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O produto turístico

No documento Dissertação Final_Ana Sofia Vieira Coelho (páginas 31-33)

Parte I | Revisão da Literatura

2. O turismo

2.4. O produto turístico

De acordo com Kotler (1988, citado em Marques, 2005) o produto é tudo aquilo que pode ser oferecido ao mercado de forma a satisfazer uma necessidade ou um desejo. “Pode ser um objeto, um serviço, um local, uma organização, uma ideia” (p. 188).

Leduc (1991, citado em Marques, 2005, p. 188) apresenta uma definição muito concreta e simples acerca de produto – “produto é tudo aquilo que um consumidor recebe quando faz uma compra”. Como sugere Peixoto (2010), as empresas do setor turístico dispõem de um alargado e diversificado conjunto de produtos e serviços que englobam desde o alojamento, à restauração, meios de transporte entre outros. O autor salienta ainda que estes produtos podem ser apresentados sob a forma de pacotes turísticos, ou comercializados separadamente, unindo as bases estruturais da oferta turística de uma região, sendo vistos como elos potenciais da cadeia de valor que o turista vivencia durante uma estadia.

Segundo Bacal (1999) o produto turístico contém certas caraterísticas que o diferenciam dos bens e produtos gerais, como por exemplo a tangibilidade.

Para Baptista (1997) “um produto turístico pode ser facilmente visualizado como tudo o que o turista usa, consome ou adquire” (p. 51). Baptista (1997) refere ainda:

é uma mistura de tudo quanto uma pessoa pode consumir, utilizar, experimentar, observar e apreciar durante uma viagem ou estadia, o que inclui, por exemplo, serviços de agências de viagens, alojamentos hoteleiros, transportes, diversões, aquisição de produtos de recordação, contatos sociais com outros turistas e com populações locais, frequência de praias, circuitos no campo e montanha, caça e pesca, visita de castelos, museus, palácios, visita a cidades e locais típicos (p. 53).

Domingues (1990, citado em Marques, 2005) afirma que o produto turístico apresenta uma designação vaga e um pouco controversa, no entanto é utilizada para definir o serviço ou conjunto de atrações de um empreendimento, região ou país, uma vez que o turismo é uma atividade socioeconómica que envolve a participação de diversos agentes, promotores e operados turísticos e como fenómeno sociocultural, vive de motivações relacionadas com o património cultural e as atividades.

De acordo com Witt & Moutinho (1989), “o produto turístico inclui alojamento, transportes, restaurantes, espaços para compras, atrações, entretenimento, infraestruturas de suporte” (p. 100). Middleton & Clarke (2001) consideram que o produto turístico é um conjunto de elementos tangíveis e intangíveis, sustentados pelas atividades realizadas no local de destino que é encarado pelo turista como uma oportunidade ou experiência e que está ao alcance de qualquer pessoa através do pagamento de um preço definido pela organização/empresa. Ainda para os mesmos

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autores, os constituintes do produto turístico indicam fundamentalmente as atrações existentes no destino, os equipamentos e infraestruturas de apoio, a acessibilidade do destino, o preço e a imagem que os turistas têm acerca do produto turístico.

Já para Holloway (1989, citado em Marques, 2005, p. 188), “considera que o produto turístico não é um produto homogéneo, dado que não pode ser consistentemente standardizado, uma vez que varia de forma e de qualidade a toda a hora”. O mesmo autor salienta a intangibilidade do produto, o que faz com que este não possa ser alvo de testes antes da sua comercialização.

Bradley (1991, citado em Marques, 2005) considera que os serviços se distinguem dos produtos devido à sua:

1. Intangibilidade: não se tocam;

2. Inseparabilidade: a produção e o consumo executam-se no mesmo local; 3. Heterogeneidade: têm uma menor standardização e uniformização;

4. Perecibilidade: os serviços não podem ser armazenados, preservados ou devolvidos; 5. Propriedade: depois de comprado, não é propriedade do turista;

Kotler, Bowen & Makens (1999) salientam que os produtos turísticos são maioritariamente serviços e por isso referem a intangibilidade, inseparabilidade, heterogeneidade e a perecibilidade como caraterísticas intrínsecas aos serviços. Kotler et al. (1999) referem ainda que a qualidade dos produtos turísticos, depende de quem, quando e onde são oferecidos, pois uma vez que estes são considerados serviços, há muita probabilidade de variação. Ou seja, a qualidade dos produtos turísticos é muito heterogénea, uma vez que os funcionários que prestam o serviço nem sempre têm a mesma atuação e esta pode variar de um dia para o outro ou até mesmo de uma hora para a outra. Isto adequa-se também aos turistas, pois cada um terá as suas necessidades específicas e como tal a sua experiência será sentida de forma diferente.

Bacal (1999) além das caraterísticas enunciadas por Kotler et al. (1999) e Bradley (1991), salienta outras caraterísticas:

1. Transportabilidade: não pode ser deslocado, o turista é quem se desloca;

2. Complementaridade: há complementaridade entre os produtos que constituem o

produto turístico;

3. Sazonalidade: os produtos turísticos são mais suscetíveis à sazonalidade

comparativamente com um produto geral;

Cunha (1997, citado em Marques, 2005) além da heterogeneidade, complementaridade enumera outra caraterística:

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Como já foi mencionado, um produto do turismo é algo não material, e ao contrário do produto manufaturado, o consumidor não pode sentir, experimentar, tocar um programa turístico antes de o adquirir. Devido a esta intangibilidade do produto, os turistas têm dificuldade em identificar se o programa apresentado satisfará verdadeiramente as suas necessidades. Deste modo, os consumidores necessitam de muita informação e de opiniões construtivas antes de escolherem definitivamente um produto turístico (Foster, 1992).

De acordo com Antunes (2004), o marketing aplicado aos produtos turísticos deve ter em consideração caraterísticas básicas que diferenciam os produtos turísticos de outros produtos. Como já foi citado, os produtos turísticos, são constituídos basicamente por serviços, criando muitas dúvidas, as quais devem ser compreendidas e clarificadas pelas empresas que oferecem produtos turísticos, para que estas consigam atingir o sucesso máximo.

De forma a superar a intangibilidade dos produtos turísticos, Cooper et al. (2007), referem que a utilização de brochuras, panfletos, vídeos e outros meios de comunicação, aumentam a tangibilidade do produto. Deste modo, com a utilização das novas tecnologias, é possível fornecer aos potenciais clientes, uma realidade aproximada daquela que viverão com a aquisição de determinado produto turístico.

No documento Dissertação Final_Ana Sofia Vieira Coelho (páginas 31-33)