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Principais pontos e Análise da Entrevista com Laíre Rosado

7. PESQUISA DE CAMPO – ENTREVISTAS, QUESTIONÁRIOS

7.1. Principais pontos e Análise da Entrevista com Laíre Rosado

Que fatos aconteceram, no início da década de 80 (entre 82, 83 e 84) que culminou com a cisão da família em 1988. Quais foram os fatos, que o senhor considera relevantes, políticos, que aconteceram internamente e, digamos assim, dentro da própria organização política da família que levaram a cisão?

Olha, nós tivemos alguns episódios anteriores a esse, como no rompimento da família com o então governador Tarcísio Maia. Havia uma ideia de Dix-Huit de ser o governador do Rio Grande do Norte. Naquela época a escolha era indireta (biônica, como era chamado) e indicado (geralmente uma indicação política, vinha do Governo Federal, estava no Regime de Exceção, no Golpe Militar) e esse nome depois era chancelado pela Assembleia Legislativa, sem qualquer dificuldade, todos obedeciam a essa orientação do Planalto. E quando Dix-Huit foi preterido por Tarcísio Maia, (Dix-Huit achava que ia ser o governador), mas houve um episódio político, aqui no Rio Grande do Norte, nacional, onde faleceu o general, Dale Coutinho, que patrocinava a candidatura de Osmundo Farias, que é o pai do atual governador (Robinson Faria) e Osmundo estava, praticamente, escolhido para ser o governador do Rio Grande do Norte. Tarcísio tinha ligações estreitas com Golbery do Couto e Silva, que era o todo poderoso do Governo Militar e conseguiu que o próprio nome fosse indicado, então ele saiu como candidato, saiu como o governador do estado. Então a partir daí, começou a haver uma ... Tarcísio que havia sido companheiro, havia morado, residido na casa do pai de Dix- Huit e Vingt, velho Jerônimo Rosado, terminou elaborando um projeto próprio, com a eleição de Lavoisier, para substitui-lo, ele era hospede de Lavoisier, além de ser parente, era hospede dele em Natal e depois o filho Jose Agripino. Quando da indicação de Lavoisier com o apoio, com o trabalho de Tarcísio Maia, Dix-Huit resolveu romper com o governo e para isso, Vingt, que tinha mais sensibilidade, convocou toda a família para tomar essa decisão, toda a família, políticos, não políticos, os irmãos, os sobrinhos, e essa reunião foi realizada na SOCEL, que era uma empresa pertencente a Dix-Neuf Rosado na época, hoje é dos filhos deles, filhos e netos. Todos os parentes opinaram pelo não rompimento. Que isso era um fato a ser superado e que não deveria se romper com Tarcísio, por conta da decisão dele indicar Lavoisier e não Dix-Huit para o governo do estado. Foi nesse instante que Vingt perguntou: “Quer dizer que todos vocês são contra o rompimento?” Todos disseram: “Sim”. “Pois eu fico com Dix-Huit, vocês fiquem todos contra a gente, não tem problema.” Aí, claro, ficaram todos com os dois. Mas aí foi o primeiro episódio que eu considero de desgaste do relacionamento, do relacionamento da família.

A reunião citada aconteceu entre o final do ano de 1978 e início do ano de 1979 – quando da indicação de Lavoisier Maia para o Governo do Rio Grande do Norte.

Indaguei, se além desse fato, haveriam outros que indicassem o rompimento que se consolidaria no final da década de 1980, com a eleição de Rosalba para a Prefeitura de Mossoró, em 1988. Laíre respondeu:

Depois a gente começou a observar que Dix-Huit, como prefeito, passou a haver uma exigência do filho dele, Mário Rosado, que morava no Rio de Janeiro, que não tinha ligação, nem afetiva, nem política, nenhuma, com os políticos da família de Mossoró [...] e resolveu ser deputado federal, e a partir daí, começou, o deputado Vingt Rosado (era do PFL na época) começou a discordar desse caminho e Dix- Huit cada vez mais apoiando o filho, afinal de contas era filho. Não importava se estava certo, se estava errado. Inclusive ele chegou a admitir, algumas vezes, que o filho não estava agindo dentro do que deveria ser correto, mas que ele ficava com o filho, não tinha problema. Então, isso culminou em 88 quando Dix-Huit resolveu lançar Silvio Mendes, empresário de Mossoró, como candidato a prefeito da cidade

155 e todos nós conversamos com Vingt, que não deveria se meter nisso, não deveria se incomodar, afinal de contas seria uma maneira (ele tinha saído de uma campanha já bem...com uma situação financeira, bem difícil, bem delicada) e ele não teria um compromisso maior com essa eleição, a não ser dar o apoio político, mas ele não aceitou, achando que [Dix-Huit], que, Silvio Mendes, isso já é uma dedução minha, não é que ele tenha dito, que Silvio Mendes, como prefeito, iria prosseguir com o trabalho de Dix-Huit, de colocar o filho na política, por Mossoró, e criar dificuldades no futuro.

Vou então que surgiu seu nome para ser...?

Foi, eu era deputado estadual, então o meu nome foi o mais fácil de ser apresentado. Com o detalhe que eu fiz todo o esforço possível para não ser candidato. Eu não achava que tinha o perfil de Executivo, de administrador, não queria ser candidato, mas terminei... sendo arrastado para essa candidatura, que foi uma experiência boa. Foi uma derrota, mas foi uma experiência muito positiva.

Perguntado como a família Rosado avaliou a separação da família, os discursos calorosos e de ofensas, pelos dois lados e, principalmente, pela participação, do até então desconhecido, Mário Rosado. E ainda como estava sendo entendido e absorvida aquela disputa e se, a disputa, era a busca de novas lideranças para a substituição de Vingt e Dix-Huit no comando político da família e da cidade.

Foi um momento muito traumático para a família e para a cidade. Algumas pessoas, as vezes, as vezes não, muitas vezes, chegava a dizer que tinha havido a divisão para não perder o comando. Não é isso, o rompimento político na família, o rompimento político da família, é muito mais traumático do que quando se trata de um adversário que não seja familiar. E não somente para a própria família, mas também para os amigos, que eram amigos comuns e tiveram que tomar uma decisão entre um ou outro. Porque passou-se a exigir que se adotasse essa posição: quem estava com Vingt e quem estava com Dix-Huit. Para você ter uma ideia...da... segunda e terceira geração, porque eu já sou da terceira, eu sou sobrinho-avó [sic] de Vingt. Meu pai é quem é sobrinho deles. Em determinado momento, nós fomos a casa de Dix-Huit, nós, os sobrinhos, e fizemos um apelo a ele para que ele revisse a sua posição, que ele fizesse um acordo, um convênio. Fizemos várias propostas inclusive, retirar a minha candidatura e apoiava o filho dele para deputado federal, o que ele quisesse, ele disse: “Eu não quero nada, só quero romper” .... A posição que se tinha naquela época, todos dois, tanto de Vingt, como de Dix-Huit, radicais era o termo mais certo, que não recuavam de suas decisões. E isso foi muito ruim, trouxe muita dificuldade para toda a família.

Qual a sua avaliação sobre as teses que tratam dos motivos da família? Em primeiro lugar, eu acho inadmissível e não entendo como é que tem quem julgue, você ter um rompimento, entre irmãos e amigos, para ficar no poder. Porque se você rompeu, vai ficar um ou outro, vai ser uma disputa. E se não tivesse havido o rompimento teria sido mais fácil a eleição de qualquer um dos dois. A eleição de João Batista [era o candidato do PMDB e que alcançou uma expressiva votação na disputa para a prefeitura da cidade] foi em 1982 e naquela época o voto era vinculado, não, mas ai foi de prefeito. Antes tinha havido ... Vingt Rosado colocou em risco a própria eleição dele, ao não subir no palanque com os aliados, (no voto camarão) pediu para votar em branco [para não votar em José Agripino] teve uma eleição difícil. Então em retribuição a isso, o aluizismo, eu acho, que não dedicou- se totalmente a eleição do PMDB [sic]na cidade de Mossoró. Se isso facilitou, com certeza deve ter facilitado a eleição de Dix-Huit, mas não que tenha havido algum acordo, nem nada nesse sentido. E vamos ver ... como de fato aconteceu, e se nós

156 tivemos a família dividida, o lado que ficou derrotado, no caso, foi a minha facção, foi hostilizada, foi perseguida, teve sérias consequências, então você não pode dividir para se blindar, se vai ser hostilizado pelo vencedor.

Sobre a cisão da família nos sucessivos confrontos políticos, inclusive com hostilização verbal, nas campanhas em que estavam de lado opostos, qual a avaliação que faz sobre a sucessão da liderança política da família.

[...] Vingt e Dix-Huit eram apaixonados por Carlos Augusto - o sucessor dos dois. Apostavam todas as fichas nele. Quando chegou a eleição de José Agripino, havia uma ligação de criança, de juventude, de Carlos Augusto com José Agripino, e Zé, José Agripino, conseguiu convencer o Carlos Augusto que os tios estavam errados. E o resultado era que Carlos Augusto, em Mossoró, fazia um discurso político afinado com Vingt e Dix-Huit, mas quando ia para os outros municípios, pedia voto para José Agripino, na discordância total. Então isso começou a azedar o relacionamento dele, com os dois, até que num pronunciamento, Dix-Huit, foi muito, muito duro com ele, ao dizer que, mais ao menos assim “na família, o elo que apodrece, é o mais fraco”, um negócio assim em relação a Carlos Augusto. Então Carlos Augusto passou a ser o representante de José Agripino aqui na cidade, começou a crescer, ganhar vida própria e passou a enfrentar os dois tios, achando que, talvez, que a conduta deles não era a mais apropriada para o momento. E desse ponto em diante começou a haver o confronto direto, imediato, em várias campanhas políticas, entre os dois grupos.

[...] Mais alguma coisa que queira falar sobre isso?

Também tem sempre uma ideia, que algumas pessoas leem...[...]. O que fez o livro? o professor. Lacerda, ele bota que que o velho Rosado dirigiu todos os filhos para um setor. Um para a política, outro para a economia, é inadmissível, quando Jerônimo Rosado morreu, eles eram crianças ou jovens, não dava para você já ter dito: Vingt vai ser político, Dix-Neuf vai ser industrial, porque eles ainda não tinham idade suficiente para ser isso. [...] A própria eleição de Dix-Sept, eu não tenho muitos detalhes, mas pelo que eu tomei conhecimento até hoje, surgiu de um impasse estadual, não é que ele fosse candidato não. É que houve um rompimento das grandes lideranças, em dado momento, e alguém enxergou, no prefeito de Mossoró, a possibilidade de disputar, talvez até sem muita chance de vencer.

Sobre a campanha de 2012, onde Larissa despontava como vencedora em todas as campanhas e, no apurar das urnas, Claudia Regina venceu, bem como da hostilização que aconteceu contra sua filha, Larissa, e o resultado da eleição suplementar, como avalia o momento?

Inclusive, houve, no percurso da campanha, Larissa engravidou. Não “tava” programado. Aí começaram a dizer que era um embuste, que ela não estava grávida. Ela sofreu um bocado por cauda das agressões que foram feitas. [...] As campanhas do nosso grupo político sempre foram feitas com muita dificuldade, sem recursos financeiros, sem apoio de governo, faltava esse básico, enquanto que a candidatura de Claudia Regina não, teve esse apoio maciço, ostensivo. Rosalba era governadora na época, da governadora, dos grupos econômicos, então por isso ela passou a crescer nas pesquisas. Depois Rosalba, governadora, fazia uma campanha, de casa em casa, pedindo voto, e dessa forma, ela conseguiu mudar o resultado. Foi já na reta final, inclusive alguns industriais de Mossoró, que depois pagaram um preço muito alto pelos investimentos e da maneira como agiram aqui

157 na cidade, também tiveram influência, e isso, ainda hoje, apesar da grande fiscalização da Justiça Eleitoral, que as vezes atrapalha, as vezes ajuda determinado segmento, dependendo da maneira como agirem, tiveram também influência, importância nesse sentido. Não foi nenhum fato novo que tivesse alterado o resultado não, foi mais a participação, a entrada em campanha dos apoios de Claudia Regina.

E a Eleição Suplementar?

Política tem umas passagens, uns episódios que você não tem como explicar. Essa candidatura de Larissa, na eleição suplementar, foi contra a vontade de todo mundo. A começar por ela. Ela não queria, eu não queria, os irmãos não queriam, ninguém da família queria. Mas chegou um ponto que ninguém quis ir. Então a gente disse, ou vai Larissa ou nós não vamos ter candidato para disputar. E isso em política não se admite. Porque na próxima eleição vai pagar um preço muito alto. Então Larissa foi, foi uma candidata, excelente como candidata, mas ela tinha acabado de sair de uma campanha política, onde não tinha tido êxito para prefeita, que não tinha tido êxito para deputada estadual, estava cansada, comprometida, financeiramente, economicamente, com tudo, então, de fato ela não deveria ter sido candidata, mas foi, e foi e despontou como vitoriosa até que o juiz, dr. Herval, começou a dizer, de manhã, de tarde e de noite, que o voto dela seria anulado. Porque ela estava com um processo no Tribunal Eleitoral que ganhou, ela foi considerada inocente e poderia ter sido candidata, mas o juiz dava entrevista nas emissoras de Natal, na televisão de Natal, em todas as rádios de Mossoró, na imprensa de Mossoró, dizendo que o voto de Larissa vai ser nulo. Então muita gente dizendo: “- Bem, eu ia votar em Larissa, mas não vou anular meu voto, não tem porque, então prefiro votar em Francisco José e não perder o voto.” Então esse foi um fato preponderante, em minha opinião, para a eleição de Francisco José e a derrota de Larissa. Posso tá enganado, mas foi o que eu vi, foi o que na prática aconteceu. E todos, é só se lembrar das entrevistas do juiz, que ele dizia isso.

[...] Como se deu o ingresso das mulheres, da família Rosado, na política de Mossoró, considerando que toda a sua fala foi no sentido de não ser mais a liderança do seu grupo e, somente no final da década 1980, as mulheres da família Rosado passarem a concorrer a cargos públicos eletivos, mesmo com Dix-Sept, Dix-Huit e Vingt terem filhas? Por que nunca antes, na história dessa família, tinha tido uma mulher como liderança política? É um fato interessante mesmo, que merece um comentário. Sandra quando entrou na política, contra a vontade do pai, candidata a vice prefeita de Dix-Huit, o pai estava vivo ainda, tinha a sombra para que ... enquanto ele foi vivo ela não poderia se projetar, não aparecia.

Por escolha? Dela?

Não, porque... enquanto Vingt esteve vivo, tanto eu, como ela, nós, tudo que fazíamos, consultávamos. A liderança era dele. Com Rosalba, especificamente, Carlos Augusto, entendeu, desde o começo, que a pessoa para angariar votos era Rosalba, que ele era o estrategista. Que ele era para mobilizar, fazer os entendimentos, os acordos, mas para ir para a rua, era Rosalba, então ele passou a investir, Carlos Augusto (na aparição de Rosalba pela primeira vez, era deputado estadual), ele passou a investir em Rosalba, para Rosalba ser a captadora dos votos, como de fato aconteceu. Um detalhe é que Sandra e Rosalba são primas por parte de mãe, as mães são irmãs, são Escóssias [sic]. E o avô delas foi prefeito de Mossoró, Augusto da Escóssia, exerceu a prefeitura durante um certo período. E a família Escóssia toda é política. Eu me lembro agora, rapidamente, de Lauro Escóssia Filho, foi deputado estadual e era militante político, aqui, na cidade de

158 Mossoró, mas toda a família Escóssia, também, é política. Teve um fato interessante, um debate na Rádio Rural, os candidatos a prefeito, Sandra, Rosalba e Jorge de Castro, que é do PT. Aí, Jorge começou a fazer um discurso combatendo a oligarquia Rosado. Aí Sandra disse “Acho que o companheiro tem que mudar para combater a oligarquia Escóssia, porque aqui todos os três são Escóssia, só tem dois Rosados.”

Então... mas ao que o senhor atribui essa...

Acho que foi...Ela tem vocação política, ela tem habilidade e teve o aspecto... Isso, quem? Tá falando de...?

Rosalba, e teve o aspecto político de Carlos Augusto, não, não ter se preocupado em inibi-la, em cortar a sua atuação. Pelo contrário, ele passou a investir mais nela, (ele que na época já era o líder da facção rosado Contra Vingt e Dix-Huit), para que ela crescesse e alçasse voo, como de fato aconteceu ...

Voltando um pouco a questão dos Maia na cidade. [...] O Senhor deve ter acompanhando, tem uma dissertação de mestrado, de Bruno Barreto, que fala exatamente sobre o papel, “A divisão política da família Rosado nas páginas do Mossoroense e Gazeta do Oeste”, exatamente de lá que eu tirei essas informações que, digamos assim, durante essa cisão, durante um tempo, de certa forma, essa cisão, ficou obscurecida, só veio tomar as páginas do jornal, no final da década de 80, porque não tinha mais como esconder. E ai ele faz uma afirmação de que o programa “Observador Político” foi a trincheira que você encontrou para fazer combate aos Maia na cidade de Mossoró. O que você diz sobre isso? Conhece, deu uma lida?

Não, não li não. Colaborei, dando entrevista [...]. O “Observador Político” foi uma ideia de 1982, quando eu ouvia os programas da Rádio Difusora, que era ligado a Aluízio, criticando Vingt e Dix-Huit, todo dia, em programas, e, a Radio Tapuyo (não era mais de Dix-Huit, não, era dos dois), não fazia uma defesa, não levantava uma palha para fazer um elogio aos dois. Eu achava aquilo inadmissível. Então, eu fiz uma proposta a eles, para ter um programa de rádio, que um dos objetivos era defender a bandeira política da gente, um não, o principal era esse. Começou com cinco minutos. Passou para dez, para quinze, com meia hora, já com outros auxiliares, depois com uma hora, já com três quatro pessoas participando do programa. E tem o nome “Observador Político”, mas fala de literatura, de religião, todos os assuntos que possam estar em voga no momento a gente comenta, lá no “Observador Político”, mas não foi com o objetivo de combater ninguém, muito antes de defender, de divulgar, melhor dizendo, Vingt e Dix-Huit.

A última pergunta [...] o seu papel político à frente da família [...] como esta essa questão dessas alas dentro da família?

Eu considero que os dois políticos da família, que se parecem, que são apaixonados, que só falam política, são Carlos Augusto e Sandra. Carlos Augusto herdou de Dix- Sept, Sandra de Vingt. Os dois são, digo assim, na essência da palavra, só querem saber de política, só conversa política, só fala política [...]

159 Respiram política. Só esses dois. Os outros também, inclusive eu, se eu fosse desse jeito...não tinha deixado, não tinha me afastado da militância política, que a gente.... Eu sempre procurei a união de todos, as vezes eu fico pensando que... eu sou um utópico. Porque perde tempo, perder tempo não, investir numa coisa sem resultado. Do lado de Fafá e de Leonardo, eu fui inúmeras vezes, talvez uma dezena de vezes, eu, sem Sandra saber, sem Carlos Augusto saber, conversar com os dois, na casa deles. É um pessoal que eu dizia: Eu vou conversar ali com Fafá na casa dela. “Você vai na casa de Fafá, porque ela não vem aqui?” Porque quem tá atrás sou eu ...

Então você é o pacificador?

O pacificador. E toda conversa, eu saia de lá, certinho que estava tudo certo, tudo acordado. No dia seguinte tinha uma entrevista, uma posição dela ... Inclusive na eleição de governador, eu tive lá..., na véspera, para dizer ..., para a gente arrumar, que ela poderia ser candidata, se quisesse, o marido dela, se quisesse voltar. Tinha espaço para todo mundo. Ela dizia: “ótimo, ótimo, ótimo.”

Agora? Nessa de...?

É, nessa última [...] De Henrique contra Robinson, [...] 2014. A minha surpresa no outro dia ela estava no palanque de Robinson, depois disso ai, eu já procurei outra vez, mas é isso mesmo.

Mas, tem essa divisão ainda, na sua opinião?

Tem, tem, o grupo de Fafá não se afina nem com o de Rosalba e nem com o de Sandra. O outro, o do Rio já não existe mais. [Mário Rosado] [...]

Mas, o seu papel? Você acredita que tem um papel? Além do de ser o pacificador, pelo que entendi, está tentando pacificar aí, as diferentes alas que existem dentro