• Nenhum resultado encontrado

Crise econômica, crise social, desemprego, hipotecas, dívidas estudantis, insatisfação popular. Esses são alguns dos vários motivos que levaram estudantes, desempregados, pessoas de cor, pessoas de idade, etc. a se reunirem na cidade de Nova York no outono de 2011 com um mesmo objetivo: lutar pelos seus direitos.

A inspiração para o surgimento do movimento Occupy Wall Street veio do outro lado do oceano: da Primavera Árabe no Egito e dos Indignados na Espanha (KROLL, 2011, p.16). Ambos os movimentos, mesmo de formas diferentes, lutaram por ideais socioeconômicos e por meio das redes sociais fizeram com que as suas respectivas ideias se espalhassem de forma viral pela rede e dessa maneira conseguiram reunir nas principais praças das capitais Madrid e Cairo milhares de pessoas para protestar (KROLL, 2011, p.16).

Já a origem do movimento pode ser encontrada em diversas fontes. A mais propensa é a de que o movimento começou quando ativistas da revista canadense Adbusters chamaram a população norte americana para uma ação direta. O chamado começou a se disseminar via email das pessoas as quais possuíam assinatura da revista, com o título “Agora mais do que nunca, a América precisa da sua própria Tahrir [...]”. Rapidamente essa mensagem foi espalhada por mídias independentes, fóruns online no Twitter e Facebook e por ativistas virtuais (BLUME, 2012, p.13).

Após o chamado da revista Adbusters, as pessoas participantes da New Yorkers Against Budget Cuts (NYABC) – nova iorquinos contra cortes nos salários – promoveram um primeiro encontro em um ícone da cidade de Nova York: no Charging Bull15. As reuniões iniciaram em Agosto de 2011 e tinham o intuito de organizar a grande ocupação da cidade de Nova York que seria iniciada em Setembro do mesmo ano. Com o propósito de organizar as pessoas de forma democrática antes de partirem para Wall Street – coração financeiro dos Estados Unidos-, os organizadores formaram comissões: desde comissão da comida, comissão dos estudantes até uma comissão tática (BAUER et al, 2011, p.11).

Este último, o comitê tático, possuía a tarefa de determinar o local e horário da primeira ocupação de Wall Street. Eles, primeiramente, tentaram ocupar um parque, entretanto a polícia rapidamente os expulsou. Em seguida, eles fizeram uma lista com oito locais públicos entre praças e parques no sul da ilha de Manhattan e chegaram a conclusão de que o Zuccotti Park, também chamado de Liberty Plaza, seria a melhor alternativa (BAUER et al, 2011, p.12).

15

Estátua de um touro. Esta imponente estátua retrata um comportamento ousado e orgulhoso, como se o touro estivesse preparado para correr pelas ruas desta capital financeira. O Artista Arturo Di Modica criou esta espetacular escultura e entregou-a como presente às pessoas da cidade de Nova York após a queda do mercado financeiro de 1987. Arturo tinha esperança de que a economia mudaria e ofereceu esta prenda como uma representação da força e poder do povo Americano.

O Zuccotti Park fica no coração do sul da ilha de Manhattan, entre Wall Street e o Marco Zero (local onde ficavam as torres gêmeas antes dos atentados do 11 de setembro) e sua vizinhança é cercada por turistas, bem como por muitos trabalhadores do setor financeiro. A praça é considerada um espaço público, mas na verdade é privada: pertence à corporação Brookfield Properties16. Entretanto, mesmo pertencendo ao setor privado os membros do comitê tático não encontraram nenhum registro que impedisse os manifestantes de ocuparem aquele local (BAUER et al, 2011, p.16).

O Occupy Wall Street começou fundamentalmente como um desafio ao status quo das corporações que controlam o sistema político norte americano. Comparado com o discurso do verão de 2011 nos Estados Unidos, o qual se tratava da redução de déficits, o OWS trouxe à tona uma conversa voltada para a desigualdade econômica e a falta de empregos. O colunista do jornal New York Times e vencedor do Nobel laureate, Paul Krugman, frisou após as primeiras semanas do movimento que “a desigualdade está de volta às noticias graças ao OWS” (DE LUCA; LAWSON; SUN, 2012).

De acordo com Gelder (2011, p. 2, tradução nossa):

O Occupy Wall Street é um movimento que não está apenas exigindo mudança. Ele está também transformando a maneira como nós, os 99%, nos enxergamos. A vergonha que muitos de nós sentimos quando não conseguimos encontrar um emprego, pagar nossas dividas ou apenas manter a nossa casa está sendo substituída por um despertar político. Milhões agora reconhecem que nós não somos os culpados por uma economia fraca, pelo colapso das hipotecas e nem por um sistema de impostos que favorece os mais ricos. Nós, os 99% estamos vindo para mostrar que somos o efeito colateral dos ricos que querem ficar ainda mais ricos. Nós somos a maioria da população e, uma vez que entrarmos em ação, não poderemos ser ignorados. Nossos lideres não irão consertar as coisas para nós; nós teremos que consertar por conta própria. Nomeando a questão, o movimento mudou o discurso político. Os interesses dos 99% não poderão mais ser ignorados. O OWS desencadeou o poder político de milhões e emitiu um convite aberto a todos aqueles que desejam fazer parte da criação de um novo mundo17.

16

Brookfield Properties é uma gestora de ativos alternativos globais com mais de 175.000 milhões dólares americanos em ativos sob gestão. Tem uma história há mais de 100 anos e possui e opera ativos com foco na propriedade, energia renovável e infraestrutura.

17

The OWS movement is not just demanding change. It is also transforming how we, the 99%, see ourselves. The shame many of us felt when we couldn’t find a job, pay down our debts, or keep our home is being replaced by a political awakening. Millions now recognize that we are not to blame for a weak economy, for a subprime mortgage meltdown, or for a tax system that favors the wealthy but bankrupts the government. The 99% are coming to see that we are collateral damage in an all-out effort by the super-rich to get even richer. We are the vast majority of the population, and, once we get active, we cannot be ignored. Our leaders will not fix things for us; we will have to do that ourselves.

Inspirados nos Indignados, o Occupy Wall Street adotou assembleias gerais como meio de tomadas de decisões. Elas rapidamente se transformaram em uma das experiências mais marcantes do OWS; era impossível não se impressionar com a magnitude daquele acontecimento. Ela pode ser descrita como um grupo sem líderes que se reúnem para discutir sobre tópicos e tomar decisões por consenso (KROLL, 2011, p. 17). Formalmente, serviu com a função de decidir as ações do movimento e de ser o fórum o qual os organizadores tinham a certeza de que os outros participantes seriam ouvidos: desde queixas, decisão de ações diretas e até as estratégias do movimento eram decididas nas assembleias gerais (BAUER et al, 2011, p.27).

O movimento é composto por três documentos fundamentais que foram decididos em Assembleia Geral, por consenso dos participantes: os princípios de solidariedade, a afirmação de autonomia e a declaração de ocupação da cidade de Nova York. O Princípio de Solidariedade foi elaborado para unificar os manifestantes presentes no parque Zuccotti, tendo como alguns deles: “praticar uma democracia direta, transparente e participativa” e “reconhecer o valor inerente de cada individuo e a influencia que ele tem em todas as suas interações”, conforme Anexo A. Já a Afirmação de Autonomia, segundo o Anexo B, retrata o movimento, especificando o que é e do que se trata: “nós gostaríamos de esclarecer que o Occupy Wall Street não é e nunca foi afiliado com nenhum partido político, candidato ou organização. Nossa única afiliação é com as pessoas”. A Declaração de Nova York retrata o que os manifestantes consideram injustiças socioeconômicas e que são essas injustiças alguns dos motivos da ocupação da cidade de Nova York, conforme o Anexo C.

Segundo Zizek (2011, p. 18) sobre os manifestantes: “eles não são sonhadores, são o despertar de um sonho que está se transformando em pesadelo. Não estão destruindo nada, estão reagindo ao modo como o sistema gradualmente destrói a si próprio”. Entre os participantes do movimento, segundo Alves (2011):

No OWS participaram do movimento veteranos de guerra, sindicalistas, pobres, profissionais liberais, anarquistas, hippies, juventude desencantada, trabalhadores, etc. Entre milhares de pessoas, encontraram-se, lado a lado, por exemplo, jovens anticapitalistas e enfermeira sem defesa do sistema de saúde. Há cartazes de protesto contra o racismo, o presidente Obama, os

By naming the issue, the movement has changed the political discourse. No longer can the interests of the 99% be ignored. The movement has unleashed the political power of millions and issued an open invitation to everyone to be part of creating a new world.

republicanos, os democratas, a fome, as guerras no Iraque e Afeganistão. Em contrapartida, defendem-se os direitos dos trabalhadores, os dos prisioneiros em greve de fome, mais impostos para os milionários e a reestruturação do sistema financeiro.

De acordo com Davis (2011, p.42):

Até o momento, a genialidade do Occupy Wall Street é o fato de ter libertado alguns dos imóveis mais caros do mundo e transformado uma praça privada em um magnético e catalisador espaço publico de protestos. As mídias sociais são importantes, é claro, mas não onipotentes. O sucesso da auto-organização dos ativistas – a cristalização da vontade política a partir do livre debate – continua sendo melhor nos fóruns urbanos da realidade. As ocupações também são para raios, acima de tudo, para as menosprezadas e alienadas tropas dos democratas, mas, alem disso, elas parecem estar derrubando barreiras de geração, proporcionando as bases comuns, por exemplo, para que os ameaçados professores de meia idade que trabalham a educação básica troquem ideias com jovens graduados empobrecidos.

O poder presente no Occupy era chamado de “poder horizontal”, que foi assim designado por não haver hierarquia nas decisões do movimento (KROLL, 2011, p.17). “As pessoas que optavam por fazer parte do movimento eram as mesmas que debatiam os tópicos, determinavam estratégias e lideravam o trabalho” (GELDER, 2011, p.7). Como o movimento não possuía líderes, as pessoas que coordenavam e organizavam os grupos de trabalho eram denominadas de facilitadores: elas também eram participantes do movimento as quais se identificavam apenas pelo primeiro nome e se esforçavam para não parecerem lideres (BAUER et al, 2011, p.26). Nas Assembleias Gerais, eram eles que organizavam as listas de fala e que mantinham a ordem para que todos fossem ouvidos (GELDER, 2011, p.8). Além dos facilitadores, para manter a organização de milhares de pessoas, foram formados grupos de trabalho que totalizavam 109 grupos distintos, os quais cuidavam de áreas como: comida, higiene, facilitação dos encontros, artes e cultura, tática de debates, demandas e problemas em geral (WINANS, 2012, p.45).

Na figura 4 é possível verificar um mapa do Parque Zuccotti durante a ocupação. Ele foi organizado em setores pelos manifestantes: é possível observar a cozinha, a área médica, a área do conforto, a área social, a do cyber café, a da mídia, a da assembleia geral, a de informações, a jurídica, a de boas vindas e a de cultura.

Figura 4 – a organização do Zuccotti Park.

Fonte: BAUER, A. J. et al. Occupying Wall Street: The inside story of na action that changed America. Haymarket Books. Chicago, 2011.

Como eram milhares de pessoas participando do movimento, os facilitadores precisaram encontrar uma ideia de como fazer com as informações chegassem instantaneamente a todos além da internet, então, eles utilizaram uma ferramenta que pode ser chamada de “microfone humano”. De acordo com Blume (2012, p.18, tradução nossa):

Outro aspecto da tecnologia usado no movimento envolvia um aproveitamento do poder dos grupos de pessoas, as quais falavam juntas em unissonância. O “microfone humano”, como essa tecnologia foi apelidada, funcionava como um sistema de amplificador acústico. É importante destacar que o microfone humano é rotulado de tecnologia uma vez que ele auxilia na disseminação da informação. A função específica desse microfone possibilitava que um individuo pudesse discursar para um grupo de qualquer tamanho em qualquer lugar. Assim é como funcionava: primeiro, a atenção do grupo é chamada verbalmente usando o “chame e responde”. Alguém vai proclamar a expressão “mic check”, e aqueles que estão mais próximos vão repetir essas mesmas palavras. Em seguida, a mesma pessoa que proclamou “mic check” irá começar a fazê-la e as pessoas mais próximas começarão a responder. A ideia é que o número de pessoas que fazem parte do microfone humano vá aumentando a medida que a chamada para o “mic check” vá se espalhando. Uma vez que um número considerável de pessoas está prestando atenção, um único locutor começará a transmitir a mensagem verbalmente. Como fonte dessa mensagem, o locutor automaticamente se torna o epicentro do microfone humano. A mensagem será transmitida devagar e claramente, usando poucas palavras de cada vez. Cada frase falada pelo locutor, irá ecoar pelo grupo todo. O locutor irá proclamar as próximas frases somente depois que frase anterior tenha sido ecoada para cada pessoa do grupo. A tecnologia do microfone humano tem sido aplicada no OWS de diferentes maneiras. A mais comum, é quando o microfone é utilizado para organizar táticas para

transmitir informações de logística para aqueles que irão participar das ações diretas18.

Essa tecnologia encorajava a decisão baseada no consenso, uma vez que, escutando uns aos outros repetir um ponto de vista que é diferente do que um pensa, é uma maneira de abrir a mente para novas ideias (GELDER, 2011, p.8). Na figura 5 é possível visualizar os gestos utilizados nas Assembleias Gerais juntamente com o microfone humano para votar por consenso.

Figura 5 – Gestos utilizados nas Assembleias Gerais.

Fonte: OCCUPY Wall Street. General Assembly Guide. Disponível em: <http://www.nycga.net/resources/general-assembly-guide/> Acesso em: 29 mar. 2013.

18

Another aspect of the technology used by the OWS movement involved harnessing the power of groups of people speaking together in unison. The human microphone, as this technology has been dubbed, functions as an acoustic amplification system. It is an important distinction that the human microphone is labeled as technology because it facilitates the processing of information. The specific function of the human microphone enables an individual to address a group of any size in any space. Here’s how it works: First, the attention of a group is channeled using a verbal call-and-response. Someone will begin by proclaiming the words “Mic Check,” and those within closest proximity will echo these same words. Then, the same person will repeat the call of “Mic Check” and more people in a wider proximity will respond. The idea is that an increasing number of people will become part of the human microphone with each successive calling of “Mic Check.” Once an appropriate degree of collective attention has been channeled, a single speaker will begin to transmit a verbal message. As the source of this message, the speaker becomes the epicenter of the human microphone. The message will be spoken slowly and clearly, using only a few words at a time. Each phrase uttered by the speaker will then be echoed by the surrounding members of the group. The speaker will utter the next phrase only after the previous phrase has been echoed such that it has clearly reached every person in the group. The technology of the human microphone has been employed by the OWS movement in a number of different ways. Most commonly, the human microphone has been used as an organizational tactic to convey logistical information to those participating in direct action events.

“Agree” em português significa “concordo”. Esse gesto significava que os manifestantes estavam de acordo com a proposta colocada. O “disagree” em português significa “não concordo” e servia para se colocar contra uma proposta ou para dizer que não gostava do que estava ouvindo. O gesto “block” em português é “bloquear” e significava que caso a proposta fosse votada pela maioria o participante deixaria o grupo, pois possuía razões morais e éticas para não concordar. O “process” significa “processo” e o gesto denotava que o processo pelo qual as discussões estavam prosseguindo não condizia com o colocado. “Information” significa “informação” em português e significava que o manifestante tinha informações pertinentes à discussão do momento. Já o “neutral” significava que o participante estava “neutro” à proposta colocada pelos facilitadores. Por fim, o gesto “clarification” denota “esclarecimento” e significava que o manifestante necessitava de mais informações sobre aquela proposta.19

O OWS pregava a não violência. Entretanto, os participantes podiam adotar uma “diversidade de táticas”, ou seja, caso quisessem, individualmente adotar atos de violência podiam, mas deveriam pensar no grupo como um todo (SCHNEIDER, 2011a, p.39).

Segundo Klein (2011, p.46, tradução nossa):

Há uma outra coisa que vocês estão fazendo certo neste movimento: vocês se comprometeram a não violência. Vocês se recusaram a dar à mídia as imagens de janelas quebradas e brigas de rua. E essa tremenda disciplina significa que, mais e mais, a historia que é mostrada é a vergonhosa e não provocada brutalidade policial. Nesse meio tempo, o apoio ao movimento só cresce. Isso é sabedoria 20.

De acordo com o Comitê de Ação Direta do OWS, dois pontos eram de fundamental importância: “não instigar violência física com policiais e pedestres” e “nós respeitamos a diversidade de táticas, mas consideramos que qualquer ação

19

You agree with the proposal or like what you are hearing. You disagree with the proposal or dislike what you are hearing. You’re taking a neutral stance on the proposal. You either have or need clarifying information. You have information pertinent to the discussion (not for opinions). Telling the group the process by which discussions are held is not being followed. You have very strong moral or ethical reservations about the proposal and will consider leaving the group if it passes.

20

Something else this movement is doing right: You have committed yourselves to nonviolence. You have refused to give the media images of broken windows and street fights it craves so desperately. And that tremendous discipline has meant that, again and again, the story has been the disgraceful and unprovoked police brutality… Meanwhile, support for this movement grows and grows. More wisdom.

pode afetar o grupo inteiro”. Na prática, os manifestantes mantiveram a disciplina da não violência. A defesa pessoal dos participantes contra os policiais foi basicamente com câmeras, e não com a força física (SCHNEIDER, 2011b, p.39).

De acordo com Schneider (2011, p.42, tradução nossa):

A “diversidade de táticas” é uma forma de desobediência política par excellence, uma vez que sua ênfase em autonomia ao invés de autoridade representa uma contradição direta àquela ordem política que políticos ordinários pressupõem. “Não confundam a COMPLEXIDADE deste movimento com CAOS”, dizia uma das placas feitas pelos manifestantes no meio da multidão.

O processo democrático adotado no Occupy Wall Street possuía raízes anarquistas. A democracia baseada em consenso estava diretamente ligada a essa teoria uma vez que um dos princípios fundamentais do anarquismo diz que: do mesmo modo que quando os seres humanos são tratados como crianças, eles tendem a agir como crianças, o modo pelo qual se encoraja um ser humano a agir com maturidade e responsabilidade é tratá-los como se todos eles fossem maduros e responsáveis, mesmo quando não o são (GRAEBER, 2011, p. 23).

De acordo com a página oficial do movimento:

O Occupy Wall Street é estruturado com base em princípios anarquistas. Isso significa que não existem lideres formais e nem uma hierarquia formal. Entretanto, o movimento está cheio de pessoas que lideram por serem exemplares. Nós somos lideres integrais, e é isso que nós torna fortes. Ao invés de escolhermos lideres aos quais você teria que seguir, os lideres aqui surgem organicamente. Essas pessoas se tornam lideres por que outras pessoas decidiam segui-las. A qualquer momento você pode escolher qualquer um para seguir. Você pode seguir mais de uma pessoa. Se as pessoas gostarem das suas ideias, elas podem escolher seguir você. Qualquer um pode vir a ser um líder21. (OCCUPY..., 2013, tradução nossa).

Os anarquistas presentes no OWS tinham uma ideia que naquele momento parecia completamente ambiciosa: tomar decisões por consenso entre milhares de pessoas. Entretanto, meses depois, as decisões eram tomadas democraticamente, sem voto, por concordância geral (GRAEBER, 2011, p.22).

21

Occupy Wall Street is structured on anarchist organizing principles. This means there are no formal leaders and no formal hierarchy. Rather, the movement is full of people who lead by example. We are leader-full, and this makes us strong. Instead of picking leaders, which you would then have to follow,

No documento As mídias sociais e o Occupy Wall Street (páginas 45-57)

Documentos relacionados