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Após a viatura PA-II ter sido recusada pelo Exército, a Skoda começou a trabalhar num novo modelo, designado PA-III. Visando resolver os problemas com o veículo anterior, os projetistas focaram-se no armamento e blindagem. Era necessária uma torre, pois os munhões do PA-II revelaram-se ineficazes. A blindagem tinha que ser mais barata e, de um modo geral, o veículo devia ser mais pequeno, mais leve e com maior mobilidade.

Manteve-se o chassis simétrico, com um condutor em cada lado da viatura, mas desta vez o casco mostrava alguma assimetria. A blindagem mantinha a mesma espessura do PA-II, 5,5 mm, mas a configuração da blindagem dava-lhe uma aparência

83 Imagem disponível em <http://www.tanks-encyclopedia.com/ww2/czech/Skoda_PA-II_Zelva.php>,

[acesso em 1/8/2019].

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Imagem disponível em <http://www.tanks-encyclopedia.com/ww2/czech/Skoda_OA-vz-27.php>, [acesso em 1/7/2019]; as iniciais OA referem-se a «Obrněný automobil», carro blindado.

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estranha. O condutor da frente sentava-se à direita com o assistente à sua esquerda, enquanto o condutor na retaguarda se sentava à esquerda. Todos os quatro lugares possuíam aberturas de visão direta blindadas. A entrada era feita por duas portas laterais, como em modelos anteriores.

A torre, com 360 graus de rotação, possuía uma escotilha de observação onde estava uma metralhadora de 7,92 mm, montada num munhão. Havia também munhões extra no lado da torre, para serem usados com uma metralhadora de infantaria transportada no interior do veículo. Uma outra metralhadora estava num munhão, na retaguarda do casco. Eram carregados cinco mil setecentos e cinquenta projéteis, repartidos por todas as armas.

As medidas tomadas para melhorar a viatura resultaram. O PA-III era mais rápido e tinha melhor mobilidade que os veículos anteriores, possuindo armamento mais eficaz. Apesar de testado em 1925, a produção só foi autorizada em 1927. Quinze ou dezasseis viaturas PA-III, designadas agora como OA vz.27, foram produzidas entre 1927 e outubro de 1929.

Seis veículos foram integrados no Regimento Blindado da cidade de Milovice, e os restantes nove entregues à Cavalaria. Na reorganização militar dos anos 1930, nove viaturas foram para o Primeiro Regimento Blindado, três para o Segundo Regimento Blindado e os últimos três para o Terceiro Regimento Blindado. Eles participaram, juntamente com viaturas OA vz.30, na repressão de protestos instigados por separatistas alemães e no combate a incursões húngaras e polacas.

Após a ocupação alemã da República Checa (1939), nove viaturas foram capturadas pela Wehrmacht e três outras foram tomadas pela Eslováquia 85. Os últimos três veículos, que na altura estavam a defender a Cárpato-Ucrânia dos ataques húngaros, refugiaram-se na Roménia, onde foram capturados pelas forças romenas. Duas destas s viaturas foram destruídas num bombardeamento Aliado em 1944 juntamente com três veículos OA vz.30. O destino das outras viaturas é desconhecido.

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1934 - OA vz.30

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A Skoda não foi a única empresa contratada pelo Exército Checo para a construção de viaturas blindadas de rodas. Alguns camiões Tatra foram testados e vários protótipos criados a partir de 1926. Por volta de 1930, a versão final do veículo estava terminada, mas os testes continuaram. O Exército finalmente encomendou cinquenta e uma viaturas em março de 1933. Devido a atrasos, as primeiras seis viaturas só foram entregues em janeiro de 1934, outras dezasseis em fevereiro e as restantes em julho desse ano. Comparado com os designs futuristas da Skoda, o Tatra era muito mais convencional. A base era um camião 6x4 Tatra T-72, com um casco blindado de 3 a 6 mm de espessura. O condutor, sentado à direita, tinha uma viseira blindada e a entrada no veículo era feita por uma porta na retaguarda. A torre giratória, com 360 graus de rotação estava na retaguarda da viatura, possuía uma escotilha no topo e múltiplas aberturas de visão direta. O armamento consistia em três metralhadoras ligeiras de infantaria, duas em munhões e a terceira guardada no interior do veículo, com três mil projéteis disponíveis para todas as armas.

As viaturas foram organizadas em pelotões de reconhecimento, com três veículos por pelotão. Participaram, juntamente com viaturas OA vz.27, na repressão de protestos instigados por separatistas alemães e no combate a incursões Húngaras e Polacas. Após a anexação do Sudetenland (Região dos Sudetas) 87, dez exemplares foram vendidos à Polícia. No entanto, as viaturas apresentavam alguns defeitos: apesar de atingirem uma velocidade de 60 km/h, o motor era muito fraco, não permitindo o cruzamento de valas. A blindagem era fina e podia ser penetrada por armas de Infantaria disparadas à queima-roupa. As metralhadoras de Infantaria, desenhadas para serem portáteis, tinham pouca capacidade de fogo sustentado, sendo alimentadas por carregadores de vinte munições que se descarregavam rapidamente.

Vinte e quatro viaturas foram capturadas pelos alemães durante a anexação da República Checa, e dezoito pelas forças eslovenas. As últimas nove tiveram o mesmo

86 Imagem em ZAVADIL, Radomir, Obrněný automobil OA vz.30 - Armoured Car Mo. 30, Bučovice,

Jakab, 2005, p.3.

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Os Sudetas eram uma minoria germanófila que vivia na Checoslováquia, na região da Morávia. Hitler anexou a Sudetenland em outubro de 1938.

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destino que as do modelo anterior: foram defender a região da Cárpato-Ucrânia dos ataques húngaros e tentaram refugiar-se na Roménia, mas oito acabaram por ser capturadas pelas forças romenas, sendo a última capturada pela Hungria. Três viaturas romenas foram destruídas num bombardeamento Aliado em 1944 junto com dois veículos vz.27.

As viaturas capturadas pela Eslováquia foram organizadas no batalhão blindado

Martin após a perda de um veículo na guerra Eslováquia-Hungria 88. O batalhão foi dividido em pelotões e cerca de oito viaturas participaram na Invasão da Polónia. Participaram na Operação Barbarossa 89, onde se perdeu um veículo e três ficaram danificados. Seis viaturas combateram na Ucrânia, onde duas foram perdidas e três ficaram incapazes de combater. Os blindados sobreviventes foram substituídos por viaturas de trilhos Panzer II.