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5. DISCUSSÃO DO MATERIAL BIBLIOGRÁFICO

5.1. Caracterização dos materiais selecionados

5.1.2. Objetivos dos Estudos

AUTORES OBJETIVOS

Carvalho (2014) Investigar, à luz da Psicologia Analítica, o fenômeno da maternidade tardia e sua relação com o processo de individuação feminina. Além disso, analisar os determinantes psicológicos do adiamento da primeira gestação. Buscar compreender qual é a vivência do próprio processo de desenvolvimento a partir do nascimento do primeiro filho após os trinta e cinco anos de idade. Rodrigues (2008) Analisar a percepção de mulheres que vivenciaram a maternidade tardia

sobre as mudanças no seu cotidiano e na sua qualidade de vida e na de suas famílias.

Lima (2012) Estudar a maternidade entre mulheres acima dos 40 anos, seus significados e suas implicações em confronto com o tempo biológico e a carreira profissional.

Rios-Lima (2012) Investigar o fenômeno do adiamento da maternidade na sociedade atual, com base na vivência de mulheres de dois diferentes grupos que optaram por ter o primeiro filho depois dos 35 anos: aquelas que conseguiram e aquelas que não.

Jacobsen (2014) Investigar as experiências da primeira gravidez em mulheres com idade considerada tardia. Além disso, (1) compreender o significado de ser mãe; (2) investigar os aspetos da primiparidade e da idade tardia sentidos pela mulher e (3) analisar os fatores do adiamento da maternidade nessas mulheres.

Barbosa e Coutinho (2007) Melhor entender como as mulheres estão encarando a maternidade, bem como a opção de adiá-la e/ou não ter filhos e qual o papel da carreira profissional em suas vidas.

Lopes, Zanon e Boeckel (2014) Investigar qualitativamente: (a) os múltiplos papéis exercidos pela mulher contemporânea e (b) qual a relação da multiplicidade de papéis exercidos pela mulher com a maternidade tardia.

Parada e Tonete (2009) Apreender as representações sociais sobre a gravidez após os 35 anos, a partir de mulheres com baixa renda que vivenciaram essa experiência. Oliveira et al. (2011) Identificar o enfrentamento de mulheres que passaram pela experiência de

engravidar tardiamente, seus medos, seus anseios, suas descobertas, tristezas e alegrias.

Sousa e Maia et al. (2016) Averiguar possíveis relações entre o apoio social e variáveis sociodemográficas e gestacionais em gestantes tardias.

Fonte: Própria pesquisadora

Os estudos selecionados procuraram investigar a vivência da maternidade em idade avançada relacionada a variadas questões como pode ser observado na Tabela 6 que trata dos objetivos dos textos elegidos.

A pesquisa de Carvalho (2014) procura investigar a relação entre a maternidade tardia e o processo de individuação feminina. Dessa forma, a autora define como individuação “o processo por meio do qual tal identidade se forma” (CARVALHO, 2014, p. 18). Para tanto, ela utiliza como perspectiva teórica de análise os fundamentos da Psicologia Analítica.

O estudo realizado por Rodrigues (2008) tem como objetivo analisar sob a perspectiva de mulheres que vivenciaram a maternidade tardia se houve

mudanças no cotidiano e na qualidade de vida dessas mulheres, bem como na de suas famílias. A autora parte da constatação de que o fenômeno da maternidade tardia ainda é tema pouco explorado em relação às consequências desse adiamento vivenciado pela mulher e que, portanto é importante entender como esse fenômeno vem ocorrendo na atualidade.

No estudo feito porLima (2012) ela procura estudar os significados da maternidade para mulheres acima dos 40 anos, bem como as implicações decorrentes do confronto entre o relógio biológico e a carreira profissional. A autora parte da constatação de que muitas mulheres vivem o conflito entre a carreira e a maternidade, e como solução acabam por deixar a maternidade para segundo plano.

Rios-Lima (2012) realizou um estudo sobre o fenômeno da maternidade na sociedade atual com base na vivência de dois grupos de mulheres, as que decidiram adiar a maternidade e conseguiram ter filho e as que também optaram pela maternidade tardia, mas que até o momento da pesquisa ainda não tinham conseguido ter filho. Para a autora, é uma ilusão acreditar na capacidade de engravidar em idades muito avançadas, porém, a autora constata que muitas mulheres acreditam possuir total controle sobre a fertilidade, o que acaba por gerar sofrimento naquelas que não conseguem engravidar.

Jacobsen (2014) procurou no seu estudo investigar a experiência da primeira gravidez para mulheres em idades consideradas avançadas, bem como o significado de ser mãe para essas mulheres e quais os fatores motivadores para o adiamento da maternidade. A autora constata que a vivência da maternidade se constitui como um fenômeno complexo, que além da mulher passar por um processo de desorganização interno, ressoa também no companheiro e na família.

Barbosa e Coutinho (2007) realizaram um estudo com o objetivo de entender a visão das mulheres a respeito da maternidade, bem como a opção pelo seu adiamento ou a escolha pelo não exercício da maternidade; além disso, procuram entender qual o papel da carreira profissional na vida dessas mulheres. As autoras verificam que a coexistência das exigências sociais e da

carreira profissional não é pacífica, e fica a cargo da mulher procurar soluções individuais para lidar com esse dilema. Elas verificam que, não necessariamente é preciso excluir a vivência da maternidade em detrimento da carreira ou o contrário.

Lopes, Zanon e Boeckel (2014)no seu estudo procuraram investigar os múltiplos papeis exercidos pelas mulheres na contemporaneidade e a relação desses múltiplos papeis com a maternidade tardia. As autoras partem da constatação de que com as mudanças ocorridas historicamente dos papeis atribuídos à mulher houve um acúmulo de funções devido a sua inserção no mercado de trabalho e a continuidade do exercício das funções domésticas.

Parada e Tonete (2009) realizaram um estudo com o objetivo de entender as representações sociais da gravidez após os 35 anos a partir da vivência de mulheres de baixa renda. As autoras verificaram que a experiência da maternidade tardia é pode apresentar sentimentos conflitantes, ora positivos, ora negativos e que a participação ativa do companheiro é fundamental para que a vivência da maternidade seja positiva.

Oliveira et al. (2011) realizaram um estudo como o objetivo de identificar o enfrentamento de mulheres que passaram pela experiência de engravidar tardiamente. Compreendem que essa vivência pode ser permeada de sentimentos diversos, podendo ser uma experiência com significados tanto positivos quanto negativos.

Sousa e Maia et al. (2016) realizaram um estudo com o objetivo de averiguar se existem possíveis relações entre o apoio social e variáveis sociodemográficas e gestacionais em gestantes tardias; os autores procuram considerar os aspectos positivos relacionados ao adiamento da maternidade. Para tanto, acreditam que o apoio social seja um recurso para o enfrentamento de possíveis dificuldades que acompanham o período da gestação.

Nesse sentido, percebe-se que os objetivos dos estudos procuram de modo geral investigar o fenômeno maternidade tardia relacionando essa vivência a variados dilemas enfrentados pela mulher na sociedade atual.

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