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3 O PARTIDO DE LOS TRABAJADORES SOCIALISTAS

3.1 O PTS e aconstrução de uma estratégia revolucionária na esquerda

Como detalhamos no capítulo 1, o PTS foi fundado no final dos anos 80, a partir de uma cisão do Movimiento al Socialismo (MAS), originado na Tendência Bolchevique Internacionalista (TBI), uma corrente interna formada no processo de debate iniciado no III Congresso do MAS, que posteriormente, mesmo mantendo o nome de tendência, transforma-se em Fração do MAS. O MAS foi um partido morenista, em relação a seu fundador Nahuel Moreno, que teve sua origem no Partido Socialista dos Trabalhadores (PST) e fez parte da Liga Internacionalista dos Trabalhadores (LIT).

Consultado sobre a particularidade do PTS em relação aos outros partidos trotskistas e suas diferenças com o morenismo, Christian Castillo um de seus fundadores responde:

O PTS provém da chamada corrente morenista em relação ao seu principal dirigente Nahuel Moreno, que falece no mês de janeiro de 1987. A corrente morenista tinha como principal partido o MAS na Argentina, e depois da nossa ruptura em 1988 até inícios dos anos 90 vai ter uma discussão interna que os fragmenta em numerosos setores. De todos os partidos que surgiram do morenismo, nós do PTS fomos os únicos que fizemos uma critica teórica ao conjunto da concepção sobre a teoria da revolução permanente que se conhece como a teoria da revolução democrática, que para nós é a base de uma prática política errada que criticamos nas correntes herdeiras do morenismo. (CASTILLO, Christian; entrevista com autora, 10 de dezembro 2018).

No 27 de abril de 1988 a TBI se constitui em tendência, e no dia 06 de maio de 1988, numa plenária nacional da TBI, com mais de 500 integrantes, delibera-se manter o nome e constituir-se em fração do MAS, Tendência Bolchevique Internacionalista –

Fracción del Movimiento al Socialismo (TBI-FMAS). Um documento central nesse

período é a Carta Abierta a los compañeros del Partido no jornal T.B.I. TENDENCIA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA. Fracción del MAS; Nro. 0; onde coloca à disposição do conjunto dos militantes do partido, algumas posições políticas que

permitam manter a unidade partidária no marco do Congresso e suas diferenças com a direção do MAS.

Frente a esta situação antes do Congresso, a direção do MAS, deliberando não adiar o mesmo, no marco do aprofundamento da crise partidária, tem que reconhecer a existência da tendência, mas sem reconhecer a fração.

A diferença entre tendência e fração é que a fração, segundo o estatuto do MAS, tem direito a ter suas próprias publicações e, segundo Nahuel Moreno num curso ministrado no partido em 1985, também teria direito a finanças próprias, disciplina interna e relações de seus militantes com o resto do Partido, através da direção que a própria fração escolha. (T.B.I. TENDENCIA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA. Fracción del MAS; Nro. 0, p.04).

Segundo este mesmo jornal, participaram da criação da fração uma esmagadora maioria desses 500 militantes, numa reunião na qual participaram dirigentes nacionais, regionais, quadros e militantes de 15 zonas e regionais do partido, que ratificaram as bases programáticas da TBI e apontaram cerca de sete propostas para serem aprovadas como primeiro ponto da ordem do dia para dar batalha política no Congresso. Solicita-se também que os locais de Juventude, La Plata, Ensenada e Mar del Plata se constituam em locais centrais e de funcionamento da TBI-FMAS.

Como afirma Gabriela Lizst em seu artigo Historia y balance del MAS argentino, publicado na Revista Lucha de Clases em 2006, em seus primeiros documentos, o PTS declarava que o MAS tinha uma definição revisionista do internacionalismo e que se convertera em nacional-trotskista, polemizando com a linha oficial do MAS naquele momento, segundo a qual a Argentina era "o centro da revolução mundial" porque tinha o maior partido trotskista do mundo.

Centralmente a leitura é que o MAS está tomando um curso nacional trotskista. Quem, por parte da direção maioritária do partido, defendeu as posições foi Orestes Pantelli, um propagandista do MAS, em um documento denominado Carta de Greco, que defende dez pontos de política internacional que justificava não realizar com força esse debate no Congresso porque todos os militantes do MAS já conheciam e tinham posição. Numa segunda parte do documento, expressam que a direção maioritária do MAS, organiza frações secretas em base a calúnia e a tergiversação com o objetivo de evitar o debate político para aplastar aqueles que se opõem a direção partidária.

Numa terceira parte da carta apresentam-se as verdadeiras posições da TBI- FMAS, suas teses políticas, criticando a Greco e outros dirigentes por apresentarem uma

posição revisionista do internacionalismo, reduzindo a construir o MAS na Argentina, negando a importância dessa discussão internacional no partido e ausência de propostas de atividades de solidariedade internacionalista, seja contra a presença das tropas yankees na Centro américa, a revolução política na ainda União de Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) que se iniciava com greve dos operários armênios ou a gigantesca luta dos trabalhadores poloneses.

Greco coloca em determinados períodos como opções ou construção da internacional ou frentes únicas revolucionárias, revisão morenista da frente única operária que prioriza, neste caso, a construção de um partido nacional.

Do ponto de vista da construção partidária, o MAS tinha uma visão evolutiva de seu desenvolvimento. tanto da situação revolucionária como da própria construção de um partido de massas, que acaba sendo pacifista e eternizando as possibilidades de democracia burguesa, mesmo com um partido revolucionário crescendo. Quando o crescimento de um partido revolucionário colocaria a situação nos termos de revolução e contrarrevolução, depois dos Kerensky estão os bolcheviques e Kornilov no marco e uma luta pelo poder que não será pacífica. A TBI entende que o crescimento do partido será convulsivo e não evolutivo.

Importante destacar que estes rasgos da TBI conservam-se plenamente na atualidade do PTS. Da mesma forma da crítica à política de frentes populares, defendendo a TBI a consigna construir um Partido de Trabalhadores57, mas no sentido programático que dava o MAS a isso em 1985. As táticas são importantes para intervir nas conjunturas, por isso era relevante levantar a proposta de uma Assembleia Constituinte, que a direção do MAS não levante esta proposta seria uma adaptação a democracia burguesa e o eleitoralismo. Isto fica claro com o fato de não permitir que a TBI faça referência ao programa de transição na parte que se refere a autodefesa de massas. O documento da TBI foi censurado pela direção porque poderia ter colocado em risco a legalidade do partido. A TBI compara esta situação com a de Engels na Introdução de 1895 ao livro A

luta de classes na França de 1848 a 1850, de Marx, na parte que se refere as barricadas

e a insurreição, a qual mencionamos no capítulo anterior. (ENGELS, 2012).

Posteriormente descrevem um conjunto de graves problemas metodológicos e a crítica que expressava a TBI, mas fazia parte da direção da Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI), e que é central recuperar o centralismo

57 A ideia de Partido de Trabalhadores é diferente que o Partido dos Trabalhadores (PT) no Brasil e a mesma

democrático que difere do centralismo burocrático aplicado pela direção do MAS. O partido não pode ser uma federação de frações como o mandelismo, nem um partido monolítico como os lambertistas ou altamiristas, que não permitem a construção de um partido revolucionário de massas.

As sete condições para integrar-se ao Congresso para serem votadas como o primeiro ponto de pauta, que aparecem de forma explícita no mencionado jornal T.B.I. TENDENCIA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA. Fracción del MAS; Nro. 0, num aparte destacado na página 03 são as seguintes:

Em primeiro lugar, a possibilidade aos dirigentes de expressar suas posições políticas na imprensa partidária, o jornal Solidaridad Socialista (Sol. Soc.), sobre a base que o editorial é de aplicação para todos os militantes do partido.

Em segundo lugar, publicar um Boletim Interno de Discussão (BID), focado em questões da luta de classes nacional e internacional, sem censura alguma, que tenha condições de criticar arbitrariedades e posições do aparelho do partido.

Em terceiro lugar, frente aos ataques aos dirigentes da juventude da cidade de La Plata, capital da Província de Buenos Aires, da TBI, a proposta é que exista a possibilidade ainda de que a juventude escolha suas próprias autoridades e que não se possa nem desmoralizar, nem remover dirigente algum por suas posições políticas.

Em quarto lugar, que as regionais e juventude possam editar seu próprio periódico e seja distribuído com o jornal nacional centralizado, mas que tenha como condição reproduzir no editorial a linha votada pelo Comitê Central e o programa do partido.

Em quinto lugar, que a eleição dos dirigentes observe os seguintes três critérios: importância objetiva e subjetiva das fábricas que dirige, capacidade política constatável em escritos, artigos e demais, assim como pelo seu papel objetivo no desenvolvimento e construção do partido.

A sexta proposta é que, na medida que a democracia burguesa continue, congressos anuais com três meses de pré-congresso, seguindo a tradição bolchevique.

Por fim, também solicita-se que León Perez possa participar do Congresso num clima fraternal e de debate político e que o congresso vote uma moção de repúdio ao método do Comitê Central (CC) argentino e o Comité Executivo Internacional (CEI) da LIT-CI de antepor o estatuto e condenas metodológicas ao desenvolvimento do debate político. (T.B.I. TENDENCIA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA. Fracción del MAS; Nro. 0, p.03).

Em termos superestruturais, sendo que Emilio Albamonte, fundador do PTS, era integrante do Comitê Central e que tinha sob sua responsabilidade a juventude, ao ser maioria da juventude quem faz a ruptura no movimento estudantil, o PTS fica a cargo das secretarias dos centros acadêmicos que pertenciam ao MAS, assim como a representação na Federação Universitária de Buenos Aires (FUBA), na sua Junta Executiva com a Secretaria de Relações Operário-Estudantes. (LAVENBERG e MAROLLA, 1989, p. 7). Optamos trabalhar com uma parte dos jornais Avanzada Socialista, lancçado em 1988, por ser o primeiro jornal do PTS que delimita politicamente suas posições com o MAS mas também com o Partido Obrero (PO), os dois principais partidos trotskistas do país nesse momento e também com o Partido Comunista que conformava com o MAS a frente Izquierda Unida.

Em Avanzada Socialista encontramos alguns dos elementos centrais que definiram as caraterísticas do PTS até a atualidade, mesmo que as posições políticas sejam produto de um acúmulo e o amadurecimento entre teoria, posições políticas e experiências na luta de classes.

Nos jornais Avanzada Socialista número 3, publicado no mês de julho de 1988, e no número 08 do mês de setembro do mesmo ano, aparecem matérias apresentando o crescimento partidário, as novas rupturas no MAS e a luta por conseguir a legalidade, a pessoa jurídica nos diferentes distritos, que permitam em algum momento apresentar candidatura.

No jornal Avanzada Socialista número 03, aparece um ato político pela legalidade na cidade de Mar del Plata, província de Buenos Aires, com assistência de mais de 200 trabalhadores e da juventude, no qual, o então dirigente do PTS, Hugo Manes, atualmente dirigente da Democracia Operária (DO), apresenta importantes justificativas políticas: a necessidade política de construir uma frente eleitoral dos trabalhadores e pelo socialismo, alternativa ao radicalismo e ao peronismo e que ocupe o espaço político à esquerda da esquerda conciliadora do MAS. O PTS surge para levar a solidariedade ativa à todas as lutas e acabar com a esquerda marginal e centralista burocrática, para construir um partido revolucionário vivo, com militantes conscientes sem medo do debate político e para construir a Quarta Internacional. (AVANZADA SOCIALISTA 03, julho 1988, p. 12).

No jornal Avanzada Socialista número 04, publicado em 20 de julho de 1988 aparecem duas matérias sobre a luta pela legalidade do PTS, conseguir a pessoa jurídica que expresse a legalidade do partido, e desta forma poder participar das eleições.

Uma primeira matéria que aparece na página 12 em destaque, expressa que o PTS está solicitando assinaturas para sua legalidade desde que existe como partido, e em uma segunda matéria apresenta os argumentos pelos quais é importante obter a legalidade.

Na primeira matéria expõem que já conseguiram a quantidade exigida pela Justiça Eleitoral na Capital Federal, na província de Buenos Aires e a de Chubut, e que tem avanços em outras províncias como San Luis, Neuquén e La Pampa.

Na segunda matéria, expondo os argumentos que apresentam a importância de obter a legalidade, podemos destacar que esta seria usada em beneficio das lutas operárias e populares, e que no momento das eleições abre a oportunidade de utilizar a imprensa, os meios de comunicação e atos públicos para expressar a solidariedade com os que lutam. Obter a legalidade é uma forma de utilizá-la, enquanto exista a democracia burguesa, uma forma mais ampla de denunciar o regime de conjunto e apresentar que são os próprios trabalhadores aqueles que devem dar uma saída a crise.

As bancadas potencialmente obtidas no parlamento devem servir ao partido revolucionário como uma forma de utilizar o Congresso para a apoiar a luta extraparlamentar dos trabalhadores. Também poderia ser utilizada em campanhas internacionalistas de solidariedade. Desde esse momento o PTS, bastante longe ainda de obter alguma cadeira no parlamento, já apresentara uma posição política clara que se mantem até atualidade.

A legislação argentina permitia duas possibilidades, que assinem adesões as pessoas que concordam com o programa do partido, mas também aquelas que entendam que é uma questão democrática que um partido revolucionário, socialista e anticapitalista tenha o direito a ser escutados pelos trabalhadores e o conjunto dos setores explorados e oprimidos. (AVANZADA SOCIALISTA 20, julho 1988, p. 12).

Destacamos a importância do processo de obtenção da legalidade, porque sem isso não é possível um partido sequer se apresentar nas eleições. Na atualidade o PTS tem presença política, em termos territoriais, em 13 distritos eleitorais dos 21 do país, e uma base de 60 locais partidários no país antes do início das campanhas eleitorais de 2019. Do ponto de vista político, no XVII Congresso do PTS, realizado no período de 18 à 21 de abril de 2019, no qual participaram 300 delegados de 18 províncias do país.

Por sua vez, no mesmo jornal Avanzada Socialista número 08, aparece uma matéria sobre renúncias e expulsões no MAS, onde se apresenta numa coletiva de imprensa sua incorporação ao PTS. Entre outros dirigentes podemos destacar a Rubén Visconti, que foi fundador do MAS com Nahuel Moreno. Este critica posições políticas

e metodológicas do MAS, o discurso de Luis Zamora dirigido às classes médias sem delimitação com a direita e a política de alianças com setores com inconsistências políticas e elementos reacionários como Lisandro Viale, uma cisão a esquerda do Partido Intransigente (PI) ou Nestor Vicente, ex vereador na Cidade de Buenos Aires pelo Partido Democrata Cristão (PDC), da corrente Humanismo e Liberação (HyL), fundador de um grupo político de centro-esquerda a Izquierda Democrática Popular (IDEPO), para no seu momento conformar o Frente Amplio de Liberación (FRAL) que fez aliança com MAS no Frente del Pueblo (FREPU) em 1987, que pretendia se reeditar em Izquierda

Unida (IU) para as eleições presidenciais de 1989. Também apresenta suas diferenças

metodológicas em relação à frente eleitoral que se propõe com o stalinismo no Partido Comunista da Argentina (PCA). (AVANZADA SOCIALISTA 08, setembro 1988, p. 09). Também apresentam o declínio do MAS na província de San Luis, e expõe que além de Visconti, destaca-se o reconhecido escritor Ernesto Goldar, que foi candidato a Senador pelo MAS nas eleições de 1983, Carlos Moreno, dirigente operário no sindicato da carne e político nas diferentes expressões do morenismo, Palavra Operária, Partido Revolucionário dos Trabalhadores – La Verdad, Partido Socialista dos Trabalhadores (PST) e o próprio MAS, Mariano Farias, que foi detido desaparecido na ditadura militar, Enrique Valenzuela, trabalhador ferroviário e dirigente da chapa laranja nesse sindicato, Gabriel Rivas, dirigente juvenil, que representou o MAS no fim da ditadura militar no Movimento de Juventudes Políticas (MOJUPO) e Vitor Masmud , dirigente trotskista histórico que encaminhou sua adesão.

Ernesto Goldar já havia sido objeto de uma entrevista no número 4 de Avanzada

Socialista, no qual expressa já críticas e diferenças políticas com o MAS, tanto no marco

das alianças eleitorais como com o Partido Comunista da Argentina (PCA), seu burocratismo e enxergando como vai se transformando na esquerda do regime. Por sua vez, destaca elementos da política do PTS como a necessidade de construção de um Partido de Trabalhadores, revolucionário, socialista e anticapitalista e as campanhas de solidariedade internacionais como a luta do povo armênio. (AVANZADA SOCIALISTA 04, julho 1988, p. 08).

Em relação a disputa política com o MAS exige-se, nesta mesma edição do jornal, a construção de um Tribunal Moral para León Perez pelas calúnias que estava sendo submetido pela direção do MAS.

Nestes primeiros documentos, o PTS ainda reivindicava o legado político de Nahuel Moreno, se considerava um partido trotskista morenista, entendendo que a direção

do MAS havia se "degenerado" depois da morte deste. No mencionado jornal aparece uma foto ilustrando a coletiva de imprensa, na qual figuram as imagens de Vladimir Ilitch Lenin e Nahuel Moreno. No jornal Avanzada Socialista número 21, por exemplo, este apresenta-se como órgão do Partido de los Trabajadores Socialistas (PTS) integrante da Fração Internacionalista da Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (FI-LIT-QI).

O jornal Avanzada Socialista número 21, publicado em 21 de outubro de 1989 é relevante porque apresenta mais aspectos da polêmica com o Programa do MAS, dedicando uma matéria intitulada La Política y el programa actual de MAS, assinada por Alberto Montes, mas entendemos que é do dirigente do PTS e de Astilleros Rio Santiago, José Montes.

Continuando com o mesmo número do jornal, temos uma matéria que aparece no principal jornal das classes dominantes da Argentina, o Clarín, de circulação nacional, do recentemente falecido jornalista em setembro de 2018 Julio Blanck. A matéria tem como data 17 de outubro de 1989, se refere a interna do MAS e no final menciona o PTS, o que nesse momento para o PTS também é um fato relevante.

No mesmo número da Avanzada Socialista aparecem outras três matérias, mas em referência a construção partidária, uma sobre a realização da Quarta Conferência no caminho ao Primeiro Congresso do PTS, outra sobre a definição da etapa de construção partidária realizada pela Quarta Conferência e o Comitê Central e uma terceira sobre o Partido e a reconstrução da IV Internacional.

Por sua vez, no jornal Avanzada Socialista número 23, publicado em 03 de março de 1990,aparece uma nova polêmica com o MAS sobre a Assembleia Constituinte escrita por Paula Bach e uma extensa polêmica com o trotskismo, assinada por Cato Castillo, na verdade Christian Castillo, sobre a reunificação alemã. A polêmica é contra o Secretariado Unificado da Quarta Internacional (SU-QI), mandelista e a linha da Liga Internacional dos Trabalhadores – Quarta Internacional (LIT-QI) caraterizada como menchevique.

Em 25 de abril, o PTS publica um suplemento especial no Jornal Avanzada

Socialista criticando o caráter do ato pelo 01 de maio convocado pela Izquierda Unida

(IU) e que contou com o apoiodo Partido Obrero (PO). Na matéria central o eixo é que para lutar contra o plano de fome do governo é preciso exigir um plano de lutas e greve geral. Aparece a defesa da política de frente única proletária contra os acordos superestruturais.

Durante o governo de Carlos Menem (de 8 de julho de 1989 à 10 de dezembro de 1999), a Izquierda Unida, a aliança entre o Movimento al Socialismo (MAS) e o Partido Comunista Argentino (PCA) realizaram um ato e mobilização na Praça de Maio que ficou conhecida como a “Praça do Não”, por oposição à um ato em apoio a Menem que havia sido realizado por setores de direita dias antes conhecido como “Praça do Sim”, impulsionada por jornalistas de direita, em particular um muito influente na época Bernardo Neustad, que apoiava a política neoliberal. IU denominou esse ato como a “Praça de enfrente”, sendo os oradores do ato Nestor Vicente, da Izquierda Democrática

Popular (IDEPO), um democrata cristão da linha interna Humanismo e Libertação, no

seu momento, junto a Augusto Conte Mac Donell e Luis Zamora pelo MAS. No número 25 do jornal Avanzada Socialista, publicado no dia 04 de maio de 1990, tem várias matérias em geral delimitando-se politicamente do ato da IU e a política dos partidos que compunham a frente.

A matéria central intitula-se: “Acto de IU: Uma izquierda que no ‘jode’” onde apresentam que foi um fato político com repercussão, mas fracassou no convite ao