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1 A INCLUSÃO ESCOLAR DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA: UMA BREVE

3.4 O PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO DOS ALUNOS COM DEFICIÊNCIA

A história da educação especial, no Município de Marabá, teve início no ano de 1987, com o movimento de integração escolar em classes especiais e locais específicos.

No município de Marabá, a Educação Especial foi implantada no ano de 1987 pela Rede Estadual de Ensino, oferecendo atendimento às pessoas com necessidades educacionais especiais apenas nas classes especiais que tinha como um dos objetivos a integração do aluno na classe comum, quando este apresentava condições – prevalecia nesse momento o paradigma da Integração. As referidas classes eram localizadas nas escolas de ensino regular e atendiam alunos com deficiência auditiva e mental, funcionando nas escolas: EMEF Profª Judith Gomes Leitão, EMEF Profª Deuzuíta Melo Albuquerque e EMEF Prof. Jonathas Pontes Athias (MARABÁ, 2015, p. 58).

No contexto educacional de integração o aluno com deficiência empenha-se com todo esforço para adaptar-se à escola, a instituição fica com reserva de compromisso, ou seja, sem prioridade de adaptação a condição diferenciada de ensino. A educação especial não foi diferente das demais etapas e modalidades que enfrentaram o processo de municipalização das matrículas do ensino fundamental no estado do Pará.

O estudo de Mendes e Gemaque (2010), discutiram o contexto desse processo, que teve como início o ano de 1997 a partir da implantação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério, isto possibilitou ao Estado que conduzisse de maneira progressiva à responsabilidade pedagógica e administrativa das escolas de ensino fundamental aos municípios. Desse modo, até os anos 2000, o gerenciamento da educação especial em Marabá estava sob a responsabilidade da 4ª Unidade Regional de Educação, da Secretaria de Educação do Estado do Pará (SEDUC) (ANJOS, 2014).

Ao mesmo tempo, que incorporou o compromisso pela educação especial à rede municipal de ensino, também ocorreu de forma inicial uma adesão ao processo de inclusão escolar. Segundo Anjos et al (2011; 2014) foi a partir do ano de 2001 que se iniciou a inserção de alunos com deficiência no ensino comum mediante a implantação do projeto “Educação Inclusiva: Direitos às Diferenças”.

Para tanto houve a extinção das salas especiais, que estavam anteriormente instaladas desde o ano de 1987 e instituído o atendimento educacional especializado nesses espaços no contraturno em duas formas, em Salas de Apoio Pedagógico Específico (SAPE) para alunos com deficiência mental e com dificuldades acentuadas de aprendizagem e nas Salas de Recursos (SR) com atividades na área específica para os deficientes visuais e os auditivos. Segundo Anjos (2014), durante os anos de 2001 e 2002 esse formato de salas de atendimento especializado foi implantado em doze escolas municipais.

Uma vez municipalizado o ensino fundamental, foram extintas as classes especiais e criadas Salas de Recurso (SR) e Salas de Apoio Pedagógico (SAPE). Os alunos foram matriculados nas salas comuns e passaram a ter atendimento no contraturno. A distinção entre SRs e SAPEs era feita conforme a categorização da deficiência (a deficiência visual e auditiva era atendida nas SRs, e das demais categoria nas SAPEs). Tais salas foram instaladas, em 2001, em sete escolas (Rio Tocantins, Pequeno Príncipe, Walquize Viana, Judith Gomes Leitão, Jonathas P. Athias, Deuzuíta Albuquerque e Francisco de Sousa Ramos) e, em 2002, em mais cinco escolas (Miriam Moreira, Folha Doze, Ida Valmont, Avanir Tenório e Pedro Peres Fontenelli) (ANJOS, 2014, p. 32).

Para subsidiar a operacionalização do projeto que estava em expansão, tanto no ensino comum quanto no atendimento especializado foi constituída e permanece em atuação uma equipe de multiprofissionais na área da educação [intérprete de Libras, pedagogo, educador físico], na área da saúde [fonoaudióloga, psicóloga e terapeuta ocupacional] e Assistência Social. Os mesmos fazem parte do Departamento de Educação Especial, sendo responsáveis pela avaliação clínica e pedagógica dos alunos com deficiência para obtenção de triagem e encaminhamento aos atendimentos educacionais especializados. Como alternativa de acompanhamento da política municipal voltadas para a inclusão escolar e demandas dos alunos com deficiência oferecem assessoria técnica e formação aos profissionais do ensino comum e do atendimento educacional especializado (MARABÁ, 2014).

Vale ressaltar, que o processo de escolarização dos alunos com deficiência em Marabá não diverge das demais realidades do território brasileiro, pois segue organizado minimamente sob duas formas de acesso: o ensino comum e o atendimento educacional especializado. No que tange ao ensino comum requer a presença em sala de aula juntamente com os demais alunos.

O atendimento especializado como atividade no contraturno, sendo que este campo de atividade que enfrenta a reorganização de atuação e que ainda permanece em processo de construção de uma proposta pedagógica. Segundo Mendes e Malheiros (2012), ainda não existem fundamentos na área da educação especial em termos de alicerce para afetividade dessa proposta e fica a critério da orientação da política educacional em execução.

O exemplo disso, é que no ano de 2007, em Marabá ocorreu a primeira reorganização do atendimento educacional especializado que resultou em substituição das Salas de Apoio Pedagógico Específicos para Salas de Recursos Multifuncionais em conformidade com a adesão e orientação das ações previstas na política nacional da Secretaria de Educação Especial, do Ministério da Educação e, posteriormente como adequação ao Decreto Nº 6.571/2008 (MARABÁ, 2012).

Contudo, as substituições das Salas de Recursos ficaram para os atendimentos específicos, especialmente, para os deficientes visuais, que acabou constituindo o Centro de

Apoio Pedagógico (CAP), para os deficientes auditivos e surdos por uma equipe especializada e a deficiência mental na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, com a responsabilidade de atendimento clínico e o atendimento educacional especializado (ANJOS, 2014).

No ano de 2013 novamente ocorreu outra reorganização com o intuito de melhorar a oferta do atendimento educacional especializado nas SRM's. Tal fato adveio em virtude da existência de alunos que não eram considerados público da educação especial e estavam frequentando os espaços como apoio pedagógico em virtude da dificuldade de aprendizagem vivenciada.

Observou-se que nos espaços das salas de recursos do município, ainda existia a cultura de ofertar suporte pedagógico a todos os alunos que não se enquadram aos modelos e expectativas de aprendizagem idealizada. Nesse sentido, havia um equívoco em abranger uma grande demanda de alunos com dificuldades de aprendizagem, desconsiderando que a mesma é fruto de uma combinação de fatores que perpassa ao da natureza orgânica e individual. De tal modo iniciou-se uma ação em que a equipe multiprofissional do Departamento de Educação Especial realizou um levantamento minucioso do perfil dos alunos inseridos neste espaço. Promovendo esta restruturação nas salas, compreende-se dar acesso e igualdade de oportunidade aos que de fato necessitam, bem como evitar que dificuldade de leitura e escrita sejam confundidas e tratadas sobre o estigma da deficiência. Há ainda as consequências da depreciação do trabalho docente, uma vez que não se estabelece uma identidade própria sobre o papel desempenhado (MARABÁ, 2014, p. 04-05).

Nesse sentido, entendemos que essas mudanças advêm devido a exigência de uma economia para a escola e também, por ser alvo de investimento pelo Estado como um serviço exclusivo de educação especial, o que acaba gerando ajustes no processo de operacionalização do seu funcionamento e no reordenamento da função docente.

Ainda nesse contexto do atendimento educacional especializado foram instituídos dois centros voltados para o perfil de pessoas com deficiência específicos. O primeiro, o Centro de Apoio Pedagógico para Deficientes Visuais [CAP], que já existia desde o primeiro processo de reorganização dos espaços, mas no ano de 2011 foi incorporado como responsabilidade e iniciativa no âmbito municipal através do ato de criação conforme a Portaria Nº 1.762, de 10 de maio de 2011.

Esse Centro dispõe de cadastro junto ao Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira com o registro de dados das matrículas no censo escolar, e com instalação em prédio próprio, que aconteceu apenas no final do ano de 2016, após desativação de uma unidade escolar. No entanto, a estrutura física não dispõe de acessibilidade arquitetônica, sendo pauta de reivindicação dos deficientes visuais junto ao Ministério Púbico Estadual, 13ª Promotoria de Justiça. Mesmo com os limites enfrentados, o Centro e as

atividades realizadas tem sido referência para as regiões Sul e Sudeste do Pará (MARABÁ, 2017c).

O segundo trata-se do Centro de Atendimento Especializado na área da Surdez com a criação no ano de 2014 através da Portaria Nº 4624/2014-GP, sendo uma iniciativa que reconheceu o contexto histórico de educação dos surdos presentes na Escola Municipal Jonathas Pontes Athias. No ano de 2016 houve uma reformulação no projeto de implantação inicial para adequação do interesse da comunidade surda e dos profissionais da área. Ao mesmo tempo, acrescentando adesão ao programa de implantação da Central de Interpretação de Libras. Ainda em relação à educação das pessoas surdas tem ocorrido de maneira anual um evento comemorativo ao dia nacional do surdo, com o objetivo de divulgação das lutas e conquistas em prol dos surdos (MARABÁ, 2017).

Considerando os espaços com disponibilidade de atendimento educacional especializado como ação de complementação para auxiliar a aprendizagem específica e o ensino comum na rede de ensino municipal apresentamos no quadro 6 em termo quantitativo e nominal.

Quadro 6 – Marabá – Relação das unidades escolares que oferecem Atendimento Educacional Especializado aos alunos com deficiência público vinculados a Rede de Ensino Público Municipal

(continua) Ord. Descrição dos espaços públicos vinculados à Rede de Ensino Municipal de

Marabá

Localização

1. Centro de Apoio Pedagógico para Deficientes Visuais Ignácio Baptista Moura – CAP

Polo Cidade Nova

2. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Acy de Jesus Neves de Barros 3. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Basílio Miguel dos Santos 4. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Cristo Rei

5. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Doralice de Andrade Vieira 6. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Geraldo Mendes de Castro Veloso 7. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Heloisa de Sousa Castro

8. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Ida Valmont

9. Sala de Recurso Multifuncional na Escola José Alves de Carvalho 10. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Maria das Graças Ribeiro 11. Sala de Recurso Multifuncional na Escola São Francisco

12. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Tereza de Castro Aquino

13. Sala de Recurso Multifuncional no Núcleo de Educação Infantil Cora Coralina

14. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Judith Gomes Leitão Polo Velha Marabá

15. Centro de Atendimento Especializado aos Surdos – CAES [CAS]

Polo Nova Marabá

16. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Albertina Sandra Moreira dos Reis 17. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Fátima Maria Fernandes Gadelha 18. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Inácio de Sousa Moita

19. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Jonathas Pontes Athias 20. Sala de Recurso Multifuncional na Escola José Flávio Alves de Lima 21. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Luzia Nunes Fernandes

22. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Maria de Jesus Alves 23. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Martinho Mota da Silveira 24. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Odílio da Rocha Maia 25. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Pedro Cavalcante 26. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Salomé de Carvalho 27. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Silvino Santis

28. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Mirian Moreira dos Reis 29. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Terezinha de Sousa Ramos 30. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Evandro dos Santos Viana

Polo São Félix

31. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Walquise Viana da Silveira 32. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Jarbas Gonçalves Passarinho

33. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Peres Fontenelle Polo Morada Nova

34. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Adelaide Molinari

Campo

35. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Pedro Marinho 36. Sala de Recurso Multifuncional na Escola São José

37. Sala de Recurso Multifuncional na Escola Joel Pereira Cunha Fonte: Dados extraídos do Ofício Nº 019/2018-DEE. Elaboração própria.

A partir dos dados apresentados no quadro 6 torna-se possível dizer que os alunos com deficiência enfrentam dificuldades para frequentarem as SRM's quando não estão instaladas na própria escola de ensino comum. Como um panorama geral o quadro 7 ilustra o quantitativo das SRM's por localização.

Quadro 7 – Números de SRM’s por localização geográfica

Polo de localização Quant. Total Geral

Cidade Nova 12 35 Velha Marabá 01 Nova Marabá 14 São Félix 03 Morada Nova 01 Campo 04

Fonte: Dados extraídos do Ofício Nº 019/2018-DEE. Elaboração própria.

Apontamos como principal condicionante de interferência de obstáculo para o acesso as SRM's a própria configuração territorial de Marabá aliada aos limites do transporte público, pois parte dos polos que as SRM’s e Centro Especializado estão localizados em lugares em que é difícil o uso desse transporte, devido ausência de acessibilidade e até mesmo devido ausência da integração entre os trajetos dos Núcleos Morada Nova, São Félix com o Núcleo da Cidade Nova.

Figura 4 – Marabá – Rota do transporte público das linhas Morada Nova até Cidade Nova

Fonte: SOUZA; LEITE (2018).

O mapa ilustrado pela figura 4 exibe a ausência de integração da rota do transporte público em Marabá, de tal forma, que a pessoa com deficiência utiliza minimamente duas conduções para chegar em espaços públicos voltados para o atendimento educacional especializado. Além disso, as barreiras sociais impostas pela ausência de acessibilidade que apresentam obstáculos estruturais nos espaços urbanos de maneira explícita e implícita, por exemplo, caminham em vias e calçadas com piso desnivelado, rampas inclinadas e descumprimento de normas técnicas em obras públicas (PEREIRA; RIBEIRO; OLIVEIRA, 2017).

Em relação a atuação nos espaços das SRM’s é necessário que o profissional seja pertencente ao quadro de docente efetivo e possua formação em licenciatura e o nível de pós- graduação [mínimo especialização] que o habilite para área da educação especial. Mas a seleção fica a critério do Departamento de Educação Especial conforme a Portaria Nº 009, de 07 de março de 2018, criada pela Secretaria Municipal de Educação de Marabá.

No quadro 8 divulgamos o número de profissionais que exercem função correspondente ao atendimento educacional especializado.

Quadro 8 – Marabá – Quantitativo de professores que exercem atividades profissionais nos espaços de AEE Quant. Prof. Descrição do local de vinculo dos profissionais

26 Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais – APAE

10 Centro de Atendimento Especializado na área da Surdez – CAES [CAS] 11 Centro de Apoio Pedagógico para Deficientes Visuais – CAP

55 Salas de Recursos Multifuncionais – SRM’s

Fonte: Dados extraídos do ofício nº 019/2018-DEE e Termo de Convênio Nº 01/2017. Elaboração própria.

Em termo quantitativo são 102 (cento e dois) professores minimamente especialistas que estão vinculados aos espaços que oferecem atendimento educacional especializado. Observados que 46,08% dos profissionais estão em locais distintos do ensino comum, configurando em um movimento de atendimento específico e aproximação ao contexto de segregação escolar. Sob essa ótica o atendimento está voltado para as especificidades dos sujeitos na perspectiva de garantia de uma escolarização devido o impedimento orgânico, em contrapartida, tende ao distanciamento do processo de inclusão escolar que envolve o ensino comum.

Outro dado revelado é que 25,49% dos profissionais estão em instituição privada, sendo um número bem expressivo ao comparativo com os dois centros especializados que são públicos, pois juntos ficam com o percentual bem inferior, na ordem de 20,59%. Agora, o percentual de 54% fica para unidades escolares de todo o município que dispõe de ensino comum e a Sala de Recurso Multifuncional.

Além desses professores, no ano de 2017, o município contratou 250 (duzentos e cinquenta) estagiários, que são estudantes dos cursos de graduação de licenciatura em instituições de ensino superior pública ou privada, eles exercem a função de acompanhamento dos alunos com deficiência no ensino comum.

Segundo ela [coordenadora Aracy Pereira Cruz Santana do Departamento de Educação Especial], esses estagiários acompanham alunos especiais em salas de aula “comuns” da rede municipal. Eles estão distribuídos nos turnos da manhã, tarde e noite, em todas as modalidades de ensino: Educação Infantil, Ensino Fundamental I e II, EJA (Educação de Jovens e Adultos) e CEEJA (Centro Estadual de Educação de Jovens e Adultos) “Tereza Donato” (MARABÁ, 2017a, p. 01).

Em relação à presença desses estudantes na condição de estagiários no ensino comum tem provocado situações de apoio ao processo de escolarização dos alunos com deficiência, ao mesmo tempo, contraditórias e de conflitos devido o desvio de função de atividades, pois em alguns momentos assumem o papel de apoio do professor regente junto aos demais alunos da

sala de aula e a ausência de formação específica na área da educação especial e inclusão escolar (SALES; SILVA, 2017).

Ressaltamos que o município implantou o projeto Marabá paralímpico, com atuação no campo das atividades físicas e de lazer com oferta de práticas recreativas e de desporto. Para tanto, conta com uma equipe composta por terapeuta ocupacional e professores de educação física.

No ano de 2016 o projeto Marabá Paralímpico participou do “IX Jogos Paralímpicos” levando alunos de escolas municipais, estaduais e particulares. As atividades envolvidas nos jogos 2016 foram: atletismo, bocha adaptada, natação e tênis de mesa. A delegação de Marabá foi composta por 15 alunos/atleta a qual obteve como resultado geral um total de 38 medalhas, sendo elas: 25 medalhas de primeiro lugar, 06 medalhas de segundo lugar e 02 medalhas de terceiro lugar (MARABÁ, 2016, p. 19).

Estas atividades têm contribuído para ampliar a convivência social, as habilidades físicas, a criatividade e qualidade de vida dos alunos com deficiência. Em relação à formação continuada dos professores que atuam no atendimento educacional especializado e dos estagiários, esta ocorre através de encontros e reuniões organizados pelo Departamento de Educação Especial, bem com, como a participação em eventos acadêmicos científicos oferecidos e/ou realizados em colaboração com as instituições de ensino superior pública instalados no município, tanto de esfera federal, como a Universidade do Sul e Sudeste do Pará, e na esfera estadual, a Universidade do Estado do Pará, Campus VIII - Marabá.

Destacamos a experiência que foi construída pelo Grupo de Estudos e Pesquisas do Núcleo de Educação Especial22 a partir da pesquisa que envolvia a proposta do Observatório Nacional23 sobre o funcionamento das salas de recursos multifuncionais, assim construíram uma formação mediante a própria história de vida das professoras e que ao término resultou no livro “As histórias de todas e de cada uma: construindo um trajeto para a educação especial”.

Segundo Anjos (2014), a atividade de formação tinha elementos de uma pesquisa - ação de esfera institucional, devido a inserção dos participantes da universidade nas ações de extensão, mas a proposta de cunho emancipatório, considerava as expectativas das professoras de intervirem no próprio processo de formação numa perspectiva crítica.

22O Núcleo de Educação Especial (NEES) é um núcleo temático eletivo que faz parte da estrutura do curso de

licenciatura em Pedagogia da Faculdade de Educação, da Universidade Federal Sul e Sudeste do Pará, que anteriormente era o Campus da Universidade Federal do Pará. Tem como objetivo articulação do ensino, pesquisa e extensão com temática relativa ao processo de inclusão escolar dos alunos com deficiência.

23 Rede nacional de pesquisadores que produzem estudos sobre políticas e práticas direcionadas para a questão da

Em suma, a materialidade do fenômeno da inclusão escolar em Marabá tem ocorrido em um tempo e espaço diferenciado, mas com o desdobramento das determinações das políticas educacionais que estão permeados pela mesma experiência de obrigatoriedade que envolve a educação para pessoas com deficiência no contexto nacional.

3.5 REGULAMENTOS VOLTADOS PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL EM ÂMBITO