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Deve tam bém o professo r ter em conta na planificação das suas aulas, a construção de referências artísticas que se afastam dos cânones ocidentais, das propostas m odernista europeias, da arte “ocidental” , usando exem plos diversificados de artes culturalm ente diferentes. D este m odo, evita-se a sobreposição de um a cultura pela outra, com o acontece tantas vezes quando se tenta trabalhar a nível m ulticultural (Júnior, 2001). Isto, porque pode-se cair em descrim inação quando se usa exem plos de arte europeia sobre outras culturas diferentes que não têm as m esm as referências, hom ogeneizando, ou quando o professor trata-as pela diferença, isto é, com o exóticas, prim itivas. D evem os professores con verterem -se em m ediadores culturais, agentes de m udança. O o bjectiv o é a educação valorizar o pluralism o cultural e proporcionar um a ju stiça social, partindo da pessoa, do aluno e suas origens. M as o professor m ediador, não é som ente um transm issor de conhecim entos, mas participativo, activo, com opinião, tendo em conta a aprendizagem dos alunos e seus contextos (Peres, 2006), sendo necessário m uitas das vezes ter que colocar-se no papel do aluno (D íaz-A guado, 2000).

2 .2 .5 .I. Form ação

Para m elhorar a prática docente tendo em conta a educação m ulticultural, não cheg a uma form ação inicial e contínua, mas tam bém o trabalho com outros parceiros educativos (psicólogos, educadores, m ediadores, pedagogos, etc.) (Peres, 2006), e um m aior trabalho co op erativ o entre colegas (D áz-A guado, 2000), abrindo os próprios professores, espaços p ara a diversidade. Propõe-se assim , um a abertura à crítica para a partilha de saberes, através de um processo que tenha em conta a igualdade, a ju stiça, a liberdade, a responsabilidade, e assim solucionar os problem as da diferença, visando os projectos educativos. C om isto, deve a sua form ação profissional alcançar a área das ciências sociais aplicada aos valores, identificar diferentes culturas e suas heranças, sabendo trabalhar po sitivam ente as relações entre os diferentes grupos na sala de aula, tendo em conta as raças, etnias, estratos sociais e culturas (Cao, 2005).

2.2.5.2. Paradigm a

Para o professor, Peres p ropõe um paradigm a técnico, mas tam bém prático-reflexivo e crítico. É m odificar os paradigm as existentes, repensando o “seu estatuto de funcionário, transform ando-se num intelectual crítico com vista à construção da cidadania plena e à reconstrução da sociedade, numa perspectiva solidária.” (Peres, 2006, p. 128). Com isto, tem -se em conta a autonom ia do professor, visando a construção consciente de um a estrutura teórica, técnica e reflexiva. A ssim , o professor constrói um projecto educativo m ulticultural, tendo em conta a diferenciação pedagógica que trabalha os conflitos, prom ovendo a harm onia, os direitos hum anos, o viver com um . O uso de um a prática-reflexiva com o form ação e paradigm a do professor contem porâneo proporciona a exploração da criatividade, aplicando os seus conhecim entos a partir de um m odelo com tradição na herm enêutica - reflexiva (Loureiro, 2000), tendo em conta cada situação variável do cam po educativo, com consciência do ensino, seus contextos, program as, e os efeitos de am bos. Perm ite o professor “analisar, discutir, avaliar e m udar a sua prática; apreciar o contexto social e político em que trabalham ; apreciar as questões morais e éticas, im plícitas na prática da aula; responsabilizar-se pelo próprio crescim ento profissional; d esenv olver a sua própria teoria da prática educativa.” (Loureiro, 2000, p.79).

2.2.5.3. C ondições para a prática da educação intercultural

Sobre a necessidade de um a m udança no ensino, deve a pró pria escola, e não som ente um professor, um conselho de turm a ou um projecto pontual, adap tar as suas práticas de ensino-aprendizagem a um m odelo intercultural, tendo em co n ta as diversidades dos alunos. A escola deve integrar as culturas m inoritárias, trab alh an do a tolerância, o diálogo, os direitos hum anos, não se justificando tradições culturais em detrim ento destes (D íaz-A guado, 2000). D eve tam bém a escola, exigir a participação activa dos alunos na construção de um conhecim ento que tenha em co n ta essa m ulticulturalidade, adquirindo m odos com unicacionais sobre os seus pensam entos e sentim entos, de m odo a conviverem com os dos outros. Na sala de aula, deve-se p rom o ver a heterogeneidade com o form a de desenvolvim ento de conhecim ento, sendo a aprendizagem cooperativa, um dos meios mais eficazes para se atingir esses objectivos educacionais, já que prom ove um papel mais activo do aluno na sua própria aprendizagem .

2.2.5.4. A firm ação da identidade dos alunos

O professor deve criar estados de satisfação e de bem -estar nos alunos, já que estes são propícios à form ação de am bientes de tolerância. Para isso, não deve criar m odos de pensar “causa-efeito” para ju stificar acontecim entos, principalm ente os de indisciplina, já que se torna fácil culpabilizar outros e com isto, criar ódios. N ão deve tam bém criar incertezas na própria identidade, já que isso m otiva tam bém a intolerância no aluno. D eve afirm ar determ inados estatutos, partilhando-os, criando coesão num determ inado grupo (turm a) (D íaz-A guado, 2000). A tolerância fica m ais sensibilizada nas situações evolutivas com o é o caso da adolescência, em que as m udanças se d ão dem asiado depressa, afectando a própria identidade do adolescente. D eve-se dar a entender aos alunos, que a dúvida, a am biguidade, o questionam ento, fazem parte do desenvolvim ento do ser, devendo-se saber conviver e ultrapassar esses m om entos, construindo assim a própria identidade (D íaz-A guado, 2000).