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O Surgimento e a Consolidação do Mandonismo dos Rosados na cidade de Mossoró

4. A CHEGADA DO PATRIARCA DOS ROSADO EM MOSSORÓ

4.2. O Surgimento e a Consolidação do Mandonismo dos Rosados na cidade de Mossoró

Os Rosados sempre são apontados, tendo como marco diferencial do seu poder

político, o fato de não serem grandes proprietários de terras rurais. Assim, o surgimento da liderança do patriarca - Jerônimo Rosado81 - o desenvolvimento e a consolidação do poder

79 É o caso da demora da construção da Estrada de Ferro.

80 Minha dissertação de mestrado foi intitulada O Mandonismo da família Rosado em Mossoró – 1917-1988,

defendida em 1998 na Universidade Federal da Paraíba. Nela apresentei a origem, o desenvolvimento e a consolidação do mandonismo dos Rosados em Mossoró. O ano de 1917 foi escolhido por ser a data da chegada do patriarca da família – Jerônimo Rosado – a chefia da intendência municipal, cargo equivalente atualmente ao de prefeito. O ano de 1988 foi escolhido por ser o ano da cisão da família em alas. Defendi à época que a cisão se deu para a manutenção do poder que estava em desgaste face a recente urbanização da cidade e pela reconfiguração de novos sujeitos políticos, como os professores universitários da UERN, bem como a tentativa de ampliação do poder dos Alves e Maias na cidade, fato verificado pelas alianças das alas aos Alves – Sandrismo - e aos Maias – Rosalbismo.

81 Nasceu em Catolé do Rocha, filho de uma extensa prole (tinha mais de 9 irmãos), ficou órfão de pai aos 10

98 dessa família estão vinculados às alianças que seu patriarca fez, no final do século XIX e início do século XX, com as elites locais. As alianças são explicadas pela atividade que exercia- boticário - na cidade de Mossoró no início do século XX. A atividade fez com que prestasse vários “favores” às populações rurais do estado, bem como, dos municípios vizinhos pertencentes aos estados da Paraíba e do Ceará.

O patriarca dos Rosados, Jerônimo Rosado82 chega a Mossoró em 1890,

quando a cidade se encontrava sob o domínio dos partidários do Partido Liberal que tinha como seu principal chefe o médico Almeida Castro, inclusive o responsável pela vinda dele para Mossoró. Ao mesmo tempo que instala sua farmácia em Mossoró, Seu Rosado se volta para outras atividades, tais como, experimentos agrícolas83, leciona física e química no Colégio 07 de setembro e assim vai se tornando cada vez mais expoente da elite local.

De 1908 a 1910, Jeronimo Rosado já era intendente da cidade, cargo que hoje equivale a função de vereador, e de 1917 a 1919 foi eleito Chefe da Intendência, cargo equivalente ao de prefeito. Ainda foi reeleito como intendente de 1920 a 1922. Foi este homem que abriu caminho e possibilitou aos seus descendentes a dominação política na cidade de Mossoró. Todavia sempre foi muito mais um bom “cabo eleitoral” do que qualquer outra

e o que sobrou foi usado para o sustento da família após sua morte. Jerônimo Rosado foi caixeiro viajante e era tido como uma criança esperta que chamou a atenção de Venâncio Veiga (juiz e mais tarde presidente (governador) e senador pela Paraíba – amigo de Epitácio Pessoa) que custeou seus estudos em Farmácia no Rio de Janeiro. Casou-se em 1889, em Catolé do Rocha, com Sinhazinha – Maria Amélia Henriques Maia, com quem teve três filhos. Sinhazinha morre em 1892. Casa-se com sua cunhada, irmã de Sinhazinha – Isaura Amélia Henriques Maia, com quem teve 18 filhos, chamando a atenção para excentricidade de nominar os filhos com os números em francês. Jerônimo Rosado recebe carta, no início de 1890, do médico Francisco Pinheiro de Almeida Castro. A carta era um convite para que ele montasse uma farmácia na cidade de Mossoró. (CASCUDO, 1967)

82 Nasceu em Pombal/PB, em 08/12/1861. Ficou órfão de pai aos 10 anos de idade. Tinha mais de 9 irmãos. Seu

pai era criador de gado bovino, mais uma doença, que inclusive ocasionou sua morte, provocou a depreciação de seus bens, sobrando muito pouco de recursos após seu falecimento. Desde pequeno Jerônimo era tido como criança esperta e trabalhadora, o que despertou a atenção dos adultos. Por causa disso fez amizade com Venâncio Neiva, a época juiz e mais tarde Presidente da Paraíba (cargo equivalente ao de governador hoje), Senador da República e era correligionário de Epitácio Pessoa. Foi essa amizade que possibilitou que Jerônimo fosse estudar Farmácia do Rio de Janeiro, se graduando em 1888. Ainda permaneceu no Rio até 1889 onde recebeu convite para instalar uma farmácia no estado de Minas Gerais, declinou do convite alegando compromisso nupcial com Sinhazinha Maria Amélia Henriques Mais, membro de uma importante família da Paraíba – a família Maia. A época a família já tinha enorme prestigio político no estado da Paraíba. No início de 1890 recebe carta de Francisco Pinheiro de Almeida Castro (Dr. Almeida Castro) para montar farmácia, em sociedade, em Mossoró, aceita o convite e passar a morar em Mossoró até o ano de sua morte, 1930. Para saber mais sobre a vida de Jerônimo Rosado consultar: Cascudo, Luiz da Câmara. “Jerônimo Rosado: uma ação brasileira na província de

Mossoró (1861-1930)”.

83 Em sua Fazenda Canto, que era considerada a época como um laboratório experimental na área de agricultura.

Está localizado na área urbana de Mossoró (margem esquerda do rio Mossoró), próximo a UFERSA, é imóvel com perfil rural. Atualmente é utilizada como residência de Rosalba. É chamada a casa do Rosalbismo por ser utilizado, em épocas de disputas eleitorais, para reuniões e mobilização da militância Rosalbista. Foi eleito intendente no triênio 1908-1910. (Cargo que corresponde, hoje, o de vereador) e esteve à frente da Chefia da intendência entre 1917 a 1919, sendo reeleito para o período de 1920 a 1922. A chefia da intendência corresponde, atualmente, a função de prefeito. Os seus feitos, durante o período em que esteve na cidade, de 1890 até sua morte em 1930, estão contados em livros, biografias, todos publicados pela Coleção Mossoroense.

99 coisa, sempre ligado as figuras políticas importantes da cidade como o médico Almeida Castro e sempre tendo como “guia” o amor e a devoção por Mossoró. Seus trabalhos em prol da cidade são contados em verso e prosa e mostrados como “um exemplo a ser seguido” por quem ama a cidade “tudo pelo bem de Mossoró”.

As obras foram escritas após a morte de Jerônimo, mas consolidam a forma de fazer política de seus herdeiros: o amor pela cidade, tudo pelo bem de Mossoró, trabalho que são apresentados como imprescindíveis ao crescimento e desenvolvimento da cidade e região. Além do exercício do oficio de boticário, o desenvolvimento do mando dessa família é também associado pela sua força econômica advinda da extração de gipsita e pelas relações com as famílias que detinham o poder econômico e político na cidade no início do século passado. As relações, para além de serem políticas, eram também afetivas, visto que extrapolaram as alianças políticas e se firmaram através do casamento.

Jeronimo Rosado foi chefe de uma extensa parentela84, casou-se duas vezes, com duas irmãs e teve com elas 21 filhos. Os casamentos endógamos facilitaram a ascensão e a permanência dos Rosado a frente da política local, pois muitos dos seus filhos se uniram em matrimônio aos filhos de famílias com expressão política e econômica na cidade e estado, tais como: Fernandes, Escóssia, Ciarlini, Cantídio que possibilitou a formação de uma extensa parentela e uma base política com características da chefia colegial que caracteriza os Rosado até os dias de hoje. (PAIVA NETO, 1997; LUCAS, 1998; FELIPE, 1982, 2001).

84 Como já foi dito Jerônimo Rosado se casou duas vezes, com duas irmãs. A primeira era chamada de

Sinhazinha, com ela teve 3 filhos: Jerônimo Rosado Filho – Dr. Rosadinho – (casou com Ilnah Melo Rosado). São os avós de Laíre Rosado; Laurentino Rosado (faleceu com 1 ano) e Tércio Rosado Maia (casou com Rita de Miranda Rosado e tiveram 7 filhos). Após a morte de Sinhazinha em 1892, por complicações em um dos partos, seu Rosado, dizem que a pedido da mulher morta, casa-se com sua cunhada, Isaura em novembro de 1893. Dessa segunda união nasceram 18 filhos: Izaura Rosado (faleceu com 2 meses de vida); Laurentino Rosado Maia (faleceu com 1 ano e 6 meses); Isaura Sexta Rosado Maia (casou-se com Abdon Henrique de Sá com quem teve 2 filhos); Jerônima Sétima Rosado Maia (casou com Aldo Fernandes Rapôso de Melo com quem teve 4 filhos); Maria Oitava Rosado Maia (casou com Raimundo Cantídio de Oliveira com quem teve 3 filhos); Isauro Nono Rosado (faleceu em 1925 sem deixar filhos); Vicência Décima Rosado Maia (casou com Francisco Sérgio Maia com quem teve 6 filhos); Laurentina Onziéme Rosado Maia (casou com Aldo Fernandes Rapôso com quem teve 1 filho – Após a morte de Onziéme, Aldo casou com Sétima, como informado acima); Laurentino Duodécimo Rosado Maia (casou-se com Maria do Carmo Queiroz com quem teve 6 filhos); Isaura Treziéme Rosado Maia (casou com Lavoisier Maia com quem teve 7 filhos); Isaura Quartoziéme Rosado (casou com Gentil Magalhães com quem teve 1 filho); Jerônimo Quinziéme Rosado Maia (faleceu com 2 meses); Isaura Seize Rosado (casou com Abel Freire Coelho com quem teve 3 filhos); Jerônimo Dix-Sept Rosado Maia (casou com Adalgiza de Souza com quem teve 4 filhos - são os pais de Carlos Augusto Rosado, Carlos Alberto Rosado (Betinho), avós de Beto Rosado e sogros de Rosalba Ciarlini); Jerônimo Dix-Huit Rosado Maia (casou com Naide Medeiros com quem teve 6 filhos); Jerônimo Dix-Neuf Rosado Maia (casou com Maria Odete de Góis com quem teve 12 filhos, dentre eles, Fatima Rosado – Fafá - e Gustavo Rosado); Jerônimo Vingt Rosado Maia (casou com Maria de Lourdes Bernadeth da Escóssia com quem teve 4 filhos – pais de Sandra Rosado, avós de Larissa e Lairinho, sogros de Laíre Rosado); Jerônimo Vingt-Un Rosado Maia (casado com América Rosado com quem teve 6 filhos).

100 A extensa parentela e a necessidade de dotar a família de um passado heroico levou a idealização do mito de Jeronimo Rosado como patriarca legendário como pode se verificar em alguns trechos dos livros que falam sobre ele e suas obras, como esse trecho que pretende demonstrar que Jerônimo era apolítico e o que lhe movia era Mossoró: “Em 1890 os quadros políticos partidários eram fechados e resistentes, [...] Seu Jeronimo foi o menos político dos homens, apenas como ele dizia, “acompanhava Almeida Castro” sem requerer justificações de atitude [...] o que realmente lhe interessava era Mossoró’. (CASCUDO, 1953, p. 53, grifei).

A partir da união através do casamento com os membros das famílias influentes na região, dos arranjos institucionais quando estavam a frente dos cargos públicos municipais, os descendentes de Jerônimo, foram capazes de criar uma imagem simbólica da família que perpassa gerações e fica marcada na memória afetiva e social de todos os mossoroenses e dos que ali vivem. Os Rosados são apresentados como protetores da cidade, seja nos seus aspectos políticos e econômicos, seja em aspectos culturais: “[...] se colocam como os guardiões da memória da cidade, os “animadores culturais” que, através das festas cívicas, solenidades e outros rituais, mantêm o culto aos heróis do passado e ajudam no nascimento dos novos mitos que fazem a luta do tempo presente.” (FELIPE, 2001, p. 25)

Na criação da imagem do patriarca dos Rosados, bem como, na divulgação da devoção e da dedicação dos seus filhos à cidade: Dix-Sept, Dix-Huit e Vingt - a Coleção Mossoroense85 teve um papel fundamental. Nela, eles são apresentados como homens que

nasceram para construir Mossoró, vinculando a cidade à ação deles e apontado que a cidade não teria se desenvolvido sem a participação da família. Nisso surge a característica do

85 A ideia da Coleção Mossoroense foi de Vingt-Un Rosado, embora nunca tenha exercido cargo público eletivo,

foi diretor da ESAM, fundador e mantenedor da Coleção Mossoroense, responsável em organizar e propagar o amor de seu pai e de seus irmãos pelo “país de Mossoró” até sua morte em 2005. Apresentado como o intelectual da família, utilizou a Coleção Mossoroense como o principal instrumento de publicação dos feitos e “glórias” da família. A Coleção Mossoroense que reúne textos apologéticos à família e a seus aliados. (FELIPE, 2001). É de Vingt-Un Rosado a autoria da criação do termo “país de Mossoró” quando perguntado o porquê do termo, respondia: “[...] numa cidade em que as mulheres se insurgem contra a ordem de alistamento de seus maridos para a Guerra do Paraguai, num protesto conhecido como Motim das Mulheres; em que o povo resistiu bravamente contra o bando de Lampião; libertam seus escravos, pioneiramente, então, esta não é uma cidade, mas um país. Por isso, ‘país de Mossoró’”. (Entrevista concedida por Vingt-Un, In: LIMA, 2006, p. 4). Mesmo com a morte de Vingt-Un Rosado ocorrida em 2005 e das constantes “brigas” entre os Rosados, a família ainda detém forte domínio do aparato midiático local. A família é ainda detentora de concessão de emissoras de rádio FM (FM Resistencia – desde a década de 90) canal de TV (TV Mossoró), jornal impresso (O Mossoroense atualmente apenas com circulação digital), e contou, durante toda a década de 1980 em diante, com a Gazeta do Oeste (cujo proprietário era aliado político de Carlos Augusto), Fundação Vingt-un Rosado (atualmente mantenedora da Coleção Mossoroense).

101 patrimonialismo na forma de fazer política da família, em que fica difícil distinguir as interpelações entre o público e o privado.

[...] chegamos a hipótese de que a ação política tem auxiliado a elaboração da escrita de vários títulos, bem como a edição dos textos auxilia a ação política da oligarquia. [...] alguns dos memorialistas e dos historiadores da Coleção Mossoroense exerceram atividades públicas junto as administrações dos Rosado. [...] Raimundo Nonato, historiador e memorialista da Coleção Mossoroense, ao ser indagado sobre o fisiologismo e nepotismo como meio de conservação da política dos Rosado assim respondeu: Se é de dar ao rato, dá ao gato que é de casa. (PAIVA NETO, 1995, p. 52, grifos no original)

Através dos escritos dos seus apologistas – Brito (1985); Bruening (1989); Cascudo (1980, 1991 e 1996); Freire (1954); Galvão (1982); Lira (Coord., 1986); Nunes (1981); Vasconcelos (1990) - e pela inserção deles na política local, as suas ações são apontadas como a propulsora do desenvolvimento local. Assim, os Rosado foram se consolidando como lideranças políticas locais através do uso dos mitos86 e das histórias da cidade. Não é à toa que a maioria dos trabalhos acadêmicos que versam sobre a família sempre se atêm aos aspectos simbólicos que ela representa no imaginário local.

Os Rosados se apropriam dessa memória da cidade, reforçam os heróis e os mitos; criam outros e, através de cultos, rituais e datas comemorativas colocam-se nessa história e denominam suas ações de tarefas sagradas. A política é o caminho para a realização dos sonhos dos antepassados. Apropriando-se politicamente do discurso dos heróis, renovam a tradição, a linguagem do sagrado e a idéia [sic] de que todos estão em conformidade para elegê-los os guardiões da cidade permanecem nesse imaginário como uma fortaleza inviolável a expulsar as ameaças que vêm do seu exterior. (FELIPE, 2001, p. 16)

Fica assim, pelas mãos dos escritos apologista, todos publicados pela Coleção Mossoroense, marcados no imaginário local, como desinteressados por questões políticas partidárias, sua devoção é enaltecida pelo amor que sente por Mossoró. É, nesse contexto, que se insere no campo político, primeiro o patriarca, como por exemplo de sua luta na denominada batalha pela água87, depois os seus filhos que ingressaram na política: Dix-Huit

86 Quando falo de mito me refiro ao modo como a ação desses homens foram contadas na Coleção Mossoroense.

Para melhor entendimento da forma como atos comuns, do cotidiano ou ações que faziam parte do exercício de algum cargo que exerciam, foram contados como heroicos ver as obras: A construção do herói-civilizador:

Macondo-Mossoró - Paiva Neto (1997) e A reinvenção do lugar: os Rosados e o “país de Mossoró” – Felipe

(2001)

87 Consistia em uma frente pública federal e outra a partir de recursos de agentes locais, enquanto não chegava

102 Rosado88, Dix-Sept Rosado89, Vingt Rosado90, que se apresentavam como herdeiros de uma vocação herdada de seu pai - o amor por Mossoró - uma vocação que daria continuidade aquilo que o pai não pôde fazer. (FELIPE, 2001).

Basta uma rápida pesquisa sobre a vida do Seu Rosado e de seus filhos para se perceber que não foi bem assim que as coisas aconteceram. O patriarca e os seus descendentes logo se interessaram pela política partidária91. Mas o que fica no imaginário local é o

desinteresse, o amor por Mossoró. Esses atributos dos Rosados vão “abrir”92 os caminhos e, possibilitar, aos seus descendentes um exemplo a ser seguido, tudo pelo bem de Mossoró e em prol do crescimento e desenvolvimento93 da cidade. (LUCAS, 1998).

Seu Jerônimo, o patriarca, é sempre apresentado como um homem sem grandes ambições pessoais, tudo que faz é pelo bem da cidade. Na Batalha pela água para Mossoró, por exemplo, ele aparece: “sempre pesquisando, estudando, procurando o local ideal para a construção de um reservatório que viria a fornecer água potável abundante e para demais fins industriais, mesmo nos anos de secas anormais.” (CIARLINI94 apud CASCUDO, 1953, p. 73)

Na descrição de suas ações como Presidente da Intendência, ele é predestinado” a servir Mossoró:

88Primeiro filho de Jerônimo Rosado a entrar na política. Seu primeiro mandato foi como deputado estadual

(1947 a 1951), dois mandatos como deputado federal (1951 a 1955 - 1955 a 1959), um mandato como Senador (1959 a 1967) e três como prefeito de Mossoró (1973 a 1977, 1983 a 1988, 1993 a 1996). Dix-huit em 1966 renuncia ao mandato de senador, pois é nomeado pelo presidente Costa e Silva para ocupar a presidência do INDA (Instituto Nacional de Desenvolvimento Agrário), nesse período implantou em Mossoró a ESAM (Escola Superior de Agronomia de Mossoró), atual UFERSA (Universidade Federal Rural do Semiárido). Dix-huit tinha formação em medicina e era empresário da área de comunicação, possuía a Radio Tapuyo e o Cine Teatro Cid, no centro de Mossoró.

89 Governador do Rio Grande do Norte entre 31 de janeiro de 1951 e 12 de julho de 1951. Faleceu de um acidente

de avião em uma viagem ao Rio de Janeiro (a época capital federal) como governador. Antes havia sido eleito prefeito de Mossoró, no ano de 1948 onde renunciou, em 1951, para se candidatar a governador.

90 Ingressa na política no mesmo ano que Dix-Sept onde se elege como vereador do município de Mossoró. Teve

ainda mais um mandato como vereador em 1951, onde renunciou para se candidatar a prefeito que exerceu o mandato de 1953 a 1956. Foi eleito deputado estadual em 1958 e exerceu sete mandatos como deputado federal (1962 a 1965, 1966 a 1969, 1970 a 1973, 1974 a 1977, 1978 a 1981, 1982 a 1985 e 1986 a 1989). Ao todo teve 11 mandatos, um recorde na história política. Morreu em 1995 sem mandato.

91 Foi eleito intendente no triênio 1908-1910. O cargo de intendente corresponde ao que hoje seria vereador.

Esteve à frente da Chefia da intendência entre 1917 a 1919, sendo reeleito para o período de 1920 a 1922. A chefia da intendência corresponde, atualmente, a função de prefeito.

92 Jerônimo, patriarca dos Rosados por Mossoró, vai ser apresentado como o responsável pela entrada dos seus

filhos na política. “O que eu não fizer, um filho meu fará” é uma das frases preferidas para explicar o amor que essa família tem à cidade. (CASCUDO, 1996)

93 Após a morte de Jeronimo Rosado, em 1930, o comando político da cidade fica nas mãos de Rafael Fernandes,

que permaneceu líder local até 1935, quando se elegeu governador (1935-1937) e interventor de 1937 a 1943. (LUCAS, 1998)

94 Esse local indicado para a construção ideal de um reservatório fazia parte de um relatório de Pedro Ciarlini,

engenheiro civil. Pedro é o patriarca da família Ciarlini, sua descendente, Rosalba Ciarlini, é casada com Carlos Augusto Rosado, neto de Jerônimo Rosado.

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Não se improvisava homem público para num triênio dirigir a sua terra adotiva. Era apenas a convocação de um velho batalhador do oeste norte rio-grandense, de um lutador pelos seus muitos anseios, que desde 1891 se colocava a serviço de Mossoró, agora escolhido para dirigir seus destinos. (CASCUDO, 1953, p. 83)

Cascudo (1953) descreve-o como o “maior precursor do progresso desta terra, em benefício da qual ele sempre defendeu o seu trabalho incansável grande dedicação a toda [sic] prova.” (CASCUDO, 1953, p. 87). Enquanto Jerônimo é considerado batalhador e precursor do progresso e desenvolvimento da cidade, os comerciantes, partidários de outros grupos políticos que não faziam alianças com o grupo de Seu Jerônimo eram tidos como ambiciosos: “Esses negociantes eram acidentalmente eleitores e protetores dos chefes partidários, com ou sem bafejo do governador. O poderio consolidava-se na impossibilidade de outras firmas industriais de outras paragens enfrentarem a concorrência.” (CASCUDO, 1953, p. 136)

Seu Rosado é um homem apolítico, servia ao seu líder Almeida Castro, um homem sem defeitos, capaz de tudo, até de dar a vida por Mossoró, vejamos na passagem abaixo:

[...] era o homem correto, observador das leis, uma fisionomia austera, imperturbável, impondo ascendência moral, veneração instintiva [...] ajudando todos os empreendimentos, quase sempre dirigindo-os sem plano e sem recompensa, escondendo-se da consagração. Exibindo-se aos perigos, à impopularidade, à