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por fim, no excerto 1, as ocorrências {desejo de legitimação; asseveração da autoridade da IES; instaurar um sentido de sagrado; estabelecer meios de regulação

FORMAÇÃO(ÕES) DISCURSIVA(S) DOS/NOS POEMAS DE IFÁ.

E, por fim, no excerto 1, as ocorrências {desejo de legitimação; asseveração da autoridade da IES; instaurar um sentido de sagrado; estabelecer meios de regulação

pela irrefutabilidade, servindo-se da reencarnação para asseverar o valor do odu.} denominam a posição sujeito (inscrição ideológica), num sentido de identificação, atravessado pela interpelação, com efeito de lugar discursivo, marcando um desejo de legitimação.

Passaremos ao excerto 2.

Excerto 2

OCORRÊNCIAS – EXCERTO 2 RECORRÊNCIA(S)

B – Orunmilá é a divindade. Ifá, isso que nós tamos falando é Ifá. Ifá é a prática divinatória, não é a divindade. Então, quando cê fala eu estou vendo odu- ifá, eu estou vendo o corpo literário de Ifá, cê entendeu? Que Orunmilá/Ifá traz. Então todo esse

código moral, ético, social – tem que frisar bem isso –, porque não é só magia, é só vê, só vidência que tá

tendo, é um corpo social, ético, moral de um povo, que não tinha, não tinha, não tinha gráfica, não tinha

letras, mas todo seu conhecimento era carne viva,

porque eles respeitavam o awo[culto/segredo] (mostra-se, tocando os braços) para o outro, o mais velho para o mais novo. Então, é agráfico, mais é

cultural. Eles respeitavam. Nós não colocamos nossos idosos no asilo. Eles ficam morando conosco, é enterrado no fundo das nossas casas. A gente vai

dar um carneiro pra ele. Quando meu nenê nascer,

eu vou apresentar: Oh, avô, sua descendência aqui!

Então o ioruba, ele é muito ligado com o antigo, ele não faz com o ocidente faz, entendeu? Então, o corpo literário ele apresenta, basicamente, nós temos 16 odu principais, depois eu te dou graficamente eles, pra você só tirar e por na sua... na sua ...

E2.R5.

- “todo esse código moral, ético, social – tem que frisar bem isso”

- “não é só magia”

-“não tinha letras, mas todo seu conhecimento era carne viva”

- “é agráfico, mais é cultural.” E2.R6.

- “não colocamos nossos idosos no asilo. Eles ficam morando conosco, é enterrado no fundo das nossas casas.”

- “Quando meu nenê nascer, eu vou apresentar: Oh, avô, sua descendência aqui!”

No excerto 2, as ocorrências sentidurais {referência de positividade/ do caráter de empírico; afirmação de um aspecto identitário} denominam uma asseveração, no sentido de identificação, atravessada por uma outricidade, com efeito de encaixe, para uma afirmação/marcar um desejo de um lugar discursivo.

Em {identidade; comparação}, verificamos uma relação de alteridade, num processo de (des)identificação, atravessado por uma outricidade, com efeito de tensão, para instaurar o próprio processo de alteridade.

Já em {formação discursiva cientificista; formação discursiva mística; interdiscurso; valor de moralidade} há uma interpelação, no sentido de clivagem, marcada pela descontinuidade, determinando um efeito de posição sujeito, para revelar a heterogeneidade do sujeito.

Em {legitimidade; Superioridade/Memória} verificamos a posição sujeito, revelando uma alteridade, marcada pela outricidade, com efeito de tensão, marcando um lugar discursivo de superioridade.

Por fim, neste excerto, em {busca da aceitabilidade social, pelo caráter empírico/ positivista; busca pela aceitabilidade social na asseveração do moralmente correto} ocorre a interpelação, designando um desejo, articulando a heterogeneidade, com efeito de alteridade, para instaurar um lugar discursivo (de verdade/de certo).

Seguiremos com o excerto 3.

Excerto 3

OCORRÊNCIAS – EXCERTO 3 RECORRÊNCIA(S)

B- O primeiro odu é Eji-Ogbe, o segundo odu é o contrário, se Eji-Ogbe é vida, que que e, que é morte, é iku. Então, se eu to jogando Ifá pra uma pessoa, caiu iku, é morte. Cê tá entendendo? Cê tá entendendo? Mas, tem vários tipos de morte. E aí cê vai perguntar a Orunmilá, se é morte física, se é alguma empresa que tá terminando, cê vai

destrinchar aquilo. Depois do Eji-Ogbe, o

Oyeku-Meji, Iwori-Meji, Odi-Meji, Irosun-Meji, é

Obara..., eh owaOwornin-Meji, Obara-Meji, Okaran-Meji, depois de Okaran-Meji, Ogunda- Meji, Osa-Meji - Egba! é o odu das Iya [mães ancestrais], tem que fazer reverência (em tom baixo) – Osa-Meji, aí vem, Ika-Meji, Otorupon- Meji, Otura-Meji, Irete-Meji, Ose-Meji, Ofun- Meji. E, o que trabalha com todos esses dezesseis, Osetura, que é Exu, que é a encarnação de Exu.

Todos esses dezesseis odu, eles estavam na criação do planeta. E Ifá diz até, na criação do universo. E eles, eles não colonizaram o planeta. Teve um momento, que eles vieram do orum, do céu, para a terra. O primeiro odu era o último, o

último que eu falei, Ofun-Meji. Quando eles vieram da da do céu para terra, inverteu, o último passou a ser o primeiro e vice-versa. Então, houve/um, Eji-Ogbe era o último, Iku-Meji era o penúltimo. Né, cê tá entendendo? Porque aqui é reflexo de lá, então, aqui é como se fosse o

espelho de lá. Quando se olha o espelho, é a imagem ao inverso. Por isso que o africano, ele

bate a sua cabeça no chão, ele introduz que o céu não é lá em cima, é embaixo. Os odu, então,

inverteram essa ordem cênica. Mas, quando Eji-

Ogbe aparece ou o último aparece, que é Ofun- Meji, é o super sim. Por exemplo, você vai fazer

E3.R7.

- “Mas, tem vários tipos de morte.” - “cê vai destrinchar aquilo” E3.R8

- “Osa-Meji - Egba! é o odu das Iya, tem que fazer reverência (em tom baixo)”

- “Cê vai fazer uma boa viagem? Cai Ofun-Meji, o último, ele é cênico, ele é anterior, ele manda, quer dizer, é sim.”

- “o africano, ele bate a sua cabeça no chão, ele introduz que o céu não é lá em cima, é embaixo”

E3.R9

-“Todos esses dezesseis odu, eles estavam na criação

do planeta.”

- “Teve um momento, que eles vieram do orum, do céu, para a terra”

- “aqui é reflexo de lá” E3.R10.

uma boa viagem, cai Eji-Ogbe, sim. Cê vai fazer

uma boa viagem? Cai Ofun-Meji, o último, ele é cênico, ele é anterior, ele manda, quer dizer, é sim. Entendeu?

No excerto 3, as ocorrências de sentido {relativização; ritual; formação imaginária; retificação; equivocidade}denominam a heterogeneidade, no sentido de contradição, articulando uma descontinuidade, com efeito de equivoco, para instaurar a luta por um lugar de verdade.

Considerando as ocorrências {refutabilidade; identidade; vontade de verdade; atualização}, verifica-se a clivagem da IES, designando uma regulação, atravessada pela interpelação descontinua, com efeito de alteridade, para a afirmação da identidade por (des)identificação.

Em {plurissignificação; memória discursiva; formação discursiva mítica; mito; vontade de verdade}, há uma clivagem designando uma identificação, atravessada pela interpelação, sob o esquecimento n.1, para instauração de um lugar discursivo de saber e verdade.

Já em {controle; regulação; valor de sagrado; cientificismo; positivismo; interdiscurso} verificamos o esquecimento n.1, designando a asseveração da identidade, articulando a alteridade, por efeito da interpelação, para instaurar um lugar discursivo de saber e verdade.

E, então, em {afirmação de um caráter capaz de dominar/ conhecer a verdade;