabalhando agora foi tudo aluno dele, então não muda muito, né?...

Prof.6 - eu já estava no meio do esporte a minha vida toda eu joguei vôlei...

- Na faculdade é bem básico depois você tem que correr atrás, buscar capacitação se reciclar - Do Se-movimentar não tem a ver com o que aprendi na faculdade

De acordo com os dados do Quadro 2, todos os professores são influenciados pelo esporte em sua história de vida, principalmente pelo treinamento desportivo. Esse fato certamente tem consequências sobre a identidade pré-profissional desses professores. Por exemplo, quatro dos professores eram atletas e isso os influenciou a escolher a Educação Física. Todos afirmam gostar de esportes e ser essa a razão pela resolveram cursar Educação Física. Está claro que a maioria já detinha saberes voltados à competição e ao treinamento esportivo e que nenhum deles decidiu pela Educação Física Escolar antes do contato com a formação inicial.

De acordo com Tardif e Raymond (2000), como visto no Capítulo I, a trajetória pré-profissional, as experiências anteriores à formação e a carreira são fontes de saberes, que influenciam a representação que os professores constroem sobre a prática docente. São saberes, segundo o autor, que devem ser repensados na formação e transformados com base nos conhecimentos científicos ligados à profissão que irão exercer. Apesar disso, reconhece o autor (se referindo à realidade canadense), as dificuldades e ineficácia dos cursos de formação em romper com tais referências pré-profissionais. No Brasil, autores como Marin (1996), Marin e Giovanni (2007) e Marin, Giovanni e Guarnieri (2004) indicam, claramente, as mesmas dificuldades dos cursos de Pedagogia e demais licenciaturas. no Brasil.

Como verificado no Quadro 1, a formação inicial dos professores foi no geral, tradicional e muitos assumem que deveriam estar mais preparados para enfrentar a realidade da escola:

(...) na escola, deveria já existir o estágio a partir do primeiro ano para que o professor realmente soubesse se é isso mesmo o que ele quer ser.( Prof.1)

Agora a faculdade deveria trabalhar um pouco mais com a realidade, mas os conteúdos que eles passaram pra gente estava ótimo, agora a realidade, eles estão um pouco fora da realidade do “estadão”. (Prof.2)

Eu me formei a muito tempo, começa pelo estágio, o estágio hoje em dia está ajudando bastante porque os alunos acompanham (Prof.4)

Eu acho que só a nível de estágio mesmo tem que ser mais cobrado, o pessoal entre muito sem bagagem a nível de trabalhar com o aluno, a realidade tem muitos que até estão vindo de clube, né? Time de futebol, mas a realidade na escola é outra, né? É bem mais complicado trabalhar no Estado...pelo menos uns seis meses dentro de uma escola junto com o professor para ver a realidade. (Prof. 5)

Ser mais prático né? É muito teórico e tem que vivenciar senão fica na gaveta faz um projeto fica na gaveta..tem que vivencia. (Prof.6)

Os conceitos sobre Educação Física aprendidos na formação inicial dos professores não coincidem com os conceitos apresentados pela proposta curricular. Isso fica claro nos depoimentos de cinco dos seis professores entrevistados, que afirmam não perceber relação das proposições que compõem a proposta e sua formação, mesmo os formados mais recentemente. Os professores apontam para uma formação tecnicista, alguns se autoclassificam como “desenvolvimentistas”, mas com “enfoque de repetição de movimentos”, ou seja, “tecnicista”. Apenas um professor acredita que os conceitos não mudaram em relação à proposta, principalmente no que se refere ao movimento, à abrangência dos conteúdos e eixos temáticos tratados na proposta.

Os depoimentos apresentados a seguir, extraídos das entrevistas, são exemplos da percepção, pelos professores, dessa distância apontada entre a formação que tiveram e as exigências da nova proposta curricular para a Educação Física nas escolas públicas estaduais de São Paulo:

De maneira geral eu diria que não ta a minha formação, foi muito é, vamos dizer, assim, tecnicista, ou desenvolvimentista, ta, é uma Ed. Física voltada e tinha outros objetivos, até então, né, por isso que a proposta é vem... ela tem um, um,”q” diferente da minha formação. (Prof.1)

foi muito desenvolvimentista, muita repetição, fazer assim o toque, foi muito desenvolvimentista, agora, por parte da ginástica, por parte da...teve até uma parte de massagem, arte marcial, dança, foi já mais construtivista, né? (Prof.2) ...então foi uma grande mudança , quando eu me formei em 92 ainda os conteúdos eram eminentemente é esportivos, agente era meio técnico né? muito técnico tinha que ensinar técnica, então você tinha que ensinar o movimento pelo movimento, era repetição, repetição.... Li muitas obras de autores que falavam sobre Go tani, Içami Tiba atualmente João Batista Freire né? Que falava muito do corpo e movimento, enfim, eu li muitos autores que valorizavam à parte de corpo e a parte

de conteúdo corporal com sentido e sentimento, mas ficou faltando uma especialização. Talvez se eu tivesse feito eu tinha aceitado a proposta mais entusiasmo. (Porf.3)

Não, elas têm uma relação é que quando eu me formei faz muito tempo e as coisas mudam não fica estagnada o que eu aprendi naquela época na faculdade e se tivesse a proposta naquela época junto teria uma relação(...)(Prof.4)

Do Se-movimentar não tem a ver com o que aprendi na faculdade eles explicam, colocam um conteúdo e em cima daquilo da abertura pra entrar nesse Se- movimentar então não completamente porque isso ta muito ultrapassado então agente tenta jogar isso mais pra frente buscando melhorias. (Prof.6)

Os professores demonstram saber que os conceitos aprendidos na formação não são iguais aos da proposta e expõem isso se referindo a sua formação como algo ultrapassado, longe das exigências atuais, da escola e da Educação Física. Para Tardif e Raymond (2000), a formação inicial “teórica” deveria ser completada por uma formação “prática”, que correspondesse à experiência com o trabalho. Em regra, isso parece acontecer no currículo dos cursos de Educação Física, mas apesar disso, os professores afirmam que nem a formação teórica, nem os estágios e a prática de ensino que tiveram, contribuíram de forma significativa para lidarem melhor com a realidade da escola pública.

Tardif (2002) analisa a questão da distância entre a formação dos professores e o conhecimento especifico que é exigido em sua profissão/atuação. Segundo o autor:

(...) na formação de professores, ensinam-se teorias... que foram concebidas, a maioria das vezes, sem nenhum tipos de relação com o ensino nem com as realidades cotidianas do ofício do professores” (p.241).

E ainda conclui:

O que é preciso não é exatamente esvaziar a lógica disciplinar dos programas de formação para o ensino, mas pelo menos abrir um espaço maior para uma lógica de formação profissional, que reconheça os alunos como sujeitos de conhecimento e não simplesmente como espíritos virgens (...) Essa lógica profissional deve ser baseada na análise das práticas, das tarefas e dos conhecimentos de “professores de profissão”; ela deve proceder por meio de um enfoque reflexivo, levando em conta os condicionantes reais do trabalho docente (...) (Tardif, 2002, p. 242).

4.2 Que pensam os professores sobre suas escolas, atuação profissional, condições