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Que dizem os coordenadores sobre a Proposta Curricular e sobre a autonomia dos

CAPITULO 4 – A PESQUISA REALIZADA

4.6 Que dizem os coordenadores sobre a Proposta Curricular e sobre a autonomia dos

Quadro 14: A proposta curricular na visão dos coordenadores

1.1Como você vê a PPC? Que informações tem a respeito da PPC? 1.3 Você acha que a PPC está de acordo com a realidade de sua escola?

Coords. Síntese das entrevistas Coord.

1

- eu vejo a proposta pedagógica, um currículo para o professor trabalhar em sala de aula muito assim comprometedor.. todo conteúdo que tem nela é de grande valia....a proposta ela tem né um

fundamento...

- Ela está de acordo porque tem as adaptações você pode adaptar a proposta

Coord. 2

- Eu gosto da proposta acho legal, porém eu vejo algumas dificuldades, algumas partes da disciplina que por exemplo, caratê, judô, tem algumas coisas que não se vê na faculdade... eles pegaram vários conceitos pedagógicos, vários tipos, não só a crítico-superadora, desenvolvimentista...

- Alguns conteúdos sim... está com a realidade da escola outros eu já acho que sai um pouco da realidade, então muitos professores fazem um trabalho paralelo junto com a proposta...

Coord. 3

- Então a proposta ela é interessante... ? Muitos professores não gostaram, acharam muito difícil até que eles foram se acostumando... , a educação ela tem essa proposta que deixou tudo igual para ter um melhor aprendizado né?

- tem alguns assuntos da proposta que o professor fala e outros não então o professor tem que adaptar

O exame dos dados do Quadro 13 revela que os coordenadores afirmam que gostaram da proposta curricular e que há necessidade de fazer algumas adaptações, em relação à realidade da escola em que atuam. No entanto, nenhum deles se refere à ausência dos professores e outros profissionais das escolas na concepção e decisões sobre a implantação da proposta.

Apple e Teitelbaun (1991) alertam sobre essa separação entre concepção e execução e se referem, especificamente, ao controle externo sobre o ensino. Para esses autores, quando os professores ficam destituídos de sua atribuição de elaborarem seu planejamento, por exemplo, eles perdem a visão global de seu trabalho. É o que sugerem as análises até aqui apresentadas: tanto os professores, quanto os coordenadores perceberam a necessidade de adaptações, porém, não significa que detêm a percepção e o controle do processo global de seu trabalho.

Isso fica claro também no Quadro 15, a seguir, que organiza os dados referentes à visão expressa pelos coordenadores entrevistados, em relação à implantação da proposta.

QUADRO 15: A implantação da proposta na visão dos coordenadores II. A PPC na escola

2.2. Você percebeu mudanças na escola após a implantação da PPC? Quais? 2.3 A PPC tem sido utilizada no momento do planejamento?

Coords. Síntese das entrevistas Coord.

1

-Eu percebi sim, algumas mudanças...em relação ao plano de aula mesmo, o planejamento quando o professor faz...eles estão mais assim... porque eles sabem que tem a apostila que tem o que seguir - Sim... porque não tinha um norte a seguir um direcionamento... dentro dos conteúdos, bimestrais, adequados, você pode o que? Diversificar, tem várias formas as estratégias...

- Na verdade nós somos obrigados, já vem um comunicado da secretaria da educação... Assistindo aula pra ver se o professor está trabalhando realmente o currículo, né? E nós fazemos isso.

Coord. 2

- O que é legal é quando um aluno sai de uma determinada escola então ele vai sair por meados de do segundo bimestre quando ele chegar aqui já vai ter um segmento...

- utiliza a proposta tudo em cima da proposta.

- Ele é obrigada a estar seguindo a proposta mas tem toda a liberdade do professor estar trabalhando com o material associado a proposta pedagógica.Tem que ver a realidade do aluno.

Coord. 3

- Teve mudanças, os professores estão preparando mais as aulas, tão tendo mais dificuldades estão correndo mais atrás.

- Sim. A proposta está pronta né? Então eles são orientados eles pegam a proposta e dentro da proposta eles colocam a realidade da escola, eles fazem uma adequação de acordo com a sua disciplina. -É obrigada.

Os dados reunidos no Quadro 14 permitem verificar que todos coordenadores reconhecem que houve mudanças positivas nas escolas, nos planos de aula, na unificação dos conteúdos e até no desempenho dos professores, que começaram a buscar mais informações sobre os conteúdos e estratégias em relação aos quais sentiram dificuldades.

De acordo com os coordenadores, a proposta é utilizada no planejamento como “norteadora curricular”: “(...) ela está pronta e direciona o trabalho do professor”, como explicam os Coordenadores 1 e 2, ao discorrerem sobre como orientam os professores:

Sim... porque não tinha um norte a seguir um direcionamento... dentro dos conteúdos, bimestrais, adequados, você pode o que? Diversificar, tem várias formas as estratégias...(Coord.1)

A proposta está pronta né? Então eles são orientados eles pegam a proposta e dentro da proposta eles colocam a realidade da escola, eles fazem uma adequação de acordo com a sua disciplina. (Coord.3)

Em relação à obrigatoriedade da utilização da proposta, os coordenadores responderam que existem cobranças externas sobre a escola, o que justifica a decisão de realizar o planejamento “de acordo com a proposta”. Segue a explicação de um dos coordenadores sobre como eles recebem as orientações para utilização da proposta;

Na verdade nós somos obrigados, já vem um comunicado da secretaria da educação que nós temos que usar inclusive nas reuniões, eles falam muito isso, que agente tem que ficar o que? Assistindo aula pra ver se o professor está trabalhando realmente o currículo, né? (Coord.1)

O Coord. 2, por exemplo, explica, da mesma forma que os outros coordenadores, que mesmo havendo imposições, ele orienta os professores a adequarem o planejamento de acordo com a realidade de seus alunos. O que vai ao encontro das respostas dos professores, que afirmam elaborar adaptações quando sentem necessidade.

Pode-se verificar, ainda, a presença de uma pressão externa à escola para a imposição da proposta aos professores: os superiores recomendam aos coordenadores que assistam às aulas dos professores para se assegurarem de eles estão utilizando o currículo proposto. A maioria dos professores ao responder questão semelhante, afirmou que essa imposição “existe e é forte”.

Por outro lado, o que se observa é que a Educação Física não é valorizada e que não há cobranças ou avaliações externas para ela (as outras áreas devem sentir um maior impacto dessa pressão). De todo modo, o fato que, mesmo não havendo avaliação externa, a pressão existe para a Educação Física também – o que, mais vez, torna clara a presença do controle do trabalho do professor por parte das instâncias superiores.

Quando Apple e Teitelbaun (1991) apresentam as conseqüências do controle sobre o trabalho do professor, os autores explicam que o professor perde a visão global de seu trabalho por terem que seguir orientações externas – isso também se pode constatar nos depoimentos dos coordenadores, que percebem a pressão sobre sua função, para controlar e impor ao professor a proposta curricular. Isso, evidentemente, pode fazer com que percam o foco de seu ofício e passem a se preocupar apenas com o cumprimento do currículo, como cita o Coord. 1 que relata ter de assistir as aulas dos professores, com o objetivo apenas de verificar o currículo está sendo seguido, perdendo-se a oportunidade de ajudar e orientar sua prática pedagógica.

E como percebem os coordenadores a relação dos professores com a proposta curricular? É essa resposta que os dados do Quadro 16, a seguir, procuram trazer.

QUADRO 16: Percepção dos coordenadores sobre a relação dos professores de

Educação Física com a proposta curricular

1.2Você achou que os professores desta escola tiveram que estudar mais a PPC ? 3.3.Houve alguma mudança nos seguintes aspectos:

Nos planos de ensino - recuperação/avaliação

Coords. Síntese das entrevistas Coord.

1

- Ah, uma boa parte sim... mas a realidade pra mim é essa os professores precisam se reciclar, estudar mais...

sala, datashow, uma forma diferente para o aluno... mesmo nas aulas na quadra onde os professores ficavam lá sentados, eu não suportava ver, o que o aluno estava aprendendo?Hoje não, hoje o professor tem um preparo, mesmo nas atividades na quadra, você vê que é diferente, e isso é totalmente em decorrência da proposta-

- Alguns utilizam outros eles mesmos fazem seu plano de recuperação e de avaliação, mas muitos utilizam as avaliações que tem no caderno

Coord. 2

--Não, com certeza tiveram que estudar, tiveram que buscar os conteúdos...por exemplo beisebol, ginástica artística muitos professores tem dificuldade, tiveram que estudar um pouco mais - tem que adaptar de acordo com a realidade... eu acredito que a proposta pedagógica ela é bem inclusiva, ajuda bastante os alunos, tem alunos com dificuldade em determinados exercícios e um começou a ajudar mais o outro trabalhar em equipe... tem vários conteúdos que eles nem imaginavam... em termos de espaço a escola aqui é muito boa, a parte do recurso eu acho que peca um pouco mas devagar conseguimos adequar os recursos.

- então, recuperação é você retornar aquela dúvida que o aluno teve.../a avaliação não é assim de uma aula e sim de todas as aulas, os professores não utilizam da proposta mas sim de acordo com a orientação da direção.

Coord. 3

- Sim. Olha os professores que trabalham mesmo ele estudou a apostila ta tudo dentro daquilo que eles explicavam só que está mais ilustrado mais fácil até,

- tem regras de jogos, eles usam mais a preparação da aula, mas teve uma mudança sim...um pouco eles mudaram a estratégia eles trabalham em sala de aula com a apostila, e depois vai pra aula

praticaa...antigamente agente tinha os parâmetros curriculares e agente seguia ele, então o professor tinha autonomia para escolher o que ele queria ele pegava o livro a proposta e fazia seu planejamento agora com a proposta não ele é obrigado e a trabalhar aquele conteúdo... as vezes o professor não sabia aquele conteúdo então ele pulava, hoje não, hoje ele é obrigado a estudar, dominar o conteúdo para passar para o aluno.

-- usa, as recuperações dele é em cima da proposta./ Usa.

Devido às mudanças percebidas com a utilização da proposta, os coordenadores observaram que os professores estudaram mais, passaram a buscar conhecimento para trabalhar com a proposta – é o que relatam os Coordenadores 1 e 2:

Ah, uma boa parte sim, talvez porque, não sei se eu deveria falar, não seria

nada assim agradável, mas a realidade pra mim é essa os professores precisam se reciclar, estudar mais ter mais interesse, obstáculo existe mas cabe o professor ultrapassar isto, tentar pra depois ter uma resposta para ele mesmo.

(Coord.1)

com certeza tiveram que estudar, tiveram que buscar os conteúdos...por exemplo beisebol, ginástica artística muitos professores tem dificuldade, tiveram que estudar um pouco mais....agente bastante dificuldade..bastante...vários professores buscando informações sobre determinados conteúdos e agente esta aqui sempre ajudando os professores...

(Coord.2)

Em relação aos princípios curriculares, principalmente, aos conteúdos e às estratégias, todos os coordenadores dizem perceber mudanças nos planos de ensino dos professores, ainda que realizando adaptações às realidades das escolas – é o que afirmam os Coordenadores 1 e 3:

Houve mudança... o professor ... faz o que ta dentro as proposta,... vejo... aulas planejadas, aulas na sala, datashow, uma forma diferente para o aluno... mesmo nas aulas na quadra onde os professores ficavam lá sentados, eu não suportava ver, o que o aluno estava aprendendo?Hoje não, hoje o professor tem um preparo, mesmo nas atividades na quadra, você vê que é diferente, e isso é totalmente em decorrência da proposta- (Coord.1)

teve uma mudança sim...um pouco eles mudaram a estratégia eles trabalham em sala de aula com a apostila, e depois vai pra aula pratica...antigamente agente tinha os parâmetros curriculares e agente seguia ele, então o professor tinha autonomia para escolher o que ele queria ele pegava o livro a proposta e fazia seu planejamento agora com a proposta não ele é obrigado e a trabalhar aquele conteúdo... as vezes o professor não sabia aquele conteúdo então ele pulava, hoje não, hoje ele é obrigado a estudar, dominar o conteúdo para passar para o aluno. (Coord.3)

Na percepção dos coordenadores, a utilização da proposta gerou mudanças significativas na prática pedagógica dos professores. O status da Educação Física (como também citado pelo Prof.1 no Quadro 10) mudou e os coordenadores afirmam perceber que os professores alteraram, adaptaram, (re)significaram os conteúdos e estratégias com que trabalhavam.

As respostas dadas pelos coordenadores vão ao encontro do que os professores relatam nos Quadros 8 e 11, sobre buscar mais informação e conhecimentos sobre as mudanças em seus planos de ensino, em função da proposta.

Em relação às mudanças sobre recuperação e avaliação, quando se verifica essa questão, na fala dos coordenadores, observa-se que há coerência entre as respostas dos professores e as dos coordenadores, ainda que, como vimos, não haja uma cobrança clara no que se refere a esses dois itens, por ser a área de Educação Física.

Apesar disso, este item foi incorporado aos Roteiros de Entrevistas dos professores e dos coordenadores devido a dois fatores: primeiro, porque a proposta de recuperação e avaliação é normalmente direcionada pelo coordenador e, segundo, porque a área de Educação Física deve levar a sério esses aspectos do currículo já que isso pode desvalorizar o trabalho do professor diante da comunidade escolar, caso ele não se preocupe em elaborar as recuperações e as avaliações em sua disciplina. Essa questão não se refere a seguir ou não a proposta, mas se refere a ter um posicionamento diante desses dois aspectos para sua área de atuação.

Ou seja, lidar com a proposta, com as exigências e mudanças que traz à prática de sala de aula tem impactos na relação dos professores entre si e com seus alunos. O Quadro 17, a seguir, reúne os dados sobre a percepção desse fato pelos coordenadores.

QUADRO 17 - Impacto da proposta na relação dos professores, alunos e colegas na

visão dos coordenadores

3.3. Você tem percebido se a PPC mudou trabalho dos professores de Educação Física? Por exemplo houve alguma mudança nos seguintes aspectos: Relação com: alunos-colegas-coordenação

Coords Síntese das entrevistas Coord.

1

- mudou bastante sim. Por exemplo eu vi muito disso, a parte de dança, assim para o aluno, então ele dança assiste filmes diferentes , revistas, então você vê o que? Uma forma diversificada...porque toda aula assim que é bem preparada

- Ah, os professores de educação física eles não tem problema em relação a isso, eles interagem são solidários

- Não é excelente, né? é difícil

Coord. 2

– Olha, eu acho que no começo foi um pouco difícil, com qualquer outro emprego ou novidade que tenha, então eles tiveram a adaptação os alunos se adaptaram bem...então no começo foi difícil agora está tudo certo.

- eles trocam mais informações não só na disciplina mas com outras, de história, educação física com artes, antes isso acontecia pouco agora é mais esse trabalho interdisciplinar está sendo bem maior. - sim, eu sempre trago alguns conteúdos algumas revistas que eu pego pra estar passando para o professor de educação física

Coord. 3

- Mudou, eles estão mais exigentes né? - Não é a mesma coisa.

- mudou, melhor, porque tem mais recursos...tem mais procura agora agente está mais ligado...

Conforme demonstram os dados do Quadro 17, a percepção dos coordenadores sobre a relação dos professores com a comunidade escolar vai ao encontro de algumas respostas dadas pelos professores, confirmando-as. Os coordenadores afirmam que a relação dos professores com os alunos mudou de forma positiva, assim como a maioria dos professores declara. Na relação com os colegas, assim como os professores, os coordenadores acreditam que sempre houve uma boa relação e apenas um coordenador acredita que há, agora, com a proposta, mais troca de informações.

Sobre a relação entre coordenadores e professores, os coordenadores afirmam que, com a proposta, há necessidade de mais orientações (embora a maioria dos professores afirme que a relação “sempre foi a mesma e muito boa”). Percebe-se nas respostas dos coordenadores, como nas de alguns professores, que eles relacionam a pergunta à relação pessoal e não profissional.

Os depoimentos dos coordenadores, selecionados e apresentados a seguir, ilustram essas constatações:

Não é excelente, né? é difícil (Coord.1)

sim, eu sempre trago alguns conteúdos algumas revistas que eu pego pra estar passando para o professor de educação física (Coord.2)

mudou, melhor, porque tem mais recursos...tem mais procura agora agente está mais ligado(...) (Coord.3)

Finalmente, no Quadro 18, a seguir, reúnem os dados referentes aos depoimentos dos coordenadores sobre os impactos da proposta curricular no cotidiano dos professores de Educação Física de suas escolas.

QUADRO 18: Percepção dos coordenadores sobre o impacto da proposta no cotidiano

dos professores

3.6. E os professores? Você acha que a PPC limita a autonomia deles? Em quê?

3.7 Você acha que o professor, devido a sua formação, não deveria elaborar seu planejamento?

Coords. Síntese das entrevistas Coord.

1

- Se eu for falar por mim, eu não me limitava a nada, porque é como eu to falando né? Eu trabalhava em cima do currículo e através dele fazia seleções adaptações ai você ia fazer as suas pesquisas...

- Alguns sim. Outros não têm essa capacidade

Coord. 2

- Não, foi como eu falei agente da essa liberdade para o professor trabalhar com o conteúdo paralelo... -É, ai eu acho que ele poderia se adequar a determinado conteúdo...o duro é que às vezes não é a realidade daquela determinada série, o maior o problema eu acho que seria esse, determinado conteúdos deveria ser remanejados

Coord. 3

-Então antes o professor tinha a liberdade de escolher aquilo que ele queria trabalhar hoje não ele tem aquilo que tem que seguir na cartilha, ele pode assim inovar, as estratégias, mas o conteúdo é aquele mas as estratégias podem ser diferentes

-Não

Os coordenadores acreditam que a proposta não limita a autonomia dos professores “(...) porque eles podem adaptá-la conforme a realidade da escola” e os professores também respondem dessa forma. Porém quando perguntados sobre o direito do professor elaborar seu próprio planejamento, os coordenadores defendem que “ (...) é importante os professores seguirem uma orientação, terem um direcionamento”. Um dos coordenadores chega a afirmar que “(...) muitos professores não têm capacidade de elaborar o próprio planejamento”.

É importante considerar esse posicionamento dos coordenadores frente à proposta, porque, antes do currículo chegar ao professor, ele passa pelos coordenadores e muitos aspectos da dinâmica escolar, decorrentes da proposta estão, na verdade, fundamentados nas orientações e/ou controle que os coordenadores exercem sobre os professores.

______________________________

Em face das posturas dos professores e coordenadores diante da proposta e suas consequências, especialmente no que tange a suas autonomias profissionais, percebe-se

que eles não acreditam ser necessário e significativo, para a autonomia profissional dos professores, a elaboração do próprio planejamento.

Os coordenadores, do mesmo modo que os professores, respondem de acordo com suas experiências e conhecimentos que, no entanto, são pouco reconhecidos e valorizados. Em nenhum momento dos depoimentos – de professores e de coordenadores – tais conhecimentos são mencionados e relevados.

A esse respeito vale voltar novamente à epígrafe deste trabalho:

(...) os professores só serão reconhecidos como sujeitos do conhecimento quando lhes concedermos, dentro do sistema escolar e dos estabelecimentos, o status de verdadeiros atores, e não o de simples técnicos ou executores da reforma da educação (...) (Tardif, 2002, p.243).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta pesquisa se propôs a investigar analisar os mecanismos que os professores utilizam para trabalhar em face da nova Proposta Curricular para a Educação Física do Estado de São Paulo, considerando sua identidade profissional.

Para tanto, a pesquisa focalizou o tema da autonomia dos professores, a partir das perspectivas de estudo da epistemologia da prática docente e identidade profissional. Os instrumentos para coletado dos dados foram construídos e as informações foram obtidas e discutidas à luz dos estudos de autores como: Contreras, Dubar, Tardif, Apple e Lawn.

A seguinte questão central norteou a pesquisa:

Tendo como referência aspectos ligados à atuação, formação e autonomia profissional, de que modo professores de Educação Física, atuantes em escolas públicas de ensino fundamental II e ensino médio do município de Itapevi-SP, se relacionam com a Proposta Curricular do Estado de São Paulo?

Desdobrando-se em outras mais específicas:

Como se manifestam os professores sobre a nova Proposta Curricular de Educação Física do Estado de São Paulo?

Como percebem os professores de Educação Física do ensino fundamental II e ensino médio sua autonomia profissional diante da implantação da Proposta Curricular e da obrigatoriedade de sua utilização nas aulas?

Como afirmam elaborar suas aulas diante da obrigação de trabalhar com a Proposta